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Categoria: Religiões

16 de Outubro, 2010 Carlos Esperança

Pode ser um dever…

… embora um fascista não mereça grande consideração.

Criticar uma religião não é crime, afirmou nesta sexta-feira a procuradoria holandesa, durante o julgamento contra o deputado de extrema-direita Geert Wilders por incitar o ódio racial e a discriminação contra os muçulmanos.

“A crítica só pode ser punida se for dirigida de maneira inquestionável contra os próprios indivíduos e não apenas contra suas convicções”, declarou a procuradora Birgit van Roessel>.

15 de Outubro, 2010 Carlos Esperança

Um nariz para Aisha

Bibi Aisha não tinha orelhas nem nariz. Os talibãs mutilaram-na há um ano por ter tentado fugir da família do marido. O rosto desfigurado da jovem afegã, de 18 anos, foi capa da revista Time, um rosto de mulher horrivelmente mutilado por um poder patriarcal e misógino a que não foi alheio o contexto islâmico.

O mundo civilizado não pode condescender com esta barbárie, com a demência misógina que persiste em tribos onde sobra a fé e minguam a humanidade e a igualdade de género.

Veja o que os talibãs fizeram.

Nota: Não consegui publicar as fotos que o link mostra.

14 de Outubro, 2010 Fernandes

Fátima Desmascarada

Tenho o livro de João Ilharco, “Fátima Desmascarada”, onde o autor arrasa todo o embuste de Fátima. Por casualidade adquiri hoje, no mesmo alfarrabista, o libelo do mesmo autor, “Fátima Desmascarada (polémica)”. Passo a transcrever um breve trecho:

1º – Lúcia asseverou que a Virgem lhe afirmara em 13 de Outubro de 1917 que a “Grande Guerra” (1914-1918) havia acabado nesse dia. Como a guerra acabou treze meses mais tarde, quem mentiu: Lúcia ou a Virgem?

2º – Segundo declarações de Lúcia, a Virgem tinha-se designado a si própria pelos nomes de “Nossa Senhora” ou de “Senhora do Rosário”.

– Pode acreditar-se em tal contra-senso?

– Nós, portugueses, quando nos referimos ao Chefe de Estado, dizemos o “nosso Presidente da República”. Ele é que nunca pronunciaria o seguinte dislate:

– Eu sou o “nosso Presidente da República”.

3º – Alguém poderá crer que a Virgem falasse sem mexer os lábios, sem modificar a expressão do rosto, sem fazer o mínimo gesto, como os videntes declararam?

4º Seria possível que a Virgem medisse de altura 1 metro e dez centímetros?

A altura da Virgem foi calculada pelo Padre Ferreira de Lacerda, tomando por base o que Lúcia lhe disse a esse respeito.

5º – Lúcia põe na boca da Virgem a seguinte frase:

– «O meu lugar é o do céu».

Uma pessoa consciente poderá acreditar que a Virgem pronunciasse tal idiotice?

6º – É credível que a Virgem se tenha exibido na Cova da Iria com argolas de oiro nas orelhas, conforme Lúcia asseverou?

7º – Quando se deve acreditar em Lúcia? Quando afirmou para o cónego Nunes Formigão que não via vir a Senhora de nenhuma parte; ou quando disse para o Padre Ferreira Lacerda que a Virgem aparecia vindo do lado Nascente?

8º – Em 13 de Julho de 1917 a Virgem ordenou a Lúcia que comparecesse na Cova da Iria no dia 13 do mês imediato. Lúcia e os primos não puderam cumprir a ordem recebida, em virtude do administrador do concelho de Vila Nova de Ourém os ter levado para aquela vila. Qual a explicação para o caso?

Teria o administrador do concelho mais poder que a Virgem pois impediu que os três videntes cumprissem uma ordem expressamente dada por ela?

Para quem leu “Fátima Desmascarada”, a explicação é fácil de encontrar; quem mandara comparecer os videntes no dia 13 de Agosto na Cova da Iria, não tinha sido a Virgem, mas sim o Padre Faustino José Ferreira, que exercia sobre Lúcia e os primos poderes ilimitados. O que não podia ter previsto, com um mês de antecedência, era que o administrador do concelho impediria que os três pastores fossem à Cova da Iria no dia 13 de Agosto.

9º – Podia Lúcia, que sempre demonstrou possuir péssima memória (veja-se Fátima Desmascarada) e que, já em 1917, se mostrava incapaz de reproduzir as chãs e curtas frases por ela atribuídas à Virgem, podia Lúcia, repito, reproduzir, quando mulher, longas falas do anjo e da Virgem, que continham numerosas palavras cujo significado ela ignorava completamente?

10º Quando em 1938 chegou ao lugarejo natal dos videntes, Aljustrel, o eco da inverosímil história dos “sacrifícios” e das “mortificações” a que os pequenos se teriam submetido logo após as primeiras aparições, os familiares, os vizinhos e os pais de Jacinta e Francisco (os de Lúcia já haviam falecido) abriram a boca de espanto e declaravam unanimemente:

– «Nunca soubemos nada de nada! Eram exactamente como os demais».

Quem atirou essa inverosímil história para o caixote do lixo foi Lúcia, quando declarou para o Padre H. Jongen:

«Nos continuávamos a brincar como dantes. Certas mulherzinhas devotas diziam-nos: Vocês viram a Nossa Senhora. Por isso já não deviam brincar». Mas que podíamos fazer senão brincar?» (Revista “Stella”. 9-Nov-1946).

11º Quando nas Doroteias, em Pontevedra, em cujo convento Antero de Figueiredo entrevistou Lúcia, esta atestou que tudo o que esse escritor registou como tendo-lhe sido dito por Lúcia era absolutamente exacto.

Pois bem;, Lúcia negou para Antero de Figueiredo que, antes das aparições de 1917, tivesse estado em contacto com o sobrenatural. – «Antes das aparições – disse ela -, criança e pastora, nunca pensei nestas coisas». («Fátima». pág. 149).

12º – Lúcia asseverava que nunca poderia revelar o segredo que ela dizia ter-lhe sido revelado pela Virgem em 1917. Afirma-o também o bispo de Leiria numa Carta Pastoral datada de 13-10-1930 e reafirmou-o Lúcia, por forma categórica, em 1936, para Antero Figueiredo.

«Em 1946, porém, Lúcia declarou para o Padre Jongen, que já em 1927 tinha revelado dois dos segredos ao bispo de Leiria e ao cónego Galamba de Oliveira».

A declaração de Lúcia não era verdadeira; mas o Bispo de Leiria e o cónego Galamba de Oliveira, que se contavam entre os mais categorizados dirigentes de Fátima, em vez de desmentirem a afirmação de Lúcia, perfilharam-na, atitude que se me afigura estranha e muito grave.

13º – Lúcia afirmou para o cónego Nunes Formigão que o segredo (na Velha História havia apenas um segredo; na Nova, passou a haver três) somente diziam respeito a ela e aos primos.

Poderá aceitar-se como verdadeiro o texto desses dois segredos, conforme se lêem em «Jacinta»?

Acerca de Lúcia, o sr. Oliveira Santos, (filho de Artur de Oliveira Santos, administrador do concelho que, em Agosto de 1917, interrogou Lúcia, Jacinto e Francisco) contou que assim falava António Santos, o “Abóbora”, pai da vidente, referindo-se à filha:

– «O sr. administrador não acredite na minha filha, que ela é uma intrujona!».

13 de Outubro, 2010 Carlos Esperança

Fátima_13_10_2010

Os peregrinos são maratonistas da fé que arrastam as pernas cansadas pelos caminhos de Portugal. Vão em bandos, tocados por capatazes que os conduzem ao anjódromo da Cova da Iria, em busca de um milagre ou da promessa por cumprir. Olham as azinheiras como árvores sagradas, ramos onde a virgem saltitava a pedir aos três pastorinhos que rezassem o terço pela conversão da Rússia, e a Cova da Iria como local onde um anjo anónimo fez uma aterragem de cortesia.

O terreno de pastoreio virou local de culto. Começou com provocações à República e transformou-se, depois, em central de luta contra o comunismo. Não tendo sido obrado um só milagre, é uma fonte de rendimento que os Papas promovem à comissão.

Hoje, com a República consolidada, o comunismo em estado de coma e a Rússia a ver o Papa como concorrente do Patriarca de Moscovo, Fátima é apenas um negócio rentável para os cofres da ICAR e uma tribuna de opções políticas do Vaticano. Era ali que devia funcionar a nunciatura e a virgem Maria abrir um bazar.

São de boas fé e melhores contas os peregrinos. Movidos a ave-marias e salve-rainhas, chegam ali com anéis, brincos e cordões de ouro para deixarem as memórias de família e as parcas poupanças ao alcance da cobiça eclesiástica.

Quem pode censurar o velho soldado por envergar restos da farda onde trouxe o corpo, como se de um milagre se tratasse, enquanto recorda camaradas mortos e estropiados na guerra colonial? Os crentes, desiludidos do médico, vão a Fátima e à bruxa, em aflição, convencidos do valor terapêutico dos gestos cabalísticos, da combustão das velas, da água benta e da coreografia exótica que monsenhores, bispos e cardeais exibem.

É fácil acreditar que o Sol fez ali piruetas, que a senhora de branco passava as tardes com os pastorinhos a ensinar catequese e política e que o Papa assistiu ao espectáculo do Sol dos jardins do Vaticano.

Os padres que engendraram Fátima tentaram outras regiões, ensaiaram virgens noutros sítios e seleccionaram o que teve melhor acolhimento. Desanimado ficou o sacristão da Nazaré a queixar-se aos devotos que diminuíam que a Senhora de Fátima foi o diabo que apareceu à senhora da Nazaré.

Não há mercado para tantos santuários.

Apesar das 12 toneladas de cera que todas as semanas ardem em Fátima para deliciarem a pituitária do deus dos peregrinos, estes começam a escassear.

12 de Outubro, 2010 Carlos Esperança

O Diário Ateísta e os leitores

O universo de leitores do DA é variado e reflecte o pluralismo social e as idiossincrasias do país em que vivemos. Até os dislates e ameaças proferidas por quem transforma as diferenças em divergências são típicos de quem acredita num livro escrito pelos homens na Idade do Bronze ou por quem vê nas crenças, em qualquer crença, o cinto explosivo pronto a imolar o demente que o usa e a assassinar infiéis.

A intoxicação ideológica não é exclusiva das crenças religiosas, é apanágio de todas as correntes de pensamento totalitárias. A educação, bem como a gramática, são próprias de cada interveniente. Não podemos transformar um fundamentalista intoxicado pelo clero e pelo catecismo num cidadão tolerante e razoável, nem um ateu totalitário num amante da paz e da concórdia.

Mas é bom que os crentes percebam que o DA é um espaço de ateus onde a discussão, mesmo viva e quente, é bem-vinda, sem deixar de ser um espaço onde não se glorificam os santos ou se acredita na virgindade de Maria, nos malefícios da carne de porco e na bondade dos profetas. Pessoalmente é-me indiferente que Cristo tenha querido morrer para salvar os homens, como diz a propaganda pia. Ficaria triste se tivesse morrido sem querer, como a religião que dele se reclama tantas vezes fez na evangelização.

No DA não se leva a sério o oleiro que fez o primeiro casal a partir do barro e do sopro com que o cuspiu, deixando ao incesto a prossecução da espécie. O próprio nome indica que o DA não é o breviário com que o clero católico sublima os recalcamentos sexuais ou o espaço onde se glorifique o martírio dos vários deuses que alimentam as legiões de funcionários que vivem das crenças e lutam pelo aumento da quota de mercado.

Compreendo o horror dos créus ao ateísmo, que um cardeal faça uma maratona a Fátima contra o ateísmo ou que outro o considere a maior tragédia da actualidade, tragédia contida com fogueiras e tratos de polé durante séculos. Só não compreendo os crentes que aqui vêm, a pensar que devíamos acreditar que Cristo era filho de uma pomba, que Maria pariu virgem, que a confissão é a lavandaria dos pecados, o presunto a ruína da alma e urinar virado para Meca uma ofensa ao condutor de camelos.

Os livros «sagrados» não são apenas falsos, são nocivos. Nenhum tem a dignidade da Declaração Universal dos Direitos do Homem, nenhum defende a igualdade de género, uma vergonha para quem os defende, nenhum é isento de normas que caem sob a alçada do Código penal dos países civilizados.

No Diário Ateísta repudiamos os crimes de qualquer crença ou descrença, desprezamos a água benta, o jejum, os profetas e os parasitas da fé. E nunca aceitaremos que se lapide uma mulher, se degole um herege ou se imponham as tolices da fé pela violência.

Somos livres-pensadores.

10 de Outubro, 2010 Carlos Esperança

Azia no Vaticano

Apesar das ameaças de excomunhão do Vaticano, uma sexta mulher canadiana foi ordenada sacerdote neste sábado, indicou a integrante de um grupo de apoio ao sacerdócio de mulheres.

O grupo Mulheres Sacerdote Católico Apostólico Romanas ordenou Linda Spear, uma professora aposentada de Quebec, em uma igreja anglicana de Sutton, Quebec, no leste do Canadá.

8 de Outubro, 2010 Carlos Esperança

Comi que nem um abade

Por

Abraão Loureiro

Quer isto dizer que nas abadias se comia do melhor e com fartura. Quando em criança lia histórias (ou mesmo a nossa história), via gravuras, fotos de conventos e nem pensava na grandiosidade das super habitações. Fazia-me crer que os religiosos viviam miseravelmente naquelas acanhadas celas com uma caminha modesta e dali só saíam para rezar na igreja, comer na cantina e meditar nos jardins interiores. Para mim isto era uma penitenciária. Coitadinhos que eram autênticos condenados. A idade passou e olhando com olhos de adulto informado digo abertamente, afinal de contas aqueles monumentos representam o que havia de melhor em hotelaria capazes de fazer inveja aos modernos “resorts” (pois além da enorme variedade de serviços, são locais onde os hóspedes usufruem do sistema “all-inclusive”), que é caracterizado pelo facto dos serviços estarem todos incluídos na diária paga pelo hóspede. É verdade, sabemos das fortunas doadas por grandes figuras que se recolheram ao hotel para não se chatearem mais com a vida.

Cá fora, a população miserável sem eira nem beira e quando tinha beira era feita de palha. A fome era o caminho para todas as loucuras desde a subjugação total ao alistamento como mercenário para servir nas hordas dos senhores das guerras.

Hoje não duvidamos que os ditos jardins interiores deram lugar a grandes meditações e inspirações, senão, vejamos: Foi daí que saiu toda a boa gastronomia pela qual hoje temos orgulho e tanto evento se realiza para a sua divulgação.

Pobre povo que construiu estes gigantes de pedra em nome de deus para nada receber em troca. Como seria possível criar tanta iguaria sem a matéria-prima abundante? O povinho nem sabia o que era o açúcar e a carne conhecia quando caçava furtivamente.
Em que ficamos? Vivia-se mal ou bem nessa época?

No vídeo podemos ver na fórmula 2 em 1, a imponência dos edifícios e as delícias da boca.

E aqui podemos ver o nosso pio presidente gracejando sobre a ASAE, reparem que a esposa ficou “encavacada” com a gracinha do Cavaco.