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Categoria: Religiões

9 de Dezembro, 2010 Eduardo Patriota

Sacrifício de animais segue permitido em Piracicaba

Eu realmente não entendo como uma pessoa em pleno século XXI consegue acreditar que sacrificar animais em rituais religiosos possa trazer algum benefício para si, ou ainda que seja algo capaz de “saciar” os deuses.

Infelizmente, esse fato ainda é realidade pelo mundo e os pobres animais continuam a ser cruelmente assassinados para honrar a crença do ser humano insensível. Na cidade de Piracicaba, Brasil, uma lei que tentava proibir práticas como essa no município foi vetada.

O plenário da Câmara de Vereadores de Piracicaba, na reunião ordinária de anteontem (06/12/10), manteve o veto total do prefeito Barjas Negri (PSDB) ao Projeto de lei (202/10), de autoria do vereador Laércio Trevisan Júnior (PR), que proíbe o uso e o sacrifício de animais em práticas de rituais religiosos no Município de Piracicaba. Foram sete votos contrários ao veto e cinco favoráveis.

No projeto, o vereador Trevisan defendia a proibição do sacrifício de animais em práticas de rituais religiosos. O descumprimento da lei implicaria em multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais) dobrado a cada reincidência. O Executivo deve apresentar outro projeto na Câmara.

8 de Dezembro, 2010 Carlos Esperança

O Feriado da Imaculada Conceição

Por

A H P

Festeja-se hoje o feriado mais ridículo do nosso calendário: o da Imaculada Conceição. Muitos profanos pensam que se trata da “imaculada conceição” de Jesus Cristo, nascido do ventre de sua mãe Maria por obra e graça do Espírito Santo, isto é, sem que nenhum homem tenha fecundado o referido ventre, pois Maria era e continuou sempre a ser virgem (é claro que anatomicamente isto é impossível: se Maria fosse virgem antes de Cristo nascer, certamente que o seu imaculado hímen não teria resistido à passagem por ele do corpo do menino Jesus; este teria assim desflorado a sua própria mãe ao nascer!).

Mas não é isso. A coisa é ainda mais absurda. A Igreja Católica não achou suficiente que Jesus tivesse nascido de uma virgem: entendeu ser necessário que a sua mãe tivesse também nascido “sem pecado”, isto é, sem que a mãe dela, avó de Cristo, tivesse sido “profanada” por nenhum homem. Por isso o Papa Pio IX, em 8 de dezembro de 1854, na Bula Ineffabilis Deus, com toda a sua infalibilidade, decretou como dogma indiscutível (passe o pleonasmo) que “a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus omnipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do género humano, foi preservada imune de toda a mancha de pecado original”.
E é por isso que hoje em Portugal é feriado.

Parece-me inadmissível que num Estado laico exista um tal feriado. Mas estranhamente existe e persiste, sem que nenhum legislador ouse pô-lo em causa. Ninguém ousa afrontar a ICAR, que ainda por cima neste caso teria a seu lado, além obviamente dos fidelíssimos partidos da direita, o Partido Comunista, sempre pronto a defender o sacrossanto “direito adquirido” dos trabalhadores a não trabalharem neste dia, e os Verdes, esses alter ego do PC, e se calhar também o Bloco de Esquerda, pelas mesmas razões e agora ainda por ter como leader parlamentar o devoto Dr. Pureza.

E assim, com esta piedosa unanimidade, continuamos e continuaremos – até quando? – a festejar a “Imaculada Conceição”!

7 de Dezembro, 2010 Fernandes

Jesus, qual Jesus?

Apesar da difundida crença em Jesus, permanece o facto de que não existe um Jesus histórico. Para se perceber o que se quer dizer com o “Jesus histórico”, considere o Rei Midas da Mitologia Grega. A história em que o Rei Midas transformava tudo o que tocava em ouro é claramente absurda, mas apesar disto sabemos que houve um verdadeiro Rei Midas. Arqueólogos escavaram o seu túmulo e encontraram os seus restos esqueléticos. Os Gregos que contaram a história de Midas e o seu toque dourado pretendiam claramente que o relacionassem com o Midas real. Por isso, apesar da história do toque dourado ser ficcional, a história é acerca de alguém cuja existência é dada como um facto – o “Midas histórico”. No caso de Jesus, no entanto, não há uma única pessoa cuja existência seja um facto e que seja também objecto das histórias de Jesus, isto é, não há nenhum Jesus histórico.

Quando dizemos isto a um crente, ele argumenta, apelando mais às emoções do que para à razão, e tenta que fiquemos embaraçados respondendo qualquer coisa do género: “Negar a existência de Jesus não é tão tolo como negar a existência de Júlio César ou da Rainha Isabel?”. Uma variação popular desta é: “Negar a existência de Jesus não é como negar o Holocausto?”. Há amplas fontes históricas a confirmar a existência de Júlio César ou da Rainha Isabel, enquanto que para Jesus não. Embora a existência de Júlio César ou da Rainha Isabel, seja universalmente aceite, o mesmo não acontece com Jesus.

No Extremo Oriente, Jesus é considerado um personagem da mitologia religiosa ocidental, a par com Thor, Zeus e Osíris. A maioria dos Hindus não acredita em Jesus, mas os que acreditam consideram que ele é uma das muitas encarnações do deus Hindu Vishnu. Os muçulmanos certamente acreditam em Jesus, mas rejeitam a história do Novo Testamento e consideram que ele foi um profeta que anunciou a vinda de Maomé, e negam explicitamente que tenha sido crucificado.

Ou seja, não há uma história de Jesus que seja aceite pelo mundo inteiro. É este facto que põe Jesus num nível diferente, relativamente às personalidades históricas estabelecidas. Milhões de pessoas honestas na Ásia, que fazem a maioria da população mundial, não conseguiram ser convencidas pela história Cristã de Jesus, uma vez que não há nenhuma evidência da sua autenticidade.

Mas se Jesus não foi um personagem histórico, de onde veio toda a história do Novo Testamento?

– O nome Hebreu para os Cristãos, sempre foi Notzrim. Este nome é derivado da palavra hebraica neitzer, que significa broto ou rebento – um claro símbolo Messiânico. Já havia pessoas chamadas Notzrim no tempo do Rabbi Yehoshua ben Perachyah (100 a.N.E.) Apesar de os modernos Cristãos afirmarem que o Cristianismo só começou no primeiro século depois de Cristo, é claro que os Cristãos do primeiro século em Israel se consideravam a continuação do movimento Notzri, que existia há cerca de 150 anos. Um dos mais notáveis Notzrim foi Yeishu ben Pandeira, também conhecido como Yeishu ha-Notzri. Os estudiosos do Talmude sempre disseram que a história de Jesus começou com Yeishu. O nome Hebreu para Jesus sempre foi Yeishu, e o Hebreu para “Jesus de Nazaré” sempre foi “Yeishu ha-Notzri”. É importante notar que Yeishu ha-Notzri não é um Jesus histórico, uma vez que o Cristianismo moderno nega qualquer conexão entre Jesus e Yeishu.

Sabemos pouco sobre Yeishu ha-Notzri. Todos os trabalhos modernos que o mencionam são baseados em informação retirada do Tosefta e do Baraitas – escritos feitos ao mesmo tempo do Mishna mas não contidos neste. Como a informação histórica respeitante a Yeishu é tão danosa para o Cristianismo, muitos autores Cristãos tentaram desacreditar esta informação e inventaram muitos argumentos engenhosos para a explicar. A informação no Talmude (que contém o Baraitas e o Gemara) acerca de Yeishu e ben Stada é nefasta, os Cristãos tomaram medidas drásticas contra ela. Quando os primeiros Cristãos descobriram a informação, tentaram apagá-la imediatamente, censurando o Talmude. A edição de Basileia do Talmude ( 1578 – 1580) tinha todas as passagens relacionadas com Yeishu e ben Stada apagadas pelos Cristãos. Ainda hoje, as edições do Talmude usadas pelos escolares Cristãos não têm estas passagens!

Yeishu tinha cinco discípulos: Mattai, Naqai, Neitzer, Buni e Todah. A relação entre Yeishu e Jesus é corroborada pelo facto de que Mattai e Todah, os nomes de dois dos discípulos de Yeishu, serem as formas originais hebraicas de Mateus e Tadeu, nomes de dois dos discípulos de Jesus na mitologia Cristã.

Durante as primeiras décadas deste século, ferozes batalhas académicas irromperam entre escolares Cristãos e Não-Cristãos acerca das verdadeiras origens do Cristianismo. Os Cristãos foram forçados a enfrentar a evidência Talmúdica. Não podiam ignorar mais isso, por isso, decidiram atacá-lo. Afirmaram que o Yeishu Talmúdico era uma distorção do “Jesus histórico”.

É de notar que muitas das datas para Jesus citadas pelos Cristãos são completamente absurdas. Jesus foi em parte baseado em Yeishu e ben Stada, que provavelmente viveram com mais de um século de diferença. Ele foi também baseado nos três falsos Messias, Yehuda, Theudas e Benjamim, que foram crucificados pelos Romanos em várias épocas diferentes.

A história do Novo Testamento confunde tantos períodos históricos que não há maneira de a reconciliar com a História:

O ano tradicional do nascimento de Jesus é 1 N.E. Era suposto Jesus não ter mais de dois anos de idade quando Herodes ordenou a matança dos inocentes. No entanto, Herodes morreu antes de 12 de Abril do ano 4 a.N.E. Isto levou alguns Cristãos a redatarem o nascimento de Jesus entre 6 – 4 a.N.E. No entanto, Jesus era também suposto ter nascido durante o censos de Quirinius. Este censos teve lugar depois de Arquelau ter sido deposto em 6 N.E., dez anos depois da morte de Herodes. Era suposto Jesus ter sido baptizado por João logo depois deste ter começado a baptizar e a pregar, no décimo quinto ano do reinado de Tibério, i.e., 28 – 29 N.E., quando Pôncio Pilatos foi governador da Judeia, i.e., 26 – 36 N.E. De acordo com o Novo Testamento, isto também aconteceu quando Lysanias foi tetrarca de Abilene e Anás e Caifás eram sumos sacerdotes. Mas Lysanias governou Abilene, 40 a.N.E. até ser executado em 36 A.C. por Marco António, cerca de 60 anos antes da data para Tibério, e cerca de 30 anos antes do suposto nascimento de Jesus!

6 de Dezembro, 2010 Eduardo Patriota

Justiça de SP quer retratação de TV por ofensa a ateus

Um pouco de sensatez da justiça brasileira na defesa por um Estado laico.

O Ministério Público Federal entrou com ação civil pública, com pedido de liminar, para que a Rede Bandeirantes de Televisão se retrate publicamente por ofensas divulgadas pelo apresentador José Luiz Datena no programa “Brasil Urgente” contra ateus.

No programa veiculado no dia 27 de julho, Datena comentou por mais de 50 minutos um crime na companhia do repórter Márcio Campos. De acordo com o MPF, o apresentador fez associações preconceituosas entre criminalidade e descrença religiosa, apontando as pessoas que não creem em Deus como os responsáveis pela deterioração da sociedade. “É por isso que o mundo está essa porcaria. Guerra, peste, fome e tudo mais, entendeu? São os caras do mau. Se bem que tem ateu que não é do mau, mas, é …, o sujeito que não respeita os limites de Deus, é porque não sei, não respeita limite nenhum“, afirmou o apresentador.

Datena também afirmou que o crime em questão fora obra de pessoas sem limites. “Esse é o garoto que foi fuzilado. Então, Márcio Campos, é inadmissível, você também que é muito católico, não é possível, isso é ausência de Deus, porque nada justifica um crime como esse, não Márcio?”.

Em setembro, a Associação Brasileira dos Ateus e Agnósticos (Atea) entrou com processo contra a Band e Datena por preconceito. As ações foram enviadas ao Fórum de Taubaté (SP) e ao Tribunal de Justiça da Paraíba.

6 de Dezembro, 2010 Carlos Esperança

Momento zen de segunda_06_12_2010-12-06

Pio e casto JCN

O bem-aventurado João César das Neves (JCN) voltou hoje a dar público testemunho da sua fé, como manda a Igreja de que é avençado e um dos mais denodados prosélitos.

O Papa está para JCN como a droga para os toxicómanos, é imprescindível.

A homilia de hoje «O tema da nossa geração», é um ataque aos insultos de que o Papa foi alvo em Barcelona e Londres pelas suas posições homofóbicas e a campanha contra o preservativo, recentemente mitigada e com pronta reprovação dos bispos espanhóis.

Diz JCN que a ICAR é, entre outras coisas, contra a fornicação (sic), para logo acrescentar «o sexo, uma das coisas mais maravilhosas que Deus fez, só deve ser vivido numa relação estável e fecunda no seio do matrimónio, sem barreiras artificiais contraceptivas». Ou seja, «o sexo… que Deus fez» (honni soit qui mal y pense) só é legítimo a pessoas legal e canonicamente casadas e… sem preservativo.

São da homilia de JCN estas pérolas: «No pecado gravíssimo do sexo fora do matrimónio, o preservativo torna-se um detalhe. Quem despreza o sexto mandamento, cometendo adultério ou recorrendo à prostituição, não tem escrúpulo de violar essa outra regra menor». Se JCN tivesse experimentado o sexo antes do matrimónio, ainda que tivesse atrasado a cerimónia, nunca teria proferido tão insanas afirmações.

O pio e casto JCN, vítima da teologia do látex, atribui ao preservativo a «queda drástica de fertilidade e casamento, envelhecimento da população, degradação da família (que) estiolam o crescimento, dinamismo social, vitalidade cultural», ao mesmo tempo que faz a apologia da castidade.

Não se dará conta o bem-aventurado de que a castidade é o caminho mais implacável para a queda drástica da fertilidade e que a obsessão, levada ao extremo, como é incentivada pela sua Igreja conduz à extinção da humanidade?

3 de Dezembro, 2010 Carlos Esperança

Deus e os crentes no mercado da fé

Deus é a explicação por defeito para todas as angústias, a mezinha que substitui os chás e evita os calmantes, o placebo a que se agarram todos os crédulos em horas de aflição.

Sabe-se que os livros sagrados foram reescritos e alterados ao longo da história para que as histórias se tornassem mais verosímeis e que as mentiras e crueldades estão a ser mitigadas por especialistas encartados, para as explicarem de forma a torná-las menos detestáveis. Os alquimistas das ideias chamam-se teólogos e os charlatães da fé são os sacerdotes.

Ninguém se são juízo e razoável bondade aceita a discriminação da mulher, mas todas as religiões, sem excepção (que eu saiba), sofrem do espírito misógino que torna os livros sagrados afrontosos e os dignitários religiosos hediondos.

O pecado original ou o direito de vender as filhas como escravas, forjados pelo Antigo Testamento, são afloramentos do pensamento tribal da Idade do Bronze e reflexos do carácter patriarcal das tribos. Mas quando se sabe que, ainda hoje, as religiões mantêm como verdades divinas as tolices humanas, devemos reivindicar a igualdade de género como condição civilizacional. E se o deus dos crentes ficar muito zangado é com ele. Que temos nós a ver com os humores divinos? Esse peditório já devia ter sido extinto.

Quando é que um Papa, Aiatola, Arcebispo de Cantuária ou Rabino supremo de Israel se pronunciou a favor da igualdade de género e admitiu que havia mentiras nos livros sagrados ou loucura no deus de cada um?

Enquanto não pedirem perdão às mulheres, pelas humilhações a que ainda as sujeitam, os líderes das religiões não merecem o respeito das pessoas de bem. Nem o deus que os nutre à custa da crença dos simples e da cobiça dos embusteiros da fé.

1 de Dezembro, 2010 Eduardo Patriota

Ironia: Estrela de Davi encontrada em prédio de Teerã

Esta é uma daquelas ironias que parecem ocorrer apenas entre inimigos.

Uma Estrela de Davi foi encontrada no teto do prédio da Iran Air no aeroporto de Teerã. O prédio foi construído por engenheiros israelitas antes da Revolução Islâmica de 1979.

Ninguém notou o símbolo judeu até que alguém o encontrou no Google Maps. Ele está lá há pelo menos 40 anos. Mas certamente não vai ficar por muito mais tempo. Segundo o Jerusalem Post, oficiais do governo iraniano já ordenaram a sua destruição.

(clique para ver a versão ampliada)