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Categoria: Religiões

17 de Dezembro, 2010 Eduardo Patriota

No Brasil mais de 24% do tempo na TV é para religião e compras

Eu ainda continuo achando que se tivéssemos mais ciência nas TVs, teríamos menos religiosos fundamentalistas. Infelizmente, não é o que ocorre no Brasil. Tanto nas TVs quanto nas rádios, há uma invasão de igrejas neopentecostais que ficam o dia todo passando orações, milagres e curas feitos pelos donos das igrejas, além de (claro) pedir o dízimo ou mesmo o trízimo (sim, há uma igreja que prega que você deve dar 30% do que ganha).

Levantamento da Agência Nacional do Cinema (Ancine) constatou que 24,1% da programação das TVs abertas no Brasil estavam destinados a telecompras e religião em 2009. A CNT, por exemplo, responde sozinha por 29,4% dos programas que tratam desses temas em toda a TV aberta. Na sua grade, o peso supera os 50%.

João Brant, membro da Coordenação Executiva da Intervozes, organização não governamental que defende o direito à comunicação, critica o excessivo espaço dedicado à religião e a falta de pluralidade religiosa:

“Não existe preocupação com a diversidade. O problema maior é o proselitismo religioso. Tem que haver respeito à liberdade de crença. Há espaços dedicados na TV para apenas uma religião. E ainda há ataques a outras crenças.”

Pelo levantamento, a CNT é a emissora que mais dedica tempo a esses programas (64,1%), enquanto a TV Gazeta vem logo atrás, com 58,8%. Em seguida, vêm a Rede TV!, com 38,6%, a Band, com 28% e a Record, com 21,5%.

13 de Dezembro, 2010 Eduardo Patriota

Em Salvador, campanha ateísta em ônibus é barrada

Imagens dos cartazes da campanha ateísta em ônibus no Brasil

Empresas de mídia barraram uma campanha publicitária com dizeres contra a religião patrocinada pela Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos). As firmas se recusaram a veicular os anúncios mesmo depois de o contrato já ter sido assinado. A Atea estuda as medidas judiciais cabíveis.

As empresas que decidiram barrar a campanha, na verdade, só estão defendendo o seu lado. Há passageiros que se recusam a entrar em ônibus “ateus”, além de pessoas que poderiam reclamar da campanha, afetando negativamente a imagem da mesma perante a sociedade.

Independente do teor da campanha, o presidente da ATEA disse o óbvio:

As seguidas recusas de prestação de serviço são uma confirmação contundente da força do preconceito contra os ateus, e da necessidade de acabar com ele. Nossas peças nada têm de ofensivas, e o teor de suas críticas empalidece frente às copiosas afirmações dos livros sagrados de que ateus são odiosos, cruéis, maus e devem ser eliminados. Existe um duplo padrão em ação aqui“, diz Daniel Sottomaior, presidente da Atea.

As peças de propaganda, com frases como “Religião não define caráter” e “A fé não dá respostas; ela só impede perguntas”, deveriam circular em ônibus de Salvador, São Paulo e Porto Alegre pelo período de um mês. A recusa ocorreu primeiro em São Paulo e depois em Salvador, sob a alegação de que as mensagens poderiam violar dispositivos das respectivas leis de publicidade em espaços públicos.

Fica óbvio que se a propaganda fosse louvando Jesus ou qualquer outro tipo de religião, “misteriosamente” não haveria nenhuma lei impedindo a divulgação da mesma.

12 de Dezembro, 2010 Carlos Esperança

11.12.2010: o atentado “falhado” em Estocolmo…

Por

E – Pá

A Europa durante muito tempo considerou que estava de fora, ou à margem, da “onda terrorista” actual. Digo actual porque a Europa desde há muitos anos que lida com actos de violência, seja de natureza étnica ou separatistas [País Basco] ou étnico-religiosos [Irlanda do Norte, ex-Jugoslávia, etc.].

Como denominador comum para a maioria destas graves convulsões político-sociais que afectam profundamente a segurança dos cidadãos está: o nacionalismo. O ideário nacionalista cresce à sombra do desaparecimento de modelos imperiais, sejam universais, majestáticos ou regionais.

Hoje, melhor desde o início do séc. XXI, que paira sobre a Europa um outro tipo de ameaça. A segurança do Mundo, logo, também da Europa, foi afectada pelas “novas cruzadas ocidentais”, i. e., a guerra do Afeganistão e a invasão do Iraque.
E a Jihad, terá sido a resposta violenta [e organizada] destinada a afirmar o islamismo à força. Para isso, socorre-se de oportunismos religiosos, de matriz fundamentalista, organizando ataques terroristas, acções paramilitares [guerra urbana] e sabotagem em nome da religião islâmica [um pouco a reedição do conceito das medievais “guerras santas” movidas em defesa da cristandade].
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Qualquer crítica aos fundamentos ou aos símbolos da crença muçulmana é passível de provocar atentados do tipo “homens-bomba”, como o que se verificou, neste fim-de-semana em Estocolmo.
Mas, por outro lado, a Suécia é um caso atípico. Não existe – em relação ao povo ou ao governo sueco – um substrato evidente, do tipo causa-efeito, como, p. exº., podemos inserir nos atentados de Londres em 2005, ou de conotação mais indirecta o de Madrid, em 2004.
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A “atitude sueca” é conhecida por ter uma grande abertura política e humanista [nomeadamente na área social]. Resquícios da Reforma que perduraram mau grado as tentativas de “contra-Reforma” [falhadas].
Mas a Suécia [e na generalidade os Países escandinavos] sempre foi um País de acolhimento, albergando refugiados, dissidentes ou migrantes. A juventude sueca gosta de conhecer e, muitos, viajam. Percorrem o Mundo, conhecem novas realidades, mantêm contactos e promovem todo o tipo de intercâmbios.
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Esta “porta aberta” torna a Suécia vulnerável a situações deste tipo. Porque, como se deduz de um texto do Swedish Securite Service de Julho passado a Suécia julgava-se ao abrigo deste tipo de atentados…
Os atentados de sábado [os dois atentados quase em simultâneo] em Estocolmo terão sido acções grosseiramente falhadas [gros raté], em termos de objectivos [destruição patrimonial, de devastação sanguinária e de impacto mediático]. A circunstância de algo ter “falhado” aos jihadistas, não pode evitar que a Europa – no rigoroso respeito pelos direitos individuais e colectivos dos cidadãos – reflicta sobre as políticas de segurança no futuro. A cooperação entre os Estados europeus [e com o Mundo] é imperativa e fundamental.
11 de Dezembro, 2010 Carlos Esperança

Coisas que não entendo

Há quem suporte a missa semanal, até a diária, sabendo que o espectáculo se repete e só mudam as rendas dos vestidinhos eclesiásticos e a cor dos enfeites, conforme a época e o cânone litúrgico. Até os cenários se mantêm, excepto quando alguma mosca poisa onde não deve ou uma aranha tece a teia num espaço longe da fé e dos crentes.

Para um ateu é como assistir ao mesmo filme todos os dias, com o desconsolo de saber o enredo de cor e não poder dizer piadas. Os crentes da vida eterna vêem no sacrifício a apólice que lhes garante o espaço onde julgam que há virgens lúbricas à espera de bem-aventurados para orgias loucas e rios de mel sem medo da diabetes da alma, deus a dizer piadas ao filho e anjos a tocar harpa no baile das almas sem corpo.

Os santos andam ali em perpétua pasmaceira, privados de canastro e de entendimento, sem saberem que fizeram milagres depois da ida para o Paraíso. Os anjos voam em bandos enquanto os da primeira hierarquia jogam aos dados com o Espírito Santo.

No Paraíso dos judeus Jeová canta em aramaico para os que deixaram as trancinhas e o resto a apodrecer debaixo do cipreste, enquanto Maomé aluga camelos para o oásis das virgens com a recomendação aos ex-suicidas de seguirem o leito do rio de mel doce.

No Paraíso cristão onde Jesus, o que fazia milagres à beira do Lago Tiberíades e passou o Mar Morto a pé antes de ter furados os pés, o único deus verdadeiro fica à direita de quem vem do Purgatório e à esquerda dos que saem do Inferno, canonizados depois de uma excomunhão.

O que não entendo é esta sedução dos crentes pelo Diário Ateísta. Aqui não encontram quem os siga nas novenas, quem viaje de joelhos ou se ponha de rastos perante o deus que lhes venderam na pia baptismal.

Não nos encontraremos no vale de Josafá onde é exíguo o espaço para os que acreditam na ressurreição da carne, na vida eterna e no julgamento de um deus que, se existisse, estaria a contas com a justiça pelas asneiras que dizem que disse e pelas crueldades que são atribuídas ao seu divino mau feitio.

Quando o ciclo biológico se tiver cumprido só nos distingue a água benta com que os créus se borrifam  e os óleos com que se besuntam enquanto os ateus partem mais asseados.

10 de Dezembro, 2010 Carlos Esperança

A barbárie da sharia

Diretora de ONG diz que Sakineh esteve em liberdade e foi presa novamente no Irã

BERLIM – Após a Press TV do Irão desmentir a informação de que Sakineh Mohammadi Ashtiani foi solta , a directora da ONG alemã que divulgou a notícia disse nesta sexta-feira que a iraniana passou três dias em liberdade e voltou para a prisão.

Segundo Mina Ahadi, do Comité Internacional Contra a Pena de Morte e o Apedrejamento, há uma disputa interna no governo iraniano sobre o caso da mulher que fez o país se tornar alvo de pressão internacional.