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Categoria: Religiões

8 de Janeiro, 2011 João Vasco Gama

Uma relação pessoal com Jesus Cristo

Se várias pessoas alegam conhecer uma terceira, mas não existe nenhum acordo em relação às características fundamentais desta, é razoável desconfiar da validade dessas alegações. Este vídeo explora, de forma satírica, essa questão:

8 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

Como será este ano?

2001
8.699.515 portugueses maiores de 15 anos responderam ao censo.
786.822 optaram por não responder à pergunta sobre religião.
342.987 respondentes afirmaram-se sem religião.

Fonte: INE

Nota: Ninguém espera que as conversões abundem. Deus tem pouca credibilidade.

8 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

ICAR – Pontos de vista

Teólogo José Comblin: “A Igreja abandonou as classes populares”

José Comblin (foto), um dos criadores da Teologia da Libertação, afirmou que a eleição de João Paulo II e de Bento XVI foi manejada pelo Opus Dei “praticando a chantagem, intimidando os cardeais”, e que na América Latina o Papa “é mais divino do que Deus”.
Comblin, belga que vive no Brasil e acaba de visitar o Chile, país em que esteve exilado em 1972, durante o governo da Unidade Popular, explicou ainda que os teólogos da libertação têm hoje mais de 80 anos e “não apareceu uma nova geração” que desse continuidade a esse pensamento.
A reportagem é do sítio Religión Digital, 05-01-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
“A repressão foi muito forte, terrível, e a ditadura do Papa aqui na América Latina é total e global. Aqui, pode-se criticar Deus, mas não o Papa. O Papa é mais divino do que Deus”, asseverou o teólogo.
7 de Janeiro, 2011 Ricardo Alves

A ICAR na guerra de Espanha: vitimizadora e não vítima

Um artigo que vale a pena ler, no Público espanhol.

  • «Esta institución fue, pues, una fuerza beligerante en aquel conflicto, y es de una enorme falsedad presentar a la Iglesia como “víctima”, como hizo recientemente Benedicto XVI. En realidad, su rol fue predominantemente victimizador. En muchas partes de España era la Iglesia la que confeccionaba la lista de los que la Falange o el ejército fusilaban, que eran, por cierto, los que defendían a un Gobierno democráticamente elegido.» (Ler na íntegra)
6 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

O regresso da intolerância religiosa

Oriana Fallaci, escritora e célebre jornalista italiana, foi das poucas pessoas de esquerda que percebeu o perigo que a demência religiosa representa para os direitos e liberdades individuais. Pode dizer-se que quase roçou o racismo na denúncia vigorosa do fascismo islâmico nos dois últimos livros, «Raiva e Orgulho» e «A Força da Razão», tal a raiva e a força da denúncia, mas dificilmente se encontrará alguma falsidade.

A comunicação social dos países democráticos ignora o duelo, às vezes sangrento, que se trava em África entre o Islão e o cristianismo evangelista , apoiados respectivamente pela Arábia Saudita e pelas Igrejas evangelistas e os EUA. O genocídio ruandês de 1994 parece ter sido esquecido bem como as implicações religiosas, nomeadamente católicas, na carnificina.

Os recentes atentados contra os cristãos de Alexandria em breve serão esquecidos como uma das muitas reincidências (52) dos que desejam islamizar o Egipto. A Europa só se assusta quando a ameaça chega às suas cidades e, ainda, com tendência para invocar o multiculturalismo como atenuante das atrocidades de que é vítima. E só se forem cristãs as vítimas, como se a vida de um cristão não valesse o mesmo que a de um muçulmano, ateu, budista ou judeu.

No Iraque, onde a horda de cristãos levou o caos, morrem hoje milhares de xiitas que o ódio sectário dos sunitas se esforça por liquidar na esperança de construírem o Estado islâmico sobre os escombros de um país desfeito. Os cristãos e judeus, cuja existência era garantida pelo estado laico de Saddam, estão a desaparecer, mortos, emigradas ou convertidos à força.

A Europa, dilacerada por guerras religiosas, impôs a laicidade com a repressão política sobre o clero e, através da Paz de Westfália (1648), garantiu a liberdade religiosa. Hoje é incapaz de condenar a ingerência política do Vaticano na luta partidária de numerosos países, as pressões políticas da Igreja ortodoxa, as punições a quem renuncia ao Islão e a proibição muçulmana de outros cultos. Como se o dever de reciprocidade face à Europa laica não devesse ser uma exigência ética em terras de Maomé obrigatório!

O islão radical só aceita uma lei – a sharia. E um método para a impor – a jihad. Só a laicidade pode conter o sectarismo e garantir a diversidade religiosa. O Europa tem de ser firme na sua defesa, dentro das fronteiras, e exigente fora delas.

Pio IX considerava a ICAR incompatível com a liberdade, a democracia e o livre-pensamento. A herança do Iluminismo foi mais forte.

6 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

Salman Taseer e o crime de Islamabad…

Salman Taseer

Por

E – Pá

A blasfémia é a difamação do nome dos deuses [ou dos seus profetas]. Poderá abranger posições de mero insulto ao verrinoso escárnio sobre divindades.

Um “crime” que remonta aos tempos bíblicos [no Levítico estipula-se que os blasfemos sejam condenados à morte], e perdurou durante longo tempo no cristianismo [onde, p. exº., os cânones medievos os puniam exemplarmente]. Os judeus perante uma blasfémia, para demonstrar a sua indignação, rasgavam as suas roupas…
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Este “crime” perdurou até à Idade Moderna. Chegou a incorporar a Lei Comum [“Common Law”] americana onde a condenação capital foi substituída por prisão e multa. Todavia, as suas reminiscências chegaram praticamente aos nossos dias Por exemplo, a atitude da ICAR sobre o livro de Dan Brown, “O Código Da Vinci”, andou, muito próxima de um conceito soft de blasfémia…
No Islamismo a blasfémia centra-se essencialmente na difamação do profeta Maomé, embora imprecações contra deus [lato sensu] sejam, também, abrangidas. Ainda hoje, em muitos países muçulmanos, é considerada uma ofensa punível com a pena de morte. Todos nos recordamos da fatwa de Khomenei sobre Salman Rushdie, em virtude do livro “Versículos Satanicos”, considerado blasfemo.
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O Paquistão será um dos países islâmicos que, na actualidade, mantém um enquadramento “legal” mais duro e rígido contra a blasfémia. Em 1982 era punida com a prisão perpétua. Quatro anos depois – com o recrudescimento do fundamentalismo – foi agravada, sendo introduzida a pena de morte para qualquer observação derrogatória em relação ao profeta Maomé.
Nos sectores muçulmanos mais abertos ao Mundo a “lei da blasfémia” tem gerado muita controvérsia. Salman Taseer, em conjunto com organismos paquistaneses e internacionais, manifestou-se publicamente contra a actual legislação em vigor no Paquistão. link
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O assassinato perpetrado em Islamabad não foi mais um crime num terreno de instabilidade e violência política do Paquistão.
Salman Taseer morreu por ter ousado lutar, no seu País, contra a bárbara lei da blasfémia. Mais um crime a engrossar a galeria de “horrores” das religiões…
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Mais do que decretar 3 dias de luto nacional, melhor seria o Governo paquitanês revogar a iníqua lei que aí vigora.
5 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

O clero católico e o sexo

A onda de relaxação que atinge o clero católico, um pouco por todo o lado,  não pode deixar de suscitar perplexidade em Portugal onde a irrepreensível conduta e acendrado amor à castidade têm sido apanágio dos seus bispos, padres e freiras.

Basta lembrar o comportamento impoluto de bispos eméritos: Sr. D. João Alves, bispo Coimbra, Sr. D. Teodoro de Faria, bispo do Funchal, e do Sr. D. Ximenes Belo, a quem o Vaticano nunca concedeu a titularidade de uma diocese, para citar alguns exemplos dos mais virtuosos e empenhados na defesa da castidade, como é público e reconhecido.

No entanto quem tenha lido “La vida sexual del clero”, de Pepe Rodriguez, estranhará tanta virtude do clero português face ao que se passou em Espanha, só com clérigos cujas sentenças judiciais transitaram em julgado, estranheza agravada pelos atropelos ao sexto mandamento a nível mundial.

Doloroso foi o caso relatado em 2001 de padres que violaram sistematicamente freiras com medo da SIDA. Mais dramático foi ainda a resignação a que foi obrigado o velho cardeal de Viena Hans Herman Groer pela propensão pedófila ou do polaco Monsenhor Juliusz Paetz, arcebispo de Poznan, de 67 anos, antigo colaborador de João Paulo II, que lhe aceitou a demissão por abusar de padres e seminaristas ou vice-versa.

No ano de 964 o Papa João XII foi morto com uma marretada na cabeça por um marido que não tolerou encontrá-lo na cama com a sua mulher. A um antigo e prestigiado cardeal de Paris Jean Danielou foi Deus servido de chamá-lo à sua divina presença em 20 de Maio do Ano da Graça de 1974 quando se encontrava nos braços da espectacular bailarina de strip-tease de 24 anos, Mimi Santoni.

As alcovas do Vaticano deram origem a milhares de páginas de sórdidas condutas onde o nome de Alexandre VI tem lugar destacado. Contudo o que é verdadeiramente novo é a aplicação do Código Penal americano que responsabiliza as dioceses pelos procedimentos impróprios dos seus padres. Assim, independentemente das tentativas de encobrimento que revelaram baixeza ética e cumplicidade, o que ficou em causa foi a falência das dioceses que se viram impedidas de prosseguir a sua missão espiritual por falta de verbas. A generosidade dos crentes passou a ser inferior ao rigor dos tribunais.

Estes escândalos não põem em causa a religião apesar de alguma prudência que as sotainas aconselhem aos pais. O clero católico não terá um cio mais escaldante que os profanos ou uma diversidade de hábitos sexuais superior mas a condenação ao celibato há-de criar-lhes mais inibições e recalcamentos.

Por isso surpreende a virtude do clero autóctone. Talvez a consagração de Portugal ao Imaculado Coração de Maria, repetida quando o Papa entende aproximar-se o fim do prazo de validade, tenha sido a vacina que poupe à luxúria o vasto clero que cuida das almas lusas.

4 de Janeiro, 2011 João Vasco Gama

Mudar de opinião

Uma pessoa de mente aberta deve condicionar a sua opinião às evidências e aos factos.

Quando acreditamos que um facto é verdadeiro sabemos que essa crença poderia ser alterada perante evidências em contrário.

Este princípio deve aplicar-se a tudo, e eu aplico-o também à minha crença de que Deus não existe. Existem várias coisas que, a acontecerem, fariam mudar a minha opinião a respeito da existência de Deus. Mesmo do Deus cristão.

Jesus podia aparecer, como teria aparecido aos discípulos, mostrar as chagas e tudo o mais. Ou poderia aparecer na ONU e fazer milagres que seriam escrutinados por todo o mundo. A oração poderia ser capaz de fazer crescer braços e pernas naqueles que as perderam, ou pelo menos nos mais devotos entre eles. Ou numa mesma noite toda a gente, em todo o mundo, poderia ser visitada por um anjo que esclarecesse qual a forma mais correcta de interpretar a Bíblia, evitando assim tantos equívocos entre aqueles que querem seguir o caminho de Jesus. Enfim, as possibilidades são imensas.

E um cristão? E outro crente religioso não cristão? Que factos ou acontecimentos o fariam concluir que afinal Deus não existe?
Se não existirem nenhuns, então a pessoa não tem a mente aberta em relação a esta crença.