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Categoria: Religiões

17 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

O negócio dos milagres

Beatificação alegra Igreja e fiéis católicos

“Todos os que o conheceram, todos os que tinham por ele estima e admiração, não podem deixar de se regozijar com a Igreja por este momento.” Falando ontem da sua janela virada para a Praça de São Pedro, no Vaticano, na bênção de domingo, Bento XVI não quis perder a oportunidade para demonstrar a alegria da Igreja pela beatificação de João Paulo II, a 1 de Maio.

14 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

Missa gay

Missa de apoio a Renato Seabra em Cantanhede

Realizou-se ao final da tarde de ontem, quinta-feira, uma missa de apoio ao jovem suspeito do homicídio do cronista social Carlos Castro.

De acordo com a TVI, “muita gente” compareceu nesta iniciativa convocada através de uma página do Facebook. Familiares, amigos, conhecidos ou população em geral compareceram na missa, que se realizou na igreja de Cantanhede.

Comentário: Aos que possam pensar que a missa foi pela vítima, o Diário Ateísta esclarece que os paroquianos rezaram pelo algoz.

14 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

Em busca de Deus

“Acto sexual aproxima o casal de Deus”

Um sacerdote polaco cujo trabalho diário é ajudar os casais cristãos a resolver os seus problemas conjugais escreveu um polémico livro em que tenta provar que a religião católica não é prejudicial para a harmonia sexual do matrimónio.

12 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

O Papa, a blasfémia e a laicidade

Bento XVI condenou as perseguições e crimes sectários cometidos contra os cristãos no Egipto e no Iraque e «a lei contra a blasfémia» do Paquistão. Quem aceita tal desvario? Só a demência sectária de uma crença pode levar à chacina de quem reza outras orações ou tem sobre a carne de porco e o álcool uma visão diferente.

O ódio religioso, destilado pelos livros ditos sagrados, é uma sobrevivência das tribos que inventaram deus como explicação por defeito para tudo o que ignoravam, para dar coesão social, combater os medos e sonhar uma vida para além da morte.

É surpreendente que as guerras religiosas que se agravam em África, entre muçulmanos e cristãos evangélicos mereçam tão pouca atenção da comunicação social europeia, que as limpezas étnicas e religiosas que ocorrem em várias partes do globo mereçam menos atenção do que qualquer acidente aéreo.

O Papa tem razão quando lamenta os ataques aos cristãos e pede o fim da “lei contra a blasfémia”, violência gratuita a primeira e anacronismo medieval a segunda. Blasfémia é qualquer discordância em relação à crença oficial ou inexistência de crença. No fundo, qualquer pessoa é ateia com os deuses dos outros. Mesmo em política, onde as ditaduras imitam as religiões, não se perdoam convicções heterodoxas.

O próprio Bento XVI ignora o «crime» quando se mantém nos códigos penais de países ditos católicos, como se as convicções particulares servissem para adjectivar países, mas a jurisprudência dos países democráticos privilegia o direito à liberdade de expressão face ao «crime» de blasfémia, ao contrário do que se passa nas teocracias.

Há muito que a laicidade se tornou a vacina capaz de conter o proselitismo e evitar lutas religiosas. O direito à crença, descrença ou anti-crença não se discute e a garantia reside na neutralidade do Estado. Só o Estado laico pode evitar a alienação de quem, para além  do direito à sua crença, quer impedir aos outros uma crença diferente ou a ausência dela.

Curiosamente, o Papa que reivindica a laicidade onde os cristãos estão em minoria, é o mesmo que se opõe à educação laica na América Latina. É, aliás, normal que os bispos católicos defendam o Estado laico quando são minoritários e uma Concordata quando se julgam maioritários, com o argumento de que não se deve aplicar a igualdade ao que é diferente.

Não podemos esquecer que a liberdade religiosa só foi reconhecida pela Igreja católica no Concílio Vaticano II, há cerca de 50 anos, e não parece que o actual pontífice recorde com entusiasmo o sínodo em que participou.

Por sua vez, o mais implacável dos monoteísmos – o Islão –, recusa qualquer crença que não seja o plágio grosseiro do cristianismo, sem o tempero da cultura grega e do direito romano.

Só a laicidade pode evitar o regresso das guerras religiosas, a submissão às sotainas e o retrocesso civilizacional.

10 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

O Papa e a benevolência com que encara a religião

Bento 16 diz que a religião não é um problema nem factor de conflito para a sociedade. A afirmação, feita no tradicional discurso anual ao Corpo Diplomático, esta manhã, no Vaticano, referia-se ao «Ocidente».

De facto, na Europa, com excepção do Vaticano, os Estados respeitam a liberdade de culto. Só pecam pela falta de atenção à pregação do ódio e da xenofobia e na leviandade com que abdicam de fiscalizar as madraças, conventos e outros lugares pios onde, nem sempre, a liberdade individual e os bons costumes são prezados.

Dizer que a religião não é um problema, é ignorar as manifestações hostis ao Governo de Espanha, com os bispos a agitarem as mitras e a brandirem os báculos na via pública, sempre que as leis da família tomaram um rumo de maior modernidade; é passar uma esponja pela independência da Croácia e da Eslovénia que provocaram uma tragédia na ex-Jugoslávia; é esquecer os crimes da Sérvia e do Kosovo a cujo separatismo a religião e a falta de visão política deram origem, com o sectarismo religioso a ser o detonador do ódio mútuo e da crueldade recíproca.

Nos países islâmicos, os constantes atropelos à liberdade e à vida assumem contornos fascistas para com os direitos e liberdades que tinham obrigação de respeitar e que, pelo contrário, desprezam.

Na Palestina a repressão sionista é uma obstinação da demência sionista e a sharia faz parte da alienação do Hamas.

A luta cruel que se desenrola em África entre o islamismo e o protestantismo evangélico é o mais forte desmentido das palavras do Papa que repudia justamente os assassinatos de pessoas no Egipto e no Iraque pelo simples facto de serem cristãos.

O Sudão, que hoje vota a separação do Sul, é um exemplo trágico dos conflitos étnicos e religiosos, tantas vezes associados na origem de tragédias.

O discurso do Papa não passa de uma peça de propaganda.