Loading

Categoria: Religiões

26 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

Respeitar a fé_1

A maior alfabetização, os avanços da ciência e da técnica, a progressiva secularização da sociedades e a conquista gradual de direitos e liberdades, vieram pôr em xeque as armas principais da evangelização religiosa – a prisão, a tortura, as perseguições e os autos de fé. Sobram o medo do inferno, o embuste dos milagres, a coacção psicológica e a protecção concordatária ou a promiscuidade com o poder, à ICAR, aos evangélicos e aos cristãos ortodoxos. E, claro, o poder totalitário e as práticas execráveis determinadas pelo Corão, aos muçulmanos.

Quando a violência religiosa está contida, surgem apelos ao respeito pela fé, como se nas sociedades democráticas e liberais alguém estivesse limitado na prática da oração, na frequência da Igreja, na degustação eucarística, nas passeatas piedosas a que chamam procissões ou nas novenas a pedir a interferência divina na pluviosidade. Acontece que, enquanto os governos laicos se distraem ou são cúmplices, nascem nichos com virgens nas esquinas, crescem capelas no alto dos montes, pululam crucifixos nos edifícios públicos e nos largos urbanos, crismam-se com nomes de santos os hospitais públicos e as ruas das cidades e cria-se um ambiente beato e clerical.

Ao apelar ao respeito pela fé não se pretende, apenas, a liberdade de culto, exige-se que não se desmascarem os milagres, não se critiquem os Evangelhos, não se ponha em dúvida a existência de Deus ou da virgindade de Maria. Em nome do respeito pela fé, dificulta-se a divulgação da ciência e facilita-se a propaganda religiosa. A fé é o álibi da impunidade com que as Igrejas pregam a mentira, manipulam consciências, aterrorizam os crentes e fazem esportular o óbolo.

O respeito pela fé é a defesa intransigente do direito ao culto, não o silêncio perante a mentira, a conivência com a fraude, a apatia perante o proselitismo. Respeitar a fé é despenalizar a superstição, descriminalizar as auto-flagelações, absolver as idas à bruxa ou ao confessionário, enfim, permitir o retorno à Idade Média a quem o faça de livre vontade, vigiando os métodos e exigindo o respeito pelos direitos humanos contidos na Declaração Universal dos Direitos do Homem, que o Papa considera de inspiração ateia.

Claro que a liberdade não é de criação divina. Nem a democracia um sonho eclesiástico.

25 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

Mente perversa

Padre diz que a violação da fé é dez mil vezes pior que estupro de uma filha

O padre argentino Jorge Gómez disse a uma emissora de rádio na terça-feira (18) que a “violação da fé é dez mil vezes pior que o estupro de uma filha”.

O padre Pato, como é conhecido, fez a declaração para explicar por que interrompeu a peça cómica “Educação Sexual Moderna” no momento em que um sacerdote se mostrava atormentado com o celibato. Tratava-se apenas de um trecho do espectáculo.

25 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

É justo subsidiar escolas confessionais ?

Lisboa, 25 Jan (Ecclesia) – O presidente da Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC), padre Querubim Silva, desafiou o Ministério da Educação (ME) a “investigar” os estabelecimentos com contratos de associação para verificar se existem lucros elevados.

O sacerdote reagia às declarações da ministra Isabel Alçada que, ao início da tarde, disse em conferência de imprensa que o ME “pagou a alguns dos colégios bastante mais do que seria justo, permitindo que alguns obtivessem elevadas margens de lucro”.

24 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

Tanta parra e tão pouca uva…

Lisboa, 22 Jan (Ecclesia) – A paróquia do Espírito Santo (Igreja Lusitana), em Setúbal, vai acolher no Domingo, 23 de Janeiro, uma celebração ecuménica, reunindo fiéis de várias confissões cristãs.

Na cerimónia vão marcar presença “clérigos e leigos da Igreja Católica, da Igreja Lusitana, da Igreja Católica Oriental da Ucrânia e das Igrejas Ortodoxas da Rússia e da Roménia”, anuncia o site oficial da Diocese de Setúbal.

Comentário: Segundo o DN, de hoje, pág. 30 (site indisponível) participaram cerca de 50 fiéis.

20 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

Caso psiquiátrico ou de polícia ?

Curada por João Paulo II, freira diz que fala com ele

Religiosa conta como foi a manhã em que acordou sem Mal de Parkinson. Segundo a Igreja, foi um milagre do Papa.

A freira francesa que, para um conselho de especialistas consultados pela Igreja Católica, foi curada pelo Papa João Paulo II, deu detalhes ontem sobre como o sumo-pontífice a teria libertado do Mal de Parkinson. Marie Simon-Pierre, 49 anos, também contou que ainda “fala de vez em quando” com o Papa polonês, morto em 2005.

19 de Janeiro, 2011 Eduardo Patriota

Prefeito evangélico no RJ acusado de impedir auxílio a vítimas católicas

As religiões continuam dando claras evidências de que vieram aqui para unir a humanidade, já que somos todos “filhos do criador”.

No Sudão, a população da capital Juba votou com 97,5% a favor da separação do Sul do Sudão. As autoridades de 10 estados do Sul do Sudão apuram os resultados dos diferentes condados locais para este referendo que levará à divisão do Sudão, o maior país da África, dividido entre o Norte, muçulmano e em grande parte árabe, e o Sul, afro-cristão.

Enquanto isso, no Rio de Janeiro em meio às tragédias, uma denúncia grave. Eu sei, é denúncia. Mas em se tratando de querela entre religiosos eu não ouso duvidar da veracidade. A prefeitura de Teresópolis está sendo acusada de impedir a distribuição de donativos por parte da Igreja Católica. Segundo o padre Paulo Botas, integrantes da comunidade católica que foram até o estádio Pedrão ouviram de funcionários municipais que “nenhuma igreja católica de Teresópolis iria receber doações”.

Falaram isso sem o menor constrangimento. O prefeito (Jorge Mário Sedlacek) é evangélico e não quer que a ajuda vá para os católicos. As pessoas se cadastraram, mas foram discriminadas. Nessa situação tão grave, não tem confissão religiosa, não pode ter essa competição ideológica. Isso é um pecado mortal, ainda mais vindo de pessoas cristãs“, disse o padre, da igreja do Sagrado Coração de Jesus de Barra do Imbuí, área bastante afetada pelas chuvas.

Sem querer entrar em detalhes sobre a religião do prefeito, o padre Mario José Coutinho, decano da Diocese de Petrópolis, disse que a situação é de boicote à Igreja Católica. “É surreal, uma ofensa, uma vergonha, uma agressão à humanidade. Transformaram uma questão humanitária em religiosa“, criticou.

Vale lembrar que a comunidade evangélica está usando a tragédia para fazer propaganda de seu esforço na ajuda às vítimas. Realmente, estão fazendo um trabalho louvável. Mas isso não justifica impedir os outros de também ajudar. Isso aqui não é uma competição, é um desastre humanitário.

19 de Janeiro, 2011 Ricardo Alves

Mini-saia desculpa violação, diz sacerdote ortodoxo

Um ilustre membro da igreja cristã ortodoxa russa saiu-se com esta: «Se uma mulher usa minissaia, isso é provocante (…) Se ao mesmo tempo estiver bêbada, isso ainda é mais provocante. E se procura contacto com outras pessoas, não deve ficar surpreendida se esse contacto acabar em violação».

Lembra-me qualquer coisa que um clérigo islâmico disse sobre «carne destapada», a propósito do véu.

Enfim, a fobia ao corpo da mulher parece ser comum às religiões abraâmicas. Há ali qualquer coisa que lhes foge ao controlo…

18 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

As ideologias e os crimes

As boas ou más acções costumam ser apanágio de pessoas boas ou más, mas as acções más praticadas por pessoas boas exigem a abdicação da racionalidade que a demência ou o fanatismo da crença provocam.

Os crentes das diversas religiões envergonham-se da história das crenças que professam e costumam acusar os ateus das mesmas malfeitorias que a piedade inspirou.

Na Grécia Antiga apelidavam-se ateus os que acreditavam em deuses de outras cidades porque, no fundo, todos somos ateus com os deuses alheios. Os ateus só descrêem de mais um deus do que os mais fanáticos monoteístas.

Seria estultícia negar os crimes execráveis de ateus que detiveram o poder, de Estaline a Mao, de Pol Pot a Enver Hoxha, mas não consta que os milhões de mortos e deportados fossem vítimas da crença na virgindade de Maria, na infalibilidade do Papa ou nas conversas de Maomé com o arcanjo Gabriel. Mas os judeus, cristãos e muçulmanos têm o habito de se matarem por questões de fé. Às vezes por meras divergências teológicas.

Não se podem considerar crimes católicos as centenas de milhares de assassinatos do devoto Francisco Franco, apesar do apoio entusiástico do clero católico e de o Papa de turno ter abençoado a matança com a equiparação a cruzada. Nem Mussolini, Pinochet, Videla ou Salazar podem ser vistos como assassinos católicos apesar da paternal estima que os pontífices de Roma lhes prodigalizaram.

Só o padre Tiso,  ditador eslovaco, se pode considerar um assassino católico porque matava cristãos, por serem ortodoxos, e judeus por ser hábito. Também não lhe faltou o apoio unânime do episcopado e do Papa e o epíteto de enviado da Providência, antes de ter caído em desgraça.

Os ateus criminosos não quiseram converter ninguém ao ateísmo, excepto o demente Enver Hoxha que presidiu a um Estado oficialmente ateu, uma perversão semelhante a uma teocracia.

Crimes religiosos são os que se praticam por causa de uma crença, com o desejo de que ninguém tenha dúvidas sobre qual é o deus verdadeiro – o dos carrascos.

As cruzadas, a evangelização dos índios, a Inquisição, a Jihad, os  pogroms, os suicídios bombistas assassinos, o terrorismo contra infiéis, esses sim, são crimes religiosos pois são praticados em nome de um deus contra os crentes de um deus diferente. Confundir os sistemas totalitários com o ateísmo é o mesmo que confundir Urbano II, Estaline, Pio IX, Mao, talibãs e cruzados com democratas e humanistas.

O Opus Dei e a Al-qaeda são instrumentos do proselitismo. Não há equivalente ateu.

18 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

Querem esquecer o passado

O Presidente do Conselho Pontifício para os Migrantes e Itinerantes, D. Antonio Maria Vegliò, admitiu dificuldades no diálogo entre comunidades de diferentes culturas e religiões na Europa, «sobretudo com o mundo islâmico».

Intervindo no XI encontro de agentes sócio-pastorais das migrações, em Fátima, D. António Vegliò disse que conteúdos diferentes atribuídos pelo mundo islâmico e pela cultura europeia aos mesmos conceitos podem estar na origens dessa dificuldade.