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Categoria: Religiões

30 de Março, 2011 Carlos Esperança

Religião: O chicote e a cenoura

O Inferno e o Paraíso são a ameaça e a promessa, o horror e as delícias com que os impostores da fé assustam e entusiasmam. Um é o chicote e o outro a cenoura. Com ambos engodam os padres os timoratos e os cobiçosos.

Os milhões de parasitas que as religiões alimentam não precisam de crer nas patranhas que impingem, basta que os incautos acreditem e o poder do Estado proteja o negócio.

A aliança entre a religião e o Estado facilita o charlatanismo religioso, corrói o tecido moral de um país e aduba a superstição e a ignorância com o vírus da fé.

Perseguir a religião, qualquer religião ou corrente filosófica, é um acto de tirania, mas favorecer os trampolineiros da fé, alcoviteiros do dogma e propagandistas dos milagres, é uma cobardia de oportunistas à espera de favores da Igreja.

Deixemos que os beatos se empanturrem em hóstias, se demolhem em água benta e se defumem em incenso. Não lhes causam azia as hóstias nem a água benta lhes desarranja os intestinos. Só o incenso é curto para cobrir os odores que o banho diário eliminaria.

O ateísmo é uma vacina contra a idolatria, a trapaça e o fanatismo.

29 de Março, 2011 Carlos Esperança

Deus, os crentes e o DA

Deus não é boa rês, criado como foi por homens da Idade do Bronze, à imagem e semelhança das tribos onde o carácter patriarcal dominava. Homens desses não podiam deixar de imaginar um ser cruel, vingativo, misógino, homofóbico e xenófobo. Esse deus inventado há 6015 anos, o deus abraâmico, ainda hoje é um detonador do ódio e da violência.

Esta é a ideia que eu tenho, como ateu, de um mito que era obrigatório nas escolas e igrejas da minha infância. É desse déspota que falo sem que ele se queixe ou se intrometa na minha vida. Lamentavelmente os que a creditam nele não admitem que haja quem pense de forma diferente.

Pelo mesmo motivo que eu seria incapaz de ir a um blogue religioso insultar os crentes, penso que tenho o direito de exigir que os crentes não venham ao Diário Ateísta injuriar os que não têm medo do Inferno e nem da ira divina.

O Diário Ateísta continuará aberto a todos e, no que me diz respeito, até me podem insultar que, nem por isso, os excluo do direito de comentarem. Já não prometo que, à semelhança da Igreja católica, venham para aqui acender fogueiras contra os hereges e os deixe à solta. Só aqui entra quem quer.

Os ateus têm o direito às suas convicções sem terem a obrigação de suportar insultos. Se os crentes se sentem insultados com o desprezo que as religiões nos merecem, podem sempre trocar este local pela sacristia e a prosa ateia por litros de água benta.

28 de Março, 2011 Carlos Esperança

Sua Santidade recebe Sua Beatitude

O Papa Bento XVI recebeu em audiência nesta segunda-feira, 28 de março, Sua Beatitude Crisóstomo II, Arcebispo de Nea Giustiniana e de todo Chipre, primaz da Igreja Ortodoxa de Chipre. Sua Beatitude Crisóstomo II já visitara o Santo Padre e a Igreja de Roma entre os dias 12 e19 junho de 2007.

Bento XVI e o Arcebispo Crisóstomo II, se encontraram novamente em várias ocasiões durante a viagem apostólica do Santo Padre a Chipre de 4 a 6 junho de 2010. Durante a sua permanência em Roma, Sua Beatitude também se reunirá com o Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone.

Nota: Os empresários da fé inventam cada título !!!

28 de Março, 2011 Carlos Esperança

Uma ex-freira denuncia o tráfico de crianças

Mercedes Sánchez acusa a ex-directora da casa de Tenerife de adopções ilegais – Revela como operava a rede e como se maltratavam os menores

NATALIA JUNQUERA / JESÚS DUVA – Madrid – 27/03/2011
EL PAÍS segue com a série sobre este tráfico de crianças e oferece o relato das vítimas e de quem participou nos negócios. Consulta o especial: Vidas robadas. | Participa en Eskup. ¿ Crês que és uma criança roubada ou conheces algum caso? Envia-nos um correio electrónico.
Trabalhou na creche de Tenerife -denunciada por roubo de meninos – desde 16 de Junho de 1963 até 5 de Setembro de 1967. Menos de quatro meses depois, deixou de ser freira. Hoje, aos 73 anos, Mercedes Sánchez García confessa porquê.
27 de Março, 2011 Carlos Esperança

Sermões impossíveis – O Censos censor

Por

Fernanda Câncio *

Escrevo este texto no dia em que preenchi o questionário do Censos. Confesso que o achei estapafúrdio em alguns aspectos – por exemplo, perguntar às pessoas se alguém que não faz parte do agregado passou a meia noite do dia 21 de Março naquela morada e, caso afirmativo, qual o seu nome (como é natural e talvez até desejável, muita gente não responderá com verdade a tal questão); se têm garagem mas não se têm carro, e quantos por agregado; sobre a existência de uniões de facto de sexo diferente e do mesmo mas, no caso do casamento, ignorando a alteração existente desde Maio de 2010; solicitar a quem trabalha com falsos recibos verdes — que foi contratado para trabalho dependente mas é tratado pelo empregador, para efeitos fiscais e de segurança social, como independente — que se assuma como trabalhador dependente.

Mas a questão que mais escândalo me suscitou – até por não ter dado conta de qualquer reacção institucional que se lhe referisse — é a última do questionário individual, facultativa (por imperativo constitucional) e sobre religião. Nada tenho contra a pergunta sobre crenças, mas tenho tudo contra a forma como é formulada. E o tudo começa no título: “Indique qual é a sua religião”. Pressupõe-se assim que todos temos religião – incluindo os que a não têm, já que entre as respostas possíveis, se encontra, em último lugar (!), “Sem religião”. Era muito fácil evitar esta estultícia: bastava que o título do bloco fosse “situação face à religião”, ou mesmo só “religião”. Mas a forma como o bloco está elaborado é mais que estulta: é capciosa e completamente contraditória com a natureza laica do Estado português. Não só por pressupor a existência de uma afectação religiosa como norma – independentemente de poder ser essa a verdade estatística o Estado não pode impor esse princípio – mas pelo elenco das oito hipóteses possíveis, a saber, “Católica”; “Ortodoxa”; “Protestante”; “Outra Cristã”; “Judaica”; “Muçulmana”; “Outra não cristã”; “Sem religião”. Não é preciso ser uma águia para apreender a total arbitrariedade quer da enumeração quer da ordem (que, como se sabe, nunca é despicienda – basta lembrar que no caso dos boletins de voto é sujeita a sorteio, et pour cause – e que não é a alfabética, a única aceitável, nem sequer a da representatividade numérica, já que coloca os protestantes depois dos ortodoxos e os  muçulmanos depois dos judeus).

Numa matéria tão reconhecidamente sensível como esta – daí, desde logo, o carácter facultativo da pergunta – exigir-se-ia que não subsistisse a menor suspeita de discriminação; que quer os termos da pergunta quer as respostas possíveis respeitassem a ideia da igualdade constitucional entre a crença e a não crença e entre os variados credos. Nada disso, porém. Ao ponto de podermos – devermos – questionar qual o objectivo desta questão. É que se fosse perceber quantos residentes em território nacional se afirmam religiosos e quantos não, nunca podia partir do pressuposto de que todos o são; se a ideia é saber quantas crenças existem no território e qual a sua natureza, jamais se efectuaria uma lista que assume a existência de uma religião “ortodoxa” (existem várias seitas cristãs ortodoxas), deixa de fora hindus e budistas (por exemplo) mas inclui os judeus, escassas centenas, não tem a opção evangélicos (que de um modo geral não se assumem como protestantes — por exemplo, no Censos de 2001, cujo questionário era nesta matéria igual, as respostas identificaram cerca de 47 mil cidadãos protestantes e quase o triplo como “outra cristã”, o que é esclarecedor) e – mais grave de tudo – não permite a possibilidade de as pessoas se inscreverem simplesmente como “cristãs”. Ao impedir essa inscrição, o que o Instituto Nacional de Estatística está a fazer é a distorcer, consciente ou inconscientemente – e a este nível não pode haver distorção inconsciente – a representatividade da religião católica no País, já que muitos dos que se assumiriam simplesmente como “cristãos” (numa definição sobretudo cultural) vão assinalar-se como “católicos”. Tal como está elaborada, a questão sobre religião censura – porque manipula e rasura — a realidade. Não deve ser preciso dizer que isso é inaceitável e deveria merecer, de volta, a censura de todos. E levar-nos a exigir uma explicação sobre os critérios utilizados e as entidades consultadas para a elaboração da pergunta, sendo certo que a Comissão da Liberdade Religiosa não o foi.

* Artigo hoje publicado em Notícias Magazine. (Reproduzido com autorização da insigne jornalista).

25 de Março, 2011 Carlos Esperança

A Reforma é possível no Islão ?

Liberalismo muçulmano contra islamismo militante

A Dinamarca sabia estar na vanguarda da questão do choque das civilizações, desde que, no final de 2005, um jornal popular publicou caricaturas do Profeta Maomé. Após uma polémica interna, esta nação liberal foi surpreendida por uma onda de contestação que varreu o mundo islâmico, levando à destruição de consulados e boicotes a empresas.

24 de Março, 2011 Carlos Esperança

Cada vez mais alunos se libertam das aulas de religião

O ensino do catolicismo nas escolas e institutos espanhóis preocupa os bispos. Também os enfrenta o Governo todos os anos. As estatísticas não são propícias à hierarquia, ainda que as percentagens continuem altas. Nos últimos cinco anos lectivos, a assistência de alunos a essas aulas caiu 8,30 pontos (de 79,30% no curso 2005-2006, para 71% este ano). De oferta obrigatória para os centros de ensino, mas voluntárias para os alunos, as aulas de religião e moral católica ministram-nas professores pagos pelo Estado, mas escolhidos pelos prelados para cada curso escolar.

A Conferência Episcopal Espanhola (CEE) publicou ontem a informação anual sobre os alunos que recebem “formação religiosa e moral católica” este ano. São 3.172.537 alunos, no total de 4.470.191 em toda a Espanha e em todos os níveis educativos, o que representa 71%.

Continue a ler o artigo do El País…

23 de Março, 2011 Ricardo Alves

Só pode ser humor

Dois teólogos acusam os políticos de «baralhar as pessoas» e pedem-lhes que «não mintam». Mas a profissão de teólogo não exige precisamente esses dois requisitos?

23 de Março, 2011 Carlos Esperança

Os países islâmicos despertam

De Marrocos ao Bahrein, do Egipto ao Irão, em todo o mundo árabe e não árabe, subjugado pelo Islão, surgiram exuberantes manifestações democráticas que apanharam de surpresa os Governos locais, as mesquitas, as madraças e os países ocidentais.

As informações que nos chegam mostram uma genuína sede de liberdade em países onde a cultura e a informação entraram através da Internet e das universidades, criando condições para desafiarem regimes obsoletos e uma religião implacavelmente desumana.

Da forma como se esmagam as aspirações populares pudemos dar-nos conta através da intervenção das forças armadas sauditas que afogaram em sangue a entusiástica mobilização popular do Bahrein.

Na Líbia o esmagamento dos manifestantes só não foi total porque uma descoordenada aliança dos EUA, NATO e Europa avançou para uma aventura humanitária que parece não ter previsto até onde podia ir e quando devia terminar. Mais uma vez, a Europa mostrou ser um anão, abrigado sob o guarda-chuva dos EUA e sem uma política externa comum e coerente.

Enquanto o petróleo ameaça atingir preços incomportáveis, agravados pela tragédia japonesa, a ebulição dos países islâmicos não parece encaminhar-se para a criação de estados laicos e democráticos mas para mudar de protagonistas com novas ditaduras sob o olhar atento dos sequazes de Maomé.

As eleições do Egipto, um barómetro dos países islâmicos, parecem encaminhar o país para a reincidência num Estado confessional menos indulgente com as minorias religiosas e o toucinho.

Quando esperávamos afloramentos iluministas, não está garantido o ponto de não regresso às cinco orações diárias obrigatórias e à não discriminação das mulheres. Os arcaísmos teocratas podem barrar o caminho à democracia. A posse das mulheres e o horror à laicidade podem levar as aspirações de liberdade a sucumbir perante banhos de sangue e a frustração de mais uma geração. Os países islâmicos despertaram para a liberdade mas podem regressar ao cemitério da opressão.

22 de Março, 2011 Eduardo Patriota

Religião pode ser extinta em 9 países ricos

Uma pesquisa baseada em dados do censo e projeções de nove países ricos constatou que a religião poderá ser extinta nessas nações. Analisando censos colhidos desde o século 19, o estudo identificou uma tendência de aumento no número de pessoas que afirma não ter religião na Austrália, Áustria, Canadá, República Checa, Finlândia, Irlanda, Holanda, Nova Zelândia e Suíça.

Não vou dizer que eu gostaria de ver todo o pensamento religioso extinto (e nem é ele que está em colapso). Acho isso um tanto dramático demais.  Mas, certamente, a religião organizada perder força pode ser algo positivo. Seria o declínio, quem sabe, de posições fundamentalistas de grupos que são facilmente manipulados pelo clero.

‘Em muitas democracias seculares modernas, há uma crescente tendência de pessoas que se identificam como não tendo uma religião; na Holanda, o índice foi de 40%, e o mais elevado foi o registrado na República Checa, que chegou a 60%’‘, afirmou Richard Wiener, da Research Corporation for Science Advancement, do departamento de física da Universidade do Arizona.

O estudo projetou que na Holanda, por exemplo, até 2050, 70% dos holandeses não estarão seguindo religião alguma.