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Categoria: Religiões

3 de Agosto, 2011 Carlos Esperança

O Islão envenena a Turquia

Há muito que desconfio do comportamento beato do primeiro-ministro turco Recep T. Erdogan que a Europa e os EUA apelidam de islamita moderado.

Tenho dificuldade em compreender o que é um crente moderado de qualquer religião, em saber se é aquele que acredita em deus três dias por semana e descrê nos restantes, se é o que reduz as orações a metade das recomendadas ou se há quem, sendo crente, respeite e defenda os que acreditam numa religião diferente e os que duvidam de todas.

No caso de Erdogan duvido que a moderação o leve a aligeirar o jejum sem se abster de comer, beber ou ter relações sexuais do nascer ao pôr do Sol durante todo o Ramadão. Quem tenha lido o Antigo Testamento é obrigado a desconfiar de quem leva a sério a alegada vontade de deus: a violência, o racismo, a xenofobia, a crueldade e o espírito misógino. E o Corão é o mais implacável manual de violência e desumanidade das religiões do livro.

A Turquia tem vivido entre a vigilância da defesa da laicidade pelas Forças Armadas e o poder judicial e a tentativa de destruição da sociedade laica pelo partido confessional de Erdogan. Não há governo democrático sob a tutela militar e judicial mas o seu acesso ao poder pela via democrática não garante o respeito pelos direitos, liberdades e garantias que os Estados modernos  consagram.

A detenção de mais de 170 oficiais no activo e de 77 na reserva reforça o poder de Erdogan, eleito democraticamente, mas não garante a laicidade que tem vigorado na Turquia. Um dos mais poderosos exércitos da NATO pode transformar-se na guarda pretoriana do islamismo com a força das armas a abandonar Washington e a virar-se para Meca.

29 de Julho, 2011 Eduardo Patriota

55% dos brasileiros são contra união civil gay

 

Não… religiosos não querem que as pessoas se amem. Eles se sentem ofendidos. Amar, para eles, é pecado.

Brasileiros que se declaram protestantes ou evangélicos são o setor mais resistente na sociedade à união de casais do mesmo sexo, aponta pesquisa inédita divulgada nesta quinta-feira (28) pelo Ibope Inteligência. O segmento apresentou o maior percentual de pessoas contrárias à união –77% contra 23% de favoráveis –, que, em junho, foi aprovada pelos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

A pesquisa nacional, realizada entre os dias 14 e 18 de julho, apontou que 55% dos brasileiros são contrários ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

A pesquisa ainda mostra a incoerência de (autodeclarados) ateus da pesquisa. Como se não soubessem que o preconceito aos homossexuais tem raízes quase que exclusivamente religiosas, 50% dos que se declararam ateus disseram ser contra a união homoafetiva.

E, por fim, a pesquisa mostra a contradição e incoerência de quase todos os entrevistados. Ela revela que a rejeição da população é sensivelmente menor em relação à possibilidade de um(a) amigo(a) se revelar homossexual. Para 73% dos brasileiros, por exemplo, essa hipótese não os afastaria de suas amizades. Outros 24% disseram que afastariam muito ou pouco e 2% não souberam responder.

Vai entender…

28 de Julho, 2011 Carlos Esperança

Um devoto assassino

Fotos enviadas por Stéphanos Barbosa

23 de Julho, 2011 Carlos Esperança

O perigo dos fundamentalismos

Por

E – Pá

Norvège : un “fondamentaliste chrétien” inculpé… (in Le Monde) link

O fundamentalismo religioso persegue a Humanidade desde tempos imemoriais. Os fundamentalistas são por norma ultra-conservadores e levam a pratica da sua crença ao limite. Amiudadas vezes usam a violência para imporem as crenças ou para combaterem “infiéis”. Existem, praticamente, em todas as religiões sendo visíveis “essas atitudes” entre os adeptos do cristianismo, judaísmo e islamismo.O fundamentalista – qualquer que seja a sua filiação – acredita cegamente em dogmas religiosos, rejeita o diálogo e cultiva – pelo menos em relação aos outros – a intolerância. O “outro” é o símbolo do mal e, na sua concepção paranóica, constitui uma ameaça que urge combater ou destruir.Nos tempos modernos, os fundamentalistas estão apostados em esvaziar a sociedade e o Mundo do seu conteúdo cultural, deturpam a História e vivem à volta de falsas convicções. A sua principal e transcendente “ocupação” (e preocupação) é conceber e alimentar um clima de ameaça e, oportunamente, passar a acção. São pesadelo para Humanidade nos termos que a concebemos na Era Contemporânea. Tornaram-se párias da sociedade e, por isso mesmo, perigosos. Odeiam a secularização dos povos e a laicidade dos Estados. Vivem obcecados que “os fundamentos” da(s) sua(s) religião(ões) sejam destruídos pela liberdade que a evolução do saber, do conhecimento e a aceitação da modernidade acabaram por inculcar e transformar o Homem num ser civilizado.

Terá sido esta cascata de incongruências e ódios que “fundamentou” a tragédia norueguesa de ontem.

22 de Julho, 2011 Carlos Esperança

De um manual de maus costumes

Citado num comentário do DA por Rui Gomes

 

Pode dizer-se que o Antigo Testamento é uma obra meramente literária, como dizem, envergonhados, alguns crentes. Mas não é o que pensa o Vaticano:

Duas citações do «Catecismo da Igreja Católica» elaborado pelo cardeal Ratzinger:

«§121 – O Antigo Testamento é uma parte indispensável das Sagradas Escrituras. Os seus livros são divinamente inspirados e conservam um valor permanente, pois a Antiga Aliança nunca foi revogada».
«§123 – Os cristãos veneram o Antigo Testamento como a verdadeira Palavra de Deus. A Igreja sempre rechaçou vigorosamente a ideia de rejeitar o Antigo Testamento sob o pretexto de que o Novo Testamento o teria feito caducar».

18 de Julho, 2011 Carlos Esperança

Factos e documentos

Em 24 de Fevereiro de 1971 a Irmã Lúcia, reclusa das Carmelitas Descalças em Coimbra) escrevia ao Presidente do Conselho, Dr. Marcelo Caetano, implorando medidas legislativas sobre as vestes femininas:

não seja permitido vestir igual aos homens, nem vestidos transparentes, nem curtos acima do joelho, nem decotes a baixo mais de três centímetros da clavícula. A transgressão dessas leis deve ser punida com multas, tanto para as nacionais como para as estrangeiras.

(In Arquivos Marcelo Caetano, citados em Os Espanhóis e Portugal de J.F. Antunes  Ed. Oficina do Livro)