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Categoria: Religiões

22 de Abril, 2012 Ricardo Alves

Para acabar de vez com a sondagem da católica

Verifica-se facilmente que os respondentes à sondagem da Universidade Católica sobre religião mentiram analisando os resultados para a região norte (ver gráfico na Ecclesia). A soma das percentagens de «católico militante» (12,2%) e «católico observante» (29,0%) dá 41,2%. Ou seja, dois em cada cinco respondentes disseram que vão à missa pelo menos uma vez por semana. Viseu faz parte da região norte, e não é de crer que tenha uma percentagem de «missalizantes» muito inferior à média dessa região. A própria ICAR contou, o ano passado, as cabeças presentes na missa. Eram 20% da população local. E não acredito que tenham subestimado o número. Logo, entre as duas pessoas em cada cinco que disseram ir à missa (sondagem) e haver uma em cada cinco que a diocese de Viseu disse lá estarem… metade dos que disseram ir à missa mentiram.
[Esquerda Republicana/Diário Ateísta]
22 de Abril, 2012 Fernandes

Crença e frustração

Há algumas peculiaridades comuns a todos os movimentos fanáticos de massas, sejam religiosos ou outros. Não digo que sejam idênticos, mas sim que comungam similitudes. Todos os movimentos religiosos por muito diferentes que sejam as suas doutrinas, despertam nos seus aderentes o mesmo tipo de mentalidade. Seja qual for a doutrina que advogam ou o programa que defendem, todos fomentam o fanatismo, entusiasmo, esperança fervorosa, ódio, intolerância, e o mais importante: – todos exigem uma fé cega e uma obediência unívoca.

Há uma uniformidade de actuação nos que manipulam as massas através da fé na busca do poder. Embora haja diferenças óbvias entre o Cristão, o Maumetano, o Comunista ou o Nazi, a verdade é que o fanatismo que os move pode ser encarado como um só. Ou seja, por mais díspares que se apresentem as causas sagradas pelas quais as pessoas estão dispostas a “dar a vida”, parece-me que o leitmotiv se mantém. O mesmo se verifica na motivação que os impele para a expansão e dominação global. Há diferenças no conteúdo das causas sagradas e das doutrinas, mas existe uniformidade nos factores que as tornam eficazes. Aquele que como Pascal, encontrou razões exactas para a eficácia da doutrina cristã também as encontrou para a eficácia da doutrina comunista, nazi e nacionalista.

O sentimento de frustração é um dos primeiros motivos que leva o crente a aderir a um qualquer movimento de massas, e geralmente adere de livre vontade. Parte-se do princípio que:

1º) A frustração, sem estímulos de proselitismo exteriores, pode suscitar a maioria das características peculiares do verdadeiro crente.

2º) A técnica de conversão-eficaz consiste essencialmente no inculcar e no fixar de propensões e reacções inerentes a uma mente frustrada.

 Para testar a validade destas premissas, basta aferir dos males que afligem os frustrados, como reagem a eles, o grau em que estas reacções correspondem às reacções do verdadeiro crente e, por fim, a maneira como estas reacções podem viabilizar a ascensão e disseminação de um movimento de massas.

É possível constatar, examinando as técnicas e práticas aperfeiçoadas das conversões bem-sucedidas dos movimentos contemporâneos, como estas corroboram a opinião de que, um movimento de massas proselitista fomenta deliberadamente nos seus aderentes um estado de espírito frustrado, e de que persegue automaticamente os seus interesses ao secundar as propensões dos frustrados. É necessário que a maioria de nós tenha a percepção quanto aos motivos e às reacções do verdadeiro crente. É compreensível que os que fracassam sintam propensão para culpar o mundo pelo seu fracasso. Mentalmente manietado e previamente manipulado, o crente está sempre em marcha, e mediante conversão e confronto vai moldando o mundo à realidade dos interesses dos seus manipuladores.

Os movimentos religiosos são fábricas de entusiasmo generalizado. Os crentes, atraídos pela promessa de riquezas incalculávies (geralmente espirituais, apenas) e de mudança súbita e espectacular nas suas condições de vida, aderem ao espírito que se anuncia de renovação, só que essa renovação, não passa de uma continuidade no conservadorismo inerente a toda e qualquer religião. O crente contraria a sensação de insegurança e frustração, fazendo da sua existência uma rotina fixa dos rituais religiosos, através dos quais os seus manipuladores lhe extorquem tudo o que conseguem a troco de uma promessa de recompensa só possível de constatar depois de morto, no outro mundo. É esta a miserável condição de um crente.

A Igreja Católica, à semelhança das suas congéneres, não passa de isso mesmo; uma multinacional filha de um capitalismo extorsionário, sem o qual não sobreviveria.

20 de Abril, 2012 Eduardo Patriota

Bispos na CNBB estão assustados com queda do nº de católicos

Ainda na expectativa dos dados coletados pelo Censo de 2010, os 335 bispos que participam da 50ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) estão assustados com a queda no número de católicos no País. Percentagem caiu de 83,34% para 67,84% nos últimos 20 anos.

Lembrando que o papa Bento XVI está preocupado com a perda da fé ou descristianização em todo o mundo, a começar pela Europa, cardeal d. Cláudio Hummes, ex-prefeito da Congregação do Clero no Vaticano e ex-arcebispo de São Paulo, afirmou que “é preciso começar pelo começo” no esforço para garantir a perseverança dos católicos e reconquista daqueles que abandonaram a Igreja.

De acordo com os dados apresentados pelo padre Thierry, os evangélicos representam 21,93% da população, enquanto 6,72% declaram não terem religião e 4,62% dizem praticar religiões alternativas. Em sua avaliação, essas porcentagens teriam de ser analisadas com mais rigor, porque refletem um quadro confuso na denominação das crenças. O termo católico aparece em sete igrejas, incluindo a Igreja Católica Romana, enquanto os evangélicos são identificados com mais de 40 denominações.

A prática religiosa pelos batizados é outra coisa que preocupa dos bispos. Os católicos praticantes – aqueles que vão à missa, recebem os sacramentos e participam da comunidade – são apenas 5%, ou cerca de 7 milhões num universo estimado em pouco mais de 130 milhões de fiéis. Entre os evangélicos, a porcentagem é maior.

Fica a torcida para que comece um avanço da secularização no Brasil, como ocorre hoje em muitos países da Europa.

14 de Abril, 2012 Carlos Esperança

Deus abandonou os seus empregados

A Igreja Católica dos Estados Unidos recebeu no último ano 683 novas denúncias referentes a abusos sexuais praticados por membros do clero a menores, sobretudo entre 1960 e 1984.

De acordo com a edição de hoje do jornal do Vaticano, “L’Osservatore Romano”, a informação consta do relatório anual da Conferência Episcopal norte-americana, no âmbito da “Carta para a proteção das crianças e jovens”, escrita em 2002.

11 de Abril, 2012 Carlos Esperança

Juan Antonio Reig Pla, bispo de Alcalá de Henares

Reig Pla na idiota homilia

O clero espanhol herdou do franquismo o espírito do Concílio de Trento. Os seus bispos são frequentemente notícia pelos piores motivos, tantos anos depois do fim da guerra civil, da cumplicidade unânime e do silêncio com que, durante muitos anos, assistiram à execução sumária dos adversários de Franco.

À medida que mais valas comuns são encontradas e exumados cadáveres de mulheres e crianças, entre as centenas de milhares de assassínios perpetrados pela ditadura, a orgia de sangue não cessa de indignar o mundo e de comprometer a Igreja que silenciou os crimes abençoados pela bula do Vaticano que considerou o derrube da República, eleita, como cruzada em defesa da fé.

Estão bem documentados o horror e a violência praticados dos dois lados da barricada mas é ultrajante que a Conferência Episcopal Espanhola (CEP) condene a investigação dos crimes contra a humanidade e que o Vaticano, numa atitude provocatória, tenha criado centenas de beatos e santos entre apoiantes, cúmplices e panegiristas da sedição franquista e da vingança sectária, em que se destaca monsenhor Escrivá de Balager.

Depois de Rouco Varela cardeal de Madrid e de Antonio Cañizares, de Toledo, este ano destacou-se o bispo Reig Pla, de Alcalá de Henares, cuja homilia da Sexta-feira Santa, transmitida pelo canal público (RTVE), o guindou para a galeria dos mais reacionários num país onde é feroz a competição dos prelados por tal epíteto.

Reig Pla adotou o aforismo dos anarquistas de maio de 68: “quem sabe faz, quem não sabe, ensina” e a homilia foi sobre o sexo, velha obsessão católica que eleva a castidade a símbolo máximo da virtude, apesar de ser a mais implacável forma de contraceção.

O virtuoso bispo investiu contra os homossexuais e as mulheres que abortam e associou a homossexualidade à prostituição e a “certas ideologias que corrompem as pessoas”.

A violência homofóbica e misógina de Reig Pla, presidente da comissão episcopal da Pastoral da Família e da Defesa da Vida, que prometeu o encontro no Inferno a todos os prevaricadores dos pecados que execrou, levou o cardeal de Barcelona a distanciar-se das suas posições e o Conselho de Administração da RTVE a debater um protesto contra a homilia que transgrediu os limites aceitáveis. O exaltado talibã cristão, que se diz bem acompanhado pelo Vaticano, aterroriza os crentes e promove a descrença.

Para azar do obsoleto prelado, a Espanha dos Reis Católicos e da Inquisição é hoje uma memória de que o país se envergonha e a intolerância clerical é a alavanca do processo de secularização em curso.

11 de Abril, 2012 Carlos Esperança

Quem é aqui o anencéfalo?

O Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar nesta quarta-feira o processo que pode descriminalizar a interrupção de gravidez quando o feto tiver má formação cerebral – a chamada anencefalia, que pode também ser a ausência de cérebro. O tema tramita há oito anos na Suprema Corte e começará a ser julgado em sessão extraordinária, a partir das 9h de hoje.

(…)

A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é contra a descriminalização do aborto nesses casos, mas não deve fazer a defesa durante a sessão do STF desta quarta. O cardeal d. Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, afirma que todo ser vivo tem direito ao nascimento e que a preservação da mãe não deve se sobrepor ao bebê.

Comentário: Só a insensibilidade do clero pode querer manter como crime a IVG, numa situação destas.