Diálogos revelados pela edição de hoje (6) do jornal argentino Página12, de Buenos Aires, revelam que o então ditador Jorge Videla confessou a três cardeais que havia crimes em massa cometidos pelo regime – ainda que ele desse aos fatos outro nome.
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“O economista João César das Neves defende que o problema da Saúde em Portugal não tem que ver com dinheiro, mas é religioso, sustentando que “o Serviço Nacional de Saúde não existe, é uma ficção”.
“O problema verdadeiro da Saúde é religioso e quem tem a solução é a pastoral da saúde”, ou seja, “passa pelo trabalho da comunidade cristã”, defendeu o economista, em Fátima, no penúltimo dia do XXIV Encontro Nacional Da Pastoral Social da Igreja Católica Portuguesa.
O professor de economia da Universidade Católica afirmou ainda que “falar sobre o SNS é como discutir a paz no mundo, a fome em África, a globalização”, acrescentando:”É apenas uma maneira de fazer congressos em sítios simpáticos”.
A verdade, defende, é que o SNS é uma entidade abstrata e “aquilo com que temos de nos preocupar é com aquilo que é real, com as pessoas e os prestadores de cuidados de saúde que nos são próximos”.
Contudo, João César das Neves afirmou ainda “o problema da pastoral da saúde não é tratar dos pobrezinhos, que isso até os comunistas e os ateus o fazem”.
Os cristãos “não são chamados a serem bonzinhos, mas a serem felizes, mesmo no sofrimento dos hospitais e isso só é possível confiando em Jesus Cristo”, frisou.” link
Acabo de ler esta notícia e não quero acreditar!
Trata-se de um professor da Universidade Católica. Um professor de economia de uma instituição que segundo ‘reza’ o seu site “afirmou-se ao longo destes anos pela qualidade do seu ensino, pela exigência da sua formação, pelo prestígio dos seus professores, pelos importantes quadros dirigentes que formou, que se afirmam não apenas no país mas também no estrangeiro”… link
E se o Professor JCN, nos intervalos das suas ‘orações’, ‘prédicas’ e ‘cruzadas‘, dedicasse algum do seu tempo a estudar ‘proselitismo’ e a combater o ‘sectarismo’, quiçá, a controlar compulsivos instintos ‘fundamentalistas’’?
Não seria mais útil à sua ‘pastoral‘, ao SNS e aos portugueses?
Como é possível caminhar tão apressadamente da crença ao ridículo sem a mínima noção da realidade?
O vice-primeiro ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros da Irlanda, Eamon Gilmore, juntou-se hoje, a título pessoal, às pressões para que se demita o cardeal Séan Brady, primaz da Igreja católica irlandesa, pelo seu papel, nos anos 70, quando era um simples sacerdote, no encobrimento dos abusos sexuais cometidos por outro padre.
Apesar de ser prática corrente no seu seio, às vezes com contornos onde a vergonha e o crime se confundem, a Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) elegeu o combate à homossexualidade como desígnio divino do seu proselitismo. Melhor dito, a ICAR tem horror a tudo o que diga respeito à sexualidade, apenas se conformando com a função reprodutiva, de preferência com exclusão do prazer.
A ICAR não se dá conta de que a castidade, que tão entusiasticamente advoga, é o mais demolidor contracetivo existente e que o método tradicional da reprodução, que tanto a enoja, é o mais popular, frequente, e ao alcance dos mais pobres.
A misoginia herdada do Antigo Testamento está na origem de todos os preconceitos e tolices que a ICAR tem cometido contra a saúde da mulher, o planeamento familiar e o combate às doenças sexualmente transmissíveis, especialmente em relação à sida, onde a teologia do látex se sobrepõe à defesa da saúde e da vida de milhões de pessoas.
De todas as formas de sexualidade, a homossexualidade é a que mais perturba o Papa e, curiosamente a que mais tem abalado o Vaticano. Trata-se de uma abominação, segundo o Levítico (18:22), mas, contrariando a opinião divina e a Igreja, a OMS suprimiu-a da relação de doenças, por não afetar a saúde mental nem os comportamentos normais. E o Conselho Europeu, baseado no consenso generalizado das conclusões científicas, opõe-se a que seja qualificada como doença, desvio psicossomático ou perversão, instando os Governos a suprimir qualquer tipo de discriminação motivada na tendência sexual.
Perante a fanática homofobia clerical foi interessante ler no El País de 12 de Abril p.p., que o Dr. John Boswell, no seu livro «Las bodas de la semejanza» documenta como na Igreja católica, dos séculos VI a XII, existia como normal a celebração litúrgica de casamentos homossexuais, com ritos e orações próprias, presididos por um sacerdote.
«É a partir do século XIII que a homossexualidade assume o caráter de vício horrível (pecado nefandum=innombrable), tão horrível que «innombrable» não se aplica a factos mais graves: assassinato, matricídio, abuso de menores, incesto, canibalismo, genocídio e deicídio incluído».
Enfim, venha o diabo para explicar esta violência homofóbica da teologia católica cuja demência é comum aos outros monoteísmos.
Pelo menos 18 mortos num atentado contra universitários cristãos na Nigéria
Pelo menos 18 estudantes morreram este domingo num ataque com explosivos e armas de fogo contra um auditório da Universidade de Bayero, en Kano (norte da Nigéria), onde numerosos estudantes celebravam la missa dominical. Dezenas de estudantes ficaram feridos.
Comentário: O Diário Ateísta repudia com firmeza o ódio sectário que conduziu à violência e à morte. O proselitismo é um ato de demência que produz horrores e conduz ao crime. A civilização não pode permitir que, em nome de uma crença e do desejo de lhe submeter os outros, se absolva ou minimize a violência religiosa. Os crimes cometidos em nome de uma crença são duplamente repugnantes, pela violência que encerram e o sectarismo que promovem.
Sem a laicidade imposta à demência da fé não há paz nem pluralismo ideológico.
O Diário Ateísta sente-se solidário com os cristãos que hoje foram vítimas do fascismo islâmico como se sentirá com os muçulmanos que eventualmente vierem a ser vítimas dos desvarios cristãos.
A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), da Igreja Católica, lançou um apelo à oração para que cessem os conflitos na fronteira entre o Sudão e o Sudão do Sul.
O cardeal Rouco apresenta o plano para evangelizar Espanha
Os bispos espanhóis estão reunidos esta semana em assembleia plenária à procura da melhor maneira de evangelizar Espanha, convertida agora em terra de missão.
Há algumas peculiaridades comuns a todos os movimentos fanáticos de massas, sejam religiosos ou outros. Não digo que sejam idênticos, mas sim que comungam similitudes. Todos os movimentos religiosos por muito diferentes que sejam as suas doutrinas, despertam nos seus aderentes o mesmo tipo de mentalidade. Seja qual for a doutrina que advogam ou o programa que defendem, todos fomentam o fanatismo, entusiasmo, esperança fervorosa, ódio, intolerância, e o mais importante: – todos exigem uma fé cega e uma obediência unívoca.
Há uma uniformidade de actuação nos que manipulam as massas através da fé na busca do poder. Embora haja diferenças óbvias entre o Cristão, o Maumetano, o Comunista ou o Nazi, a verdade é que o fanatismo que os move pode ser encarado como um só. Ou seja, por mais díspares que se apresentem as causas sagradas pelas quais as pessoas estão dispostas a “dar a vida”, parece-me que o leitmotiv se mantém. O mesmo se verifica na motivação que os impele para a expansão e dominação global. Há diferenças no conteúdo das causas sagradas e das doutrinas, mas existe uniformidade nos factores que as tornam eficazes. Aquele que como Pascal, encontrou razões exactas para a eficácia da doutrina cristã também as encontrou para a eficácia da doutrina comunista, nazi e nacionalista.
O sentimento de frustração é um dos primeiros motivos que leva o crente a aderir a um qualquer movimento de massas, e geralmente adere de livre vontade. Parte-se do princípio que:
1º) A frustração, sem estímulos de proselitismo exteriores, pode suscitar a maioria das características peculiares do verdadeiro crente.
2º) A técnica de conversão-eficaz consiste essencialmente no inculcar e no fixar de propensões e reacções inerentes a uma mente frustrada.
Para testar a validade destas premissas, basta aferir dos males que afligem os frustrados, como reagem a eles, o grau em que estas reacções correspondem às reacções do verdadeiro crente e, por fim, a maneira como estas reacções podem viabilizar a ascensão e disseminação de um movimento de massas.
É possível constatar, examinando as técnicas e práticas aperfeiçoadas das conversões bem-sucedidas dos movimentos contemporâneos, como estas corroboram a opinião de que, um movimento de massas proselitista fomenta deliberadamente nos seus aderentes um estado de espírito frustrado, e de que persegue automaticamente os seus interesses ao secundar as propensões dos frustrados. É necessário que a maioria de nós tenha a percepção quanto aos motivos e às reacções do verdadeiro crente. É compreensível que os que fracassam sintam propensão para culpar o mundo pelo seu fracasso. Mentalmente manietado e previamente manipulado, o crente está sempre em marcha, e mediante conversão e confronto vai moldando o mundo à realidade dos interesses dos seus manipuladores.
Os movimentos religiosos são fábricas de entusiasmo generalizado. Os crentes, atraídos pela promessa de riquezas incalculávies (geralmente espirituais, apenas) e de mudança súbita e espectacular nas suas condições de vida, aderem ao espírito que se anuncia de renovação, só que essa renovação, não passa de uma continuidade no conservadorismo inerente a toda e qualquer religião. O crente contraria a sensação de insegurança e frustração, fazendo da sua existência uma rotina fixa dos rituais religiosos, através dos quais os seus manipuladores lhe extorquem tudo o que conseguem a troco de uma promessa de recompensa só possível de constatar depois de morto, no outro mundo. É esta a miserável condição de um crente.
A Igreja Católica, à semelhança das suas congéneres, não passa de isso mesmo; uma multinacional filha de um capitalismo extorsionário, sem o qual não sobreviveria.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.