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Categoria: Religiões

21 de Julho, 2012 Carlos Esperança

Peripécias ocorridas com os judeus em fuga, nas imediações do Monte Sinai.

Por

Leopoldo Pereira

A longa e absurda caminhada do Povo pelo deserto, quase desde o início mereceu duras críticas por parte dos que digeriam mal o rumo da excursão (e eram muitos). Os mais audazes afirmavam estar muito pior que no Egipto e amaldiçoavam a hora em que se meteram naquela aventura. Mas Deus, atento, ia providenciando carne, pão e água. Mesmo assim, o Povo exigia uma alimentação mais variada, nem o maná (ementa básica durante os 40 anos…), com sabor a pão de mel (cópia do bolo madeirense), os convencia.

Diz o ditado: “Ninguém dá nada a ninguém”, ditado que considero algo malévolo, pois nem sempre quem dá espera obter qualquer recompensa (até existem beneméritos anónimos).
Porém, aqui o ditado assenta que nem luva, já que Deus fez saber, através dos “self-services”, que “Ele era o Senhor seu Deus”. E não se quedou por aqui, “a Glória do Senhor aparecia numa nuvem”, outras vezes “envolto em poeira”, sinais que o pessoal já decifrava razoavelmente e lhes serviam de guia. O episódio do rochedo foi interessante, bastou que Moisés lhe desse uma bordoada com a tal “vara-cobra” para brotar água com fartura. Penso que isto será coisa que o Luís de Matos pode explicar (tentei, mas não consegui contatá-lo). De qualquer modo o assunto não passou em branco, aproveitando Moisés para perguntar às massas: “O Senhor está no meio de nós, ou não”? O narrador bíblico esqueceu-se de mencionar a resposta, talvez por ser mais que evidente!

Vamos então ao Monte Sinai, onde chegaram três meses após a partida do Egipto.
Montaram acampamento frente ao citado Monte, mas não se podiam aproximar, senão morriam! “Ordens do Senhor”, ou seja: Deus tomou o Monte só para Si, tornando-o Sagrado. Só Ele e quem Ele escolhesse podia pisar o Monte. Escolheu Moisés e combinou um encontro no topo, havia assuntos importantes a tratar.

Como a gente nunca sabe tudo… imaginava eu que o Monte Sinai fosse uma espécie de morro, com umas dezenas de metros, mas assim não é; li algures que tem 2 288 m de altitude.
Moisés teve que subir até lá acima e levar duas pedras grandes, onde coubesse um texto que o Senhor iria introduzir nelas. Os incréus já estão imaginando o tamanho dos pedregulhos e a performance do indigitado. Temos de apreciar a narrativa no contexto da época: É que Moisés frequentava aulas, para se cultivar e as “pedras” eram aquelas “lousas” que alguns de nós ainda usámos na Escola Primária. Mas três dias antes de se fazer à estrada, se é que havia um trilho que fosse, avisou o povo: “Estai preparados para depois de amanhã e não tenhais relações sexuais com as vossas mulheres” (deixou em aberto a hipótese das amantes). Na data combinada houve trovões e relâmpagos, para intimidar a malta; era Deus a anunciar-Se.

Uma nuvem espessa desceu sobre a Montanha, enquanto o toque da trombeta suava forte. O Zé-povinho tremia como varas verdes, pudera! Moisés distribuiu os judeus pelo sopé do Monte, fumegante e aos estremeções (tipo vulcão em atividade, mas sem labaredas). Deus respondia às perguntas de Moisés com trovões (espécie de morse que Moisés dominava perfeitamente).

Imaginem as dificuldades acrescidas que depois Moisés enfrentou: Para além da distância, o fogo na Montanha (não há fumo sem fogo). Bom, convém recordar o que se passou com a “sarça-ardente” (outra questão que tinha agendada para colocar ao Luís de Matos), a sarça ardia e não ardia. Moisés esteve 40 dias e 40 noites lá no alto da Montanha e aqui as coisas tornam-se um tanto confusas. Para abreviar, Deus conversou sobre muitos assuntos e escreveu os dez mandamentos nas pedras, começando modestamente: “Eu sou o Senhor teu Deus, não tenhas outros deuses diante de mim” (mais vale prevenir…); “Não pronuncies em vão o nome do Senhor teu Deus”; “santifica o sábado”; “honra os teus pais”; “não mates”; “Não cometas adultério”; “Não roubes”; Não apresentes falsos testemunhos contra o teu próximo”; “Não cobices a casa nem a mulher do teu próximo” (a não ser que valha a pena, digo eu). Ao tempo ainda se não cobiçava o automóvel…

Pelos vistos os israelitas, inativos e amedrontados, desinteressaram-se da subida à Serra e, face à demora do Chefe lá em cima, decidiram libertar os espíritos, dando corpo a uma grande farra, para a qual obtiveram a anuência de Aarão. Fabricaram um bezerro de ouro, com adornos que tinham roubado aos egípcios, passando a adorá-lo e a dançar à sua volta.

Quando Moisés regressou com as pedras, ficou atónito com o forrobodó que presenciou e, após ter proferido impropérios à altura dos acontecimentos, atirou as pedras ao chão, partindo-as. Há quem afirme que as partiu antes (num tropeção, ao descer a encosta). A verdade é que as partiu! Voltou ao cimo do Monte e Deus, Benevolente, escreveu o mesmo, noutras pedras.

Moisés, de novo regressado, irritado quanto nos é dado imaginar, mandou derreter o bezerro e misturou com água o pó assim obtido, mistela que obrigou o povo a beber. Vingativo, não? Fez melhor: Quis saber quem estava do lado do Senhor e esses deviam juntar-se a ele. Armados de espadas e, provavelmente com o assentimento de Javé (Ele andava por ali) ordenou que matassem a eito, sem pouparem irmão, amigo ou vizinho. Consta que pereceram cerca de três mil homens.

Aarão, que teve muitas culpas no cartório, só apanhou uma repreensão oral!
O Povo (pela força da razão, note-se) lá prosseguiu a sua marcha. Para os 40 anos ainda faltavam (conta arredondada), à volta de 39 anos e 7 meses.

Elevado número dos que saíram do Egipto, sucumbiram a caminho da Terra Prometida…

L. Pereira, 21-7-2012

 

18 de Julho, 2012 Carlos Esperança

O Islão é tolerante

Partido do governo da Tunísia quer criminalizar ataques ao islamismo

O partido islâmico Ennahda, que governa a Tunísia desde a queda do ditador Zine El Abdine Ben Ali, aprovou nesta segunda-feira uma disposição que torna crime qualquer ataque ao islamismo, após um congresso do partido.

Ao ler a declaração final, o presidente do congresso do Ennahda e ministro tunisiano da Saúde, Abdelatif Mekki, disse que os delegados incluíram uma moção para “criminalizar os ataques ao sagrado”, e que tal medida fará parte do programa político do partido.

Comentário: A liberdade religiosa não existirá.

17 de Julho, 2012 Carlos Esperança

A guerra civil de Espanha

Hoje, 18 de Julho, completam-se 76 anos sobre o golpe de Estado que ensanguentou a Espanha e que, de algum modo, iniciou a carnificina que o nazi/fascismo prolongaria até 8 de Maio de 1945.

Na sarjeta da história jazem José Sanjurjo, Emilio Mola y Francisco Franco, os generais que derrubaram o Governo constitucional da Segunda República, de que era presidente Manuel Azaña e primeiro-ministro Santiago Casares Quiroga.

Já no dia anterior tinha havido tentativas de sublevação mas foi no final do dia 18 que se iniciou a guerra civil que havia de deixaria um rasto de sangue, com centenas de milhares de assassínios e incontáveis feridos, entre espanhóis.

O requinte dos fuzilamentos nos campos de touros e o garrote, como instrumento de tortura e morte, foram a imagem de marca da ditadura de Franco que Hitler, Salazar e Moussolini apoiaram.

É a memória sinistra de Franco que, estátua a estátua, foi derrubada em Espanha por Zapatero. É tarde para julgar os cúmplices mas é tempo de divulgar a verdade sobre o mais baixo e inculto dos três generais, que acabou por tomar o poder, com a cumplicidade e o entusiasmo da Igreja católica.

A Espanha de hoje é um país democrático, livre e culto, que sob as cinzas da infâmia soube erguer a tolerância e o diálogo. Sobre os escombros de uma sublevação fascista, apoiada pela Espanha conservadora, rural e beata, com monsenhor Escrivà a integrar as tropas sobre Madrid, há um país novo que se impõe pela sofisticação urbana e cultura democrática, apesar da situação financeira e da tragédia do desemprego a que a crise internacional não é alheia.

Esta Espanha moderna que renasceu das cinzas dos horrores e se transformou num Estado de direito, progressista e civilizado, merece a paz e a felicidade.

17 de Julho, 2012 Carlos Esperança

Primeira mulher saudita nos Jogos Olímpicos de Londres 2012

Por

Kavkaz

Vêm aí os Jogos Olímpicos de Londres. A Arábia Saudita, uma monarquia absoluta muçulmana, apresentará pela primeira vez duas mulheres na mais famosa competição desportiva mundial.

Nos oitenta anos de existência do reino da Arábia Saudita as mulheres ainda não podem conduzir, não podem viajar, sair do país, nalguns casos trabalhar sem a permissão do seu mahram – o guardião que pode ser o pai, o irmão ou o marido -, ou sequer praticar desporto nas escolas públicas.

Tem havido pressão da parte de grupos de direitos humanos e do Comité Olímpico Internacional que ameaçaram a Arábia Saudita de expulsão dos Jogos Olímpicos por discriminação.

O ministro do Desporto saudita e líder do comité olímpico, o príncipe Nawaf Al-Faisal, chegou a dizer que era impossível as mulheres poderem participar em eventos desportivos internacionais, incluindo os Jogos Olímpicos.

Agora vai mudar e todas as 204 nações que irão competir em Londres 2012 terão, pelo menos uma mulher na sua delegação nacional. É uma vitória dos direitos humanos contra a discriminação e perseguição religiosas na Arábia Saudita. Esta terá uma judoca e uma corredora de 800 m.

Esperamos vê-las de trapo, corrijo, lenço na cabeça, obrigatório pelos mullahs, a participarem ao lado das mulheres livres dos países mais avançados em igualdade de direitos.

As religiões têm imensos defeitos e falta de virtudes. Neste caso, a religião muçulmana acha que os homens são proprietários das mulheres e decidem por elas o que podem e devem fazer. Mas as coisas mudam com os tempos… E as mulheres sauditas lá conquistaram o direito a participar nos Jogos Olímpicos. Uma vitória do desporto e dos direitos humanos!

14 de Julho, 2012 Carlos Esperança

Religião, essa fantasia

Por

kavkaz

A religião não consegue comprovar-nos a existência dos seus deuses. A razão disso está nos deuses fazerem parte da imaginação humana. A religião divaga, insinua, apregoa, repete-se, constrói templos com bonecos à imagem que os crentes gostariam que fossem os seus deuses e séquitos de acompanhamento.

Os donos da religião convencem os crentes que estes devem-se ajoelhar, rastejar, levantar o rabo, humilhar-se por quem nunca viram na esperança de uma recompensa jamais comprovada. Um crente pode humilhar-se perante deuses que imagina existir e, logo a seguir, insultar e até agredir pessoas que não conhece por estas discordarem e argumentarem a inexistência dos deuses dos crentes. Por mais que repitam que os deuses existem nunca conseguem passar das palavras.

A Ciência analisa a realidade e tenta encontrar explicações e demonstrar as leis do funcionamento de tudo o que nos rodeia. A Ciência não fala de deuses. Ela não estuda e não analisa o que não existe. Por isso ela não irá provar não existência de deuses. Se estes existissem, há muito que a Ciência, com todo o seu arsenal de conhecimentos, falaria e concluiria da existência deles, comprovadamente.

A Ciência e as religiões têm “conversas” diferentes. A Ciência vive da realidade e prova o que afirma. Ela desvaloriza-se quando se engana. As religiões, tantas essas, apresenta os mais diversos argumentos, mas nunca demonstram ou mostram a existência dos seus deuses. A fantasia é o alicerce das sua existência. E, paradoxalmente, valoriza-se quanto mais enganar os crentes.

O Ateísmo afirma o que a Ciência e as religiões não dizem. O Ateísmo baseia-se nos conhecimentos da Ciência e nas proposições das religiões. Estuda e compara as afirmações de ambas as partes. Não bate certo o que uma e outras declaram. A conclusão é clara: a Ciência fala Verdade por provar o que afirma, as religiões fantasiam.

8 de Julho, 2012 Carlos Esperança

Os castrati

Por

Kawkaz  

O jornal Público publicou um artigo muito interessante sobre os castrados em nome da arte do canto que se praticou na Europa cristã e em Portugal no século XVIII.O trabalho tem a assinatura de Cristina Fernandes.

Ela conta-nos, e vou reproduzindo algumas partes desse texto, que no período barroco os homens castrados dominaram nos principais palcos europeus e deliciavam com os seus cantos e vozes especiais as cortes dos reis, as igrejas e os teatros.

Em Portugal haveria muitos cantores castrados italianos ao serviço dos teatros e da Capela Real e Patriarcal no século XVIII. Menos conhecido será o facto de também terem existido castrati portugueses e de que essa prática desumana em prol da arte do canto e do eventual êxito de uma carreira futura também ocorreu entre nós.

O culto da beleza vocal sobrepunha-se à crueldade da operação a que os jovens cantores do sexo masculino eram submetidos antes da puberdade no intuito de preservar o registo vocal agudo das crianças durante a vida adulta. Impedia-se assim o desenvolvimento da laringe e das cordas vocais, mas não o crescimento do resto do corpo e da caixa torácica, o que permitiria sustentar notas longas por muito tempo. A visibilidade dos castrati como superestrelas da ópera faz por vezes esquecer que as suas primeiras funções se encontram ligadas à música sacra. A Capela Sistina empregava-os pelo menos desde meados do século XVI, o mesmo acontecendo com algumas catedrais espanholas ou com a capela da corte de Munique no tempo de Orlando di Lassus. Mesmo num país como a França, cuja tradição operária era alheia a esta prática, eram contratados castrati para a Capela Real de Versalhes nos meados dos séculos VII e XVIII.

Em Portugal o uso de castrati na música religiosa e na ópera encontra-se documentado a partir do reinado de D. João V. A importação regular de cantores italianos (cerca de 140 entre 1750 e 1807), dos quais dezenas eram castrati, prosseguiu nos reinados de D. José e D. Maria I e durante a regência de D. João VI. E quando a corte se transferiu para o Brasil em 1807, na sequência das invasões francesas, o Príncipe Regente continuou a contar com castrati na Capela Real do Rio de Janeiro.

Os estatutos do Real Seminário de Música Patriarcal (1764), a principal escola de música em Lisboa antes da criação do Conservatório em 1835, mencionam que a idade de admissão dos alunos deveria ser de oito anos, podendo ingressar posteriormente no caso de já saberem música ou se fossem “castrados, com voz de soprano ou alto”.

Ao contrário dos seus colegas italianos, nenhum dos alunos do Seminário Patriarcal identificados como castrati fez carreira operática, mas tiveram cargos profissionais respeitáveis no âmbito da música sacra ou do ensino.

Após ter assistido à cerimónia da sagração da primeira pedra da Igreja da Memória em 1760 (celebrada pelo patriarca na presença da família real e do Marquês de Pombal), o italiano Giuseppe Baretti escreve ironicamente: “Terminou a missa e terminaram a fefautada e a rabecada de um bom número de castrados e de instrumentalistas, dos quais se mantém na corte um número muito superior ao dos professores de Letras de Coimbra.”

A Igreja Católica e a Monarquia encantava-se com o canto dos castrados e os “Direitos Humanos” não faziam parte da inspiração de “Deus”!

P.S. Não havendo qualquer relação com castrati proponho-vos a audição do
Contratenor Philippe Jaroussky em “Vivaldi aria”.
7 de Julho, 2012 Carlos Esperança

O Moisés bíblico

Por

Leopoldo Pereira

Moisés é um dos profetas mais relevantes da história do Povo Judeu; a ele estão associados acontecimentos como o Êxodo (a fuga dos judeus que viviam no Egipto), as peripécias vividas pelos judeus no Monte Sinai (assunto a que tenciono dedicar-me posteriormente) e outros.

Após a morte de José, também judeu e segunda figura na hierarquia do Poder no Egipto, subiu ao Trono um Faraó que deu em embirrar com os judeus, a ponto de ordenar às parteiras egípcias que matassem todos os bebés masculinos judeus, logo ao nascer, ordem que as parteiras não acataram, correndo graves riscos, por desobediência. Como esta medida não vingou, o Povo Judeu foi-se tornando numeroso, preocupação acrescida para o Faraó. Então o monarca voltou à receita anterior, mas desta vez extensiva a todo o Egipto: “Lançareis ao rio Nilo todo o menino que nascer e deixareis viver todas as meninas”. Não imagino como se desenrascaram os pais que moravam longe do grande rio…

Entretanto um casal de judeus teve um belo rapaz e esconderam-no durante três meses; quando já não conseguiam escondê-lo por mais tempo, a mãe embarcou-o num cestinho de papiro, à prova de água, e intencionalmente pô-lo na margem do Nilo, entre os juncos, numa zona onde a filha do Faraó costumava tomar banho. A menina viu o cestinho e mandou uma criada buscá-lo. Logo topou que a criança era hebraica! Além de inteligente, também devia ser muito boa, pois decidiu adotar o menino e arranjar de pronto uma ama que cuidasse dele, por acaso a mãe da criança. Já crescidinho foi devolvido à Faraozinha, que o batizou de Moisés (Salvo das águas). O rapaz passou uns anitos maravilhosos no Palácio do Faraó, mas a dada altura meteu-se em sarilhos, matando um egípcio. O caso tornou-se conhecido e teve de fugir. Um judeu generoso não só o aceitou em sua casa como lhe deu a filha Séfora. Moisés deixou de roer as unhas, mas começou a ter visões, que não entendia, até que numa dessas sessões Deus decidiu apresentar-se: “Não te aproximes e tira as sandálias, porque o lugar é sagrado; eu sou o Deus dos teus antepassados. Vi muito bem a miséria do meu povo que está no Egipto; tenho de o libertar e fazer sair desta terra. Envio-te ao Faraó, para tirares os filhos de Israel daqui.”

Moisés ficou acagaçado; não tinha esquecido o motivo por que fugira, além de se considerar incapaz de executar uma missão diplomática de tamanha envergadura. Argumentou que tinha dificuldade em se expressar e que se sentia inseguro mesmo junto dos seus, quando lhes dissesse que era um enviado de Deus; eles vão querer saber o Vosso nome, por exemplo.

Resposta: “Eu sou Aquele que sou”; “dirás ainda: O Senhor é que me enviou a vós.”

Moisés deve ter tido dificuldade em digerir o que escutara e quis mais garantias. Deus ficou irritado e lembrou-se de Aarão, mano de Moisés (mais um que escapou do rio), achando melhor que fosse este a falar às massas, pois não era tão bronco e tinha inclusive o dom da palavra. Porém, não tirou Moisés do papel principal e ensinou-lhe vários truques: O da vara virar serpente; a lepra que desaparecia ou aparecia e a transformação da água em sangue. A chatice é que os Magos do Faraó conseguiram imitar todas aquelas habilidades! Posto o falhanço, mais um truque: Rãs em quantidades nunca antes vistas. Mas até este os Magos imitaram. Seguiram-se outros: O dos mosquitos, o das moscas, o da peste, o dos tumores, o do granizo, o dos gafanhotos e o anúncio da morte dos primogénitos egípcios.

Não há paciência que aguente; o Faraó cansou-se de os aturar e permitiu que saíssem do país.

Apesar de Moisés ser muito estimado pelos ministros e povo egípcio (algo que surpreende), liderou a fuga. Poucas horas volvidas, o Faraó arrependeu-se e enviou as suas tropas no encalço dos fugitivos. Foi quando Moisés abriu caminho por entre as águas, caminho que fechou logo que o último judeu atingiu a margem. Ora as tropas do Faraó, que de certeza não eram comandadas por um Oficial Ranger, meteram-se incautamente onde não deviam e foi aquela tragédia: Pereceram quase todos afogados.

Os judeus não rumaram na direção da Terra Prometida, a terra dos cananeus, heteus, amorreus, heveus, jebuseus e piolhosteus, onde corria leite e mel; decidiram dar umas voltas pelo deserto durante 40 anos! A jornada podia realizar-se, segundo quem sabe, em três semanas, o máximo quatro.

Então até às peripécias ocorridas na zona da Montanha do Sinai.

L. Pereira, 7/7/12