25 de Janeiro, 2013 Carlos Esperança
Quando acontecerá em Portugal?
Um juiz de Ourense condenou a Igreja católica a pagar o IMI sobre propriedades eclesiásticas que não estão isentas do referido imposto.
Um juiz de Ourense condenou a Igreja católica a pagar o IMI sobre propriedades eclesiásticas que não estão isentas do referido imposto.
A proibição norueguesa de fundos oriundos das teocracias da Arábia Saudita e do Golfo Pérsico, para a construção de mesquitas, enquanto esses países proibirem a construção de Igrejas, foi vista, por alguns, como uma limitação da liberdade religiosa, como se a liberdade religiosa não fosse um dever dos Estados democráticos, que inclui o respeito de qualquer crença, descrença ou anti crença.
A proibição de mesquitas, sinagogas, igrejas, pagodes ou outros templos, é, de facto, uma limitação à liberdade religiosa mas a leitura dos livros sagrados, que informam essas religiões, apelam frequentemente ao racismo, à violência, à xenofobia, à vingança e à misoginia. Não deviam, em rigor, estar sob a avaliação política, mas sob o escrutínio do Código Penal.
Entende-se a indulgência de que gozam as religiões face a outro tipo de associações e os subterfúgios dos dignitários religiosos para interpretarem preceitos bíblicos e corânicos de modo a subtraí-los à alçada do Código Penal dos países onde disputam o mercado da fé. Até criaram, para isso, a teologia, única “ciência” sem método nem objeto. Há toda uma tradição de contubérnio entre as Igrejas e o Estado com que apenas a França cortou de forma radical, em 1905.
A Suíça proibiu a construção de mesquitas com minaretes. Os minaretes não podem agredir a paisagem suíça. Bruxelas, a capital Europeia, tem uma maioria muçulmana no seu Conselho Municipal. A Europa está a sofrer uma mudança radical com a introdução de conceitos medievais importados de uma civilização estagnada e falida – a civilização árabe – sem tomar medidas que submetam à laicidade do Estado o desvario das crenças.
Não se trata de princípios filosóficos exóticos, está em causa a subversão do paradigma civilizacional conseguido através da repressão contra o clero cristão e, agora, de portas escancaradas a princípios comunitaristas e a arremetidas de proselitismos agressivos.
Não são os crentes que têm de ser incomodados, é a intoxicação levada a cabo nas mesquitas, madraças e, quiçá, nas sacristias que tem de ser vigiada. E a submissão das religiões às mesmas regras das outras associações.
Nenhum democrata condena a Alemanha pelas suas leis contra o nazismo. Começa a haver razões para estender a outras crenças o mesmo tipo de legislação e jurisprudência.
África sofre e sofrerá por muito tempo da pesada herança colonial e das fronteiras que as potências colonizadoras arbitrariamente desenharam a régua e esquadro, sem que as linhas retas fossem justas ou correspondessem minimamente à vontade dos povos.
A cobiça das matérias-primas e os interesses geoestratégicos não são alheios à rápida solidariedade com que os países europeus, neste caso, a França, acodem ao chamamento dos débeis governos locais.
Por maior pasmo que cause a cumplicidade de europeus e americanos com os talibãs que combatem a ditadura Síria, não podemos condenar a França na ajuda ao Governo maliano. Não se trata de uma ocupação militar, trata-se, quando muito, de ingerência humanitária, com apoio da União Europeia, dos EUA e da própria ONU.
É asqueroso o apoio das democracias ocidentais à Arábia Saudita e a outras monarquias do Golfo, donde partem os apoios financeiros para a difusão do fascismo islâmico, mas esse apoio ignóbil não impede o dever civilizacional de tomar partido na guerra que se trava no Mali, porque é a sharia que inspira os talibãs que pretendem dominar o país.
O norte foi a conquista dos tuaregues islamizados, mas culturalmente afastados do Islão, que tinham razões e as hipotecaram nas mãos dos aliados que não desistem de submeter o mundo às cinco orações diárias e aos caprichos cruéis de Maomé. Tais aliados não são apenas um perigo para o Mali, são uma ameaça que paira sobre os países democráticos e secularizados.
Derrotá-los é salvar as mulheres da demência islâmica e o povo do mais implacável dos monoteísmos. Há condicionalismos atávicos que conduzem parte da esquerda europeia na reprovação da ingerência exterior, isto é, na conivência com a islamização armada.
Deviam recordar os soldados da URSS serrados vivos no Afeganistão e o destino que o Aiatolá Khomeini reservou aos comunistas, que se bateram pelo seu regresso.
O Antigo Testamento, elaborado na Idade do Bronze, está na origem das três religiões do livro. Não podemos surpreender-nos com a violência, crueldade, espírito vingativo e misoginia divinas se refletirmos sobre a época e os homens que criaram Deus à imagem e semelhança deles próprios. A xenofobia, a homofobia e o espírito patriarcal eram as marcas tribais da época.
Os judeus responderam aos seus medos e inquietudes com a criação de um hipotético ser que explicava, por defeito, todas as dúvidas e era a esperança dos seus anseios.
Paulo de Tarso provocou uma cisão do judaísmo, bem sucedida, com a ideia luminosa de que o Deus de Israel era afinal para todos os homens, com a perigosa fantasia de que era a verdade única e de que todos deviam submeter-se à vontade do deus cristão. Foi útil para a consolidação do Império Romano e trágico para as outras crenças, sabendo-se como é difícil renunciar à crença incutida na infância. O proselitismo foi e é uma prática de que não abdicam os sacerdotes cristãos e muçulmanos.
Mais tarde havia de nascer o mais implacável dos monoteísmos, graças a um guerreiro analfabeto a quem o arcanjo Gabriel, de avançada idade, havia de ditar um livro que é a cópia grosseira do cristianismo, exonerada da cultura grega e do direito romano, este de natureza civilista e aquela de vocação humanista.
É fácil encontrar no terrorismo suicida e assassino do belicismo muçulmano a mesma sanha boçal dos católicos espanhóis que evangelizaram a América do Sul. As páginas do Corão apelam constantemente à destruição dos infiéis, da sua cultura e civilização, bem como dos judeus e cristãos (por esta ordem) em nome do Deus misericordioso que alimenta a imensa legião de clérigos e as hordas de terroristas.
Hoje, o proselitismo islâmico, fascista, busca manter o espírito demencial das cruzadas, impor cinco orações diárias, submeter as leis ao espírito da sharia e dominar o mundo.
A tensão que ora se vive no Mali é fruto dessa demência pia, da intoxicação diária nas mesquitas e madraças, do manual terrorista – dito livro sagrado –, o Corão. É por isso que, apesar das duas faces que tem cada moeda e da cobardia de quem se conforma com o proselitismo, apoio sem reservas a ajuda militar da França ao Mali, contra o avanço islâmico.
Por
Esta menina paquistanesa, hoje com 15 anos de idade, é uma autêntica heroína pela sua luta contra a opressão do extremismo islâmico.
Com apenas 11 anos, e numa zona do Paquistão dominada pelos terroristas talibãs, que nessa zona proibiram a frequência de escolas por crianças e jovens do sexo feminino, iniciou uma campanha pelo direito das mulheres à educação e continuou a frequentar a escola secretamente.
A retaliação não se fez esperar: em 9 de outubro de 2012, militantes talibãs tentaram assassiná-la a tiro, causando-lhe lesões no crânio, de que ainda não recuperou completamente. Apesar disso, promete continuar a sua luta, em que arrisca a própria vida.
Nestes tempos de generalizada indiferença e cobardia, esta adolescente é um exemplo de coragem para jovens e adultos de todo o mundo, inclusivamente de regiões onde vigoram condições muito menos adversas e perigosas. Mesmo na Europa e até em Portugal, onde existe liberdade de expressão e de manifestação, custa ver grande parte da juventude, que atualmente tantas razões tem para lutar pelos seus direitos e pelo seu futuro, mergulhada num incompreensível amorfismo e até – é triste dizê-lo, mas infelizmente é verdade – conivência com o Poder que oprime toda a sociedade.
Como vão longe os tempos, cronologicamente não muito longínquos, em que os jovens de todo o mundo dito “ocidental”, fraternalmente unidos, lutavam pela liberdade, contra o conservadorismo reinante, pela emancipação das mulheres, contra as ditaduras vigentes em países como Portugal, Espanha e Grécia, contra o racismo nos E.U.A. e na África do Sul, contra a guerra do Vietnam e as guerras coloniais portuguesas, pela democratização do ensino e por outras causas justas. E a verdade é que essas lutas vieram a tornar-se vitoriosas.
Só pelo seu exemplo de lutadora, esta jovem merecia mais do que ninguém um Prémio Nobel. Muito mais certamente do que a decrépita União Europeia que, hoje dominada por agiotas e pervertida por interesseiros egoísmos nacionalistas, rendida ao “vil metal” e destituída de quaisquer ideais, de União já não tem nada.
As palavras piores que balas: almas a arder no azeite fervente do Inferno; garfo de 3 dentes a empurrá-las para o fundo; chumbo derretido nos sulcos feitos por uma tenaz incandescente. A perversidade não tinha limites.
Os garotos choravam e as duas solteironas (tia e sobrinha) aproveitavam para fazer rezar mais um terço.
Bispo de Córdova, Demetrio Fernández
“A ideologia de género destroça as famílias”
O bispo de Córdova, Demetrio Fernández, atacou diretamente na sua carta semanal a “ideologia de género” porque, segundo escreveu, “destroça la família”.
“Herodes continua vivo, e não mata apenas inocentes no seio materno, como também tenta mentalizar os nossos meninos, adolescentes e jovens com esta ideologia, querendo fazer-lhes ver que há outros tipos de família”, afirma na missiva.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.