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Categoria: Religiões

9 de Maio, 2013 Carlos Esperança

Deus pode esperar. O lucro não

Médicos, freiras e pais traficavam bebés comprados em Marrocos

A Guarda Civil acusou 19 pessoas desta rede internacional

Todas as crianças eram de famílias pobres para dar dinheiro ou promessa de um futuro melhor.

As redes de compra e venda de bebés que operaram em Espanha até 1990 não foram só fornecidas com os recém-nascidos no país, mas também importados do exterior.

A Guarda Civil já descobriu a existência de uma rede que captou crianças em Marrocos e, com base em Melilla, para casais espanhóis ansiosos para serem pais. Muitas dessas crianças foram entregues a famílias de Valencia, uma região que, já antes, aparecera como destinatária de muitos recém-nascidos roubados.

 

9 de Maio, 2013 Carlos Esperança

Insensibilidade católica

Supremo de El Salvador vai decidir se Beatriz pode abortar

Há quase dois meses, uma junta médica em El Salvador recomendou a interrupção da gravidez como única forma de salvar a vida a Beatriz C., 22 anos, portadora de lupus e com insuficiência renal.

A vida de Beatriz C., 22 anos, em adiantado estado de gestação e mãe de uma criança de um ano de idade, continua em risco. Proibida de abortar no seu país, sob pena de ser castigada com até 50 anos de prisão, a jovem salvadorenha, portadora de lúpus e sofrendo de insuficiência renal, apresentou há quase um mês um recurso ao Supremo Tribunal (CSJ) para que a equipa médica do Hospital de Maternidade seja autorizada a interromper a sua gravidez.

8 de Maio, 2013 Carlos Esperança

Espanha – Frades e freiras em vias de extinção

Numa década, caiu para metade o número de pessoas que vivem em instituições religiosas coletivas em Espanha: conventos, seminários, mosteiros, abadias e estabelecimentos similares.

Em 2001 foram 41.137 e em 2011 18.487 habitantes, segundo o Censo da População e Habitação elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Quase todos aqueles que vivem nessas instituições são mulheres (82,4%) e idosos (39,9% em 2011 tinham entre 65 e 84 anos).

5 de Maio, 2013 Carlos Esperança

A Interrupção Voluntária da Gravidez e a violência do preconceito

A legalização não se destina a aprovar a IVG, pretende apenas descriminalizar o ato. A legislação permissiva não incentiva ou promove o recurso à IVG, apenas modifica a lei, a fim de evitar que mulheres sejam empurradas para a clandestinidade do vão de escada, com risco da própria vida e de perseguições policiais.

Ninguém encara levianamente um problema cujas repercussões físicas, e psicológicas são especialmente gravosas para quem vive o desespero de uma gravidez indesejada ou impossível.

São quase sempre mulheres pobres que se sujeitam ao vexame de exames ginecológicos impostos, que veem a sua vida íntima devassada, que suportam a desonra do julgamento e conhecem as agruras do cárcere. As ricas resolvem o problema e os pruridos éticos no intervalo das compras em cidades cosmopolitas.

Em S. Salvador uma mulher encontra-se grávida de um feto anencéfalo e a alternativa joga-se entre a morte de mãe e feto ou 50 anos de cárcere para a mãe.

O que está em causa não é a posição ética sobre a interrupção voluntária da gravidez, é saber quem renuncia, ou não, à perseguição das mulheres, quem quer vê-las na cadeia, quem pretende juntar ao trauma da IVG a punição da enxovia.

Em Portugal também a IVG era proibida na ditadura. Já em democracia, ainda o PSD e o CDS, em maioria, votaram contra, em casos de risco de vida para a mãe, malformação do feto e violação. Salvaram a honra do PSD Jaime Ramos, Helena Roseta e Natália Correia, de quem me recordo, e poucos mais. O CDS foi igual a si mesmo. Implacável.

O divórcio era proibido há trinta anos, Camilo esteve preso por adultério e, no entanto, as sociedades modernas souberam distinguir o crime do pecado, o direito canónico do Código Penal e separar as convicções pessoais do ordenamento jurídico.

Defender o direito à IVG é defender a saúde da mulher. Para que o aborto clandestino deixe de ser a chaga atual em países dominados pelo clericalismo. Para que se resolva um problema que aflige milhares de mulheres. Para que as pobres não sejam ainda mais infelizes. Para que nenhuma mulher seja presa pela incúria dos que se abstêm.

Para não sentirmos vergonha ao sabermos que uma jovem mulher salvadorenha está em risco de vida ou sob ameaça de 50 anos de prisão.

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4 de Maio, 2013 Carlos Esperança

Patologias da religião vistas por um padre

Por

Padre Anselmo Borges, DN

1-Não tem faltado aqui, nestas crónicas, a denúncia das patologias da religião. Como ser insensível ao sofrimento das vítimas da pedofilia do clero? Vítimas de escrúpulos, vítimas da humilhação intelectual, vítimas da intolerância religiosa, de um deus mesquinho e escravizador… O historiador católico Jean Delumeau escreveu: “As minhas investigações convenceram-me de que a imagem do Deus castigador e vingativo foi um factor decisivo para uma descristianização cujas raízes são antigas e poderosas”.

Parece que, enquanto pôde, o clero controlou a vida sexual dos fiéis, a ponto de outro historiador, Guy Bechtel, afirmar que a fractura entre a Igreja católica e o mundo moderno se deu na teoria do sexo e do amor, com uma confissão inquisitorial centrada na actividade sexual.

Será preciso lembrar os homens e mulheres que foram assados nas fogueiras da Inquisição e não só, porque tinham ideias novas? E houve o medo-pânico da mulher, que se chegou a acusar de manter relações sexuais com o diabo. E os livros considerados heréticos também foram queimados. E houve as cruzadas, as guerras de religião, a missionação forçada. Pio VI condenou essa “detestável filosofia dos Direitos do Homem”. Pio IX condenou expressamente a evolução como uma aberração. No século XX, o teólogo E. Drewermann escreveu: “Há 500 anos, a Igreja recusou a Reforma; há 200, o Iluminismo; há 100, as ciências naturais; há 50, a psicanálise. Como viver com tantas rejeições?”

(…)

2 de Maio, 2013 Carlos Esperança

A loucura dos homens e a maldade de Deus

Morrer devido à gravidez ou cumprir 50 anos de prisão por abortar

Dilema de Beatriz, impedida de abortar sob pena de ser acusada de homicídio agravado, levantou uma onda de indignação em El Salvador.

Uma mulher gravemente doente e grávida de 20 semanas de um feto anencefálico – sem parte do cérebro – corre risco de morte devido à proibição do aborto em El Salvador. Beatriz, que já apelou ao Tribunal Constitucional do seu país e ao Tribunal Iberoamericano de Direitos Humanos (CIDH), espera agora que o Governo abra uma exceção para que possa abortar.