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Categoria: Religiões

21 de Julho, 2013 Carlos Esperança

O Islão no seu labirinto

Islamismo político enfrenta o seu mais severo teste com golpe de estado no Egito

A implosão de Morsi, retirado do governo, abalou a Irmandade Muçulmana no país.

Cairo – Não foram apenas as tumultuosas multidões da praça Tahrir que saudaram a implosão de Mohammed Morsi e do islamismo político convencional no país mais populoso do mundo árabe. Enquanto o golpe de estado se desenrolava no Cairo, o presidente sírio Bashar Assad praticamente dançava sobre sepultura da Irmandade Muçulmana.

Diário de uns Ateus – O Islão vive o paradoxo de ter uma democracia que suspende os direitos humanos ou uma ditadura que suspende a democracia.

12 de Julho, 2013 Carlos Esperança

O perigo dos Irmãos Muçulmanos

O Islão não é um problema religioso, é uma questão política e, em última instância, um caso de polícia.

No pântano da fé, cujo primarismo dos 5 pilares atrai cada vez mais seguidores, há uma força – os Irmãos Muçulmanos – que se vem impondo politicamente em vários países, do Egito, onde são a causa do caos e também vítimas, até à Turquia, que a Europa e os EUA tratam com estranha benevolência.

A Europa pagou com imenso sangue a demência da fé e a origem divina do poder. Só a partir da sangrenta Guerra dos 30 Anos conseguiu libertar-se da crença imposta à força. E só a na década de 60 do século passado o Concílio Vaticano II acabou por reconhecer a liberdade religiosa pela Igreja católica, liberdade que Bento XVI nunca digeriu.

Enquanto a Declaração Universal dos Direitos Humanos não se sobrepuser à vontade de qualquer Deus, não há liberdade e felicidade a que algum homem, e sobretudo mulher, possa aspirar.

Reitero que o Islão é um caso político e como tal deve ser tratado. Não é impedindo os crentes de rezarem cinco orações diárias, de se virarem para Meca ou de viajarem com o tapete, que se resolve o problema. É reprimindo os pregadores do ódio nas madraças e nas mesquitas e, sobretudo, entravando a imposição, a quem não queira, de fazer jejum ou de prescindir do presunto e da cerveja.

O argumento da tradição é uma monstruosidade que justifica as piores afrontas.

11 de Julho, 2013 Carlos Esperança

A inferioridade moral dos crentes

Por

Kavkaz
A inferioridade moral dos crentes tem a sua base objectiva na subordinação a postulados religiosos a que voluntariamente aderiram. O que é bom ou mau, justo ou injusto, honesto ou desonesto, decente ou indecente, moral ou imoral é definido não pelos próprios crentes, mas por outros, a quem o crente reconhece uma superioridade e se lhe submete voluntariamente.

A dependência religiosa que um crente aceita abre a possibilidade da realização voluntária e involuntária da vontade de terceiros, mandantes nos crentes, mesmo que isso traga prejuízo à vida do próprio crente. Os chefes religiosos ditam aos crentes regras do comportamento pessoal, as festas que eles devem comemorar e quando, o modo de vestir e em que situações, o que comer e de que forma preparar, como devem pensar, o que dizer e responder, etc.

Os chefes religiosos aprovam ou desaprovam o comportamento dos crentes e estes não devem colocar em causa a veracidade e a idoneidade das afirmações dos seus superiores. Os crentes reconhecem e aceitam voluntariamente a superioridade intelectual dos seus dirigentes religiosos e viverem com as indicações da vontade deles.

Os crentes acreditam e aceitam que os chefes religiosos sabem mais do que eles e estes lhes digam como eles devem viver. O agradecimento dos crentes aos superiores é pago por diversas formas: em tempo, em dinheiro, em valores materiais, imobiliário, com trabalho ou informações importantes da sua própria vida e de outros.

Os crentes devem sentir-se interiormente felizes e bafejados pela sorte por serem orientados por dirigentes religiosos, devem excluir quaisquer ideias contrárias que coloquem em causa a sua subordinação a eles. As ideias diferentes da sua religião devem ser consideradas como diabólicas, perniciosas, combatidas e expurgadas das suas vidas e da sociedade e os seus autores corrigidos e afastados do seu meio.

Os crentes tenderão a ser adversos ao humanismo e à democracia. A liberdade deles não poderá sair dos limites impostos pelos postulados da religião a que pertencem e não devem aceitar que outras pessoas possam viver com novas e diferentes ideias. Os crentes entendem que não deve haver possibilidade de ser-se feliz e viver tranquilo se recusarem a religião deles. Todos deverão ser dependentes, como eles são, e ficarem em igual situação de subordinação. Quem não aceite submeter-se deverá ser perseguido e obrigado a acreditar naquilo que os chefes religiosos deles afirmam. Caso os obstinados recusem, os crentes aceitam que os “infiéis” possam ser pressionados, perseguidos, presos, torturados e até mortos. É a vingança dos crentes contra as pessoas que ousem pensar e viver de forma diferente. Têm todos de ser dependentes da religião, como os crentes, e sentirem-se seres inferiores perante os superiores.

Para um religioso o comportamento deverá ser o da resignação e aceitação da vontade superior sem a questionar, até humilhar-se voluntariamente para apresentar provas da sua fidelidade à religião escolhida. Os crentes anseiam alcançar um prémio pelo seu empenho obstinado. Têm a hipótese, sem garantia, de conseguirem uma recompensa pelo cumprimento exemplar dos ditames da religião adotiva.

Entretanto, enquanto não chegar o prémio de fidelidade e subordinação dos crentes à vontade dos seus mandantes, eles poderão sempre imaginar e sonhar com tal recompensa e esperar alegremente por ela todo o resto da vida.

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10 de Julho, 2013 Carlos Esperança

Ex-muçulmanos contra o islão

Por

Kavkaz

Este sábado, dia 6 de Julho de 2013, surgiu em França uma nova organização social. Cerca de 30 muçulmanos fundaram o “Conselho de ex-muçulmanos da França”.

O objectivo principal desta organização é a luta dos que abandonaram a sociedade islâmica pelo direito a serem ateus e a criticar o islamismo. “Nós representamos um grupo de ateus e não religiosos que, por diversas vezes, sofreram ameaças e muitos de nós foram presos por blasfémia”, disse um dos constituintes do Conselho.

O símbolo do movimento é François-Jean Lefebvre de La Barre, um jovem aristocrata francês de 21 anos, que foi enforcado em 1 de Julho de 1766 pelo regime judiciário francês “por cantar canções zombeteiras à passagem de procissões”. Este acontecimento serviu de pretexto aos militantes revolucionários para tentarem desacreditar o regime monárquico e a religião católica.

O blogger palestiniano Waleed Al-Husseini é o herói e fundador deste Conselho que esteve preso vários meses em 2010 por acusação de blasfémia na internet. Entre os membros do Conselho estão ex-muçulmanos emigrados de Marrocos, Argélia, paquistão, Irão, Senegal e outros países.

O emblema da organização é o contorno do país onde se encontram, a França, com meia lua vermelha inserida e as letras EX. Existem conselhos idênticos na Alemanha e na Grã-Bretanha.

Os ex-muçulmanos têm a sua página no Facebook: “Conseil des Ex Musulmans de France”.

É uma vitória para os ateus, os livres pensadores, os humanistas, para os ex-muçulmanos que decidiram tomar a posição da razão, dos direitos humanos, pela laicidade.

9 de Julho, 2013 Carlos Esperança

A ICAR e o aborto

O aborto é pecado por serem mulheres. Se fossem homens era um sacramento.

http://www.elmundo.es/america/2013/07/06/noticias/1373086303.html

La violación de una niña de 11 años reabre el tema del aborto en Chile | Noticias | elmundo.es
www.elmundo.es
Diário de uns Ateus – Nem a violação ou a idade de uma criança inspira um módico de humanidade nas criaturas pias.
8 de Julho, 2013 Carlos Esperança

DO EGITO E DO MUNDO ÁRABE

Por

João Pedro Moura

1- O problema do Egito, e dos países árabes em processo revolucionário, é o seguinte:

quando conseguem liberdades políticas e vão para eleições, ganham os partidos islamitas…

… E ganham porque a mentalidade arabesca é intrinsecamente reacionária e avessa a mudanças. Só uma minoria, mais intelectualizada, mais ocidentalizada, mais rica e desfasada do islamismo é que não vota nos partidos islamitas.

A civilização árabe, chamemos-lhes assim, é a única do mundo em que nos processos revolucionários políticos e modernos, a massa popular vota em políticos afetos à hedionda escumalha islâmica, quero dizer, em liberticidas…

Obviamente, é um atavismo genético qualquer. Senão, votariam em partidos democráticos e liberais, como acontece nas outras regiões e grupos civilizacionais normais…

… E não há nenhuma maneira de alterar isto!…

… Porque há povos que serão sempre atrasados e um atraso de vida!…

… Enquanto há outros povos progressistas, que trabalham, que estudam, que desenvolvem os seus países…

2- O Morsi egípcio só não entrou a “matar” porque ele sabe que afugentaria os turistas, grande pilar da economia egípcia. Então, entrou suavemente, com boas relações internacionais e omitindo Israel, por ora…

… Mas, até agora, esteve a montar uma complexa arquitetura política e administrativa, favorável à hedionda escumalha islâmica…

… Mas teve duas oposições: uma grande, popular, mas minoritária, composta pelos afetados pelo esboroamento turístico e demais modernizados do sistema; outra pequena em número populacional, mas de influência determinante, as Forças Armadas, completamente desafetas à “hedionda”, FA essas compostas por dirigentes militares, formados em escolas militares ocidentais e adeptos do “life style” moderno e desligado do islamismo.

E, nas manifestações, temos 2 tipos, os anti-Morsi, compostos por uma imensidão masculina e muito poucas mulheres, sistematicamente de cabeça destapada e vestes ocidentalizadas. Estes manifestantes representam o Egito minoritário e derrotado politicamente, mas buliçoso pelo desejo de melhorias económicas e (algumas…) liberais; e o outro tipo de manifestações, composto pela imensidão islâmica, frequentemente de barbudos e (re)vestidos de roupa tradicionalista, mais um contingente notório de mulheres sistematicamente (re)vestidas com as suas vedações têxteis, da cabeça aos pés, orgulhosas da sua condição subserviente, marcando o seu apego ao islamismo e seus façanhudos políticos…

 

3- Enquanto na Turquia há uma maior congruência entre a massa maioritária islâmica e o seu poder político, por um lado, que são moderados, e os modernizados do sistema, completamente ocidentalizados, mas que são uma minoria muito influente duns 30%, por outro, mas que, mesmo assim, ainda provocam tricas entre eles, no mundo árabe vigora a abjeção social de costumes conservadores e reacionários, que abrangem a grande massa do povo, ávido de figuras carismáticas e tutelares que os conduzam ao aprisco terráqueo, mas com pão, coisa cada vez mais difícil de ocorrer, a partir do momento em que se introduz a liberdade no sistema… e não há petróleo suficiente para sustentar tanta gente…

 

6 de Julho, 2013 Carlos Esperança

O Egito, o Islão e a democracia

Os berberes já habitavam o território da atual Argélia dez mil anos antes da era vulgar e, quando a lepra islâmica alastrou como mancha de óleo, no século VIII, ainda resistiram, mas acabaram por converter-se ao mais primário e belicista dos monoteísmos.

A sedução dos cinco pilares islâmicos é ajudada pelo assanhado proselitismo e profundo constrangimento social. O monopólio da educação, assistência médica e distribuição de alimentos, em sociedades saídas do colonialismo, ajudam à difusão do manual terrorista que dá pelo nome de Corão.

Junte-se a fanatização, que começa na infância, nas madraças e mesquitas em países que não conheceram o Iluminismo e vivem numa civilização falhada – a civilização árabe –, e temos a perversão que teimamos em julgar paradigma de grupos isolados, sem darmos conta das ambições prosélitas prosseguidas à bomba por voluntários que esperam ter 72 virgens a aguardá-los no Paraíso.

Foi assim que, em dezembro de 1991, a Frente Islâmica de Salvação (FIS) teve uma vitória estrondosa na 1.ª volta das eleições e, perante o terror da sharia, a Frente de Salvação Nacional (FSN) cancelou a 2.ª volta. Perante a ditadura, a Europa sossegou e desinteressou-se dos 150 a 200 mil mortos da guerra civil que se seguiu.

Recordo aos mais desatentos o que está a suceder no Egito e ao que acontecerá, a prazo, na Turquia, os dois maiores e mais influentes países de maioria islâmica, que a vontade de Maomé pretende submeter à vontade de Alá, tendo a sharia como horizonte.

No Cairo, cristãos, democratas e diversos grupos sem consistência ou até antagónicos, motivados pela crise económica, uns, e pelo medo da sharia, quase todos, expuseram-se à repressão numa corajosa resistência à liturgia das 5 orações diárias e à imposição de se virarem para Meca.

Uma vez mais triunfou a ditadura que estava escrita nos astros. Um golpe militar nunca garante a democracia, mas adia a consolidação da teocracia. Muitas vidas se perderão na guerra civil que se adivinha e os muçulmanos não são piores do que os cristãos ou ateus. O que é efetivamente pior é o Islão, na sua obstinada demência, comum ao cristianismo, de tentar impor aos outros o Deus que deviam guardar para si.

Os países democráticos, mais interessados no mercado de matérias primas, sobretudo do petróleo, descuram a exigência do respeito pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. E a laicidade continua a ser adiada onde se erguem mesquitas e almenaras.