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Categoria: Islamismo

31 de Março, 2008 Ricardo Alves

A chária já é aplicada na Europa

Há muitas pessoas que se preocupam, com alguma razão, com a possibilidade de a chária (lei islâmica) vir algum dia a ser aplicada em países europeus. Todos estamos recordados das recentes declarações do arcebispo de Cantuária (Reino Unido), sugerindo que alguns aspectos da chária fossem implementados para a população muçulmana da Inglaterra em assuntos de finanças ou família.

Acontece que a chária já é aplicada, legalmente, num Estado da União Europeia. Concretamente, na Grécia.

Dizer que a Grécia tem o regime mais retrógrado e clerical da União Europeia é dizer pouco. Para além de ter uma Igreja de Estado, protegida constitucionalmente, com poder de veto sobre a construção de locais de culto não-ortodoxos, a Grécia tem ainda esse duvidoso privilégio de conter dois territórios que só fazem parte da UE no papel: o monte Athos (governado por monges) e a Trácia oriental, o único território da União Europeia onde a chária é aplicada.

A UE, que se dedica a harmonizar tanta coisa e a interferir em tantas áreas da vida das pessoas, poderia bem «harmonizar» os direitos das mulheres na UE, pondo fim à vergonhosa aplicação da chária no território europeu de um dos seus estados-membros, com o seu cortejo de casamentos forçados, casamentos (perfeitamente legais, note-se) de raparigas de 12 anos, divórcios que são um direito do marido mas não da mulher, e poligamia, tudo gerido por tribunais islâmicos com muftis nomeados pelo Estado que decidem em assuntos de casamento, divórcio e tutela de crianças de acordo com a lei islâmica. Na Trácia Oriental, sujeitos a estas regras medievais, vivem 100 000 cidadãos (e cidadãs) da União Europeia. As vizinhas turcas destas «cidadãs» gregas muçulmanas gozam de direitos de cidadania mais igualitários.

28 de Março, 2008 Ricardo Alves

«Fitna»-o filme

O filme de Geert Wilders já está no YouTube.

Parte 1

A primeira parte é uma digressão pelos momentos de choque e pavor que o islamismo trouxe ao mundo nos últimos anos (11 de Setembro, 11 de Março, 7 de Julho, Somália), entrecortados por imagens de sermões (e manifestações) particularmente extremistas onde se faz claramente a apologia da violência em nome do Islão. Inclui também alguns versículos do Corão que podem ser utilizados para justificar a violência.

Parte 2

É na segunda parte que o filme do senhor Wilders se torna mais abertamente xenófobo, com números do crescimento de muçulmanos na Holanda (944 mil, 6% da população total) e na Europa. São mostradas imagens de execuções de homossexuais (Irão) e de mulheres (Afeganistão), e sugere-se que acontecerá o mesmo na Holanda de amanhã, o que já é entrar no puro disparate: que eu saiba, o regime talibã já caiu, o do Irão está internacionalmente isolado, e apenas o da Arábia Saudita goza de boas relações com a Europa e os EUA. Mais: nos anos mais recentes, o islamismo só subiu ao poder na Faixa de Gaza, que tem peculiaridades ausentes alhures. E mesmo que a população muçulmana fosse alguma vez maioritária na Holanda (o que, à taxa actual, demoraria mais de cinquenta anos) duvido que essa maioria quisesse impôr a chária. Porque nem todos os muçulmanos, felizmente, são islamofascistas, do mesmo modo que nem todos os católicos se chamam Carlos Azevedo ou César das Neves.

Mas se é evidente que o islamofascismo deve ser combatido, para que a relação dos muçulmanos com o Islão mude, esse combate só pode ser feito em nome da laicidade. A ICAR também só mudou (Concílio Vaticano 2) graças a Afonso Costa e à lei francesa de 1905 (entre outros), e não graças aos fascistas europeus que tão bem se entenderam com ela. Portanto, a bem da coerência e da eficácia, não pode haver complacência com os clericalismos concorrentes (cristão evangélico, católico ou judaico), que o católico Wilders, reveladoramente, nunca tem tempo para criticar.

Resumindo: deixem o senhor Wilders falar. Percebe-se que o problema dele não é tanto o Islão, mas mais os muçulmanos. E que as suas soluções andarão mais próximas de cortar os subsídios de desemprego a muçulmanos do que os subsídios a escolas religiosas (muçulmanas ou, valha-lhe «Deus», cristãs). No limite, este senhor proibiria o Corão (já o defendeu, sem explicar onde ficaria a liberdade de expressão) e expulsaria os muçulmanos. O objectivo dele não é acabar com a discriminação de ateus e outras minorias religiosas, é riscar da constituição holandesa a obrigação de não discriminar.

O perigo para a Europa não é uma «islamização», que não seria exequível demográfica ou (contenham o riso) militarmente. O perigo é a convergência de esforços entre clericalismos, como o rei da Arábia Saudita já compreendeu muito bem. O senhor Wilders é uma distracção e uma perda de tempo.

27 de Março, 2008 Mariana de Oliveira

Deputado holandês divulga filme anti-islâmico na Internet

Foi hoje colocado na Internet o filme contra o Islão do deputado holandês de extrema-direita Geert Wilders.

Ao longo de 15 minutos, «Fitna» (termo árabe para divisão ou discórdia) mostra imagens de recentes atentados e declarações de radicais islâmicos, associando-as a versículos do Corão em que se faz a defesa da «jihad» (guerra santa).

Com este filme Wilders diz querer mostrar como o Corão incita à violência e promove o ódio contra as outras religiões.

Numa entrevista recente, o fundador do Partido da Liberdade chegou a apelidar de «fascista» o livro sagrado dos muçulmanos e a compará-lo ao «Mein Kampf», de Adolf Hitler.

A terminar o filme, legendado em francês e inglês, surge um grande plano do Corão e uma mão pega numa das folhas. No plano seguinte, sob um fundo negro, ouve-se o som de uma folha a ser rasgada mas, em legenda, o autor garante que a página arrancada pertencia a uma lista telefónica. «Não me cabe a mim, mas aos próprios muçulmanos rasgar os versos de ódio do Corão», acrescentam as mesmas legendas, em que Wilders volta a acusar o Islão de «querer governar, submeter e destruir a civilização ocidental».

Fazendo uma analogia com a derrota do nazismo, em 1945, e do comunismo, em 1989, o deputado da extrema-direita diz ser «agora tempo de a ideologia islâmica ser derrotada», antes de concluir: «Parem a islamização, defendam a liberdade».

Fonte: Público, 27 de Março de 2008.

27 de Março, 2008 Mariana de Oliveira

ONU condena discriminação do Islão

O Conselho dos Direitos Humanos da ONU aprovou a resolução por 21 votos a favor e 10 contra, com a oposição da Europa e Canadá.

A resolução, submetida pelo Paquistão em nome da Organização da Conferência Islâmica, contou com a oposição da União Europeia e 14 abstenções.

No texto lêem-se preocupações com «as declarações nas quais as religiões – nomeadamente o Islão e os muçulmanos – são atacadas, tenham a tendência para se multiplicar nos últimos anos». Menciona ainda os «estereótipos deliberados que visam as religiões, os seus adeptos e pessoas sagrados nos órgãos de comunicação social».

«Lamenta a utilização da imprensa escrita, dos meios audiovisuais e electrónicos», a fim de incitar «aos actos de violência, à xenofobia ou à intolerância» e à «discriminação face ao Islão ou a qualquer outra religião».

O Conselho declarou-se «vivamente preocupado com a intensificação da campanha de difamação das religiões e do perfil étnico e religioso das minorias muçulmanas desde os trágicos acontecimentos do 11 de Setembro de 2001».

Além disso, o Conselho preocupa-se com as «tentativas que tenham por objectivo assimilar o Islão ao terrorismo, à violência e às violações dos Direitos Humanos».

O representante da União Europeia, o embaixador da Eslovénia Andrej Logar, lamentou um texto «unilateral, que se centra apenas no Islão».

Fonte: RTP, 27 de Março de 2008.

26 de Março, 2008 Mariana de Oliveira

Líbano proíbe filme de animação

O filme de animação «Persépolis», criticado pelo retrato que faz da Revolução islâmica, não vai ser exibido no Líbano, de acordo com um responsável do ministério do Interior.Uma fonte anónima do governo indicou que o filme desagradou ao chefe da Segurança geral, um elemento próximo do movimento xiita Hezbollah.

«É claro que o chefe dos serviços de segurança, o general Wafiq Jizzini, próximo do Hezbollah, não quer autorizar este tipo de filme, que, segundo ele, dá uma imagem do Irão pior do que a vigente ao tempo do Xá», disse.

«Persépolis», prémio do júri ex-aequo no Festival de Cannes 2007 e nomeado para os Óscares de 2008, baseia-se na banda desenhada homónima da franco-iraniana Marjane Satrapi.

O filme mostra a repressão sob o regime do Xá mas também a coacção social, as detenções e as execuções dos anos que se seguiram à Revolução islâmica liderada pelo ayatollah Khomeiny.

A natureza rebelde da heroína e os seus problemas com as autoridades obrigam-na a deixar o seu país.

O filme foi condenado pelo governo do presidented Mahmoud Ahmadinejad como «islamófobo» et «anti-iraniano», mas uma versão censurada da obra chegou a ser várias vezes exibida nas salas de cinema iranianas.

24 de Março, 2008 Mariana de Oliveira

Filme anti-Islão suspenso

Foi anunciada, no passado dia 23, a suspensão do site em que o deputado holandês de extrema-direita, Geert Wilders, ia divulgar o seu filme anti-islâmico.

Não morro de amores pelo islâmismo, assim como não morro de amores por qualquer outra religião. No entanto, reconheço que a liberdade de culto e de religião são valores fundamentais intrínsecos a qualquer Estado de Direito Democrático e, como tal, devem ser defendidos por todos. Ora, apesar de alguns adeptos do islamismo não serem, como todos sabemos, defensores da tolerância e da liberdade religiosa, não podemos, como sociedade que se quer livre e esclarecida, dar cobertura a ideias discriminatórias, sob pena de cairmos nos mesmos erros que criticamos.

A liberdade de que gozamos implica tolerância e respeito pelo próximo. Obviamente que não implica que não discutamos nem critiquemos as posições contrárias às nossas. É essencial que tratemos os nossos opositores com todo o respeito e tolerância com que queremos ser tratados. Isto é uma regra elementar da boa convivência social.

Mensagens de ódio e de preconceito – como as veiculadas pelo vídeo acima mencionado – apenas tornam qualquer troca de ideias infrutífera e pioram o problema da compatibilização da religião (islâmica, neste caso) com a sociedade.

23 de Março, 2008 Ricardo Alves

Vaticano confirma: Bin Laden foi injusto

Conforme eu já afirmara, o repúdio do Vaticano pela liberdade de expressão sempre foi inquebrantável, e portanto as acusações de Bin Laden foram injustas. É a própria sala de imprensa do Vaticano quem agora recorda que o Papa esteve do lado do islamismo durante a crise dos cartunes:

  • «O Papa e o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso censuraram a campanha satírica contra o Islão em mais de uma ocasião» (Zenit).
21 de Março, 2008 Carlos Esperança

Bin Laden – terrorista beato

Volto ao tema já abordado pelo Ricardo Alves.

Bin Laden, um beato criminoso e contumaz, não renuncia à obsessão pia de destruir a laicidade que assegura a democracia, a liberdade religiosa e os direitos humanos. Para o grotesco islamita só conta a vontade de Maomé, de acordo com a sua exegese do Corão. Direitos humanos, igualdade de género, liberdade individual e modernidade são detalhes que é preciso erradicar, para gozo do Profeta, porque não são direitos, são sintomas de declínio da fé.

O fracasso da civilização árabe, na sua incapacidade para criar algo de bom ou útil no seu ocaso, transformou a frustração generalizada de populações tribais em beatos que encontraram na religião e na língua árabe os traços de identidade, habilmente dirigidos para o ódio aos infiéis. Foi assim que o perigoso delinquente se transformou num herói que faz suspirar a rua islâmica.

A Europa, acobardada perante os clérigos, esquece as guerras religiosas que a laceraram no passado, cede à reclamação de privilégios e à apropriação do poder por vários credos enquanto descura a vigilância das instituições democráticas.

As acusações feitas a Bento XVI, a respeito das caricaturas de Maomé, além de falsas, são um ataque aos princípios democráticos e ao espírito de tolerância. Não podendo o Papa defender-se, por falta de pergaminhos democráticos, é obrigação dos europeus reagirem às acusações falsas e ameaças intoleráveis.

Na Europa das Luzes a publicação de caricaturas é um direito, independente dos gostos e das crenças que incomodem. O vídeo de Bin Laden ofendeu-me e, nem por isso, deixo de me bater para que a comunicação social tenha o direito de o exibir. É a liberdade que as religiões suportam mal e os clérigos execram.

Se hoje cedermos nas caricaturas, amanhã abolimos o álcool, depois proibimos o porco e acabamos a lapidar mulheres, a degolar hereges e a decapitar os membros aos ladrões, com cinco orações diárias e uma peregrinação a Meca.

Enquanto se confundirem as práticas medievais do Islão com características culturais, corremos o risco de não saber distinguir a civilização da barbárie, a democracia da fé e a liberdade do direito canónico.

21 de Março, 2008 Ricardo Alves

As freiras já podem ir à praia do Meco

Há uma empresa holandesa que já vende para Portugal o «burquini», um fato de banho de acordo com os preceitos islâmicos, e que portanto cobre todo o corpo à excepção dos pés, das mãos e da cara.

Sabendo que o Diário Ateísta é o blogue mais popular em conventos e seminários, deixamos aqui a informação, esperando que seja útil às freiras que na próxima estação balnear se queiram deslocar a esses antros de perdição que são as praias lusitanas.