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Categoria: Islamismo

5 de Agosto, 2008 Carlos Esperança

Turquia – A democracia suspensa do véu

Não há exemplo histórico de um credo que tenha sido arauto da liberdade, mas sobram provas da violência com que contrariaram, em nome de Deus, as liberdades individuais. Não é, pois, apanágio do Islão a superstição, o espírito misógino e o ódio visceral que o seu clero vota à liberdade individual e à modernidade.

Uma civilização decadente, patriarcal e regulada pelo clero, atribui aos infiéis a pobreza e o atraso e, perante o repto da modernidade, excita-se a cumprir os cinco pilares da fé, matando e morrendo, no convencimento de que Deus é grande e Maomé o seu profeta.

As democracias conhecem os conflitos religiosos e a crueldade prosélita a que tiveram de pôr termo, mas depressa esqueceram o passado próprio, numa cumplicidade suicida, para, em nome do multiculturalismo, tolerarem o fim do pluralismo religioso nas terras onde o Islão deita raízes. Os lucros sobrepõem-se aos Direitos do Homem porque os primeiros agradam a banqueiros, agiotas e comerciantes e os segundos a filósofos, humanistas e sonhadores.

A Turquia, que não é árabe, onde a islamização vai corroendo as bases do país laico que a clarividência e a impiedade de Ataturk impuseram, tem hoje um primeiro-ministro e um presidente que desafiam a Constituição (de que militares e juízes são guardiães) ora abolindo a interdição do véu islâmico nas universidades, ora afrontando a laicidade com as próprias mulheres que, numa atitude provocatória, exibem em público o adereço pio.

Claro que é difícil, em nome da liberdade, defender uma proibição, combater em nome da laicidade um adorno que, na aparência, é da vontade de quem o usa, mas a prática já provou que o direito que hoje reclamam é o dever que amanhã querem impor.

Se os livros sagrados passassem no crivo do Código Penal, há muito que os pregadores seriam afastados do púlpito e levados do templo para a prisão. Em plena Europa, tal como fizeram os papas com as cruzadas, há hoje clérigos a pregar a guerra santa contra os infiéis, todos os que rejeitamos a crueldade, a violência e o ódio que o Corão destila.

É bom recordar a quem transige com a lapidação de mulheres, a desigualdade de género e a decapitação de hereges que na Turquia, com 71 milhões de habitantes, já fugiram de Istambul, ex-Constantinopla, os últimos descendentes dos Bizantinos. No leste, a Igreja Ortodoxa síria está praticamente extinta, com os últimos mosteiros a serem evacuados e os cristãos que fugiram a denunciar os «impostos de protecção», a expropriação das terras e, até, assassínios.

Com a Constituição laica, assassinam-se juízes que a defendem, com a «compreensão» do primeiro-ministro, e os cristãos, particularmente os arménios, são marginalizados. Aliás, qualquer religião corre o risco de extinção onde outra conquiste o aparelho do Estado. É isto que não vêem os cegos de qualquer religião, os que falam de diálogo para melhor prepararem a guerra, os que dizem defender a paz enquanto treinam terroristas.

Na Turquia, o véu é o manto diáfano que esconde a teocracia e destrói o Estado laico.  

10 de Junho, 2008 Mariana de Oliveira

Direita suíça contra minaretes

Uma campanha contra a construção de minaretes na Suíça reuniu 103 mil assinaturas, superando o mínimo necessário para o pedido de realizaçã de um referendo nacional.

As assinaturas devem ser encaminhadas para a Procuradoria Geral no início de Julho, a fim de serem examinadas.

A campanha, lançada há um ano pela direita suíça, tenta incluir na Constituição a proibição de construir novos minaretes (as torres de mesquita onde se chamam os fiéis para as orações) e já causou polémica no país e no estrangeiro, em particular por parte de alguns muçulmanos.

De acordo com os que votam a favor da proibição, onde se encontram diversos políticos do primeiro partido suíço, o minarete como edifício não tem caractér religioso, sendo na verdade um símbolo de reivindicação de poder.

Com a proibição, alegam, vai se conseguir «negar qualquer tentativa de construir ambientes islâmicos» de introduzir na Suíça um «sistema legal orientado para sharia» [lei corânica].

No território suíço só duas mesquitas dispõem de minarete, em Genebra e Zurique.

Fonte: Sol, 09 de Junho de 2008.

4 de Junho, 2008 Mariana de Oliveira

Jordânia quer julgar directores de jornais e caricaturistas dinamarqueses

O delegado do Ministério Público de Amã, Hasán Abdulá, acusou publicações periódicas dinamarquesas de «difamação e desrespeito» pelo profeta Maomé e emitiu notificações para 20 editores de jornais diários e caricaturistas dinamarqueses para que compareçam em tribunal, na Jordânia.

Em Abril, um grupo de órgãos de comunicação social e partidos políticos jordanos apresentou uma queixa, depois de vários periódicos dinamarqueses voltarem a publicar em Fevereiro caricaturas polémicas do profeta Maomé, consideradas ofensivas no mundo islâmico.

«As autoridades jordanas comunicarão as notificações aos acusados, através da Embaixada da Dinamarca em Amã» , explicou o activista Zakaria al Sheij, director da campanha «O Mensageiro (Maomé) Une-nos», desenvolvida pelos grupos que apresentaram a queixa.

«Caso não compareçam, serão emitidos mandados de captura para que sejam levados a tribunal pela Interpol» , disse Al Sheij, em declarações aos jornalistas.

Para Al Sheij, o delegado do Ministério Público acusou os jornais dinamarqueses de «difamação e menosprezo pela religião islâmica e pelo profeta Maomé, por insultarem os sentimentos religiosos dos muçulmanos e provocarem problemas sectários e raciais».

Os organizadores da campanha revelaram que prevêem lançar, a 10 de Junho, uma campanha para boicotar os produtos dinamarqueses e holandeses, e iniciar acções legais contra o deputado holandês Geert Wilders pelo lançamento na Internet, em Março, de uma curta-metragem anti-islâmica.

Fonte: Sol, 04 de Junho de 2008.

23 de Maio, 2008 Carlos Esperança

Maldito terrorismo religioso

Bin Laden insistiu novamente, há uma semana, no combate a Israel e aos seus aliados do Ocidente.

A mensagem em que apela aos «verdadeiros muçulmanos» é o habitual apelo ao ódio e ao extermínio dos que designa por infiéis. E todos sabemos que infiéis são todos os fiéis de um ramo diferente da sua crença, os de qualquer outra crença e, sobretudo, os de crença nenhuma.

Bin Laden não é um esquizofrénico cuja demência se controle com medicação, é um biltre fascista intoxicado pelo Corão, um beato obstinado pelo Paraíso que pretende conquistar pela crueldade e à custa de sangue, de muito sangue.

Os EUA, por mais detestável que seja o seu último presidente, por maiores desvios que tenham sofrido os ideais laicistas dos seus fundadores, permanecem uma democracia. A Europa é um espaço democrático onde a laicidade impede o proselitismo rancoroso dos mais devotos. Mesmo Israel, onde os judeus das trancinhas entraram na deriva sionista, tem forças laicas que preservam a democracia e impedem que a Tora se sobreponha às leis do Estado.

As ameaças à União Europeia por causa das caricaturas de Maomé e, agora, ao Europeu de 2008, são ameaças à civilização. Bin Laden é o herói da rua islâmica, o celerado que acicata o ódio que as madraças cultivam e as mesquitas difundem nas homilias em que apelam à guerra santa.

No cristianismo, se alguém cumprir à letra as determinações da Bíblia, cai sob a alçada do Código Penal e vai preso. O mesmo acontece aos judeus que, há muito, desistiram de matar que quer que seja encontrado a trabalhar ao Sábado. Mas, nas teocracias islâmicas o Corão é cumprido literalmente e não há exegese que negue ou ponha em dúvida o que está escrito nesse plágio grosseiro do cristianismo onde falta a influência da cultura grega e do direito romano.

É por isso que da pedofilia, sob a capa do matrimónio, à poligamia, das chicotadas às lapidações, da decapitação à mutilação, passando pela humilhação da mulher e pelas explosões suicidas, não há loucura criminosa que não deixe Maomé feliz e os homicidas consolados com a própria morte, após o crime que lhes abre as portas do Paraíso.

Não podemos, sob o pretexto do multiculturalismo, descurar a defesa da civilização e a separação da Igreja/Estado. A igualdade entre homens e mulheres, a abolição da tortura, da discriminação sexual, da xenofobia e do racismo, são imperativos civilizacionais.

O sionismo, qualquer imperialismo, a exploração dos países pobres, a humilhação dos palestinianos e outros crimes do capitalismo selvagem, são reais, mas a democracia é uma vacina que atenua e corrige as suas perniciosas consequências.

Pelo contrário, as teocracias são sistemas que odeiam a liberdade e a autodeterminação pessoal, que humilham as mulheres e impedem os crentes de se tornarem cidadãos.

Não haverá grandes diferenças entre Urbano II e Bin Laden mas a humanidade não pode esperar sete séculos para que, no Islão, surja uma revolta igual à Revolução Francesa.

Carlos Esperança

23 de Maio, 2008 Mariana de Oliveira

Vaticano rejeita enclave no Iraque

O Vaticano rejeita a criação de um enclave cristão em Nínive, no Iraque, defendida pelo governo local e Estados Unidos, alertando para o risco de se enviar a comunidade para um gueto.

O prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, cardeal Leonardo Sandri, defendeu que não lhe «parece uma ideia feliz criar um gueto para os cristãos».

«Além de tudo, [a criação de um enclave] não garantiria a sua segurança», referiu.

Presentes no Iraque desde o século II, os cristãos são perseguidos por extremistas islâmicos e optam por fugir do país.

Sectores do governo iraquiano e os Estados Unidos advogam a criação de uma zona de protecção nas planícies de Nínive, a Norte do Iraque, para defender os territórios históricos do povo assírio-caldeu e dar abrigo aos cristãos perseguidos.

Fonte: Sol, 21 de Maio de 2008.

13 de Maio, 2008 Carlos Esperança

A morte de Rand Abdel-Qader e o fascismo islâmico

“A minha filha mereceu morrer por se apaixonar”

Um alarve xiita sufocou e esfaqueou a própria filha com o aplauso dos amigos e o entusiasmo dos irmãos que ajudaram a assassinar a irmã.

O mundo civilizado horroriza-se com a selvajaria do crime e a felicidade do troglodita que o cometeu. A polícia reconheceu-lhe lhe razão e os autóctones renderam-lhe a homenagem que merece um primata que defende a honra da família.

Uma muçulmana que não se envergonhava de amar um cristão, capaz de comer carne de porco e de beber álcool, uma islamita de nascimento que se esqueceu de que não pode amar quem quer, morreu como merecia, para lavar a afronta a Maomé.

A mãe da jovem, quando o marido a sufocava, ainda chamou os filhos para ajudarem a irmã, mas eram fortes os motivos do pai e justo o castigo. Os mancebos, de 21 e 23 anos, ajudaram a matar a irmã. A vítima não teve direito a funeral e os tios compareceram para cuspir sobre o cadáver quando foi lançado a uma vala.

Chamava-se Rand Abdel-Qader e apagaram-lhe o sorriso lindo aos 17 anos.

 Esta foi apenas uma das cinco mil mulheres que todos os anos são vítimas dos «crimes de honra» em todo o mundo. As milícias religiosas conhecem a obsessão divina com a roupa e os comportamentos femininos e sabem como Deus exulta com a morte das mulheres que o contrariam.

 Sempre foi assim.

24 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

Dez chicotadas e seis meses de prisão

Uma terceira activista iraniana, Nahid Jafari, foi condenada a uma pena suspensa de seis meses de prisão e a dez chicotadas pelo Tribunal Revolucionário do Teerão, anunciou hoje o diário reformador Etemad.

«O tribunal absolveu a minha cliente das acusações de risco à segurança nacional e ao desrespeito de uma ordem dada pela polícia, mas reconheceu-a culpada da tentativa de perturbação da ordem pública», declarou o advogado Zohreh Arzani segundo o jornal diário.

Esta pena é acompanhada de uma suspensão de dois anos.

Nahid Jafari foi presa em Março de 2007 em companhia de 32 outras feministas à frente do Tribunal Revolucionário de Teerão, onde deviam ser julgadas outras cinco activistas por terem participado numa manifestação em Junho de 2006.

A jornalista, Nasrin Afzali, outra militante feminista, foi condenada à mesma pena segunda-feira passada, tal como Marzieh Mortazi Langueroudi em Fevereiro.

As feministas iranianas lançaram uma campanha para reunir um milhão de assinaturas a pedir direitos iguais no que diz respeito ao casamento, o divórcio, a herança e a custódia dos filhos.

Recentemente várias militantes feministas foram presas pelas autoridades iranianas, algumas das quais ainda continuam encarceradas.

Fonte: Sol, 23 de Abril de 2008.