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Categoria: Islamismo

24 de Julho, 2014 Carlos Esperança

Os tumultos antissemitas em França

É irrelevante que eu considere terroristas os dirigentes de Israel e da Faixa de Gaza, que me sinta dilacerado com a implacável lei de Talião aplicada nos territórios cuja origem das injustiças é diariamente evocada e objeto de tomadas de posição por todo o mundo.

Não vale a pena recordar, a cada momento, o desacerto clamoroso da criação de Israel pela Inglaterra, URSS, EUA e pelos vencedores da Segunda Grande Guerra, em geral, que logo reconheceram o novo País, com a exceção , aliás pouco honrosa, do Vaticano.

Não esqueço a campanha de ódio orquestrada em Israel, após o selvático assassinato de três jovens estudantes raptados e sequestrados próximo de um colonato de Hebron, e as retaliações mútuas onde a superioridade militar e económica de Israel é colossal. Sendo as coisas o que são, defendo, contra os sentimentos de muita gente, o direito de Israel à existência e tranquilidade, bem como a obrigação de desmantelar os colonatos com que se expandiu pelo território da Palestina que vai inviabilizando.

Dito isto, passo a referir as manifestações da periferia de Paris, e outros locais, de apoio à Palestina, manifestações legítimas na motivação e repulsivas na forma. Os promotores exacerbam os piores sentimentos xenófobos que a extrema direita capitaliza numa orgia de antissemitismo em que se fundem dois fascismos, o autóctone, de cariz nacionalista e católico, e o árabe de primarismo muçulmano.

A destruição de estabelecimentos pertencentes a judeus, a profanação de cemitérios ou a ameaça contra sinagogas, são a hedionda manifestação do fascismo islâmico no berço do Iluminismo.

O sofrimento do povo palestiniano não deve servir de álibi para manifestações de fúria e de violência num país laico, nem se pode transformar em direito a pregação do ódio nas madraças e mesquitas do país que autoriza à religião prosélita e belicista um direito que ela nega às outras e a quem prescinde de qualquer uma.

O Islão é o maior inimigo dos muçulmanos e estes não podem continuar a vociferar em países democráticos contra caricaturas de um profeta violento ou condicionar a vivência democrática de países civilizados.

A solidariedade com a Palestina é legítima e perde racionalidade quando é cúmplice do silêncio para com a sharia, o antissemitismo e o terrorismo da demência islâmica.

Para mim, existe superioridade moral da democracia laica sobre uma religião totalitária.

20 de Julho, 2014 Carlos Esperança

O Islão entrou em delírio

O Iraque está a ser esvaziado de cristãos.

O medo domina-os. Os dementes da fé, prosélitos do mais implacável dos monoteísmos, não consentem outra visão do mundo para além das fantasias pérfidas do Corão.

Os cruzados que provocaram esta catástrofe, Bush, Blair, Aznar e Barroso, dormem bem com a mentira que inventaram e a tragédia a que deram origem.

12 de Julho, 2014 Carlos Esperança

O Islão vai de mal a pior

O islão entrou em declínio após a última grande potência islâmica – o Império Otomano – se desmoronar, e atingiu o seu ponto mais baixo no primeiro quartel do séc. XX com a colonização, pelo Ocidente, de grande parte do mundo árabe.

O Iraque vive a deceção da pobreza e subdesenvolvimento, apesar dos amplos recursos energéticos, provocada pela invasão dos novos Cruzados e, agora, pela violência sunita de um alegado califa, que agravou o medo, a miséria e a fé.

A tortura usada por forças da coligação que invadiram o Iraque em 20 de março de 2003 era a nódoa que faltava à alegada superioridade moral da civilização de que se reclamavam.

Na Turquia, o laicismo imposto por Ataturk, sobre os escombros do Império Otomano, está em vias de ruir sob a égide do futuro presidente Erdogan, ingenuamente apelidado de muçulmano moderado.

Os clérigos, em vez de modernizarem o Islão, islamizam a modernidade num perpétuo retorno ao obscurantismo. Onde o islão comanda a vida morre-se sob ditadura militar ou sob a violência de Alá.

O imperecível problema da Palestina é mais uma acha na fogueira do ódio que consome o Médio Oriente. Os sionistas procuram agravar a situação. Fazem mal tudo aquilo de que são capazes e da pior forma. Por sua vez, o Hamas, independentemente da razão que lhe asiste, exonera a inteligência da fé que o move, procura o martírio e só não mata mais porque não pode.

O mundo muçulmano é um barril de pólvora que explode continuamente, em demente proselitismo e suicídio assassino. O caso mais paradigmático é talvez o iraquiano. Ali,
derrubou-se uma ditadura laica, apoiada por sunitas, que oprimia os xiitas, donde surgiu um estado teocrático onde os xiitas oprimiam os sunitas. Agora, vêm a caminho sunitas que não prescindem de oprimir todos, em particular, xiitas, e degolam todos os que se lhes opõem a caminho de um novo califado ou do velho Paraíso.

Deus não é propriamente um entusiasta da democracia e os clérigos são sempre contra.

11 de Julho, 2014 Carlos Esperança

A Palestina, o Islão e o sionismo

É doloroso estigmatizar o Islão quando os ataques sionistas arrastam a dor, o sangue e a devastação para o martirizado povo da Palestina, quando Israel ignora sistematicamente as resoluções da ONU, quando um povo miserável é espoliado do seu território e da sua sobrevivência, quando decorre um intenso ato punitivo, por um exército bem treinado e equipado, contra uma população faminta, sitiada e desesperada.

Mas é nesta altura que urge ter a coragem de dizer que a provocação, apesar das origens bem mais remotas, começou com mísseis disparados sobre as cidades israelitas, que os autores estimulam a retaliação para exaltarem o martírio e que, finalmente, não restaria um único judeu vivo se os provocadores tivessem o poder bélico de que Israel dispõe.

É preciso ter a coragem de desmascarar os líderes da Palestina de cuja miséria recolhem o ascendente e encontram o húmus onde floresce a fé e a sharia. O erro, como muitos na História, foi a criação de um Estado sionista, ali, naquela região onde a tragédia dos três monoteísmos começou, mas, sendo as coisas o que são, não têm os palestinos o direito à eliminação de Israel nem este à liquidação da Palestina.

Hoje foi desmantelada em França uma rede terrorista islâmica que fornecia documentos falsos a islamitas regressados do Afeganistão e travada outra que aspirava fazer explodir a Torre Eiffel, o Museu do Louvre e uma central nuclear. Não se trata de criminosos que praticam a religião islâmica mas de islamitas que desejam cumprir a vontade de Maomé.

O terrorismo é uma prática que deriva da crença, uma demência cultivada nas madraças e mesquitas, uma deriva criminosa que não se preocupa com a morte dos seus desde que mate os outros, os infiéis ao «misericordioso».

O islão não deve ser visto como religião e, tal como o nazismo e o fascismo, não pode ser tolerado no terrorismo por que enveredou, nem possuir espaço para se organizar sob o pretexto das orações e do estudo do Corão.

Sei que muitos amigos me censuram o desassombro e me vão considerar racista mas eu troco a tranquilidade do silêncio pela imagem que arrisco e pela reflexão que ouso.

2 de Julho, 2014 Carlos Esperança

Vitória da laicidade

Tribunal europeu considera “legítima” proibição do uso do véu integral em França

Juízes do TEDH determinam que lei votada no final de 2010 não é contrária à Convenção Europeia dos Direitos Humanos.

O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) considerou nesta terça-feira “legítima” a proibição do uso de véu integral em França, rejeitando um pedido de uma francesa que reivindicava o direito a usar o niqab ou a burqa.

O tribunal sublinhou que “a preservação das condições da vida em sociedade é um objectivo legítimo” das autoridades francesas, que dispõem sobre esta questão “de uma ampla margem de apreciação”. Por consequência, a lei votada no final de 2010 em França não é contrária à Convenção Europeia dos Direitos Humanos.

Fonte: Público

2 de Julho, 2014 Carlos Esperança

Reflexões (sucintas) sobre ‘califados’…

Califa

 

Por

E – Pá

O que julgávamos ser um facto histórico do passado morto e enterrado com a derrocada do império otomano está de novo a acontecer.

Algures no Iraque os jihadistas declararam o ‘Estado Islâmico no Iraque e no Levante’ e designaram como califa o xeque Al-Baghdadi

É curioso verificar que o último califado, o otomano, desgastado e decadente desde o séc. XVIII (com a expulsão dos turcos da Hungria) acabou por morrer no rescaldo a I Guerra Mundial (que começou há precisamente 100 anos) sendo o seu ‘executor’ um militar do agonizante sultanato otomano – o general Kemal Ataturk.

A ideia de ‘ressuscitar o califado’, durante o século XX, não é estranha a vários grupos (facções) fundamentalistas islâmicos como um instrumento da ‘unificação da luta’ (contra o Ocidente e pelo proselitismo). Informa – ou informou – as correntes doutrinárias (político-religiosas) ‘pan-islâmicas’, ou na sua vertente laica, os movimentos ‘pan-arabistas’.
O ‘Partido da Libertação’ (Hizb ut Tahrir), criado em 1953, nasceu com esse propósito programático como, por outro lado, o movimento Baath, unificado em 1947 (na saída da II Guerra Mundial), apresenta um programa laico, regionalista e do ‘socialismo árabe’ que fracassou, afundando-se em cruéis e sanguinárias ditaduras. Estes são exemplos de ‘movimentações islâmicas’ alimentadas por ‘sonhos unificadores’ (pan-islâmicos e/ou pan-árabes).

A grande questão é: quais as consequências deste novo ‘califado’?
Bem, a primeira e a mais importante será a criação de maior instabilidade na região (Médio Oriente). Quer o Irão (xiita), quer a Arábia Saudita (sunita), não estarão disponíveis para abdicarem, em favor do novo califado, dos papéis de liderança na região. O ‘efeito boomerang’ no interior do reino saudita, cujos dirigentes tem apoiado os jihadistas (nomeadamente na Síria), pode dar origem a adesões internas ao califado, contestando a casa real saudita que administra ou controla, concomitantemente, uma parte significativa do petróleo da região e os locais sagrados do Islão, o que não é uma perturbação de pouca monta.
Por outro lado, os governos em exercício na região, seja por questões políticas, por divergências faccionistas de índole religiosa ou por meras motivações de poder, não estão disponíveis para reconhecer um califado, qualquer que ele seja.
Esta iniciativa jihadista funciona globalmente como uma ameaça: para os países da região e para o Mundo Ocidental, que no decurso dos últimos acontecimentos no ‘Levante’ (a)parece disposto a emendar a mão sem, contudo, alterar a estratégia de dominação (no sector energético).

Aliás, o ‘espectro do califado’ persegue e condiciona, desde os trágicos acontecimentos de 11 de Setembro de 2001, a política internacional do Ocidente, liderada pelos EUA. Na realidade, também, Bin Laden alimentou o sonho de um califado que ainda perdura como instrumento histórico de unificação muçulmana.

G. W. Bush esforçou-se por tirar partido desta situação e a ‘questão do califado’ ensombrou a estratégia global desenhada por Washington na luta contra o terrorismo. Teve (e ainda tem) cúmplices por esta Europa fora – entre eles Blair, Aznar e Barroso – que ‘justificaram’ todo o tipo de tropelias pelo Mundo (islâmico e não só).

Na verdade, o avanço do ultraconservadorismo (neoliberalismo), oriundo dos EUA, tem utilizado o argumento maniqueísta do Bem e do Mal (com algum conteúdo místico) e socorrendo-se de instrumentos financeiros (monetaristas) especulativos e dominadores, visa assegurar ao Ocidente a liderança mundial, dita global.

É, por assim dizer, o ‘califado do Ocidente’, ou se quisermos o ‘califado de Chicago’. Um mal (o ‘novo califado’) nunca vem só. Tem, sempre, antecedentes e consequências.