22 de Dezembro, 2014 Carlos Esperança
Turquia ao encontro dos Irmãos Muçulmanos
Há vários anos, enquanto Bush armava o maior exército da NATO e chamava moderado a Erdogan, comecei a afirmar que não há Islão moderado nem religiões moderadas. Há crentes bondosos, solidários e pacíficos mas nenhum credo tem essas virtudes.
Erdogan, há anos que defende os assassinos de juízes protetores da laicidade e, quando a correlação de forças lho permitiu, começou a sanear os militares laicos. O Islão, na sua decadência, impõe-se pelo terror que cultiva, pela guerra santa que o Profeta preconiza e pela demência dos que as madraças e as mesquitas intoxicam.
O artigo do El País é elucidativo. Aqui ficam as primeiras frases traduzidas:
[“O pior é o medo. Toda a gente tem medo na Turquia”, lamentava-se há pouco numa entrevista o prémio Nobel de Literatura Orhan Pamuk. “A liberdade de expressão caiu para o seu nível mais baixo”, denunciava o autor de O museu da inocência, para descrever o clima de ameaça às liberdades civis que reina no seu país perante a perseguição à oposição e aos meios de comunicação críticos, plasmado em perseguições policiais e ordens judiciais de detenção. Perante as queixas da União Europeia pela deriva autoritária do Governo do islamita Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, nas suas siglas em turco), o presidente Recep Tayyip Erdogan replicou: “É o mesmo que nos aceitem ou não. Não nos preocupa o que pensem na UE. Que se ocupem dos seus próprios assuntos. Não têm nenhum direito a dar-nos lições de democracia”].
A tragédia vem a caminho da Europa, ou melhor, esta tem ido ao seu encontro.