O grupo jihadista Estado Islámico (EI) reivindicou, nesta terça-feira (5), através de sua emissora de rádio, o ataque realizado domingo (3) contra um concurso de caricaturas sobre Maomé, organizada por centro cultural no Texas, sul dos Estados Unidos, informam a agência internacional de notícias France Presse (AFP) e a a BBC.
21 de Maio, 2015 Carlos Esperança
#Religião, não. Islão, nunca
A meio caminho entre o rio Eufrates e o Mar Mediterrâneo, a cerca de 200 quilómetros de Damasco, a cidade de Palmira recorda as lutas de velhos impérios e o testemunho das suas ruínas é (era?) Património da Humanidade.
A história é rica no oásis onde jazem relíquias de pedras que falam do Império Romano, monumentos que documentam civilizações que a barbárie pretende apagar. Quando, na juventude, li o romance “As Ruínas de Palmira”, seduziu-me a soberba descrição de um império perdido nas areias do deserto por um filósofo iluminista francês do séc. XVIII – o conde de Volnay –, autor do livro, também filósofo e político. Discípulo de Voltaire, o santo laico da cidade de Ferney, que em sua homenagem passou a chamar-se Ferney-Voltaire, tomou para pseudónimo os seus nomes [Voltaire e Ferney = Volnay].
Volnay foi o primeiro a falar-me das ruínas de Palmira num livro delicioso que a pide ainda não apreendera na biblioteca do Dr. Garcia, médico e democrata da cidade da Guarda, que via com simpatia o empréstimo que o meu colega António Júlio, seu filho, me fazia dos seus livros.
Já não me recordava que Palmira ficasse no deserto Sírio quando o Exército Islâmico (EI) começou a ser o cancro cujas metástases ameaçavam a cidade.
Hoje, após a notícia de que os facínoras de Alá, no auge do fascismo islâmico, tomaram a cidade, senti que, à semelhança das gigantescas estátuas dos Budas de Bamiyan ou da biblioteca de Mossul, a demência da fé vai reduzindo a pó a memória da civilização.
Na sementeira do ódio é também o iluminismo de Voltaire e do Conde de Volnay, cuja herança é património da civilização, que está refém da esquizofrenia mística herdada de um beduíno analfabeto e amoral, como Atatürk designou Maomé, pelo bando do EI.