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Categoria: Catolicismo

15 de Maio, 2010 Carlos Esperança

Dúvidas de um leitor (2)

Tenho notícias do Porto: como seria de esperar a Avenida dos Aliados esteve cheia, mas com as vias de circulação automóvel livres, o que dá cerca de 60.000 a 80.000 pessoas.

Pude testemunhar no local que não havia um número muito reduzido de pessoas nas ruas laterais (menos do que as que caberiam nas vias de circulação livre da avenida), estamos a falar de cerca de 10 a 15 metros no máximo em cada rua.

Exemplo desta pouca ocupação dos espaços secundários foi a situação da Praça D. João I (do Teatro Rivoli a poucos metros da avenida) onde as pessoas estava SENTADAS NO CHÃO durante a missa…

Posto isto voltamos à situação do costume: números como 150.000 apresentados na televisão são completamente irrealistas (para usar uma expressão suave).

14 de Maio, 2010 Carlos Esperança

A multidão de Fátima – Dúvidas de um leitor

Uma questão que me deixou surpreendido… numa medição rápida no Google Earth a Avenida dos Aliados tem pouco mais de 20.000 m2… algumas notícias falam de 200’000 pessoas a ver a missa no Porto o que é, obviamente, impossível.

O mesmo se passa em Lisboa… a Praça do Comércio tem cerca de 30.000 m2, mesmo incluindo áreas circundantes (como a Praça do Município) ficamos com menos de 50.000 m2… onde muito dificilmente se conseguem “empacotar” as 100.000 pessoas que são referidas nas notícias…

Parece-me que há muita confusão na comunicação social entre as pessoas que vão realmente ver as missas do papa e as, potencialmente muitas mais, que o vão ver passar nas ruas…

10 de Maio, 2010 Ricardo Alves

Mais Facebook

Os grupos de protesto contra as condições da visita de Ratzinger continuam a proliferar como cogumelos no Facebook.

Os que chegaram à minha atenção mais recentemente são mencionados a seguir.

  1. «Aqueles que acham um absurdo o país parar porque o papa vem visitar o país»: a tolerância de ponto continua a ser um dos pontos de protesto principais. Este grupo aproxima-se, neste momento, dos 16 mil membros.
  2. «Eu não vou ver o papa, ele se quiser que me venha ver a mim»: quem acha que o anticlericalismo não é popular deveria consultar este grupo. Também a caminho dos 16 mil membros.
  3. «Apostasia: como abandonar formalmente a Igreja Católica»: a vinda de B16 provoca, naturalmente, um movimento de abandono por parte daqueles que são contados como católicos sem se terem tornado católicos voluntariamente. Cerca de 700 membros, neste momento.
9 de Maio, 2010 Carlos Esperança

Acusações cardinalícias…

”]Por

E – Pá

O arcebispo de Viena, cardeal Cristoph Schoenbom acusou – numa reunião informal com a imprensa – o cardeal Angelo Sodano, ex-Secretário de Estado do Vaticano, de ter ocultado um caso de pedofilia. La Republica.

Segundo Cristoph Schoenbom, o cardeal Sodano encobriu os abusos sexuais cometidos por um outro cardeal Hans Hermann Groer que, até 1995, exerceu funções episcopais na diocese de Viena.

Todavia, este caso será mais complexo e, para além de envolver o cardeal Angelo Sodano, atingirá ainda o anterior papa João Paulo II, em vésperas de beatificação…

A hierarquia católica, ao mais alto nível, começa a lavar – publicamente – a roupa suja …

9 de Maio, 2010 Carlos Esperança

Foi decretado o recolhimento obrigatório

A vinda do Professor Ratzinger, por alcunha Bento XVI, dignitário católico para quem a Santidade é profissão e estado civil, obrigou o País ao recolhimento obrigatório, por decreto pio e falta de pudor de quem o decidiu.

Receber com honras quem é reconhecido como chefe de Estado, é um dever do Estado de direito que somos, mas transformar o protocolo num acto de subserviência é abdicar da soberania e reduzir a dignidade do Estado português à categoria de protectorado da última teocracia europeia.

A função do Governo não é fazer com que todos creiam, é tentar resolver o problemas dos cidadãos. Nenhuma democracia tem competência para atestar o milagre que levou dois pastorinhos com muitas décadas de defunção aos altares, nem o direito de ajudar o proselitismo romano em detrimento de outras crenças.

O que se exige ao Estado é a defesa do direito às crenças, a todos as crenças, bem como às descrenças e anti-crenças que os cidadãos perfilhem.

A insólita atitude de conceder um dia de tolerância de ponto é um abuso que contraria a laicidade a que o Estado está constitucionalmente obrigado, uma discriminação injusta e gratuita para com outras crenças e um convite à participação na maratona de ave-marias e salve-rainhas que a concentração pia promove a pretexto da visita papal.

O encerramento das escolas públicas devido à chegada do papa católico é uma dolorosa metáfora do antagonismo da religião e da cultura num país onde as escolas particulares, a maior parte confessionais e católicas, continuam a ensinar.

Foi declarado o estado de recolhimento obrigatório. Só faltou coragem para impor as orações como sucedia durante a ditadura salazarista.

Quando o Estado se ajoelha é o País que fica de rastos.