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Categoria: Catolicismo

9 de Setembro, 2010 Carlos Esperança

O reverendo Luís e a procissão (Crónica)

Ao Luís não eram conhecidas virtudes públicas quando terminou o curso de engenharia e anunciou que tinha ouvido um chamamento. Julgaram que mencionava alguma oferta de emprego que um recém-licenciado sempre almeja. Nada disso. Rumou ao seminário e era vê-lo, quando regressava, nas férias, embevecido, a acolitar o padre nas cerimónias pias.

Não tardou, o tempo passa depressa, que o fizessem diácono e, a seguir, padre. Com que orgulho passou a substituir nos serviços litúrgicos o padre Manuel que, em Agosto, se deslocava ao Brasil impelido pelo gosto da viagem ou pelo desvelo paternal, segundo murmuravam os paroquianos desconfiados de uma filha naquelas paragens.

Um dia o João Nunes, antigo colega e também engenheiro, encontrou o reverendo Luís e disparou-lhe:

– Então como vai o engenheiro?

– Engenheiro, não, padre se faz favor, porque engenheiros há muitos e padres poucos.

– E o que é preciso para ser padre, retorquiu o primeiro, com visível boa disposição.

– É preciso ter juízo.

– Que grande cunha !…

E o diálogo terminou abruptamente, com o jovem clérigo amuado.

Começou aí o azedume do reverendo, emproado com as vestes talares e o colar romano que lhe cingia o pescoço, indiferente à canícula, persuadido de que a batina encobria os pecados e o engrandecia aos olhos dos profanos.

Alguns dias depois, na procissão da Senhora da Barca, o reverendo Luís comandava, no trajecto do costume, o cortejo, as orações e os cânticos quando, junto da esplanada do Café da Candidinha, se tresmalhou do pálio e se aproximou dos fregueses, crucifixo em riste, colérico, para os desancar evangelicamente, enquanto os devotos desfrutaram a pausa na fé e no percurso assistindo ao espectáculo profano.

Os alvos foram antigos colegas de colégio quando este era o único estabelecimento de ensino secundário no concelho. O João Nunes, o Aristides e o Zé Vaz aguentaram em silêncio a descompostura de quem não lhes tolerou a troca da devoção pela cerveja de barril. Foram admoestados furiosamente, seus hereges, não respeitam o padre, não se ajoelham à passagem da procissão, ofendem Deus Nosso Senhor, não têm consideração pela Senhora da Barca, indignos, pagãos… e, só depois de serenado com o espectáculo pio, o presbítero se recolheu ao pálio e à procissão que prosseguiu perante a assombro de alguns paroquianos e o gáudio de muitos outros.

Os hereges ficaram algum tempo mudos, mal refeitos da censura e do medo de levarem com a cruz, brandida pelo irado reverendo que, no delírio, parecia querer usá-la à vista dos devotos. Só quando a cauda da procissão se sumiu, as pernas deixaram de tremer e a calma voltou, soltaram os desabafos reprimidos que até a mãe do padre abrangeram.

A ligação entre os antigos colegas de colégio excluiu do convívio o presbítero e foram parcas as relações que ficaram. As férias terminaram e cada um foi à vida, enquanto o reverendo Luís regressou à paróquia da diocese de Lisboa onde exercia as funções a que o alegado juízo o predestinou.

No ano seguinte, no dia canónico, a procissão da Senhora das Neves repetir-se-ia com o padre Manuel no Brasil e o reverendo Luís a substituí-lo. Apenas os réprobos do ano anterior evitaram o café, não fosse o diabo tecê-las, e repetir-se a insólita cena.

A procissão teve a precedê-la a missa, como era uso, onde o reverendo Luís enalteceu as virtudes da santa e verberou o comportamento de paroquianos ausentes, indiferentes à procissão, capazes de se manterem sentados enquanto o andor, o pálio e a cruz viajavam pelas ruas. Soube-se que foi pobre a homilia e grande o acinte que moveu o oficiante, capaz de desancar os réprobos se, acaso, os visse perto do cortejo pio, sem se rojarem de joelhos à passagem. Não consta que os devotos se tivessem deixado encolerizar, apesar de acirrados, pelo jovem e piedoso presbítero que, a seguir, presidiu à procissão.

Pelas ruas ainda se viam colchas garridas às janelas quando o andor, o pálio e outros adereços desfilavam pelas ruas da vila. A procissão progredia vagarosamente com as orações e os gestos da coreografia de sempre. O Valdemar lançava foguetes em honra da santa, longe do cortejo, para evitar que as canas atingissem os devotos, indiferente aos incêndios que podia atear e a que, como bombeiro, teria de acudir.

Na esplanada do café da Candidinha o reverendo Luís viu de longe uma mesa ocupada onde a experiência lhe dizia que não morava a devoção. Ao chegar próximo do local, abandonou o pálio e correu de cruz erguida a admoestar os incréus, seus hereges, seus malcriados, não respeitam Deus, não estimam a santa, não veneram a cruz, não temem o Inferno, não conhecem a cólera divina e…, esgotada a pia admoestação, cego de raiva e fervor pio, regressou ao pálio e aos cânticos para maior glória da Senhora das Neves.

Na esplanada, um casal estrangeiro, surpreendido, sem nada ter percebido, hesitava em dar o iogurte ao filho.

7 de Setembro, 2010 Carlos Esperança

Momento zen de segunda

Por

Rui Cascão

O Carlos Esperança que me perdoe por me antecipar à sua diuturna refutação da crónica de Segunda feira de João César das Neves no DN, e ainda por lhe plagiar o “lead”, mas desta vez não consegui resistir.

Ora cá cá vai a contradita:

JCN refere “Desde o Iluminismo que uma ingénua arrogância luta, em nome do mundo novo, para substituir as tradições cristã, judaica, muçulmana, celta, germânica, greco-romana por uma ficção pseudo-científica que alimenta o corropio de ideologias.”. É claro que JCN convive mal com a Europa que emergiu das luzes, e que preferiria o pio mundo das trevas medievas e da infalibilidade papal.

Numa outra pérola, afirma que “pelo contrário, havendo atrocidades de parte a parte, regra na época, a superior técnica cruzada permitiu, face a enorme desvantagem numérica, manter um reino e rica cultura “que, pelo menos ao longo da costa, durou quase tanto quanto os EUA são uma nação” … não haverá aqui uma contradição no raciocínio de JCN? Ora as atrocidades de parte a parte, regra na época, conforme afirma, não são apenas a consequência do espírito da época pré-iluminista? Ora, os valores iluministas consistem precisamente na erradicação da barbárie, e os que se verificaram no período pós-iluminista se devem essencialmente a derivas irracionalistas ou na incapacidade humana de aplicar os valores do iluminismo?

JCN prossegue afirmando que “Desde o Iluminismo que uma ingénua arrogância luta, em nome do mundo novo, para substituir as tradições cristã, judaica, muçulmana, celta, germânica, greco-romana por uma ficção pseudo-científica que alimenta o corropio de ideologias. Em resultado, empirismo, utilitarismo, positivismo, marxismo, nazismo, existencialismo, pós-modernismo têm-se sucedido, degradando uma elevação cultural que modelou o mundo.”. Fabuloso… nem sei por onde começar a contestação. JCN é um economista, sendo o seu pensamento económico (que é aliás irrepreensível) enquadrado por uma óptica liberalista. Ora o liberalismo económico tem como bases o empirismo, o positivismo e o utilitarismo. Será que JCN arriscará a sua credibilidade profissional ao renegar as bases metodológicas da sua arte? Sempre pensei que JCN fosse cristão. Ora o existencialismo iniciou precisamente como uma reacção filosófica cristã contra o positivismo e o utilitarismo (com o seu expoente máximo o teólogo Søren Kierkegaard). Por outro lado, como é que se colocam no mesmo saco do pós-iluminismo ideologias tais como o nazismo, o existencialismo e o pós-modernismo, que têm como fundamento a própria negação dos princípios e valores do iluminismo, ou o marxismo (e o hegelianismo) que restringem o valor da liberdade humana em contradição com o iluminismo, no mesmo saco do positivismo e do utilitarismo? Só com a intenção dolosa de criar uma falácia tal se poderá admitir.

Prossegue JCN ao afirmar que “Desde o Iluminismo que uma ingénua arrogância luta, em nome do mundo novo, para substituir as tradições cristã, judaica, muçulmana, celta, germânica, greco-romana”… Será que não haverá aí um certo elitismo, para não dizer outra coisa, na selecção das pseudo-matrizes culturais da Europa? Milhares foram os povos e culturas que preteritamente marcaram e futuramente marcarão a Europa enquanto este planeta existir. Então e a tradição eslava, a tradição báltica, a tradição nórdica, a tradição magiar, a tradição otomana, a tradição cigana, a tradição albanesa, a tradição basca, a tradição ibérica, as várias tradições de todas as sete partidas do mundo que enriqueceram a cultura europeia, etc.? E expliquem-me o que é que significa “tradição greco-romana” para além de um cliché? Que eu saiba, existe a cultura helénica, a cultura helenística, a cultura romana e um aglutinado entre uma cultura avançada (a helenística, hedonística e nefelibata) que foi conquistada e escravizada por outra cultura mais pragmática. Tradição germânica… qual? A dos Francos? A dos Visigodos? A dos Ostrogodos? A dos Vândalos, e neste caso quais? Os Asdingos ou os Sililingos? O que é a tradição cristã? A cristã ortodoxa, a católica, a luterana, a calvinista, a copta ou a monofisita? E a tradição islâmica? A sunita, a xiita ou a sufita? E entre a sunita, prevalente na Europa? A wahabista, a salafista, a malaquista, ou a shafiista? Então e as “tradições” cristalizam-se no tempo e no espaço em entropia?

Finalmente refere JCN uma obra de Rodney Stark com uma visão alternativa das cruzadas em que o materialismo rapaz dos cruzados é uma falsificação, os cruzados são a ingerência humanitária in illo tempore, etc. JCN, quando não fala sobre economia, é recidivo em utilizar apenas uma fonte revisionista erigindo-a em suma autoridade que decisivamente revê o paradigma. Penso que JCN deveria ler Thomas Kuhn. Bem sei que provavelmente Kuhn deve estar no index e que JCN provavelmente preferiria a epistemologia coeva de Galileu. Kuhn afirmou que, para que uma determinada tese científica (paradigma) possa ser revista e superada, de forma a haver uma revolução epistemológica relativamente a essa tese, é necessária a completa superação da tese anteriormente dominante na comunidade científica. E, quanto às cruzadas, o paradigma dominante não foi superado por esse autor que JCN indica, e que configura esse sistema histórico (as cruzadas) como um confronto de interesses entre dois pólos principais. De um lado os interesses espirituais e venais dos Estados Pontifícios, de algumas potências europeias com possibilidades limitadas de expansão territorial devido ao equilíbrio de poder na Europa e forte pressão demográfica (quanto a isto, leia-se o Diplomacia de Kissinger), a ânsia de glória e fortuna dos não morgados excedentários do regime feudal. Do outro lado o expansionismo do califado islâmico, (aliás, JCN deveria verificar melhor as suas fontes, nas primeiras cruzadas ainda os turcos não tinham adquirido a preponderância no mundo islâmico- o protagonismo coube até 1258 ao Califado Abássida de Baghdad, data em que foi conquistado pelos mongóis… a história afinal tem números, tal como a economia). Actores menores e contraditórios foram o Império Romano do Oriente (cristão ortodoxo, que foi saqueado e ocupado na quarta cruzada pelos cruzados, precipitando a sua agonia que culminou com a tomada de Constantinopla em 1483) e a Sereníssima República de Veneza, ansiosa de expandir o seu território, acertar contas com os Estados Pontifícios e promover os seus interesses mercantis no Levante.

JCN fala de cátedra e fala bem quando fala de economia. Quando fala de filosofia ou de história, deveria ir mais ao fundo. E não deveria generalizar no que concerne a temas tão imensamente complexos. É que a sua reputação sofre. E prefiro mil vezes o nosso imperfeito admirável mundo novo à entrópica pax ecclesiae e o gloria in excelsis deo defendidos por JCN.

5 de Setembro, 2010 Carlos Esperança

Dúvida metódica

Por

José Moreira

Tenho seguido, religiosamente, os comentários relacionados com a questão do envio de terços aos mineiros chilenos. E a verdade é que, até este momento, ninguém conseguiu responder para que, CONCRETAMENTE, servem os terços, numa situação aflitiva como a dos mineiros. Pediram tabaco, foi-lhes negado; pediram vinho, deram-lhes ácido fólico (deve ser parecido. Vou experimentar, no próximo cabrito assado. ..). Não pediram terços nem bíblias, mas eles aí vão.

No entanto, e este é que me parece ser o ponto principal, ainda ninguém se referiu ao facto – este sim, de suma importância – de os terços terem sido benzidos pelo B16. Ora, meus caros: estão a discutir o sexo dos anjos, e omitem o primordial? A benzedura terçal (rima e é verdade)?

Aliás, se não fosse importante, os jornais nem falariam nisso, sabido como é que os rapazes da imprensa só publicam coisas importantes.

Pois bem: eu, como ateu iletrado que sou, não consigo distinguir entre um terço bento (16?) e um terço dito normal. Para mim, é tudo a mesma choldra. Mas sou obrigado a admitir que alguma diferença haverá. Tal como há, certamente, entre a água benta e a outra – a da torneira, por exemplo.Porque se não houvesse diferença, o B16 não iria perder o seu rico tempo a benzer trinta e três terços, qualquer coisa como 33/3. Não senhor. A menos que os tenha benzido por atacado, como se faz nos baptizados, e nas missas de 7º dia, em que se reza uma missa para todos, mas se cobra individualmente. E bem!

Mas estou a afastar-me do meu objectivo, que é o de pedir, encarecidamente, aos católicos de plantão ao DA, que me elucidem acerca destes magnos problemas:

– Como é que se distingue um terço bento (16?) de um terço “tout-court”?
– Qual a diferença, em termos de resultados práticos, entre um e outro, ou seja, qual deles tem mais poder?
– Na hipótese, meramente académica e manifestamente absurda, de ambos terem poder igual, para que serviu a benzedura?
– Se os terços tivessem sido bentos por um mero sacerdote, teriam menos valor? Ou menos poder?
– Os mineiros são todos católicos?
– Os mineiros conseguem verificar se os terços são terços bentos ou não? Ou será que alguém os dilucidará?

4 de Setembro, 2010 Carlos Esperança

Papa contra o laicismo

O papa Bento XVI criticou “uma forte corrente ‘laicista’ que quer afastar Deus” e afirmou que “um mundo sem Deus é um ‘inferno'” numa mensagem divulgada hoje a propósito das Jornadas Mundiais da Juventude em Outubro.

“Existe uma forte corrente ‘laicista’ que quer afastar Deus da vida das pessoas e da sociedade, tentando criar um ‘paraíso’ sem ele”, afirma o papa na mensagem, em que apela à Europa para “recuperar as suas raízes cristãs”.

Comentário: O mundo não pode estar sob o jugo do clero.

3 de Setembro, 2010 Carlos Esperança

Papa envia terços aos mineiros soterrados

O Vaticano continua a acompanhar atentamente a situação dos 33 mineiros que estão presos na mina de São José, no Chile, procurando transmitir força e esperança às vítimas e suas famílias.

Segundo a agência EFE, os 33 mineiros receberam no dia 2 um conjunto de terços benzidos pelo Papa.

Nota: Não há ensaios duplo-cegos sobre a eficácia dos terços benzidos nem sobre bênçãos comparadas entre o Papa e um padre de paróquia.

31 de Agosto, 2010 Carlos Esperança

Maria_1 (Crónica)

Se a alva e meiga Senhora que, há cerca de noventa e três anos, poisou numa azinheira, vestida com um manto de luz, para gáudio de três inocentes pastorinhos, por erro de navegação celeste houvesse poisado numa azinheira errada e encontrado um só pastor, mancebo de vinte e tantos anos; se a falta de energia lhe tivesse apagado o manto, sendo a beleza tanta quanto dela disseram as criancinhas, e entre o manto e o corpo nada houvesse, como é de crer, por ser a luz que resplandecia o único vestido que a cobria, poderia o dito pastor chamar-se José, como o humilde e humilhado carpinteiro de Nazaré, e a história seria outra.

Se o dito pastor, mancebo de vinte e tantos anos, na flor da idade e do desejo, impelido pelos sentidos, fosse tão rápido e eficaz a tomar a dita Senhora como o era a conduzir o rebanho, não seria o papa, muitos anos depois, a entrar em êxtase; seria ele, pastor, ali e então.

E, em vez de serem criancinhas a ouvir “eu sou a Nossa Senhora”, pitoresca apresentação que só ouvi a um Sargento, apresentando-se aos soldados, “eu sou o nosso primeiro Vieira”, em vez dessa apresentação que os exegetas atribuem à Virgem Maria, teria ouvido o pastor, mancebo de vinte e tantos anos, mais afeito ao rebanho do que ao corpo feminino, à guisa de apresentação e despedida, com voz lânguida e conformada, eu sou Maria.

Tudo leva a crer que a referida Senhora, de tão rara beleza, teria esquecido a conversão da Rússia, poupado o dito pastor à oração e, em vez de duas ou três aparições, poderia tentar outras, sabendo embora que não era a azinheira certa aquela em que poisava, mas adivinhando à sua sombra o pastor, mancebo de vinte e tantos anos.

Diz-me um amigo que o País devia duplicar o número de azinheiras para igualmente duplicar as probabilidades de novas aparições. Tenho a esse respeito opinião diferente, tese igualmente respeitável, embora nestas questões pouco valha a dialéctica, impossível que é formular a antítese, pois a ciência certa nunca a teremos. Penso que o caminho, o caminho correcto, está em duplicar o número de crianças que prefiram à escola a oração e se dediquem à pastorícia, de preferência longe dali, que os milagres raramente se repetem perto, e se acontecem, como há sobejas provas na Ladeira e noutros sítios, nunca são reconhecidos, por se desconfiar da abundância e se temer a concorrência.

E se no futuro apenas houver pastores crianças, com joelhos no chão e olhos no Céu, nunca mais haverá qualquer pastor na flor da idade e do desejo, mancebo de vinte e tantos anos, a ofender a virtude e a mudar o sítio às azinheiras, a perturbar a circulação celeste e os milagres.

30 de Agosto, 2010 Carlos Esperança

Se o cardeal tivesse consciência…

Fitas publicadas em dois jornais belgas mostram um ex-cardeal católico pedindo que uma vítima não revele que sofreu abuso sexual por um bispo, aumentando a polémica em torno dos escândalos sexuais dentro da Igreja.

As gravações feitas de forma secreta pela vítima trazem o ex-cardeal Godfried Danneels, antigo líder da Igreja na Bélgica, pedindo para uma vítima que aceite um pedido de desculpas em particular ou espere um ano para que o bispo se aposente antes de tornar o caso público.

27 de Agosto, 2010 Carlos Esperança

Nem tudo é o que parece …

Papa lembra o “inestimável dom” de Madre Teresa

Cidade do Vaticano, 26 ago (EFE).- O papa Bento XVI lembrou em mensagem a “inestimável dádiva” que a madre Teresa de Calcutá foi para a Igreja e o mundo; se estivesse viva, a freira completaria 100 anos nesta quinta.

*****

Por

CSF

MADRE TERESA DE CALCUTÁ – INFORMADORA DA PIDE

Agnes Gonxha Bojaxhiu, nasceu em 26 de Agosto de 1910, em Skopje, na Macedônia, filha de pais albaneses, numa família de três filhos, sendo duas raparigas e um rapaz.

Aos 12 anos, decidiu fazer-se missionária, por influência jesuíta.

Aos 18 entrou na congregação das Irmãs do Loreto que trabalhava em Bengala.

De Dublin foi enviada para a Índia em 1931 para iniciar seu noviciado em Darjeeling no colégio das Irmãs de Calcutá com o nome de “Teresa”..

De Darjeeling passou para Calcutá, onde exerceu, durante os anos 30 e 40, a docência em Geografia no colégio bengalês de Sta Mary, também pertencente à congregação de Nossa Senhora do Loreto.

Fez a profissão perpétua a 24 de Maio de 1937.

Com a partida do colégio, tirou um curso rápido de enfermagem.

Em 1946, decidiu reformular a sua trajetória de vida. Dois anos depois deixou de ser monja e criou a sua Ordem – As Missionárias da Caridade, uma nova congregação de caridade, para ensinar crianças pobres a ler. Passou a ensinar o alfabeto, as regras de higiene. Além disso, angariava donativos.

Naturalizou-se indiana no dia 21 de Dezembro de 1948.

A partir de 1950 começou a apoior os doentes com lepra.

Ao primeiro lar infantil ou “Sishi Bavan” (Casa da Esperança), fundada em 1952, juntou-se o “Lar dos Moribundos”, em Kalighat.

A sua crise espiritual começou nos anos 50, logo após a fundação da ordem das Missionárias da Caridade adoptando então por uma posição agnóstica.

Madre Teresa de Calcutá foi informadora da PIDE/DGS, relatando e descrevendo a situação vivida nos antigos territórios portugueses na Índia, através de cartas regularmente enviadas a Abílio Pires. Este ex-inspector confirmou-o em declarações a um semanário português em 1997 (não acredito muito em agentes da PIDE…).

Em 1965, o papa Paulo VI organizou a expansão da congregação com o nome de Congregação Missionárias da Caridade a outros países como Albânia, Rússia, Cuba, Canadá, Palestina, Bangladesh, Austrália, Estados Unidos da América, Ceilão, Itália, antiga União Soviética, China, etc. e neles estabeleceu entre 1968 e 1989 centros de apoio a leprosos, velhos, cegos e doentes com HIV, escolas, orfanatos e trabalhos de reabilitação com presidiários.

Recebeu o Templeton Prize, em 1973, e o Nobel da Paz, no dia 17 de Outubro de 1979.

Morreu em 1997 aos 87 anos, de ataque cardíaco.

Tratado como um funeral de Estado, vários foram os representantes do mundo que quiseram estar presentes para prestar a sua homenagem.

As televisões do mundo inteiro transmitiram ao vivo durante uma semana, a cerimónia no estádio Netaji.