Concordo com Ratz que uma Europa sem medo de «Deus» é uma coisa boa. O medo do castigo sobrenatural, da opinião do sacerdote, da liberdade de pensar pela própria cabeça, é péssimo.
Segundo a mui católica Agência Ecclesia, «Bebés que nasceram por intercessão de Madre Clara estarão na beatificação». Como é que uma pessoa morta em 1899 interveio na fecundação de mulheres nossas contemporâneas, é algo que me dispenso de aprofundar. A bruxaria e as magias não são a minha especialidade. Mas que haja pessoas, em pleno século 21, que fazem pronunciamentos surreais destes, e sem provocar o riso generalizado, é abismal.
Na mesma notícia, descobre-se também que o Policarpo vai levar para casa dele uma falange de um dedo da tal Maria Clara que a ICAR vai «beatificar». Eu sou tolerante, e considero que estes fetichismos são inócuos. Mas se isto se passasse fora da Europa seria considerado idolatria. Acho eu.
+ BIBETVR «É boa pinga!», dizia o senhor bispo.
[enviada por um leitor devidamente identificado]
Um bispo belga assumiu ter tido «brincadeiras íntimas» com dois sobrinhos. Mas como se «confessou», não deve haver problema.
O Papa enalteceu hoje a vida “simples” e “escondida” de Teresa de Lisieux (1873-1897), que rezou pelos “ateus” e se tornou “uma das santas mais conhecidas e amadas” após a morte e a publicação dos seus escritos.
Comentário: Rezar pela conversão da concorrência, ou de quem despreza a religião, faz parte da demência totalitária que conduz à canonização.
El obispo Franc Kramberger, de Maribor (Eslovenia). Levantó un imperio empresarial en la diócesis de Maribor, a la que hipotecó hasta las cejas, y ha sido cesado dejando un pufo de 800 millones de euros. Fue nombrado por Juan Pablo II en 1980 y acabó emitiendo películas porno en la televisión arzobispal para ver si subía la audencia. Un ejemplo más de la rectitud de los obispos de la curia de Wojtila, ese santo. Pueden leer la historia mañana en el Domingo.
Retirado daqui.
Embora tenha recorrido mais ao fogo do que à água, prefira a incineração ao banho e se dedique ao charlatanismo mais do que à ciência, a ICAR está longe da boçalidade do islão.
Os padres da ICAR, libertos da tonsura que os marcava como propriedade da Empresa, à semelhança do ferro que as ganadarias usam, os padres – dizia -, comportam-se hoje como pessoas normais enquanto não são solicitados a debitar os horrores eternos que o patrão reserva aos hereges, sacrílegos e apóstatas.
Aliás, a civilização atenuou-lhes o ímpeto purificador que, na ânsia de salvar almas, os levava a estorricar corpos. E, assim, foi esmorecendo o desejo de converter ímpios à custa da tortura e a pia intenção de espalhar a boa nova eliminando relapsos.
A ICAR não é o bando de santos que fabrica com desvelo, a máquina de obrar milagres oleada com emolumentos das dioceses que submetem bem-aventurados à canonização, é uma empresa que vive do negócio da fé, da fábula de Cristo e do medo do Inferno.
Pior do que o clero católico são os judeus de trancinhas à Dama das Camélias, pastores evangélicos dos EUA e os mullahs. Pior que os bispos espanhóis são os talibãs do islão e só o Papa pede meças aos Ayatollahs.
Claro que a tara das religiões monoteístas está no coração dos mais pios, na cabeça dos prosélitos e na acção dos cruzados obsoletos que querem expandir a fé.
É por isso que a ICAR conta na galeria dos horrores, alguns com milagres averbados e lugar reservado nos altares, sórdidas criaturas de escassa virtude e santidade.
Stepinac e Pavelic, Escrivà e Franco, Videla e Pinochet, Salazar e Moussolini, Bernard Law e Hans Hermann Groer, Marcincus e Rouco Varela, Voityla e Rätzinger, são grãos da seara arroteada pela ICAR.
Stepinac esteve ligado ao campo de extermínio de Jasenovac, comandado pelo franciscano Miroslav Filipovic, o Frei Morte no lúgubre testemunho dos sobreviventes ortodoxos sérvios. JP2 canonizou o carrasco católico e desprezou os mártires sérvios vítimas do campo de horror de Jasenovac.
É esta gente, este bando de fanáticos e assassinos que a Igreja vai procurando branquear como se fossem beneméritos ou, pelo menos, cidadãos recomendáveis.
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