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Categoria: Catolicismo

9 de Fevereiro, 2012 Carlos Esperança

As taras eclesiásticas ficam caras

O custo financeiro direto do escândalo de pedofilia supera para a Igreja Católica 2 bilhões de dólares, embora não seja comparável à “perda da inocência” das vítimas, disseram nesta quarta-feira dois especialistas em um simpósio sobre o tema em Roma.

“É provavelmente razoável estimar que o verdadeiro custo da crise, (o dinheiro) que a Igreja teve que desembolsar em nível internacional, se situe muito acima dos 2 bilhões de dólares” (………)

8 de Fevereiro, 2012 Carlos Esperança

Violações e eucaristia

As mesmas mãos que abusavam de mim, davam-me a comunhão

Diante dos representantes de 110 conferências episcopais de todo o mundo e dos superiores de 30 ordens religiosas, uma mulher irlandesa de 65 anos, chamada Marie Collins, contou esta terça-feira o que um sacerdote lhe fez quando tinha 13 anos e estava doente e só na cama de um hospital.

Se todavia isso não comoveu o auditório – os participantes num simpósio organizado pelo Vaticano para encarar os abusos a menores –, talvez o fizera o relato do calvário vivido continuadamente, o modo como a Igreja protegeu o pastor, transferindo para ela o peso da culpa, transformando-lhe a vida num ser marcado: “Passaram 50 anos e não o posso esquecer. Aquelas visitas noturnas à minha casa mudaram a minha vida.

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19 de Janeiro, 2012 Carlos Esperança

A Igreja católica e os feriados

A ICAR esqueceu depressa que os feriados nacionais, a que chama religiosos, foi uma conquista devida ao conluio com o salazarismo e que a sua importância política se deve em grande parte à elevação a Estado do bairro do Vaticano, não por vontade divina mas por cedência de um amigo do papa, do peito e da hóstia, – Benito Mussolini.

A notícia de que o 5 de Outubro, data emblemática na fundação do regime que nos rege, se manteria, após negociações em sede de concertação social, levou a ICAR a reagir à intenção com a ameaça de que o Executivo também teria de cortar menos um feriado religioso.

«Se o Governo desistir dos dois feriados civis, compreenderá que a regra que apresentou de cedência de dois para cada lado, esperamos que seja também só um feriado religioso que peça à igreja», afirmou o porta-voz da Conferência Episcopal à TSF.

Não foi na defesa dos trabalhadores que a Igreja católica exerceu a chantagem, foi na manutenção de um feriado que assinala a improvável Assunção de Nossa Senhora ao Céu, evento de que se desconhece a data, o itinerário e o meio de transporte.

A Conferência Episcopal Portuguesa silenciou todos os crimes da ditadura e ignorou a perseguição aos bispos António Ferreira Gomes e Sebastião Resende, mas vem agora, depois da vergonhosa cedência do Governo português com a Concordata, ameaçar o Estado laico com a exigência de lhe impor feriados em datas exclusivas dos católicos, violando o princípio da separação do Estado e das Igrejas e ferindo a laicidade.

A Igreja católica não está ao nível do Estado democrático e consentir que a teocracia do Vaticano discuta em pé de igualdade com um Governo sufragado é abdicar da soberania e transformar o País em sacristia.

5 de Janeiro, 2012 Carlos Esperança

Estuprem-nas, elas merecem

Por

Manuel António Pina – JN

A Igreja espanhola não deixa as suas tradições de intolerância por mãos alheias.

Liderada hoje pelo cardeal Rouco Varela, herdeiro de outro cardeal arcebispo de Madrid, Goma y Toma, que dizia em 1936, ano do nascimento de Rouco: “Não pode haver pacificação senão pelas armas, há que extirpar a podridão da legislação laica”, ou do bispo de Cartagena, Diaz Gomara, que clamou do púlpito “Benditos sejam os canhões!”, saudando entusiasticamente a rebelião fascista de Franco contra o Governo legítimo de Espanha, a hierarquia católica espanhola continua a pregar o ódio em nome do seu “Deus que é amor”.

Agora que Mariano Rajoy, próximo da Igreja, anunciou a intenção de “extirpar a podridão da legislação laica” do aborto aprovada pelo executivo de Zapatero, chegou-me às mãos uma homilia de Natal de outro arcebispo espanhol, desta vez o de Granada, Javier Jimenez, defendendo que uma mulher que aborta “dá ao homem a licença absoluta, sem limites, de abusar do corpo dessa mulher, porque ela é que suporta a tragédia, e suporta-a como se fosse um direito” (a homilia pode ser lida no sítio da Diocese de Granada).

Para o arcebispo, os crimes de Hitler e Estaline (esqueceu-se dos de Franco) “são menos repugnantes que o do aborto”. É em alturas assim que até um não crente gostaria que existisse um Deus que julgasse esta gente.

Comentário – Este artigo, também publicado aqui, não podia ser ignorado pelo Diário Ateísta. Pela qualidade, rigor e coragem.