Loading

Categoria: Catolicismo

25 de Junho, 2012 Carlos Esperança

D. João V, Alberto João Jardim e outros biltres

António José da Silva, o Judeu, foi um escritor e dramaturgo que sofreu as torturas da Inquisição mas, contrariamente a outros membros da sua família, teve a sorte de ser garrotado antes de ser queimado, em auto-de-fé.

Este iluminista era provavelmente judeu, uma abominação que o Concílio de Trento, antecipando-se a Hitler, desejou erradicar, numa época em que a Igreja católica não admitia a incineração dos mortos, talvez porque a destinava aos vivos suspeitos de heresia, bruxaria, judaísmo e outras abominações.

O Judeu, como era conhecido, chamou ao senhor D. João V «grande governador da Ilha dos Lagartos», labéu que não merecia um rei magnânimo que mandou fazer para Mafra um sino de 10 mil quilos e dois carrilhões com mais de 200 toneladas. O esmagamento das mãos foi o aviso para tal ousadia, embora a solução final lhe estivesse reservada.

O que chamaria hoje ao Governador da Ilha das Bananas, um pequeno arquipélago de 300 mil habitantes, situado no continente africano, e que ao futebol, à Igreja e às festas tem dado o apoio que lhe garantiu perpetuar-se no cargo, por eleições, e tornar-se o mais antigo governante africano?

Alberto João Jardim concedeu em dez anos cerca de 100 milhões de euros em subsídios a obras e instituições religiosas embora, como é seu hábito, mesmo para fins piedosos, grande parte esteja por pagar. Claro que o velho salazarista não compreende o que é a laicidade e, daí, que se tenha comprometido com 3,5 milhões de euros para a igreja do Livramento, no Funchal, enquanto o Centro Regional de Segurança Social entraria com meio milhão de euros e a Câmara do Funchal com 325 mil. Pode não haver comida para os mendigos da Madeira mas não faltam casas para o serviço divino.

No último domingo, 24 de junho, foi inaugurada mais uma imponente igreja na Calheta pois os fiéis cansaram de rezar sempre na mesma. A igreja do Atouguia foi benzida pelo Sr. Bispo, que presidiu à cerimónia, e lançou incenso às pituitárias do presidente do Governo Regional, do presidente da Câmara, do pároco e do Sr. Duarte Pio, alegado pretendente ao imaginário trono de Bragança que, talvez à falta de sacristão autóctone, foi importado do Continente.

O Governo Regional, dada a folga orçamental, comprometeu-se com 1.000.000 de euros e a Câmara Municipal com 300.000 e, assim, foi Deus servido de dispor de mais 857,6 m2 de área coberta ao serviço da fé de Roma, da autoria do arquiteto do costume.

23 de Junho, 2012 Carlos Esperança

Trocou o báculo pela mulher

Não se pode ter tudo.

O bispo da diocese argentina de Merlo Moreno, Fernando María Bargalló, demitiu-se do cargo na sequência do escândalo causado por imagens onde aparecia abraçado a uma mulher numa praia mexicana

21 de Junho, 2012 Carlos Esperança

A ICAR não precisa que os ateus a ridicularizem

FÁTIMA VAI RECEBER ‘CRISTOTECA’, UMA DISCOTECA CRISTÃ
QUARTA, 20 JUNHO 2012 21:14

Proporcionar aos jovens uma “diversão santa” durante a noite é o objectivo da «Cristoteca» – um espaço de dança que não esquece a oração e a evangelização. Ideia que foi concebida pela Aliança de Misericórdia, comunidade católica originária do Brasil, está a dar os primeiros passos em Portugal.

Para Carlos Marques, da Kerygma, esta iniciativa visa cativar os jovens para um convívio cristão, saudável, “sem bebidas, consumos e extravagancias que normalmente acontecem nas discotecas normais”.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, Vanessa Bueri, missionária brasileira da Aliança de Misericórdia, referiu que o conceito pretende cortar com a visão “muito quadrada” que os jovens têm da Igreja.

À imagem do que acontece em todas as «Cristotecas», a que se vai realizar no próximo dia 18 de julho, em Fátima, começará com a missa, às 20 horas. A pista de dança, que abrirá uma hora mais tarde, será servida por «Cristodrinks», bebidas sem álcool. As entradas são gratuitas e não há consumo obrigatório.

Durante a noite, far-se-á a “evangelização corpo a corpo”: “abordamos os jovens enquanto eles dançam e se divertem, para poder falar um pouco de Deus com eles”, refere a missionária. Quem o desejar, poderá participar no dia seguinte num encontro espiritual e formativo promovido pela Comunidade Canção Nova.

O local onde decorrerá a iniciativa – Centro Pastoral Paulo VI – obriga ao seu encerramento à meia-noite e meia, correndo-se o risco de os jovens partirem para outras discotecas: “Ficamos tristes por terminar nesse horário e por não termos condições para continuar pela madrugada”, à semelhança do que sucede no Brasil, em que o fecho não ocorre antes das 5 horas. Para Vanessa Bueri “é preciso proporcionar uma experiência de tal maneira intensa, que os jovens não tenham vontade de ir para outros espaços de diversão.”

Para que este “trabalho de formiguinha” crie raízes, é preciso encontrar um local fixo, onde os jovens se possam dirigir todos os fins-de-semana, à semelhança do que acontece em S. Paulo.

Até lá, a «Cristoteca» realiza-se onde é possível. Recorde-se que no passado dia 13 de junho, o Café Cristão, no Seixal, onde recebeu cerca de 90 pessoas, naquela que foi a primeira iniciativa na zona de Lisboa. “Os jovens gostaram bastante. Alguns, que nunca tinham frequentado a Igreja, ouviram o barulho e entraram, sem se aperceberem que era um local cristão; e lá dentro, falámos de Deus para eles”, referiu Vanessa Bueri, que acrescentou: “nós sentimos que a «Cristoteca» tem a particularidade de ser uma rede que atiramos no meio do mar para poder pescar essas pessoas para Deus”.

Fonte: Agência de Notícias da Igreja Católica em Portugal.
20 de Junho, 2012 Carlos Esperança

Um bispo não pode amar

Vaticano investiga vídeo de bispo com empresária

Um bispo argentino, presidente da Cáritas para a América Latina, está a ser investigado pela Santa Sé depois de terem sido divulgadas imagens suas em atitude carinhosa com uma mulher, durante umas férias à beira-mar no México. O sacerdote diz tratar-se de uma amiga de infância.

O Vaticano abriu uma investigação para apurar o que se passou e tomar medidas contra o bispo Fernando Maria Bargalló, 59 anos, depois de terem sido divulgadas estas imagens em que aparece abraçado a uma mulher dentro de água.

19 de Junho, 2012 Carlos Esperança

Origem das fortunas das Igrejas

Poderá a freira ter falsificado o testamento da milionária?

Era uma vez uma milionária que vivia sozinha em Roma. Nos últimos anos da sua vida, tornou-se amiga da madre superiora de um convento e começou a passar lá tempo. Quando morreu, a freira foi a sua herdeira.

Até aqui nada de anormal. Solidão, consolo humano e espiritual, doação testamentária. Um script muito frequente, em Itália como noutros países. Por muito que desagradasse aos parentes da milionária – com os quais ela não teria uma relação próxima – nada podiam fazer, não sendo herdeiros legitimários.

 

 

16 de Junho, 2012 Carlos Esperança

A verdadeira face da ICAR

Apelamos à Arquidiocese de Bombaim, para encorajar a retirada das queixas contra o indiano racionalista Sanal Edamaruku

Junte-se a Associação Racionalista (UK) condenando o uso indevido de lei indiana por várias organizações católicas para silenciar um ativista contra a superstição. Em março de 2012, na sequência da denúncia de um suposto milagre em uma Igreja Católica em Mumbai como nada mais do que o resultado de um vazamento, foi apresentada uma queixa contra Edamaruku Sanal por organizações locais de católicos com a polícia de Mumbai, que agora pode prendê-lo . Foi-lhe negada fiança “antecipatória”, que significa que, se for preso, ele enfrenta um longo prazo na prisão apenas para explicar a ciência por trás de um aparente mistério.

Sanal Edamaruku, presidente da Associação Indiana racionalista, tem sido há décadas um incansável defensor da ciência e contra a superstição. Ele é amplamente conhecido pela sua denúncia dos truques usados ​​por autoproclamados ‘Deus-Men’ e gurus e tem frequentemente explicado na televisão indiana a ciência por trás de supostos milagres.

Continue a ler….

Nota: (Este texto foi traduzido do original pelo Google.

15 de Junho, 2012 Carlos Esperança

A guerra civil espanhola ainda não terminou (2)

Por
Manuel Paula Maça

Gostei particularmente do artigo. Preocupa e dói o que fizeram a Baltazar Garzon e a sede de ajuste de contas com o passado recente por parte da igreja católica espanhola. A honestidade e a integridade moral têm, frequentemente, um preço elevado.

Como amante de História, recordo que o “Caudillo de España por la Gracia de Dios” usava de outros requintes, para além do fuzilamento: o garrote, os trabalhos forçados, por exemplo. Depois, vinha a gasolina, para o resto…

Sabemos, também, que Salazar foi um dos adversários e inimigos da II República Espanhola (14 de Abril de 1931, se bem me lembro), já que ameaçava a sobrevivência do Estado Novo. Inversamente, o Estado Novo também preocupava a República, e com razão, como se provou. Se a oposição portuguesa se acolhia em Espanha, com particular apoio de Manuel Azaña (entre outros, claro), os opositores espanhóis acolhiam-se em Portugal (destaque para a linha de Cascais). Consta que, entre nós, a venda de propriedades chegava a ser publicitada em pesetas!

Com o início da “sublevação”, Salazar fez uma série de jogos duplos, nomeadamente com a França e a Inglaterra. Deixava passar material de guerra e entregava os refugiados a Franco, sabendo que iam ser fuzilados e cremados a seguir. O Rádio Clube Português (c. 1930), localizado na Parede, viria a ser estação de rádio ao serviço do Franquismo, emitindo em Castelhano, embora muitas notas históricas omitam este facto.

Agradou-me particularmente o livro “Portugal e a Guerra Civil de Espanha”, de Iva Delgado, que achei bastante documentado e fundamentado; actualmente ando com “Salazar e a Guerra Civil de Espanha”, de César Oliveira. Ambos se recomendam.

Enfim, um tema interessante, não propriamente por boas razões.

13 de Junho, 2012 Carlos Esperança

A guerra civil espanhola ainda não terminou

Ainda não houve coragem para julgar o regime do grotesco líder Francisco Franco, um dos maiores genocidas do século passado. É ocioso referir a crueldade e a violência com que os defensores da República, sufragada pelo voto popular, retaliaram a horda fascista abençoada pelo Papa e acolitada pelas sotainas, com a designação de cruzada.

A Espanha que derrubou Azaña, notável escritor, jornalista e político, várias vezes chefe do Governo e presidente da 2.ª República, é o País dos Reis Católicos, o espaço europeu onde, sem ter havido Reforma, a Contra-Reforma atingiu o apogeu da desumanidade. A guerra civil de Espanha (1936/39) foi o laboratório do fascismo e o franquismo fez aos adversários o que a Inquisição havia feito aos judeus, hereges e bruxas.

Azaña, exilado, perseguido e humilhado, em França, pelos esbirros de Franco, pouco tempo resistiu ao início do golpe que derrubaria o regime democrático, à semelhança do que, 35 anos depois, aconteceria, no Chile, a Allende, com sacrifício da vida. Franco foi o Pinochet precoce que testou o fascismo. Finda a Grande Guerra, de 1939/45, apesar da promessa inglesa de erradicar todas as ditaduras europeias, tornou-se ditador vitalício até que a doença o abateu, bem confessado, comungado e ungido.

As valas comuns, onde centenas de milhares de cadáveres aguardam exumação, tiveram como efeito colateral a demissão do corajoso juiz Baltasar Garzón, perante o júbilo dos nostálgicos do fascismo e dos magistrados educados nas madraças franquistas.

Mas a guerra civil, que dilacerou Espanha e provocou uma orgia de sangue entre os dois lados da barricada, está longe de terminar. Apesar das canonizações que os dois últimos pontífices distribuíram entre os franquistas, incluindo Escrivá de Balaguer, não há água benta que sirva de lixívia às nódoas de sangue da ditadura clerical-fascista de Franco.

Após a vitória dos sediciosos fascistas, os fuzilamentos dos adversários prolongaram-se durante vários anos, perante o silêncio e a conivência do clero espanhol e a indiferença dos Aliados que deixaram a Península Ibérica entregue aos seus ditadores.

Se julgámos que todos os horrores já eram conhecidos, apareceram arrepiantes provas de bebés roubados ao longo dos anos do franquismo. Durante décadas, milhares de crianças foram afastadas das mães, após o parto, e entregues como filhos biológicos a outras famílias. Começou como repressão política, logo após a Guerra Civil espanhola, e converteu-se num negócio organizado por médicos, padres e freiras, que se prolongou durante a democracia e que só agora começa a ser investigado.

«Segundo a Associação de Afetados por Adoções Irregulares (ANADIR), podem ter sido roubadas cerca de 300 mil crianças, em Espanha, entre as décadas de 50 e 90, e muitas delas nunca suspeitarão da sua verdadeira identidade biológica. A associação diz ter dados que permitem calcular que, em 2 milhões de adoções realizadas nessas décadas, 15 por cento basearam-se em certidões de nascimento falsas. Agora, as probabilidades de mães e filhos se encontrarem dependem, em grande parte, dos seus dados de ADN coincidirem».

12 de Junho, 2012 Carlos Esperança

Pode ser que a ICAR emigre

Bento XVI encorajou hoje a presença da Igreja Católica nos aeroportos e no mundo da aviação civil, procurando “não tratar nunca com indiferença quem se encontra” nestes espaços.

“Penso naqueles que vivem uma expectativa cheia de angústia na tentativa de transitar sem os documentos necessários, como emigrantes ou requerentes de asilo; penso nas dificuldades causadas pelas medidas para combater os atos terroristas”, disse o Papa, no Vaticano, na abertura do 15.º seminário mundial dos capelães católicos e membros das capelanias da aviação civil.