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Categoria: Catolicismo

20 de Fevereiro, 2013 Carlos Esperança

Cardeal defende pena de morte para os gays

Dia 11 de fevereiro Bento XVI anunciou que renunciará ao papado dia 28. A Igreja Católica é uma entidade extremamente conservadora, com o pretexto de defender a família faz campanha contra aborto e homossexuais. Não seriam menos conservadores os candidatos a substituir Bento XVI.

Entre esses nomes está Peter Turkson, da Uganda. Turkson não é só declaradamente contra gays como defende a pena de morte deles. Além disso, declarou em 2009 que preservativos devem ser usados somente por aqueles que são casados, quando um dos parceiros tem DST. Disse ainda que a solução para o HIV é a abstinência sexual e que o investimento financeiro na África deve ser com anti-retrovirais para quem é soro positivo e não com camisinha.

20 de Fevereiro, 2013 Ricardo Alves

O mais fundamentalista dos bispos portugueses acusado de assédio sexual?

É essa a extraordinária notícia cujos detalhes a Visão promete para amanhã: Carlos Azevedo, o mais fundamentalista dos bispos portugueses e putativo candidato a «Cardeal-Patriarca de Lisboa» da ICAR, é suspeito de «assédio sexual», sendo um dos queixosos… um sacerdote. A queixa terá sido transmitida em 2010 ao núncio da Santa Sé. Em 11 de Novembro de 2011, curiosamente, o Vaticano chamouo.
Recorde-se o currículo clerical deste senhor: crítico do divórcio, defende o financiamento da construção de igrejas e dá missas em honra de Josemaria Escrivá, na sede da dita Opus Dei. Negava a existência de abuso sexual de menores pelo clero, contra a evidência. Fez muitas interpelações à Associação Ateísta Portuguesa, inclusivamente uma famosa carta que disse ter enviado e que nunca foi recebida.
[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]
17 de Fevereiro, 2013 Ricardo Alves

A demissão de Ratzinger

Chocou-me a exibição pública, durante meses, da doença e visível degradação de Karol Wojtyla. Lembro-me de comentar que nenhuma família normal permitiria que fizessem a um dos seus aquilo que os católicos, na prossecução dos seus valores de «sofrimento» e «sacrifício», exigiram do seu papa polaco: que se mantivesse em funções quando as forças, nitidamente, lhe escasseavam.
Ratzinger aparenta ter feito a escolha contrária: demitiu-se alegando que lhe falta o ânimo «físico e espiritual». Não é claro que a verdadeira razão tenha sido essa (parece em melhor forma do que o Wojtyla de finais de 2004 e início de 2005) mas pode desde já dizer-se que a sua decisão, de certo modo, humaniza a figura do «Papa» dos católicos e a respectiva igreja. O que provavelmente não será bom para uma ICAR que vive muito centrada no seu monarca absoluto e autocrático, adorado como uma espécie de vestígio do divino no mundo real. De facto, esta demissão equivale a enjeitar uma missão que segundo a tradição da sua igreja lhe teria sido confiada pelo «Espírito Santo». Nesse aspecto, é quase uma apostasia.
[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]
13 de Fevereiro, 2013 Carlos Esperança

Ninguém os entende…

Há beatos que exoneram a inteligência e a credibilidade para estarem sempre de acordo com a sua Igreja. Por maiores tolices que diga o Antigo Testamento, é a palavra de Deus que não quer dizer o que diz, mas o que os exegetas dizem que quer dizer.

Quanto aos papas, já sabemos que são sempre santos por profissão e estado civil e que as suas posições são sempre excelsas, quer condenem o uso da pílula e do preservativo ou defendam o jejum e a abstinência. É difícil perceber que se atribua a defesa da vida a quem exalta a castidade, certamente a mais implacável atitude contra a natalidade.

Os beatos consideram de inspiração divina os lugares-comuns e os projetos de poder, as fogueiras e as Cruzadas, a evangelização forçada e vida carcerária de freiras e monges.

João Paulo II foi o herói capaz de morrer no seu posto enquanto o exibiam na mais cruel decadência física e psíquica, tentando que a morte, em direto, provocasse uma comoção geral que convertesse os mais suscetíveis. Os que incensaram tão desumana impiedade são os mesmos que ora glorificam o desapego ao poder, a lucidez e generosidade do ato de renúncia de Bento XVI.

Venha o Diabo entendê-los. Pela primeira vez, o Vaticano vai ter dois papas. Os beatos, habituados a chorar cada Papa que morre, arriscam-se a perder um espetáculo. Ninguém chora um papa reformado.

7 de Fevereiro, 2013 Carlos Esperança

A SENSIBILIDADE CATÓLICA DE ULRICH

Por

António Horta Pinto

O incontinente banqueiro Ulrich, questionado há dias acerca das bojardas que bolçou sobre os sem-abrigo, manteve o que disse, e afirmou que não recebia lições de sensibilidade de ninguém, pois lhe bastavam as que tinha recebido da sua família e da Igreja Católica.
Eu bem tinha desconfiado que andava ali o dedo da Igreja Católica. É que já é sobejamente conhecida a “sensibilidade” que esta instila nos seus mais diletos discípulos. Católico, ex-seminarista e abençoado pela Santa Igreja era Salazar, como católicos eram quase todos os seus ministros e os seus piedosos diretores da Pide; e que sensibilidade eles tinham!

Católico deve ser também o ministro Gaspar – até fez os seus estudos na Universidade Católica (que belas doutrinas económicas lá ensinam!) –, o maior produtor de sem-abrigo, de desempregados, de pobres e de miseráveis de que há memória. Católico é também o próprio chefe do bando, Passos Coelho, que, roubando o emprego a dezenas de milhares de pais e mães de família, tirando o pão a milhares de crianças, reduzindo as miseráveis pensões dos idosos pobres, tem o descaramento de dizer publicamente que apesar disso “dorme descansado”. Que sensibilidade!

Católicas são também a maior parte das “almas piedosas” que querem acabar com o Serviço Nacional de Saúde e com o ensino público e gratuito, únicos recursos dos que não têm dinheiro para pagar clínicas privadas e escolas particulares.

Isto para já não falar da “sensibilidade” da Santa Inquisição, que felizmente já acabou há muito tempo, mas apenas porque os incréus, contra a vontade da Igreja, deram cabo dela.

Não há dúvida: o catolicismo, em matéria de “sensibilidade”, tem pergaminhos. Ulrich teve boa escola!

5 de Fevereiro, 2013 Carlos Esperança

A iniquidade das capelanias hospitalares

A defesa das capelanias hospitalares é uma exigência de manutenção da assistência religiosa católica comparticipada pelo Estado a 100% enquanto às outras religiões se lhes reserva o simples consentimento de entrada no mercado da fé, sem garantia de quaisquer honorários nem a mais leve possibilidade de competição em regime de igualdade.

Mas, contrariamente aos medicamentos em que o mesmo princípio ativo goza de igualdade de tratamento legal na comparticipação, no que diz respeito às religiões tal não é possível. A religião católica exige que o Estado continue a empregar nos hospitais um capelão mantido pelo orçamento em regime de dedicação exclusiva, garantindo assim a confissão, a missa e a unção aos enfermos, deixando-lhes apenas o ónus da penitência. Quanto às outras religiões reserva-lhes uma mera autorização de acesso aos hospitais e aos seus funcionários o simples regime de chamada.

Basear tão injusta discriminação num princípio como a tradição é como manter um qualquer sinapismo ou a aplicação de sanguessugas com o argumento de que são usadas desde tempos imemoriais.

O Estado participa a confissão, a missa e a unção, deixando ao utente, como taxa moderadora, a penitência.