Sexta-feira santa, os padres católicos usando o missal tridentino, reabilitado em Julho de 2007 por Bento XVI, não rezarão já, «libertar o povo judeu das trevas», mas mais sobriamente «a fim de que Deus ilumine o coração dos Judeus e que eles acreditem em Jesus Cristo». A intenção é a mesma, mas é preciso reconhecer que é dito de forma mais bonita.
Fonte: Le Monde des Religions (mars/avril 2008 – N.º 28)
É cada vez mais difícil obter informações à borla.
Faleceu hoje o abade emérito de Montserrat, Cassià Maria Just, um beneditino de 81 anos que se destacou na defesa dos direitos humanos e converteu Monserrat em refúgio, durante a repressão fascista de Franco.
Na abadia que dirigiu entre 1966 e 1989 acolheu crentes e não crentes de todas as tendências políticas.
O benemérito cidadão e honrado clérigo teve a coragem de permitir que na sua abadia se fechassem intelectuais em protesto contra o célebre processo de Burgos, simulacro de justiça em que um Conselho de Guerra condenou à morte vários membros da ETA, uma manifestação cujos contornos teve semelhança com o que viria a passar-se em Lisboa no caso da Capela do Rato.
Foi um defensor da mudança da moral católica em relação à homossexualidade, ao uso do prservativo, dos anticoncepcionais e no que diz respeito à eutanásia passiva. Cassià entrou no mosteiro aos 9 anos, foi monge durante 64 anos e toda a vida um homem de bem.
Amanhã vai a enterrar esse homem de rara dignidade e coragem cívica. Foi a andorinha que viveu em Monserrat durante o longo Inverno franquista.
A religião não faz um homem bom, nem o ateísmo. Há homens bons apesar de serem crentes. E este era-o, numa Igreja que foi cúmplice do fascismo, que criou o Opus Dei e tem Ratzinger como Papa, no país do cardeal Rouco Varela.
Fonte: el Periódico.com 13-03-08
A Igreja Católica brasileira lançou uma ofensiva contra o aborto distribuindo centenas de fetos de plástico nas paróquias do Rio de Janeiro, apresentados aos fiéis durante a missa “em defesa da vida”.
“O feto é apresentado com o cálice e a hóstia antes da elevação. O padre explica aos fiéis que se vai rezar contra o aborto”, declarou hoje o Padre Ramon, cura da paróquia de Nossa Senhora da Paz em Ipanema, no Sud do Rio de Janeiro.
Um padre católico ruandês foi hoje condenado, em segunda instância, a prisão perpétua por incitação ao genocídio e por participação directa na morte de 1500 tutsis que se tinham refugiado na sua igreja, durante a campanha genocida que varreu o país em 1994.
Corre o boato de que a pedofilia passou a ser pecado, para o Vaticano, assim como passar muito tempo a ler jornais, a ver televisão ou a navegar na Internet.
Mas, segundo esta notícia, pecado mesmo, com direito a bilhete de primeira classe em comboio rápido para o Inferno, é o que diz respeito à bioética: «a experimentação e a manipulação genética cujos resultados são difíceis de prever e controlar».
A ICAR opõe-se à investigação de células estaminais que envolvam a destruição de embriões, ainda que as experiências se destinem à descoberta dos mais promissores medicamentos.
Para a Igreja católica, que gostava de queimar pessoas já adultas, compreende-se a preocupação com os embriões. Com a quantidade de almas que tem em armazém, todos os embriões são poucos para esgotar a remessa cujo prazo de validade se está a esgotar.
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A presidência da Conferência Episcopal garante a Zapatero sua oração
As orações rezadas por Mariano Rajoy vão ser endossadas ao ateu Zapatero.
Os bispos espanhóis felicitaram o primeiro-ministro José Luis Zapatero pela sua vitória eleitoral.
Satisfeita com os resultados , a Conferência Episcopal espanhola enviou uma carta ao líder socialista a oferecer a sua colaboração.
O cardeal de Madrid, Rouco Varela, amigo de B16 e do defunto JP2, eleito presidente da Conferência Episcopal de Espanha (CEP) com a bênção do Papa, era o braço armado da Senhora de Guadalupe contra o PSOE.
Desceu às ruas de Madrid, acompanhado pelo bando de sotainas da sua diocese, a rugir contra as leis que autorizaram o carácter facultativo do catecismo nas escolas públicas, que facilitaram os divórcios, aprovaram as uniões de homossexuais e permitiram que estes adoptassem filhos.
O cardeal pediu aos crentes que rezassem muito para que Deus os ajudasse a vencer um demónio civilizado e urbano, social-democrata e ateu, presidente do Governo espanhol e cumpridor das promessas feitas ao eleitorado, promessas que fazem ranger os dentes e espumar de raiva o arcebispo de Madrid.
Ora, Deus provou que não existe. Perderam tempo e as orações os ociosos que rezaram e não puderam evitar que o cardeal Rouco Varela e o Papa B16 fossem humilhados nas urnas.
O cardeal deixou achincalhar a mitra e enferrujar o báculo. No futuro, só alguma beata mais inveterada se aproximará do anelão para lho oscular. Os próprios padres, vendo a irrelevância do seu bispo, começam a perder a fé em Deus e o medo do Inferno.
E um padre sem medo e sem fé é um homem perdido, capaz de violar os sete pecados mortais, de comprar preservativos e encomendar a pílula do dia seguinte para prevenir alguma desgraça de homem feliz que se libertou de Deus.
Até há pouco, o cardeal do Opus Dei gania homilias ferozes e ameaçava com o Inferno. Agora é um primata envergonhado com a inutilidade do seu Deus e das suas homílias. Mas ainda vai rosnar apesar da vergonha e da derrota.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.