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Categoria: Catolicismo

27 de Março, 2008 Carlos Esperança

Vaticano – Contributo de um leitor

O Vaticano é um estado curioso. Resultou dum acordo com (um tratado…) entre um ditador e um teocrata que governava um estado fictício. Tem uma população muito reduzida com predomínio, ao que julgo, de homens de idade provecta.

Caracteriza-se também por uma baixa natalidade (certamente a menor natalidade em todo o mundo!), não necessitando de maternidades nem creches e muito menos escolas preliminares. Assim a especialidade médica mais requisitada será a geriatria.

Apesar de tudo o seu território é um pequeno quarteirão tendo um exército muito peculiar à guisa de polícia decorativa.
É uma ditadura (teocracia) que representa o império ou reino divino meio temporal e algo, convencionalmente, espiritual.

A sua indústria é também peculiar no meio de todas estas subtilezas artificiais vendendo-se todo o tipo de amuletos, medalhas, medalhões, santas e santos, bulas e isenções, viáticos e “consolos” sabiamente abençoados.
A substituição do quadro directivo é igualmente inédito noutros paralelos com fumaças escuras ou brancas num código que só os índios americanos aperfeiçoaram com requintes… Também é dito, veladamente, que alguns venenos contribuem para encurtar o reinado se o chefe é incómodo.

Mais curioso ainda é que vende ou aufere prebendas de prelados e de outros numa autêntica cadeia de vassalagens nesse estado nobiliárquico cheio de requintes que se estende e imiscui por todos os cantos (no ocidente) constituindo-se, paralelamente, como o estado com um sistema de informações complexo e sendo um misto de estado policial e secreto.

Consegue superar as crises económicas possuindo, segundo alguns “experts”, uma vastíssima carteira de acções com muitos especialistas em especulação financeira e nalguns casos peritos também em falências fraudulentas.

Enfim, num resumo, não se podem fazer muitos mais elogios.
Se bem que muito rentável, explorando sobretudo outros estados empobrecidos ou de gente pobre, consta que os seus adeptos têm-se reduzido em número e fanatismo tendo-se erradicado algumas práticas que constituíam espectáculos gratuitos e muito pios como as execuções na fogueira (autos de fé!) e outras não menos repugnantes passadas nas masmorras execrandas. Referências a não esquecer.

a) Guilherme T.

26 de Março, 2008 Carlos Esperança

CITAÇÃO

PALAVRAS DE RENAN NO SEU LEITO DE MORTE:  «Guardem-me contra o clericalismo, que eu vou entrar no período em que a Igreja costuma apoderar-se, traiçoeiramente, do enfraquecido espírito dos moribundos para os desonrar, arrancando-lhes, pela violência, retratações falsas ou inconscientes.»  Palavras que perfilho também, acrescen­tando:

«Se ainda em vida, ou depois de morto, aparecerem palavras minhas que vão de en­contro às doutrinas que tenho defendido nos meus livros -ou são inventadas por agentes de Roma, ou ditas quando o espírito se haja eclipsado para entrar em demência.»

Agosto de 1955.  TOMÁS DA FONSECA

 Nota: Junto o meu apelo aos de Renan e Tomás da Fonseca – Carlos Esperança

24 de Março, 2008 Ricardo Alves

Celebrar a violação do segundo princípio da termodinâmica

O mito central do cristianismo é a «ressurreição». Cristãos a sério como os do leste da Europa têm na «Páscoa» a festa central do seu calendário. Os católicos, com a sua pitoresca mistura de paganismo, cristianismo e consumismo, criaram uma religião pseudo-cristã que tem no «Natal» a sua festa mais importante.

É a suposta violação de uma das mais fundamentais leis do universo que os cristãos celebram nesta altura do ano. Se não fosse uma violação de uma lei evidente até mesmo para os pastores semitas de há dois mil anos, não valeria a pena celebrá-la. Não se funda uma religião autoritária a partir de factos evidentes como a queda de uma pedra abandonada no ar, a água correr para a foz, ou ser impossível restaurar um copo partido em mil pedaços. Os chamados «milagres» são quase todos violações grosseiras do funcionamento conhecido da natureza, e é por isso que têm valor e que acreditar neles dá estatuto dentro de uma comunidade religiosa.

Que tratemos com respeito comunidades que exaltam a crença em perfeitos disparates não abona a favor da nossa sociedade.

E como se não bastasse celebrarem uma completa impossibilidade, os nossos vizinhos católicos ainda por cima acrescentaram-lhe uns detalhes grotescos com sangue, cruzes, espinhos e dor, muita dor. Sinceramente, não entendo como se pode celebrar a chegada da Primavera com cerimónias que recordam a dor, ostentam a dor, homenageiam a dor, se deleitam com a dor. Celebrar a Primavera deveria convidar aos primeiros passeios pelo campo ou pela praia, em boa companhia e depois de bem servido de mesa.

No fundo, as nozes com chocolate são uma escolha mais racional do que a crucificação. E não enganam ninguém.

23 de Março, 2008 Ricardo Alves

Vaticano confirma: Bin Laden foi injusto

Conforme eu já afirmara, o repúdio do Vaticano pela liberdade de expressão sempre foi inquebrantável, e portanto as acusações de Bin Laden foram injustas. É a própria sala de imprensa do Vaticano quem agora recorda que o Papa esteve do lado do islamismo durante a crise dos cartunes:

  • «O Papa e o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso censuraram a campanha satírica contra o Islão em mais de uma ocasião» (Zenit).
21 de Março, 2008 Ricardo Alves

As freiras já podem ir à praia do Meco

Há uma empresa holandesa que já vende para Portugal o «burquini», um fato de banho de acordo com os preceitos islâmicos, e que portanto cobre todo o corpo à excepção dos pés, das mãos e da cara.

Sabendo que o Diário Ateísta é o blogue mais popular em conventos e seminários, deixamos aqui a informação, esperando que seja útil às freiras que na próxima estação balnear se queiram deslocar a esses antros de perdição que são as praias lusitanas.

20 de Março, 2008 Ricardo Alves

Bin Laden contra Ratzinger?

O mais influente líder religioso do mundo, Ossama Bin Laden, divulgou ontem uma mensagem em que implica o seu competidor Joseph Ratzinger numa alegada «cruzada» contra o Islão que utilizaria essa temível arma que são os desenhos de Maomé.

Não me custa sair em defesa (apenas desta vez, garanto-vos), do Papa dos católicos. Efectivamente, em boa verdade vos digo, o Vaticano não pode ser acusado de cumplicidade na publicação de caricaturas de Maomé, pela simples razão de que sempre foi contra a dita publicação. Recordemos:

  1. O Vaticano afirmou oficialmente que «a liberdade de expressão não pode implicar o direito de ofender os sentimentos religiosos dos crentes»;
  2. Os porta-vozes locais da ICAR pelo mundo fora repetiram essa mesma ideia (incluindo o portuga José Policarpo).

Portanto, Bin Laden e Ratzinger deveriam dar-se as mãos e unir-se nos valores que partilham: o repúdio pela liberdade de expressão, o desprezo pelas mulheres emancipadas, o ódio à democracia e à laicidade, a promoção da autoridade clerical, e a opressão da humanidade por preceitos anacrónicos.

Como afirma Bin Laden, com uma clareza pouco usual, «as publicações desses desenhos» foram mais graves do que «o bombardeio de modestas aldeias que desabaram sobre as  nossas meninas». Policarpo já dissera algo semelhante, quando afirmou que «todas as expressões de ateísmo (…) continuam a ser o maior drama da humanidade». Para o clero islâmico e católico, são as ideias das pessoas e os desenhos que fazem que são graves ou dramáticos.

Farinha do mesmo saco. Abraâmico.