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Categoria: Catolicismo

4 de Abril, 2008 Hacked By ./Localc0de-07

The Blair Witch Project

Segundo a BBC, Tony Blair quer que a fé tenha o papel principal na resolução dos problemas do mundo.

Mais de 1 milhão de mortos depois na guerra do Iraque, eis que um dos cruzados deixa cair a fachada política e emancipa a sua fé cristã, Tony Blair recém convertido ao Catolicismo por similaridades óbvias, assume-se como um dos mais importantes porta-vozes dos homens que usam saias e pêndulos ao pescoço. Blair decidiu fazer finalmente um discurso referente às suas convicções pessoais, às suas crenças cristãs de paz, acompanhado por uma harmoniosa vigila pela paz com Pax Christi, uma organização católica pacifista.

O discurso foi feito na catedral de Westminster, perante 1600 devotos, onde assumiu a razão das suas acções, explicando que “se és uma pessoa com fé, esta é o foco das tuas convicções na vida, é impossível que isso não afecte as tuas políticas.“, acrescentando que “a religião é fundamental para moldar valores que guiam o mundo moderno, pode e deve ser uma força no progresso.“.

Blair irá inaugurar uma fundação religiosa ainda este ano, seguindo o seu percurso religioso às claras, agora que não precisa de fachadas políticas.

Terry Sanderson, da National Secular Society, resumiu bastante bem a missa de Blair, “ter a religião a desempenhar o papel principal nos assuntos mundiais é como tentar apagar um fogo com gasolina.“.

A bem da paz, mais de 1 milhão de mortos recompensados com vigilias da Pax Christi, ou meros efeitos colaterais a bem da fé e da paz religiosa. As armas de destruição maciça aparecem mais tarde ou mais cedo, vulgarmente definidas por fé.

Links úteis:
Orb: More than 1,000,000 Iraqis murdered
Iraq Body Count
Just Foreign Policy: Iraquianos mortos devido à invasão Americana
BBC: Blair urges bigger role for faith
BBC: Tony Blair joins Catholic Church

3 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

O divórcio deve ser difícil

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga, contestou hoje as iniciativas legais para facilitar o divórcio civil, alegando que provocam a destabilização das famílias.

Embora salientando que as propostas do Bloco de Esquerda e do PS de alterar o diploma não foram discutidas na Assembleia Plenária, D. Jorge Ortiga apelou aos católicos para que «defendam a vida familiar em consonância com o sacramento do matrimónio»

D. Jorge Ortiga admitiu que essas «iniciativas fragilizam» o núcleo do casal e vêm «desestabilizar a vida familiar».

No documento final da assembleia, a CEP diz seguir «com atenção as iniciativas legislativas referentes ao casamento e ao divórcio» e recorda «particularmente aos católicos a doutrina da Igreja sobre o matrimónio», lamentando qualquer proposta que venha «fragilizar ainda mais a estabilidade social, que tem no casamento e na família o seu fundamento».

Fonte: Sol, 03 de Abril de 2008.

2 de Abril, 2008 Ricardo Alves

Agitar um espantalho para pedir dinheiro

As palavras de Jorge Ortiga, já referidas pela Mariana, merecem mais um pequeno comentário.

Quando o líder da CEP afirma que «o Estado democrático não pode ser militantemente ateu», eu concordo. Simplesmente, um Estado militantemente ateu mandaria fechar as igrejas, eventualmente poderia prender sacerdotes apenas por o serem, e promoveria o ateísmo através do sistema de ensino, com aulas refutando explicitamente o teísmo. Foi o que aconteceu na Europa de Leste em maior ou menor grau, com variações de espaço e tempo consideráveis, mas todos os laicistas portugueses condenam hoje esse género de práticas políticas. Ninguém em Portugal, que eu saiba, defende o ateísmo de Estado. Ortiga gosta de confundir laicidade de Estado com ateísmo de Estado, naquilo que é a típica táctica de agitar um espantalho.

Em segundo lugar, quando Ortiga pede que «[o Estado procure] satisfazer a opção dos cidadãos a quem proporciona as condições necessárias para viver a sua religião», pede no fundo que a religião seja apoiada activamente pelo Estado. Acontece que a religião, ao contrário da saúde e da educação, não é um direito social. É um direito político e cívico. As confissões religiosas só podem pedir ao Estado que garanta a liberdade individual de professar ou mudar de religião, a liberdade de associação, e a liberdade de manifestar a sua crença ou mantê-la privada. Tudo o mais (subsídios ao culto, isenções fiscais, aulas de religião na escola pública, capelães hospitalares pagos pelo Estado), é um abuso que terá um dia de terminar. Esperemos que amanhã seja a véspera desse dia.

1 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

Intervenção a bem da nação

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa exortou os católicos a intervirem mais na sociedade, perante um Estado que não deve ser «militantemente ateu».

Se a tolerância é cada vez mais a base da «sociedade pluralista» actual, regista-se hoje «uma incrível exclusão da presença católica dos ambientes públicos e políticos», afirmou D. Jorge Ortiga.

«Não podemos aceitar ser excluídos dum processo de humanização integral» e o «Estado democrático não pode ser militantemente ateu e deixar de reconhecer, respeitar e procurar satisfazer a opção dos cidadãos a quem proporciona as condições necessárias para viver a sua religião, respeitando as outras crenças», sustentou.

Para o arcebispo de Braga, «os cristãos portugueses devem manifestar que nunca abdicarão, em princípio e acções, dos seus direitos e das responsabilidades inerentes que derivam da simples cidadania».

Por isso, os cristãos «devem acordar para uma maior responsabilidade sócio-política» e «afirmar a sua capacidade de intervenção, não tendo medo de congregar ideias, suscitar iniciativas e delinear uma cultura», defendeu.

Na assembleia plenária desta semana serão eleitos novos órgãos directivos, mas o até agora presidente da CEP defende que o catolicismo «acredita num futuro marcado pelos valores que professa» e por isso «nunca poderá prescindir de dar o seu contributo à edificação dum país mais justo».

Na sua opinião, «a intervenção na vida social é estruturante do cristianismo», explicou o arcebispo de Braga que recusa fazer uma análise da actuação da Igreja baseada em «realidades estatísticas ou resultados de sondagens».

Fonte: Sol, 31 de Março de 2008.

1 de Abril, 2008 Mariana de Oliveira

Versão 2.0

Numa entrevista, a propósito da Semana Santa, monsenhor Marcony Vinícius Ferreira, braço direito do arcebispo de Brasília, João Braz de Avis, propôs métodos revolucionários para passar a palavra da fé entre uma juventude «cada vez mais apática».

«Jesus usaria a internet, assim como o Papa usa o telefone celular, todos os meios onde a sua palavra pudesse chegar», disse.

Há pouco mais de dois mil anos, Jesus «entrou em Jerusalém num Domingo de Ramos montado num burro, que era o ‘Omega 2.0’ de hoje», acrescentou Marcony, referindo-se a um modelo automóvel que a norte-americana General Motors deixou de fabricar no Brasil em 1998.

«Jesus foi à casa de homens ricos como Zaqueu, Mateus e Simão. Este ofereceu-lhe um jantar fabuloso. Foi à casa de pobretões como Marta, Pedro e outros. Jesus se aproveitaria dos espaços oferecidos para interagir. Iria ao Congresso Nacional, ao Maracanã. Onde Ele pudesse conversar com o povo, ser ouvido, Ele iria», assegurou o religioso, perguntado sobre se Cristo aceitaria um convite para um churrasco.

Fonte: Sol, 21 de Março de 2008.

31 de Março, 2008 Ricardo Alves

Lucidez

  • «(…) o sistema de valores que consideramos como o nosso corpo doutrinal não é aquele que a maioria da sociedade portuguesa assume» (Carlos Azevedo, bispo da ICAR)