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Categoria: Catolicismo

22 de Junho, 2008 Carlos Esperança

Fujam, vem aí a bíblia…

D. Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura, considera que a Bíblia deveria ser estudada na escola “não por razões religiosas, mas por motivos culturais”. Reconhecendo que para o homem de hoje a Bíblia tem uma mensagem “distante”, manifesta que os “grandes símbolos do passado não estão ultrapassados culturalmente”.

Comentário: Depois da experiência do Corão, o Vaticano ameaça com a bíblia.

CE

18 de Junho, 2008 Mariana de Oliveira

ICAR prepara central de compras

Os bispos portugueses estão a estudar a criação de uma central de compras comum a todas as dioceses que garanta poupanças e economias de escala, revelou hoje o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

Falando no final das Jornadas Episcopais que foram dedicadas à «gestão e liderança», D. Jorge Ortiga explicou que agora os bispos deverão reunir com «os seus conselheiros mais próximos para definir o que se pode fazer para motivar os padres para esta nova maneira de gestão» partilhada dos recursos.

A gestão dos cartórios paroquiais, instituições de solidariedade, centros paroquiais ou equipamentos eclesiais devem ser assim partilhados com os leigos, levando os padres a concentrarem-se mais no trabalho pastoral.

«Uma paróquia ou uma diocese não são comparáveis com uma empresa», mas pode haver «alguma aprendizagem» com os modernos meios de gestão, defendeu o presidente da CEP.

Por isso, os bispos vão apostar na «concentração de efectivos» e na criação de uma «central de compras», optimizando também o trabalho dos funcionários.

«É preciso formar as pessoas para novas responsabilidades», salientou D. Jorge Ortiga.

Por seu turno, o secretário-geral da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), Líbano Monteiro, que ajudou à realização das jornadas, mostrou-se muito satisfeito com a adesão dos bispos às propostas de modernização administrativa das estruturas da Igreja Católica.

Durante os três dias das jornadas em Fátima, os bispos fizeram trabalhos de grupo e ouviram os «mais modernos ensinamentos de gestão», procurando ter «uma visão da gestão e do mundo empresarial».

O objectivo final é sempre «melhorar a gestão das dioceses para melhorar o serviço da evangelização», salientou o responsável da ACEGE.

«As dioceses são independentes entre si», mas a meta é «conciliar o trabalho em comunhão para ganhar economias de escala», pelo que está em estudo a criação de uma central de compras comum para serviços vários, entre os quais os seguros, referiu Líbano Monteiro.

Esta solução irá permitir «descontos imediatos nos produtos comprados», que serão também «fiscalizados por especialistas», conselheiros das dioceses nas decisões a tomar.

Líbano Monteiro defendeu, também, que as delegações de competências dos padres para os leigos devem estar inseridas numa nova orgânica interna da Igreja que garanta mecanismos de controlo.

«Ninguém pode delegar sem controlar», pelo que é necessário «uma cultura diferente de organização» interna, salientou o secretário-geral da ACEGE, recordando a importância da formação dos quadros da Igreja e dos leigos.

Estes conselhos vão ao encontro da posição da própria CEP, que se tem apercebido que «há uma mudança cultural e eclesial» nas dioceses.

D. Jorge Ortiga recorda que estas alterações que estão a ser estudadas já procuram responder ao apelo à mudança feito pelo próprio Papa Bento XVI ao episcopado português.

«A transformação deve ser um dinamismo permanente perante objectivos concretos e específicos», promovendo uma «reorganização profunda das dioceses» do ponto de vista da gestão dos recursos humanos e financeiros, sustentou o arcebispo de Braga.

Mas D. Jorge Ortiga salientou que esta «não será uma mudança do ponto de vista pastoral», até porque as «dioceses são diferentes e têm capacidades diferentes».

No entanto, «há hoje uma panóplia de responsabilidades que é preciso assumir» ao nível da gestão de cada diocese que «podem ser partilhadas», com uma maior participação dos leigos.

«Importa cada vez mais descobrir essas pessoas, confiar e delegar com alguma coragem responsabilidades de gestão», afirmou, considerando que o exemplo deve partir de cada paróquia.

Aí, «o padre não deve fazer tudo, deve delegar as competências», considerou o prelado.

Fonte: Sol, 18 de Junho de 2008.

15 de Junho, 2008 Mariana de Oliveira

Regresso ao passado

Depois da reabilitação da missa em latim e do reaparecimento das túnicas de renda, Bento XVI recuou um pouco mais até aos antigos hábitos litúrgicos ao dar hoje a comunhão aos fiéis ajoelhados em genuflexórios.

Este regresso a uma prática actualmente caída em desuso ocorreu durante uma missa ao ar livre celebrada pelo Papa em Brandisi, no sul de Itália, perante 70.000 pessoas.

Bento XVI já tinha procedido assim a 22 de Maio, na basílica de São João de Latrão, em Roma, por ocasião da sua anterior missa pública, mas o acontecimento teve menos repercussão por haver menos pessoas presentes.

 Os fiéis escolhidos para comungar das mãos do Papa deverão doravante ajoelhar-se à sua frente num genuflexório e receber a hóstia na boca.

Desde a reforma litúrgica subsequente ao concílio Vaticano II (1962-65), o uso corrente era que os fiéis recebessem a hóstia de pé e nas mãos antes de a levarem à boca, embora pudessem optar por recebê-la na boca, mas de pé.

A genuflexão, nunca proibida, continuou no entanto a ser praticada nas paróquias mais tradicionalistas.

«Estou convencido da urgência de dar de novo a hóstia aos fiéis directamente na boca, sem que a toquem» e do «regresso à genuflexão no momento da comunhão em sinal de respeito», afirmou o Papa a 22 de Maio.

As modificações litúrgicas introduzidas por Bento XVI nos últimos meses vão todas no sentido de um regresso aos costumes caídos em desuso depois das reformas do Vaticano II.

Fonte: Sol, 15 de Junho de 2008.

14 de Junho, 2008 Carlos Esperança

Quatro séculos de obscurantismo e repressão

No dia 14 de junho de 1966, o Vaticano aboliu seu Index librorum prohibitorum, com a lista dos livros proibidos aos católicos, instituído em 1559.
Na Antigüidade, se uma obra fosse contra os preceitos dos magistrados, eles ordenavam sua destruição. Com a invenção da imprensa, entretanto, a publicação em série de obras indesejadas passou a ser proibida pela censura. Em 1487, Inocêncio 8º promulgou a primeira constituição papal, em que instituiu a censura prévia.

 

Comentário: Em Portugal, a ditadura salazarista manteve a censura até ao dia 25 de Abril de 1974.
13 de Junho, 2008 Mariana de Oliveira

Padres querem um cardeal mais duro

As negociações entre a Igreja Católica e o Governo para a regulamentação da Concordata, da lei do divórcio e das novas regras para os ATL (Actividades dos Tempos Livres) estão a criar divisões dentro da própria Igreja.

Segundo o SOL apurou junto de fontes eclesiásticas, muitos padres gostariam que o cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, fosse mais activo e «mais duro» na defesa de alguns princípios. Por considerarem que o diálogo de bastidores com o Executivo não está a ter resultados. Mas numa carta que escreveu, no mês passado, às dioceses de Lisboa, o patriarca deixou claro que é adepto do «diálogo», defendendo que a «hierarquia católica não segue normalmente o caminho de pressionar o Estado na praça pública».

Fonte: Sol, 13 de Junho de 2008.

10 de Junho, 2008 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa

 

Exmo. Senhor

Professor Dr. José Policarpo

Cardeal-patriarca em Lisboa

[email protected]

Mosteiro de S. Vicente de Fora, Campo de Sta. Clara

1100-472 LISBOA

  

Excelência,

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) tomou conhecimento do telegrama da Lusa em que V. Ex.ª comenta a sua recente criação e responde à carta escrita ao presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) que, até ao momento, manteve o mais prudente silêncio. V. Ex.ª afirmou aos jornalistas: “Para mim o que é novo é que o ateísmo, que se afirma como uma filosofia de vida de negação, se transforme em comunidade, ateia, mas parecida com as comunidades crentes.”

O movimento ateísta internacional não é novo e, para a AAP, o ateísmo não é uma filosofia de vida de negação. O ónus da prova da existência de Deus pertence aos que o proclamam e, sobretudo, aos que vivem dele. Mas sem o menor indício da sua existência nem, da parte dele, um esforço para fazer prova de vida, o ateísmo torna-se uma filosofia de vida de afirmação: da superioridade dos factos sobre os mitos, da ciência sobre a crença, do evolucionismo sobre o criacionismo, da felicidade sobre a penitência. O ateísmo não é a negação dos deuses que, ausentes, é desnecessário negar. O ateísmo é a afirmação de alternativas racionais e fundamentadas às alegações de quem afirma saber que existe Deus.

Vinda de V. Ex.ª, poderia considerar-se lisonjeira a descoberta de «parecenças com a comunidade de crentes», pois certamente as terá em boa conta, mas é exactamente o contrário. Ao contrário das organizações de crentes, a AAP não pretende ditar orientação espiritual, rituais ou dogmas. Cada associado é um livre-pensador capaz de se responsabilizar pelos seus valores e por uma existência ética plena sem se apoiar em seres hipotéticos ou dogmas impostos.

 De algum modo todos somos ateus. V. Ex.ª nega todos os deuses, excepto o seu. Nós, ateus, apenas negamos mais um. Partilhamos com qualquer religião a descrença nas afirmações de todas as outras.

Registamos que considera o ateísmo um direito, provavelmente em contradição com o direito canónico, e estamos de acordo que o ateísmo é conhecido desde tempos muito antigos, infelizmente, em alguns, com direito a incineração dedicada e, ainda hoje, em certas latitudes, com direito a decapitação. “Cá estaremos para dialogar e respeitar, esperando ser respeitados” – disse o senhor Cardeal – afirmando uma abertura rara na Igreja católica e inadmissível na islâmica. É respondendo a esse repto, que lhe escrevemos esta carta reiterando o nosso respeito pelos crentes, por todos os crentes de qualquer religião, apreço que não dispensamos às crenças.

 Esperando que todos nos possamos rever nos princípios enunciados pela Declaração Universal dos Direitos do Homem,

 Apresento a V. Ex.ª as minhas cordiais saudações.

 Odivelas, 07 de Junho de 2008

Pela Associação Ateísta Portuguesa

 a) Carlos Esperança

10 de Junho, 2008 Mariana de Oliveira

Vaticano defende reforma agrária

O Vaticano aponta a reforma agrária e o favorecimento das populações rurais como a solução para a crise alimentar.

A posição foi manifestada pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz, numa nota, por ocasião da cimeira sobre segurança alimentar da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em Roma.

«A questão da reforma agrária nos países em vias de desenvolvimento não pode ser descurada, para que se confira a propriedade da terra aos cidadãos e se favoreça assim o uso de milhares de hectares de terra cultivável», refere a nota.

A Santa Sé considera que a escalada dos preços dos bens alimentares «poderia transformar-se numa oportunidade de crescimento para os países mais pobres do mundo», desde que as nações mais ricas se empenhem no seu «desenvolvimento agrícola»

O Conselho Pontifício Justiça e Paz revelou-se igualmente preocupado com a eventual redução da área de cultivo face à produção de biocombustíveis.

«Não se pode pensar em diminuir a quantidade de produtos agrícolas destinados ao mercado de alimentos, ou às reservas de emergência, a favor de outros fins que, mesmo se pertinentes, não satisfazem um direito fundamental como o da alimentação, assinala a nota.

O Vaticano lamenta ainda a especulação financeira sobre as matérias-primas, pedindo a «regulação» de preços.

Fonte: Sol, 05 de Junho de 2008.

8 de Junho, 2008 Carlos Esperança

Vaticano – Forças Armadas de prevenção

A polícia do Vaticano, que junto à Guarda Suíça se encarrega da segurança do Papa, reforçou recentemente o seu dispositivo antiterrorista com a criação de dois serviços especiais, informou um oficial neste sábado. (AFP)

Comentário: O Papa não confia na protecção divina.

CE