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Categoria: Catolicismo

15 de Abril, 2016 Administrador

Carta ao Ministro da Educação.

Assunto: Atropelo à laicidade em escola de Castelo de Paiva.
 
Tiago Brandão Rodrigues
Ministro da Educação
Senhor Ministro,
A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) tomou conhecimento da passagem, por Castelo de Paiva, da «Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima» [sic] e da iniciativa da diretora do Agrupamento de Escolas de Castelo de Paiva (AECP), Maria Beatriz Moreira Rodrigues e Silva, que, a “convite do Reverendo Padre F. Sérgio”, solicitou aos encarregados de educação autorização para que os alunos se pudessem deslocar, ao largo do conde, entre as 10 e as 11 horas do dia 13 de abril, acompanhados de professores e funcionários, para participarem na receção à referida imagem, se possível, trazendo uma “camisola/t-shirt / casaco branco.” (Ver anexo)
 A AAP, considerando o atropelo grosseiro à laicidade e um desafio à separação Estado / Igrejas, constitucionalmente consagrado, na defesa da laicidade da escola pública, pede a V. Ex.ª se digne mandar esclarecer o seguinte:
a)      Se há alguma legitimidade ou utilidade na suspensão das aulas para participação de alunos do segundo e terceiro ciclos na cerimónia religiosa;
b)      Se aos alunos que eventualmente se recusaram a participar na referida cerimónia (difícil perante a militância pia da diretora) foram asseguradas aulas;
c)      Se as aulas sacrificadas pela devoção do órgão diretivo tiveram compensação;
d)      Se os alunos, professores e funcionários foram abrangidos por qualquer seguro e lhes foi facilitado transporte do Agrupamento até à Igreja Matriz e regresso, ou foram obrigados a deslocar-se a pé.
e)      Finalmente, se a laicidade da República Portuguesa, no caso da Escola Pública, é acautelada pelo Ministério da Educação e que providências serão tomadas para que outras escolas públicas não reincidam em semelhante prevaricação.
Aguardando a resposta que V. Ex.ª tiver por conveniente,
Apresentamos-lhe os nossos melhores cumprimentos,
Carlos Esperança,
Presidente da Direção.
15 de Abril, 2016 Carlos Esperança

Humor

jesus_brinca

9 de Abril, 2016 Carlos Esperança

As divergências entre a Irmã Lúcia e a estilista Mary Quant

Lúcia nasceu em 1907, Mary Quant em 1934. Ambas tiveram visões. Uma viu espíritos; a outra, corpos. A primeira dedicou-se à oração e à clausura, a segunda à criatividade e ao trabalho. Lúcia queria as mulheres com o corpo escondido, Mary com ele exposto. A primeira exaltou a fé, a segunda a alegria. No Carmelo usa-se o cilício para castigar o corpo; fora, o corpo busca a felicidade e rejeita interditos.

Não se sabe quantas almas Lúcia afastou do Inferno, onde viajou em vida, mas sabe-se que milhões de mulheres foram felizes, na apoteose da beleza, atraídas pela feliz criação da estilista, a minissaia.

De um lado a flagelação do corpo, para salvar a alma; do outro, a glorificação da vida.

A Senhora de Fátima disse à Lúcia para aprender a ler, talvez para a preparar para o magistério pio de que é exemplo a carta a Marcelo Caetano, que abaixo menciono. A vidente das Carmelitas Descalças, em Coimbra, crítica da moda feminina, escreveu, em 24 de fevereiro de 1971, ao Presidente do Conselho, Marcelo Caetano, implorando medidas legislativas sobre as vestes femininas:

«…não seja permitido vestir igual aos homens, nem vestidos transparentes, nem curtos acima do joelho, nem decotes a baixo mais de três centímetros da clavícula. A transgressão dessas leis deve ser punida com multas, tanto para as nacionais como para as estrangeiras».
(In Arquivos Marcelo Caetano, citados em Os Espanhóis e Portugal de J.F. Antunes Ed. Oficina do Livro)

Até aprendeu o que era a clavícula, guiada pela Virgem nos caminhos da estética! Foi pena a estilista não ter sido solicitada para desenhar os hábitos das carmelitas. Quem sabe se não teria dado um contributo para atrair vocações, superior ao das orações.

7 de Abril, 2016 Carlos Esperança

A Irmã Lúcia e a criação de Fátima

De acordo com os interrogatórios feitos a Lúcia depois do «bailado do sol» de 13 de outubro de 1917, surgiu «Nossa Senhora vestida de branco» sobre a azinheira e, como de costume, depois de um relâmpago. Comunicou-lhe [Nossa Senhora] que deviam rezar o terço em sua homenagem e rogou-lhe que não a ofendessem mais, [quem?].

Entre o pedido de uma «capelinha» no local e informação sobre o regresso dos militares que combatiam na guerra, anunciou-lhes que a guerra acabava naquele dia, o que prova que era escassa a informação e de pouca confiança os informadores de ‘Nossa Senhora’.

Lúcia revelou ainda que, logo após o desaparecimento da visão, que a Igreja católica, ao longo dos anos, converteria em ‘aparição’, olhou para o sol e viu «S. José vestido de branco», o ‘Menino Jesus vestido d’encarnado’ e ‘Nosso Senhor da cintura para cima’.

Os dados referidos, que constam da pág. 49 do livro «O Sol Bailou ao Meio-Dia», do historiador Luís Filipe Torgal, deixam-nos perplexos. Isto de o Menino Jesus vestir de determinada cor e ‘Nosso Senhor da cintura para cima’, para além de não se saber se alguma nuvem vestiu Nosso Senhor da cintura para baixo ou se, perante as crianças, se esqueceu de cobrir as partes pudendas, leva-nos a concluir que Nosso Senhor apareceu em criança, como Menino Jesus, e em adulto, como Nosso Senhor.

Recordei a guia italiana a quem um turista perguntou de quem era o esqueleto pequeno, dependurado junto de outro, grande, de um santo de vasto prestígio, orgulho da cidade e do museu pio visitado, respondendo logo que era do mesmo santo, em criança.

fatima-propaganda

31 de Março, 2016 Carlos Esperança

A propaganda do embuste começa cedo

CICLO JANTARES-CONFERÊNCIAS  

“Portugal 1917 – Estado, Sociedade – Razão e Fé”

20 de ABRIL

Exibindo image001.jpgfatima-propaganda

15h – partida de Lisboa
16h45 – visita à Basílica da Santíssima Trindade
17h30 – visita à Casa das Candeias
18h15 – visita ao Museu da Vida de Cristo
20h – Jantar-conferência  no Hotel D. Gonçalo

Catolicismo, Republicanismo e Laicismo no 1.º quartel do século XX português

Orador: Manuel Braga da Cruz
23h – hora prevista de regresso a Lisboa

Mais informações e inscrições: [email protected]

28 de Março, 2016 Carlos Esperança

Não há talibãs só no Islão

Ontem,  domingo da Páscoa dos cristãos, encontrei uma católica, apostólica romana, talvez debilitada pela longa Quaresma em que os quarenta dias de jejum, orações e penitências lhe devem ter atenuado o entendimento, apesar da licenciatura em Humanidades numa Universidade autóctone.

Disse-me que ‘os ateus deviam ser mortos’. Compreendi a sua dor perante o martírio do seu Deus, morto na sexta-feira da Paixão e ressuscitado no sábado de Aleluia, um tempo de ansiedade que lhe pareceram três dias, e não lhe atribuí um intuito que me visasse.

Não estranhei a falta de alegria, que atribuí não à Ressurreição deste ano da Graça, mas à morte anunciada para o próximo, numa sequência mórbida que se prolongará pela vida da devota. Admirou-me o pio desabafo ‘os ateus deviam ser mortos’, numa pessoa cuja ilustração lhe permite distinguir o significado do verbo ‘ser’ do do verbo ‘estar’.
Se tivesse dito ‘os ateus deviam estar mortos’, em vez de ‘…ser mortos’, significaria que lhes desejava uma ‘morte morrida’ em vez da ‘morte matada’, expressões com que a sabedoria popular faz a distinção semântica entre a defunção natural e a provocada.

Pode ter sido fundamentalismo, mas a lua cheia, que serve para a determinação da data da efeméride, pode ter tido uma influência insuspeitada para quem pauta os seus valores à margem da astrologia!

26 de Março, 2016 Carlos Esperança

A última epístola do S. Padre Poças

Aqui fica, para conhecimento dos leitores, a sua posição sobre o beija-mão do PR ao Papa. Como é a última, sobre o assunto, prescindo da tréplica pois a minha posição é bem conhecida.

 

Olá Sr. Carlos Esperança.

 

Esta será a minha última epístola que deveria ser apenas a segunda não fossem os caminhos se terem desviado do essencial.

No último e-mail deixei clara a minha disponibilidade em enviar a minha leitura dos atos do Presidente da Republica. Como não me respondeu envio-a na mesma para que tome na mesma conhecimento da minha reflexão.

Agora sim, publique-a onde quiser e se quiser.

Achei que a resposta que me deu inicialmente está baseada em algo que eu penso não ser substancialmente profunde certo para reprovar esta atitude do Presidente da República. Passo a explicar-me.

Estão dois valores fundamentais em conflito neste gesto do Presidente da República.

O primeiro é a função que o Prof. Marcelo exerce e a outra é o direito pessoal à liberdade religiosa. Um incide sobre a função outra sobre o individuo (cidadão). Acontece que o Estado não é sujeito das liberdades pessoais pois ele é coletivo, não é um individuo em si e por isso não tem a faculdade de escolha que é próprio e exclusivo dos cidadão.

No momento da visita ao Papa estão as duas realidades em causa e em conflito. O Presidente da Republica deve ter gestos de cariz laico, mas o cidadão Marcelo tem o direito inalienável de poder agir segundo a sua convicção religiosa. Se assim não fosse estaríamos a descriminar o cidadão Marcelo Rebelo de Sousa e a constituição prevê que a liberdade religiosa se aplique a todo o cidadão sem excepção. Um cumprimento é um ato pessoal e por isso foi dada prioridade à livre opção religiosa do cidadão Marcelo. O que diz o protocolo Papal é que se um cidadão é católico pode beijar a mão ao Papa. Ora o Prof. Marcelo é um cidadão católico mas por este facto colide com a sua função de representante de um Estado Laico.

Façamos um esforço de raciocínio.

O Presidente da Republica deve ter uma atitude a-partidária. Mas isto não pode ser levado ao seu extremo, há uma excepção. Há uma ato em democracia que se exprime no direito ao voto e que abre uma excepção a esta regra. Ora a aplicar a ideia de que o Presidente da Republica deve agir como um ser NEUTRAL (como propôs na primeira carta) eu diria que só haveria duas opções: ou não votar, ou votar em branco (o que numa óptica de cidadania responsável não é bem visto). A verdade é que não podemos negar o direito de voto livre ao Professor e cidadão Marcelo Rebelo de Sousa que deve ser apartidário. Provavelmente até suspeitamos que ele vote no PSD e isso não põem em causa a descriminação dos outros partidos. Mesmo sendo de forma secreta o que é fato é que pelo menos neste gesto ele é e deve ser partidário.

Resumindo. Há atos inerentes a algumas funções que por vezes entram em conflito com liberdades próprias de um individuo. O acto de eleição em sufrágio público é um voto de confiança num individuo eleito. Creio pois ser razoável que nos momentos de conflito seja dada a opção de escolha em consciência da pessoa em causa. Se o Prof. Marcelo neste momento decidiu beijar a mão do Papa acredito que o fez motivado pela sua opção religiosa pessoal e nunca com a intenção de descriminar ninguém. Podemos fazer outras leituras mas creio serem fruto de alguma hipersensibilidade quanto ao assunto.

Já agora fica uma questão pertinente. Para o ano o Papa vem a Portugal. É uma visita também pedida pelo Presidente da Republica (julgo que discordem do fato de ele a ter pedido, mas fora isso…). É natural que se celebre uma Eucaristia em algum desses momentos. O Professor Marcelo deve abster-se se se benzer e de rezar? Novamente teremos um individuo católico que tem direito a viver o seu culto (consagrado na lei da liberdade religiosa) mas que desempenha funções de Presidente da República. Deve dar atenção a que principio? A de representante de um estado laico ou de um individuo católico? Se não se benzer está a ser violentado na sua liberdade religiosa, se se benzer estará a desrespeitar a constituição que diz que ninguém pode ser descriminado pela sua religião. Será mais um caso de conflito.

Moral da história: Quando surgem dois valores fundamentais que entram em conflito deve ser acionada uma das melhores regras, para mim, para o futuro de qualquer sociedade democrática, laica, ou seja, a regra da TOLERÂNCIA.

Honestamente e depois deste caminho feito julgo que foi essa que esteve em falta no momento da Associação Ateista Portuguesa fazer o seu comunicado. Não tolerou.

Quero também afirmar que não me parece que o tenha feito por se pautar por principio de laicidade. Fê-lo por ser o Papa o que muda completamente a carga histórica, moral, emocional e sentimental perante o caso.

Honestamente se fosse pelo argumento da laicidade teria muito mais sentido criticar a celebração inter-religiosa que se fez no dia da tomada de posse. Aí sim poderá ter sido pouco coerente com a constituição (os actos oficiais devem ser não confessionais) e o fato desta ser feita numa mesquita (o que poderia ser lida como discriminatória para as outras confissões religiosas). Como viu nenhum líder religioso se zangou e/ou fez comunicados de reprovação. Seguiu-se o principio da tolerância e do diálogo entre diferentes, sem mossas nem conflitos.

Ou estou enganado (e se sim pelo desculpa) ou a Associação Ateista Portuguesa segundo vi não se pronunciaram sobre o caso com um comunicado.

Quanto ao beijar a mão do Papa já reagiram, é curioso e sinal de outras argumentações que já o afirmei me parecerem ser mais anticlericais que laicas (claro que esta parte é uma leitura minha e da minha responsabilidade).

Fiquem bem. No fundo e ultrapassados as agitações de percurso acho que foi divertido este exercício mental. Por essa parte obrigado.

Pelo resto peço apenas que respeitem a informação privada quando ela vos chegar às mãos.

A mim caiu-me sinceramente mal, pode acontecer a outros. São no entanto livres de fazerem o que quiserem, claro.

Neste dia em que nós católicos celebramos a morte do Senhor proponho façamos um bela reflexão sobre a realidade dos refugiados. É também uma situação em que valores e liberdades entram em conflito. Acho que o Professor Marcelo resolveu bem melhor o conflito dele do que os Estados Membros da União Europeia que dizem pautar-se pelos valores humanitários e pela Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Até qualquer dia.

  1. renato poças
22 de Março, 2016 Carlos Esperança

Onde está a laicidade constitucional?

POLITICA e a RELIGIÃO CATÓLICA a prejudicar as Aulas das Crianças. Já Chega.
Quando vai acabar com isto aqui no Norte de Portugal Religião e Politica sempre juntos a prejudicar as crianças que são de outras Religiões, Credos ou Doutrinas, ou porque os Pais são outros Partidos que não o da mesma cor da Câmara Municipal ou da Freguesia em que pertence.
Pois assim como indica o Video, a Escola de Lousado Vila Nova de Famalicão já tinha sido inaugurada no começo do ano Lectivo emSetembro e como estas Pessoas Padres, Presidente da Câmara (PSD), Presidente de Junta (PSD) e Professores não tem escrúpulos para fazerem de tudo para perturbar as Aulas das crianças, pois tiveram que ir Benzer a escola agora em pleno dia de Aulas, e isto é prato do dia agora na Pascoa a mesma coisa, ao longo do ano sempre com a Religião e Politica a prejudicar os alunos, quando isto vai acabar.
Depois alem disse diz o Presidente da Câmara no vídeo que a escola foi ajudada financeiramente por a Câmara Municipal, onde no Video se vê uma Placa a dizer que a Escola foi financiada pela Comunidade Europeia. O porque que estas pessoas não fazem isto ao fim de Semana e tem que fazer isto benzer em dias da Semana quando lá tem alunos de todas as Religiões porque não respeitam as crianças e os Pais que são de outras ????? Isto só pode ser Fanatismo não tem outro nome, sendo tudo isto proibida nas Escola a muitos anos como é que a coordenadora das Escolas de Ribeirão aceitam isto tudo e ate aplaudem tudo isto, também o que anda a fazer o Ministério da Educação. Quando Portugal vai respeitar o direito dos outros por serem de outras Religiões, Credos. Doutrina, Cor Partidárias ou Futebolísticas ???
Em Vila Nova de Famalicão é feito nas Escolas em todas as Freguesias, sempre em plana dia de aulas, acabem com isto pede.se o favor que respeitem os outros….
Porque com isto colocarem no Plano curricular nas Escolas estes Deuses de Pau e de Pedra, os Presidentes das Camaras Municipais e Presidentes de Juntas de Freguesias a pedir o voto PSD as Crianças e os Padres a pedir as Crianças que sejam forçosamente Católicos……
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