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Categoria: Catolicismo

15 de Outubro, 2008 Carlos Esperança

Vaticano – Monarquia absolutista

Compreende-se melhor o amor acrisolado dos crentes ao Papa de turno se pensarmos que o próximo será sempre pior do que o anterior ou, pelo menos, mais raivoso para com a democracia e a modernidade.

Bento 16, regedor do Vaticano, escolheu a profissão de papa católico adoptando o nome de um antecessor que as potências vencedoras da guerra de 1914/18 excluíram das negociações de paz, apesar da força da hábil diplomacia do pequeno e perigoso Estado. Bento 15 fez homilias a favor da paz mas era conivente com os países que provocaram a guerra. Foi, pois, por uma questão de higiene que o expulsaram das negociações.

O papa actual é um intelectual culto e um prosélito que não hesita nos meios para obter para a sua Igreja os benefícios que sabe injustos e limitadores da soberania dos povos. Pouco lhe interessa que deus não exista. O que o preocupa é o seu próprio poder e o do catolicismo.

Quando afirmou que a evangelização da América do Sul foi feita de forma pacífica, B16 sabia que a mentira era da dimensão da sua hipocrisia mas não deixou de tentar enganar os desconhecedores da evangelização feita por portugueses e espanhóis.

O Papa sabe como o seu clero oprime o povo de Timor, Malta e outros países onde a democracia é débil e forte a superstição religiosa. Conhece os entraves que tem posto ao combate à SIDA e às doenças sexualmente transmissíveis; como é cúmplice da miséria por dificultar o planeamento familiar; como os seus núncios intrigam e chantageiam para evitar a modernização das leis da família.

Tal como fizeram com o seu antecessor B15, as democracias devem excluir o Vaticano dos organismos internacionais, isto é, só devem aceitar Estados democráticos.   

15 de Outubro, 2008 Carlos Esperança

O Vaticano e o respeito pela informação

O papa João Paulo 2o, morto em 2005, ficou ferido em um ataque realizado por um padre armado com uma faca em 1982, um anos depois de o pontífice ter sido alvejado com tiros na praça São Pedro, disse um assessor dele em um documentário. O ferimento a faca, no entanto, foi mantido em segredo. (REUTERS)

Nota: O Vaticano e a Bielorrússia são os dois últimos estados totalitários da Europa.

14 de Outubro, 2008 Carlos Esperança

«Casar é um acto de coragem»

A aceitação incondicional pela Virgem Maria da vontade de Deus foi apresentada ontem pelo arcebispo lituano de Vilnius, em Fátima, como um exemplo para os cristãos, que também devem dizer “sim” ao matrimónio, ao baptismo e ao sacerdócio.

Perguntas:

1 – A mesma pessoa deve dizer «sim» ao matrimónio e ao sacerdócio?

2 – Seguindo o exemplo de Maria, as mulheres devem dizer aos maridos para se arranjarem sozinhos?

Comentário: Estes caedeais precisam de se tratar.

13 de Outubro, 2008 Ricardo Alves

Mais boas notícias

«Muitas clareiras no recinto, pouca circulação pedonal nas ruas circundantes do Santuário e muitos lugares vagos nos parques de estacionamento de Fátima são a imagem da Cova da Iria nesta segunda-feira.»(Diário IOL)

13 de Outubro, 2008 Carlos Esperança

Mau sinal

As negociações sobre o ensino religioso nas escolas públicas ainda não estão de acordo com as propostas da igreja, mas estão “cada vez mais próximas” – garante o presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã.

13 de Outubro, 2008 Carlos Esperança

Fátima – caminho das angústias

A noite fria não convida a sair de casa mas a tristeza e o hábito encaminham multidões para a Cova da Iria. As azinheiras onde a Virgem vinha cavaquear com a Irmã Lúcia desapareceram sob o pio asfalto destinado à expansão do negócio. Do anjo que por ali passou nem uma pena perdida para pôr num relicário. Das visões domésticas dos três pastorinhos, da obsessão pela conversão da Rússia e do ódio à República, restam as cantorias da população supersticiosa atrás da imagem da Senhora de Fátima e de uma multidão de clérigos com hábitos garridos.

A luz das velas cria um ambiente propício à devoção e à crendice. Os padres cantam a vitória da fé e o êxito de um negócio sem mercadoria, mas as clareiras são largas onde antes os corpos se comprimiam. Os tempos vão maus para as pessoas mas começam a ficar negros para a religião. O Papa receia que as luzes que se acendem em Fátima e noutros locais inventados para a devoção se apaguem de vez. Não há fé que resista ao mau tempo e à ausência sistemática de milagres.

Vi na RTP a liturgia de sempre. A Rússia não se converte. A guerra acabou, como todas as guerras, e outras vieram. A Senhora de Fátima limitou-se, em 91 anos, a desviar uma bala das vísceras de JP2. Foi um milagre pífio, a revelação do segredo que JP2 julgou estar-lhe reservado, um prodígio que podia ter convencido um cavador mas que não se esperava que tivesse enganado um Papa, quiçá o último que ainda acreditou na história dos pastorinhos.

É preciso não ter coração para troçar das angústias que levam a Fátima os peregrinos e o seu óbolo, mas só quem não usa o cérebro pode deixar sem crítica a Igreja que explora e sacrifica os simples. Basta-lhe o Paraíso como promessa e o Inferno como susto.