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Categoria: Catolicismo

27 de Janeiro, 2009 Carlos Esperança

HIPOCRISIA

Cidade do Vaticano, 26 Jan. (RV) (…) O papa concluiu a homilia recordando que em 25 de Janeiro de 1959, exactamente cinquenta anos atrás, o bem-aventurado Papa João XXIII manifestou pela primeira vez o desejo de convocar “um Concílio Ecuménico para a Igreja Universal”. (…)

26 de Janeiro, 2009 Carlos Esperança

Bento 16 – Papa integrista

O Vaticano anulou a excomunhão dos bispos extremistas ordenados em 1988 por Monsenhor Marcel Lefébvre, através de um decreto datado de 21 de Janeiro e  publicado no último Sábado.

João Paulo II, santo por profissão e infalível por inerência, excomungou há vinte anos o arcebispo integrista e os bispos por ele sagrados à revelia do Vaticano. A cidade de Roma e o Mundo espantaram-se por terem sido excomungados bispos fascistas quando era hábito virar armas contra a esquerda. Quem não conhecia a Cúria admirou-se de como foi possível, sendo João Paulo II conservador e Rätzinger prefeito da Sagrada Congregação da Fé (ex-santo Ofício), de ideias abertamente reaccionárias. Mas o mal acaba de ser reparado.

Rätzinger é agora santo, por desígnio do Espírito Santo e vontade do Opus Dei, e infalível por herança de Pio IX. Desde o início do seu pontificado, com o regresso ao latim, mostrou  como era sensível ao magistério de Lefebvre e dos seus sequazes, um dos quais nega o Holocausto – Richard Williamson, agora reabilitado.
Não se trata de discutir a existência de Deus, é necessário denunciar quem se instalou no Vaticano e acolhe os talibãs da fé romana.

O próximo passo será a concessão do estatuto de prelatura ao inquietante bando dos quatro bispos agora reintegrados na ICAR: os franceses Bernard Fellay, líder da Fraternidade, e Bernard Tissier de Mallerais, o argentino Alfonso de Gallerata e o britânico Richard Williamson.

O poder financeiro do Opus Dei foi determinante no apoio ao sindicato Solidariedade da amada Polónia de JP2 e acabou por dominar o Vaticano. Agora é a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, que prega o catolicismo do Concílio de Trento, que ajudará à glória de Bento 16. São mais 460 padres e milhares de devotos a reconduzir a Igreja à Idade Média.

Quem disse que a modernidade tinha chegado ao antro do Vaticano?

23 de Janeiro, 2009 Carlos Esperança

Por dinheiro

Roma, 23 jan (EFE).- O bispo de Verona, Giuseppe Zenti, negou hoje a veracidade da denúncia de abusos sexuais feita por antigos alunos surdos de um colégio religioso nesta cidade do norte da Itália à revista italiana “L’Espresso” e afirmou que tais acusações respondem a interesses econômicos.

22 de Janeiro, 2009 Carlos Esperança

Regresso ao passado

O Papa Bento XVI decidiu anular a excomunhão decretada em 1988 por João Paulo II contra os bispos ultraconservadores do movimento católico fundado pelo arcebispo francês Marcel Lefebvre, informa o jornal italiano Il Giornale. (A F P)

O fundamentalismo está de volta. Enquanto os neoconservadores americanos lambem as feridas da derrota republicana, o Islão promove a jihad e a sharia, os cristãos ortodoxos ocupam o espaço deixado vago pela utopia estalinista, o Vaticano retorna em força ao Concílio de Trento pela mão firme do pastor alemão.

O regresso ao latim foi um sinal eloquente do pontífice romano que terá sofrido muito com a excomunhão do bispo Lefebvre quando a correlação de forças ainda exigia algum respeito pelo Concílio Vaticano II.

Agora, com os teólogos progressistas sucessivamente silenciados ou afastados, é a apoteose da tradição, o regresso ao arcaísmo, o triunfo de um Papa extasiado com os milagres obrados por respeitáveis defuntos nem sempre recomendáveis em vida.

Não sei que mea culpa terá feito no túmulo o ex-excomungado bispo integrista para se ver reabilitado e começar, quiçá, a carreira da santidade.

Na cidade e no Universo sopram ventos do passado mas o Universo há muito que deixou de se rever em Roma.

22 de Janeiro, 2009 Carlos Esperança

A ICAR e o casamento

O casamento entre pessoas do mesmo sexo, cuja aprovação o primeiro-ministro anunciou para a próxima legislatura, vai contar com a oposição enérgica por parte da Igreja Católica, que não aceita a utilização da palavra casamento.

Mais uma vez reconheço à ICAR o direito de manifestar a sua oposição ao Código Civil mas é útil que admita que as normas do Código  Canónico não devem ser impostas ao Estado laico e, muito menos, aos não crentes ou crentes de outra fé.

A ameaça de missas contra a lei que autorizará os casamentos homossexuais é um direito cuja eficácia não temem os que, há muito, esperam que a lei não os discrimine e se, a alguns, isso os torna infelizes, só têm de culpar a religião que os exclui.

Pode haver confusão entre a liberdade, que a lei concederá, e a obrigação que a Igreja parece temer. O casamento não é obrigatório e a futura lei apenas iguala direitos, sem discriminação sexual, como manda a Constituição.

Quanto à palavra «casamento», que a ICAR abomina para matrimónios homossexuais, como durante  o salazarismo  reprovava uniões que escapassem à sua bênção, é património da língua portuguesa e consagra uma concepção jurídica que esteve reservada – e mal – apenas para as núpcias heterossexuais.

Nem que fosse para tornar feliz uma única pessoa já valia a pena mexer na lei actual pois não prejudicará ninguém e, decerto, vai permitir a felicidade de muitos.

19 de Janeiro, 2009 Carlos Esperança

Fábrica dos milagres não pára…

Cidade do Vaticano, 18 jan (RV)Don Carlo Gnocchi, conhecido como o “pai dos mutiladinhos” e considerado também como benemérito dos transplantes, pois foi um dos primeiros a oferecer as próprias córneas, no leito de morte, será beatificado.

Bento XVI assinou ontem o decreto que aprova o milagre a ele atribuído, decisão que completa a precedente, que o declarava ‘venerável’ e aprovava as virtudes heróicas.

14 de Janeiro, 2009 Carlos Esperança

Decisão do Santo Ofício

Cidade do Vaticano, 13 Jan (Lusa) – O Vaticano proibiu o teólogo jesuíta norte-americano Roger Haight de dar aulas em qualquer escola e de publicar livros, por considerar que a sua obra “Jesus: Símbolo de Deus” tem graves erros doutrinais contra a fé.

14 de Janeiro, 2009 Ricardo Alves

Pede-se um pouco mais de coragem, cidadão Policarpo!

O José Policarpo acha que as portuguesas não se devem casar com muçulmanos. As mulheres, note-se, pelo que se presume que os portugueses podem casar com muçulmanas. Portanto, o problema é o machismo dos muçulmanos, que quando levam as incautas portuguesas «para o país deles» as «sujeitam ao regime das mulheres muçulmanas». Eu concordo com o Policarpo. Não simpatizo muito com machismos e sujeições, ainda mais quando religiosamente justificados e acompanhados de véus obrigatórios e outras menorizações das mulheres.

Só há um pequeno problema. Há também machismo entre judeus e cristãos. Os primeiros costumam rezar todas as manhãs «abençoado sejas, Deus nosso Senhor, por não me teres feito mulher», e em Israel não permitem às mulheres que iniciem um processo de divórcio (aos homens permitem). Os segundos não têm mulheres sacerdotes e continuam obcecados com a «virgem Maria», sem nada dizerem da virgindade de «Cristo», o que é revelador…

Enfim, que o Policarpo ande desgostoso com o Islão, eu compreendo (e partilho). Também concordo que «é muito difícil» dialogar com islâmicos, pois acham que «a verdade deles é única e é toda». Acontece que tenho tido o mesmíssimo problema com católicos e outros cristãos.

Se Policarpo quer ser levado a sério, tem que dar mais um ou dois passos (o que requer uma coragem que eu duvido que tenha), e aplicar a outros a crítica que faz ao islão. Pode começar pela casa dele.

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]