27 de Julho, 2009 Carlos Esperança
Causa de morte dos avós
“Confio à protecção de Santa Ana e São Joaquim todos os avós do mundo e dedico-lhes uma oração especial”. (Bento 16)
“Confio à protecção de Santa Ana e São Joaquim todos os avós do mundo e dedico-lhes uma oração especial”. (Bento 16)
Matilde Sousa Franco despede-se da AR com críticas à disciplina de voto e, sobretudo, com o azedume de quem é despedido com justa causa.
Matilde Sousa Franco chegou à AR graças à viuvez. Não se lhe conhece trabalho político ou relevância pública para além de ter conseguido anular um casamento católico e de ser viúva do melhor ministro das Finanças desta segunda República. É mais conhecida no Patriarcado do que no Largo do Rato.
A pia deputada foi um ornamento fúnebre do PS que votou sempre como quis, ao lado da direita mais conservadora, quando tinha de decidir entre a política e a sacristia, com Maria do Rosário Carneiro e Teresa Venda, ou ao lado de Manuel Alegre, porque sim.
Se há ausência que pode credibilizar o PS é a de deputados que explicitam publicamente as suas crenças e ocultam as convicções políticas, se acaso as têm.
A saída de Matilde Sousa Franco da AR deixa-lhe mais tempo livre para as devoções pias onde, certamente, cumprirá a disciplina de Bento 16.
Por causa dos 12 mortos e 560 contagiados com a gripe A, o Ministério da Saúde e a Igreja Católica na Costa Rica acordaram a suspensão da romaria à Basílica dos Anjos, maior tradição religiosa do país.
O Bispo de Portalegre-Castelo Branco, D. Antonino Dias, admite que a falta de sacerdotes exige que “se faça alguma alteração na colocação do Clero”, falando de um futuro “com um presbitério cada vez mais pequeno”.
Comentário: Primeiro desaparece a fé, depois os padres.
Católicos querem comparar propostas para não traírem consciência na hora de votar
Antes das legislativas de 2005, lançaram uma carta aberta aos eleitores apelando ao voto com “discernimento responsável”. A preocupação era com o aborto, os casamentos homossexuais ou a adopção por casais gays, por exemplo. Hoje, passados mais de quatro anos…
Bento XVI lamenta que a imobilização do pulso o impeça de abençoar, escrever e cumprimentar
Por
O Senhor D. Tomás Nunes, não só conseguiu o privilégio que rubrica o post anterior, como, manda a verdade afirmar, perante um Governo que trata a laicidade do Estado com a maior displicência, pretende passar ao “ataque”.
Advertiu:
“…é urgente que os professores se empenhem numa mais ampla sensibilização dos pais e encarregados de educação para a importância da dimensão religiosa na educação integral dos filhos e da disciplina de EMRC”…
Isto é, tendo acabado a epopeia da “dilatação da fé e do Império”, a ICAR, pretende introduzir nas Escolas públicas uma cruzada prosélita a fim de “converter” esses jovens indígenas lusitanos, que por cá andam e se atrevem a ser uns “não-crentes” (ia a dizer infiéis).
Espero que as Direcções das Escolas públicas tomem conhecimento destas pretensões – sejam informadas pelo Ministério da Educação – e não permitam que os estabelecimentos de ensino oficiais se tornem locais de pregação.
Aliás, o Senhor D. Tomás Nunes, quando fala em discriminação dos professores EMRC em relação aos outros professores tem, finalmente, a partir de agora, sobejadas razões.
De facto, a partir deste momento, os professores de EMRC são – eles próprios – beneficiários de discriminação positiva em relação à globalidade do corpo docente das Escolas.
O acordo conseguido introduz nas Escolas um tratamento desigual dos formalmente iguais.
Só que:
1.) uma coisa é ser formalmente igual, quando na realidade em termos de formação, concursos, carreiras, etc., não o são.
2.) outra , será, p. exº., e porque está na agenda da qualidade do Ensino, quem avalia estes professores?
O bispo? o arciprestre? o decano, o vigário, a catequista?
Ou, neste especial e melindroso campo da avaliação dos docentes, para além da já citada discriminação introduzida, é intenção do Estado criar um regime de excepção para a EMRC?
3.) Finalmente, este acordo introduz a “inversão da expressão da apetência”.
Isto é, não deveriam ser os encarregados da educação dos alunos que devem “retirar” a disciplina de EMRC do programa curricular, mas ao contrário, os que a desejassem a dirigirem-se às suas instituições religiosas e solicitar que a ministrem – lá, nas ditas casas de culto.
Porque, no meu entender, um regime educativo equilibrado – que deve vigorar nas Escolas públicas – tem de respeitar a posição, sobre este e outros assuntos, dos encarregados de educação dos alunos e a única maneira de o conseguir é não abdicar de conquistar para a essas escolas a plena vigência de um espaço (de formação, de ensino e de instrução) laico. Para além de livre e aberto.
Isto é, o Estado, não pode privilegiar crentes em detrimento de “não-crentes”, nem muito menos, diferenciar os crentes entre si (como a actual situação permite). Por exemplo, a um aluno islâmico é-lhe “imposto” pela sua religião memorizar o Alcorão. Nos Países islâmicos pode fazê-lo nas madrassas (escolas islâmicas), onde, também pouco mais aprenderá do que o Alcorão… (mas isso é leva-nos a outros destinos!),em Portugal, têm de ir à mesquita.
Então, este procedimento deve – por uma questão de equidade – aplicar-se a todas as religiões. O Estado não pode tratar os seus jovens de maneira distinta – uns como filhos, outros como enteados…
Em Portugal, embora a disciplina se chame Educação Moral e Religiosa, não o consegue… porque, essa educação, é exclusivamente católica, como se fossemos um Estado confessional.
A pergunta que me sugere o “triunfalismo” do Senhor D. Tomás Nunes é se está convencido que trouxe a catequese para as Escolas?
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.