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Categoria: Catolicismo

6 de Agosto, 2009 Carlos Esperança

Vaticano – 44 hectares de insensibilidade

Na passada segunda-feira fui convidado da SIC – Notícias para comentar os assuntos da imprensa escrita matutina, que me chamassem a atenção, no programa diário das 10H00 às 12H00. Como a minha presença era na qualidade de presidente da Associação Ateísta Portuguesa (AAP) optei naturalmente por temas relativos às religiões.

Uma das notícias seleccionadas foi esta em que se que referia que os descendentes dos sacerdotes poderão receber apelidos dos pais e herdar os bens pessoais. Na inocência da minha descrença houve lugar para me regozijar com a decisão da Igreja católica. Não por ser um acto generoso mas porque é um elementar dever de paternidade transmitir o nome aos descendentes e um direito destes o conhecimento do progenitor.

O mais insensível dos homens há-de sentir vergonha a remeter-se á clandestinidade da paternidade e a ocultar o acto de amor que fez uma criança. Mas o Vaticano não pensa assim. Tem ideias fixas sobre a família mas hesita em reconhecer ao clero a capacidade reprodutora e aos seus descendentes o direito à paternidade.

Bem sabemos que o celibato forçado dos padres tem a ver com o poder do Vaticano e muito pouco com a virtude. A última teocracia europeia não reconhece a Declaração Universal dos Direitos do Homem e os direitos das crianças de nada valem perante a virtude dos seus padres, virtude que permanece desde que se ocultem os «pecados».

Por isso não é de estranhar a impiedosa decisão papal:   O Vaticano desmentiu estar a estudar a atribuição de direitos filhos de padres, conforme noticiara o jornal italiano “La Stampa”.

5 de Agosto, 2009 Ricardo Alves

Agência católica ataca ICAR

«Os católicos mudaram várias passagens da Bíblia para adaptá-las às suas próprias ideias, que nenhum estudioso, crente ou não, poderia encontrar nos textos originais. Portanto, são um grupo com expressões e formas religiosas parecidas com as cristãs, mas que tentam fazer-se passar por uma igreja cristã sem sê-lo. Em definitivo, são uma seita, que pretende ter mais e mais adeptos e mais e mais dinheiro deles e, assim, maior influência.»

3 de Agosto, 2009 Carlos Esperança

Apoiado

Cidade do Vaticano, 2 ago (EFE).- O papa Bento XVI pediu orações pelos cristãos perseguidos e que sejam reconhecidos seus direitos humanos, igualdade e liberdade religiosa para poder viver e professar livremente a própria fé, informou hoje a “Rádio Vaticano”.

Comentário: Bento 16 deve igualmente interessar-se pelos que são perseguidos pelos católicos. Sem orações.

Em 13 de Maio de 2008 houve uma peregrinação a Fátima contra o ateísmo. Podia ter sido a favor da fé e da superstição.

3 de Agosto, 2009 Carlos Esperança

Com medo dos tribunais

La Stampa, jornal diário italiano, refere hoje que estão a ser estudadas uma série de medidas para evitar processos judiciais e o pagamento de mais indemnizações milionárias no futuro.

A Santa Sé está a estudar os cada vez mais numerosos casos de padres que têm amantes ou filhos. Entre as medidas que estão a ser estudadas encontram-se a possibilidade de dar o apelido do pai aos filhos e de dar a estes a possibilidade de herdarem os bens pessoais do progenitor, assegura hoje o jornal diário La Stampa.

1 de Agosto, 2009 Carlos Esperança

Na última ditadura europeia

54104 pessoas de todos os continentes assinaram a petição “por um reconhecimento ilimitado das decisões do Concílio Vaticano II”, na Internet e em listas de assinaturas.

No entanto, a Congregação para a Doutrina da Fé não esteve disponível para receber a petição e as assinaturas, e assim entrar em diálogo com os(as) iniciadores(as) da petição. Até os esforços de mediação do Núncio Apostólico na Alemanha foram em vão.

30 de Julho, 2009 Carlos Esperança

Privilégios da Igreja católica

É admirável como a Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) se infiltra no aparelho de Estado e consegue privilégios intoleráveis num Estado de Direito e indignos de um país laico. A chantagem que exerce sobre o Governo é da sua natureza, mas a capitulação do Estado é uma indignidade. Os bispos rejubilam com o acordo a que chegaram sobre a assistência religiosa.

Durante a ditadura salazarista havia assistência religiosa nos hospitais e nas forças armadas, agora alargada às forças de segurança. Ficam excluídos os polícias municipais e os bombeiros. Os católicos fardados têm direito a um padre de piquete na sequência do acordo sobre assistência religiosa assinado com o Estado Português.

O País paga à peça. A assistência passa a ser uma espécie de prestação de serviços ao Estado, paga segundo a tabela em vigor, tendo em conta o número de pessoas assistidas. Assim, se um bispo rezar pelas Forças Armadas e de Segurança, teremos de pagar dezenas de milhares de actos pios. Resta saber se um presidiário que se confesse a prestações, 10 vezes por dia, custa 10 vezes mais do que outro que pede a remissão dos pecados a pronto. Tudo isto sem taxa moderadora.

Há uma frase que me deixa perplexo, no telegrama da Lusa, referido no DN: «Um dos aspectos que ressaltou diz respeito ao artigo 16.º. Desta forma, quando um casamento for declarado nulo perante a Igreja, o Estado terá de o reconhecer». Fica a dúvida se esse «O» é pronome pessoal ou demonstrativo. Em caso de anulação do casamento pela Igreja – embora caro e difícil – o Estado tem de «O» reconhecer (a «ele», casamento, ou a «isso», anulação)?

Como me parece uma anomalia a integração do direito canónico no ordenamento jurídico português, penso que é um pronome pessoal, mas tudo é possível de uma Igreja que pôs o PR e o presidente da AR a fazerem parte de uma comissão de honra da canonização de D. Nuno. Quando a ICAR obtém a conivência de Cavaco e de Jaime Gama para o reconhecimento da cura do olho esquerdo da D. Guilhermina de Jesus, queimado com óleo de fritar peixe, por intercessão do espectro de D. Nuno, Portugal deixa de ser um país e torna-se uma sacristia.

É curioso que a escalada beata e os atropelos cometidos contra a laicidade surjam na proximidade das eleições e no período de férias. A partir de agora, as escolas, prisões e quartéis são um campo privilegiado para a competição prosélita e o confronto religioso.