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Categoria: Política

4 de Maio, 2016 Carlos Esperança

Laicidade

A participação de António Costa na procissão do Senhor do Santo Cristo dos Milagres, em Ponta Delgada, onde se encontrava em visita de trabalho, na qualidade de primeiro-ministro, é uma ofensa à laicidade do Estado de cuja defesa devia ser arauto.

Não representa um gesto de “respeito institucional” por uma das festas religiosas mais antigas da Igreja Católica portuguesa, como alegou.

É um mau exemplo e péssimo precedente.

1 de Maio, 2016 Carlos Esperança

Religião e Política – Notas Soltas

Ismail Kahraman – O presidente do Parlamento turco propôs nova Constituição para substituir a de 1982 e poder banir o laicismo. A democracia está ameaçada por Erdogan no país onde a Nato apoiou o “muçulmano moderado”.

Turquia – Em vias de se tornar um campo de concentração para refugiados, com verbas que permitem sonhar com um califado, o presidente Erdogan não limita os atropelos aos direitos humanos no seu País, exige restrições à liberdade de expressão na Alemanha.

Vaticano – A França, ao desistir de indigitar Laurent Stefanini, diplomata com notável percurso, após 15 meses de silêncio da Cúria, discriminou um cidadão por causa da sua orientação sexual, traiu a laicidade e ajoelhou-se perante as sotainas.

Amnistia Internacional – Em 2015 foram executadas 1634 pessoas, mais 573 do que em 2014, o maior número desde 1989. A Arábia Saudita, o Irão e o Paquistão somaram 89% de todas as execuções, tirando a China. À crueldade do seu deus, juntam a insânia do clero.

Polónia – Depois do papa João Paulo II, de santidade duvidosa, do herói da democracia, Lech Valesa, ex-informador da polícia soviética, elegeu um PR que proibiu o divórcio e promove uma política xenófoba e racista que assusta a União Europeia.

25 de Abril, 2016 Carlos Esperança

Viva o 25 de Abril!

Há 42 anos saíram do Posto de Comando da Pontinha as primeiras notícias sem censura e, em breve, começaram a florir cravos nos canos das espingardas.

No Chiado, cercado no quartel da GNR, espavorido e incrédulo, com ministros a chorar, Marcelo Caetano, sitiado pela coragem serena de Salgueiro Maia, implorou um general para se render. Não foi o melhor quem recebeu o poder, mas era demasiado mau o que o entregava. No largo, em frente, o povo vitoriava os heróis, o capitão e os soldados que, de Santarém, ousaram vir escrever a página mais bela dessa madrugada.

Vaso Lourenço estava preventivamente desterrado nos Açores, com Melo Antunes, mas a operação que Otelo tinha desenhado já era imparável. De Viseu, tinha saído o capitão Gertrudes da Silva com uma coluna militar tornada poderosa com os decididos capitães que, de Aveiro e da Figueira da Foz, se lhe juntaram. De Lamego, Delgado da Fonseca marchava sobre o Porto e, em Lisboa, o major Cardoso Fontão prendia o governador militar e os seus capitães seguiram-no na coragem e determinação.

Na RTP e na Rádio já garantiam as primeiras notícias sem censura os capitães do MFA. Costa Martins encerrara o espaço aéreo nacional e controlava o aeroporto da Portela de Sacavém. Por todo o País, os capitães do MFA faziam História na madrugada de todos os sonhos, na mais heroica façanha militar de sempre, em nome da Liberdade.

Na Pontinha, as comunicações militares estavam ao serviço da Revolução, com Garcia Leandro a atender as chamadas dos contrarrevolucionários, em patético desespero, e Otelo seguia a evolução das tropas libertadoras. Da Guarda, o solitário capitão do MFA, Monteiro Valente, depois de ter sublevado o Regimento e deixado preso o Comandante, seguiu para Vilar Formoso a encerrar a fronteira e a prender os pides.

Por todo o País, o suave milagre da paz era obra dos que sofreram a guerra mais injusta, inútil e criminosa que a ditadura fascista pensou poder eternizar.

Nas colónias a guerra já estava perdida, militar e politicamente. Em Portugal, a paz e a democracia acordavam um povo que o medo oprimira, durante 48 anos, para o banquete da liberdade.

Hoje, jazem no esquecimento as centenas de capitães que arriscaram a vida para pôr fim ao pesadelo salazarista que o seu sucessor, politicamente incapaz, prosseguiu.

Há 42 anos ruíram as cadeiras dos biltres da ditadura, não pelo caruncho que as corroeu, mas pela coragem dos militares que as desconjuntou. A conquista da liberdade iniciou a longa caminhada pela igualdade de género e acesso à saúde, educação e dignidade.

A censura, a inquisição das palavras e ideias, terminou. Fecharam-se as prisões políticas e findaram as perseguições por delito de opinião, mas, a pouco e pouco, os beneficiários da Revolução foram os jovens salazaristas que envelheceram e envileceram sem nunca tolerarem quem restituiu a dignidade e a esperança ao povo português.

À medida que vamos esquecendo os nomes, o sacrifício e a generosidade dos capitães de Abril, franqueamos as portas aos nostálgicos da ditadura.

Este ano teremos as três primeiras figuras do Estado a celebrar Abril, o que não sucedia há cinco anos. É tempo de reflexão, não é eterna a liberdade nem vitalícia a democracia.

Vivam os capitães de Abril! Todos!

Viva a Revolução de Abril!

Viva a República!

Viva Portugal!

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22 de Abril, 2016 Carlos Esperança

Em Espanha o mesmo abuso…

Un colegio público de Toledo organiza una misa católica para alumnos en horario lectivo

Europa Laica asegura haber realizado una consulta verbal a los servicios de Inspección de Toledo, sin resultado alguno, además de enviar un comunicado a la dirección del centro educativo, sin contestación hasta la fecha.

Carta que el colegio ha enviado a los padres de los alumnos | laicismo.org
Carta que el colegio ha enviado a los padres de los alumnos | laicismo.org

El colegio público Miguel de Cervantes de la localidad toledana de Consuegra ha autorizado una misa católica organizada por los ‘Guardianes de la Fe’ dentro de las actividades programadas con motivo de una Semana Cultural Cervantina. Concretamente, la asociación Europa Laica ha denunciado la permisividad de este centro educativo tras conocerse que el acto religioso será celebrado el próximo 29 de abril, en horario lectivo ordinario.

Este hecho ha sido denunciado por el colectivo laicista ante la Consejería de Educación, Cultura y Deportes de Castilla-La Mancha, pues consideran que la programación de esta misa es “una falta de respeto a la laicidad y a la libertad de conciencia del alumnado, que no debe ser segregado en función de creencias o convicciones”.

20 de Abril, 2016 Carlos Esperança

Laicidade traída – Câmara Municipal da Lousã

Autarquia assegura transportes gratuitos para a procissão da Nossa Senhora da Piedade

Transportes serão assegurados nos dias 10 de abril e de 8 de maio.
A exemplo de anos anteriores e como forma de apoio à organização dos Festejos em Honra de Nossa Senhora da Piedade, a Câmara Municipal irá disponibilizar transporte gratuito a todos os que quiserem participar na procissão do dia 10 de abril, que acompanha a imagem da Santa da Ermida para a Igreja Matriz.

O ponto de partida dos transportes será o Mercado Municipal, estando previstas viagens entre este local e o Castelo às 15h30, 16h e 16h30.

Atendendo à realização da procissão, o trânsito e o estacionamento serão condicionados a partir das 17h na zona do Zambujeiro e nas ruas percorridas pela procissão, nomeadamente Rua de Palhais, Rua Francisco Viana, Largo da República, Rua Miguel Bombarda e Rua General Norton de Matos.

Também no dia 8 de maio – dia da procissão de regresso da imagem à Ermida – serão disponibilizados transportes nos seguintes horários: Ida – 8h30, 9h, 9h30 e 10h com saída junto ao Mercado Municipal. As viagens de regresso terão inicio às 12h30.

Câmara Municipal da Lousã

 

19 de Abril, 2016 Carlos Esperança

O terrorismo de religiões pacíficas

A alegada promoção da paz pelas religiões, em particular dos monoteísmos, não possui fundamento histórico. Todavia, a defesa da paz regista fartos e abnegados sacrifícios de crentes, de onde se deve concluir que estes podem ser benevolentes, apesar da fé.

Sendo inevitável a ligação entre as crenças e a ação, é natural que a devoção conduza à prática do que a fé inspira, ao exercício do que sugerem os livros sagrados, à luta contra os infiéis (os outros) e ao proselitismo. É útil a conclusão de que os livros sagrados não devem ser levados à letra, mas amenizar a alegada vontade do deus que os inspirou ou duvidar da sua capacidade de comunicação, não revela solidez da fé.

Dizer que o Islão, cuja demência se exacerbou com o fracasso da civilização árabe, nada tem a ver com o terrorismo que aflige a Humanidade, é como afirmar que as Cruzadas e a Inquisição não resultaram do cristianismo ou que o judaísmo é alheio ao sionismo.

O carácter pacífico das religiões, bem como das crenças políticas, de trágica memória, é a enorme mentira que urge desmascarar.

O esclavagismo, a misoginia, o racismo, a tortura e a xenofobia são a herança plasmada nos livros concebidos pelo tribalismo patriarcal da Idade do Bronze e que as sucessivas legiões de clérigos perpetuaram como vontade divina.
A Inquisição espanhola só pôs termo à perseguição dos hereges em 1834 e o sionismo é hoje, e cada vez mais, um detonador do ódio entre muçulmanos e judeus.

Não podemos ignorar que os versículos do Alcorão fundamentam o Estado Islâmico, o Boko Haram, a Al-Qaeda e outros heterónimos demenciais do Islamismo, tal como não devemos esquecer que o nazismo e o fascismo, de natureza estritamente secular, foram buscar à teologia cristã (católica e protestante) o antissemitismo nascido da cisão cristã do judaísmo e, posteriormente, assimilado pela cópia grosseira de ambos – o Islão.

Sem crentes civilizados e pacíficos não haverá paz e não se pense que ela venha através de crentes de credos rivais ou de não crentes. Enquanto a rua islâmica exultar quando os ‘infiéis’ são imolados por devotos bombistas, não se pode acreditar no carácter pacífico do Islão. Só quando forem muçulmanos os denunciantes dos ‘irmãos’ que se preparam para ataques suicidas se pode deixar de ver na anacrónica religião uma escola terrorista.

O respeito pela laicidade é uma exigência que o Estado deve impor coativamente para preservar a paz, a democracia e as liberdades individuais.

17 de Abril, 2016 Carlos Esperança

Laicidade

Se permitimos a colonização de edifícios públicos pela iconografia cristã, abdicamos da legitimidade de impedir que as escolas, hospitais, lares e creches do país fiquem à mercê da chantagem que o Islão está a fazer na Europa.

Os corredores dos serviços do Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra (CHUC) já parecem caminhos para as sacristias onde Senhoras de Fátima e crucifixos ornam as paredes, quiçá a convidar os estropiados a viajar de joelhos.

Em vez de promoverem a religião, atraem bactérias e animosidade. A falta de senso dos devotos e a incúria das direções, transformam um hospital público numa sacristia.

Hoje, deixo aqui à reflexão dos leitores que são crentes, uma foto do átrio do Hospital da Guarda. Pensem os católicos se gostariam de ver ali a Estrela e o Crescente islâmicos ou a Estrela de Davi.

Hospital da Guarda_1

15 de Abril, 2016 Administrador

Carta ao Ministro da Educação.

Assunto: Atropelo à laicidade em escola de Castelo de Paiva.
 
Tiago Brandão Rodrigues
Ministro da Educação
Senhor Ministro,
A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) tomou conhecimento da passagem, por Castelo de Paiva, da «Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima» [sic] e da iniciativa da diretora do Agrupamento de Escolas de Castelo de Paiva (AECP), Maria Beatriz Moreira Rodrigues e Silva, que, a “convite do Reverendo Padre F. Sérgio”, solicitou aos encarregados de educação autorização para que os alunos se pudessem deslocar, ao largo do conde, entre as 10 e as 11 horas do dia 13 de abril, acompanhados de professores e funcionários, para participarem na receção à referida imagem, se possível, trazendo uma “camisola/t-shirt / casaco branco.” (Ver anexo)
 A AAP, considerando o atropelo grosseiro à laicidade e um desafio à separação Estado / Igrejas, constitucionalmente consagrado, na defesa da laicidade da escola pública, pede a V. Ex.ª se digne mandar esclarecer o seguinte:
a)      Se há alguma legitimidade ou utilidade na suspensão das aulas para participação de alunos do segundo e terceiro ciclos na cerimónia religiosa;
b)      Se aos alunos que eventualmente se recusaram a participar na referida cerimónia (difícil perante a militância pia da diretora) foram asseguradas aulas;
c)      Se as aulas sacrificadas pela devoção do órgão diretivo tiveram compensação;
d)      Se os alunos, professores e funcionários foram abrangidos por qualquer seguro e lhes foi facilitado transporte do Agrupamento até à Igreja Matriz e regresso, ou foram obrigados a deslocar-se a pé.
e)      Finalmente, se a laicidade da República Portuguesa, no caso da Escola Pública, é acautelada pelo Ministério da Educação e que providências serão tomadas para que outras escolas públicas não reincidam em semelhante prevaricação.
Aguardando a resposta que V. Ex.ª tiver por conveniente,
Apresentamos-lhe os nossos melhores cumprimentos,
Carlos Esperança,
Presidente da Direção.