13 de Dezembro, 2010 Eduardo Patriota
Em Salvador, campanha ateísta em ônibus é barrada
Empresas de mídia barraram uma campanha publicitária com dizeres contra a religião patrocinada pela Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos). As firmas se recusaram a veicular os anúncios mesmo depois de o contrato já ter sido assinado. A Atea estuda as medidas judiciais cabíveis.
As empresas que decidiram barrar a campanha, na verdade, só estão defendendo o seu lado. Há passageiros que se recusam a entrar em ônibus “ateus”, além de pessoas que poderiam reclamar da campanha, afetando negativamente a imagem da mesma perante a sociedade.
Independente do teor da campanha, o presidente da ATEA disse o óbvio:
“As seguidas recusas de prestação de serviço são uma confirmação contundente da força do preconceito contra os ateus, e da necessidade de acabar com ele. Nossas peças nada têm de ofensivas, e o teor de suas críticas empalidece frente às copiosas afirmações dos livros sagrados de que ateus são odiosos, cruéis, maus e devem ser eliminados. Existe um duplo padrão em ação aqui“, diz Daniel Sottomaior, presidente da Atea.
As peças de propaganda, com frases como “Religião não define caráter” e “A fé não dá respostas; ela só impede perguntas”, deveriam circular em ônibus de Salvador, São Paulo e Porto Alegre pelo período de um mês. A recusa ocorreu primeiro em São Paulo e depois em Salvador, sob a alegação de que as mensagens poderiam violar dispositivos das respectivas leis de publicidade em espaços públicos.
Fica óbvio que se a propaganda fosse louvando Jesus ou qualquer outro tipo de religião, “misteriosamente” não haveria nenhuma lei impedindo a divulgação da mesma.