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Categoria: Política

11 de Abril, 2016 Carlos Esperança

Laicidade e laicismo

O padre Anselmo Borges, catedrático jubilado de Filosofia da FLUC, no último artigo semanal, no DN, (sábado p.p.) afirma que existe diferença entre laicidade e laicismo, defendendo a laicidade e condenando o laicismo.

Recorre, aliás, ao Dicionário de Língua Espanhola da Real Academia Espanhola, na sua última edição, que consagra a diferença, como fonte de prova para insistir num artifício semântico que serve a defesa dos privilégios de que a Igreja católica goza em Portugal, perguntando-se ainda se não haverá “uma deriva para confundir laicidade e laicismo”.

Se há deriva, como se verifica no Dicionário supracitado, é para dissolver o conceito de laicidade, consagrado constitucionalmente e torpedeado, na prática, pelo poder central e local, insistindo em exibir clérigos católicos nas cerimónias oficiais.

Não há laicismo mau e laicidade boa porque o laicismo defende a exclusão da influência da religião no estado, na cultura e na educação e tende a emancipar as instituições estatais do carácter religioso, postura que respeita as crenças, descrenças e anti crenças, e a laicidade é apenas o modo concreto da tradução e aplicação prática do laicismo.

A adjetivação da laicidade (positiva, reta, tolerante…) é um outro expediente, frequente, para capturar o laicismo, o conceito filosófico que a legitima.

Sem quebra do respeito e estima pessoal pelo Prof. Anselmo Borges, de quem sou leitor assíduo, abdicar do contraditório ao subterfúgio clerical que tem absolvido a assalto aos edifícios públicos pela iconografia católica, é renunciar à imposição da laicidade.

Abandonar a definição e a aplicação da laicidade aos membros do clero é como confiar aos ateus o ensino do catecismo e a administração dos sacramentos.

8 de Abril, 2016 Carlos Esperança

Porque sou contra o multicultaralismo

Em primeiro lugar, porque falhou. Em segundo, porque há quem pense que a xenofobia, a violência, a misoginia, o tribalismo e o esclavagismo possam ser formas de cultura.

O multiculturalismo é, muitas vezes defendido por Estados europeus, quase sempre para preservação de diferentes culturas e, muitas outras, por um sentimento de segurança das comunidades que resistem à integração e promovem a sua própria exclusão.

Recuso-me a considerar como cultura a discriminação de género, a prática da excisão do clitóris, os casamentos forçados ou outras formas de opressão que as pressões religiosas, patriarcais e sociais impõem, ao arrepio do direito, nos estados democráticos.

A sociedades tribais ou concentracionárias perpetuam valores que as vítimas assimilam e defendem. O estímulo que vem dos guetos, para o confronto às sociedades abertas dos países civilizados, galvaniza as vítimas, quase sempre mulheres, recebidas em apoteose, quando regressam do desafio aos valores que as suas comunidades odeiam.

Recuso-me a aceitar as carruagens só para mulheres, que já circulam na Alemanha, para as defender do assédio criminoso de homens recalcados e embrutecidos, quiçá parentes dos juízes portugueses que subscreveram um acórdão em que responsabilizaram jovens do sexo feminino, pelas roupas que usavam, na violação de que tinham sido vítimas em zona do “macho ibérico”, espécie exótica de primatas não interdita à magistratura.

Num distrito do norte da Suíça, foi aprovada uma decisão que dispensa os estudantes muçulmanos do sexo masculino de cumprimentar as professoras com um aperto de mão.

Não me limitarei a discordar, assumo um combate permanente como contributo cívico.

6 de Abril, 2016 Carlos Esperança

Multiculturalismo e democracia

Numa sociedade pluriétnica, como a europeia, o multiculturalismo devia ser a forma de aprofundar o cosmopolitismo, de tornar o velho continente a referência da diversidade planetária, onde a miscigenação e a interação das diversas culturas se realizassem.

Seria a forma ideal de convivência, sem os demónios totalitários que pervertem relações sociais e criam suspeitas e ódios. O Império Romano soube integrar a cultura helénica e criou a greco-romana, matriz da civilização europeia. Fundiu as culturas. A Europa não pode integrar o Islão porque não há duas culturas, há a civilização e a tradição, o direito e a vontade divina, o humanismo e a sharia.

Quando uma crença é incompatível com a democracia e se pretende impor, o multiculturalismo torna-se uma utopia perigosa.
O convívio de várias culturas é enriquecedor, mas a imposição dos valores de uma sobre outra, produz ressentimentos e ódios de que é difícil sair pacificamente. Os preconceitos culturais (de brancos contra negros ou vice-versa, de religiões contra ‘infiéis’, dos ateus contra as religiões, dos ricos contra pobres) são perturbadores e detonadores de guerras.

Na Europa, o multiculturalismo conduziu a guetos, submissos numa primeira geração e agressivos nas seguintes, donde fogem os que se integram. Há guetos étnicos, religiosos e monoglotas, que criam sistemas de defesa, segurança e penais, à margem do Estado de direito. Dessa experiência trágica, alfobres de ódio que resistem à integração, saem hoje bandos de dementes obcecados, embrutecidos e raivosos, a lançar o pânico e o caos.

É através dessa experiência negativa que devemos refletir os limites do comunitarismo que estamos dispostos a tolerar, enquanto tivermos força para obrigar. Ceder, em nome da tolerância, à misoginia, à lapidação ou ao proselitismo, é renunciar à democracia.
É na imposição do respeito pela Declaração Universal dos Direitos Humanos que temos de colocar a baliza da condescendência com valores medievais e resquícios tribais que as religiões incubaram durante séculos. A política identitária de uma comunidade não deve exceder a liberdade individual e ser fator desagregador de identidades nacionais.

A diversidade étnica e racial não pode destruir as identidades políticas e culturais, que a História criou, com novas ondas de violência para as alterar e destruir a civilização.

Há uma relação direta entre crença e ação. Quem acredita que assassinando hereges tem direito a 72 virgens no Paraíso, presta-se à prática de crimes violentos, mas não temos o dever de os tolerar. Não se discute a legitimidade de apedrejar mulheres adúlteras ou de decapitar infiéis, pela mesma razão por que não se toleram crenças que divirjam sobre conceitos de higiene básica, vacinas, educação ou o respeito por direitos individuais.

Recuso a tradição como forma de cultura, a violência como inspiração divina, as normas de conduta de acordo com manuais a que apenas as crenças atribuem origem divina.

A Europa criou leis de acordo com o seu estádio civilizacional, deve impô-las a todos os que a habitem, sem discriminação de raça, sexo, religião ou opção filosófica.

30 de Março, 2016 Carlos Esperança

O combate da civilização contra a barbárie

Massacres em Istambul, Damasco ou Bagdad não aterrorizaram os europeus, apesar de a primeira cidade se encontrar no seu continente, e ainda menos os da estância de Bassam ou de Ouagadougou, porque a Costa do Marfim ou o Burkina Faso são países arredados da geografia das preocupações europeias. O ataque suicida, em Lahore, contra a minoria cristã que ontem festejava a Páscoa, fez mais de 70 mortos e 280 feridos, num parque infantil, mas o Paquistão fica longe e as notícias são parcas e efémeras!

Nova Iorque comoveu o mundo civilizado, esquecido dos seus erros e crimes e da troca de princípios por interesses. As Torres Gémeas sepultaram milhares de inocentes e houve um clamor internacional, mas quando se esperaria a severa punição da Arábia Saudita, cuja origem e financiamento do ataque esteve na base dessa tragédia, quatro ‘Cruzados’ atacaram… o Iraque, liderados por Bush, aconselhado por Deus — disse ele.

Agora, depois de Madrid, em 2004, Londres, em 2005, Paris (janeiro e novembro), em 2015 e Bruxelas, em 2016, a Europa hesita entre a cedência dos valores e a resposta aos ataques que levam o medo e a desconfiança, que promovem a xenofobia e o racismo.

Os europeus estão cansados de ouvir dizer que o Islão é pacífico, como, aliás, todas as religiões. Não há a mais leve suspeita ou o menor indício de que isso seja verdade, nem a História o confirma. A civilização, de que nos reclamamos, permite combater todas as ideologias políticas, da social-democracia ao fascismo, do liberalismo ao comunismo, mas inibe o combate às religiões, por mais insanos que sejam os princípios e obsoletos os seus livros sagrados. A blasfémia ainda é crime em várias democracias!

Os partidos políticos combatem opções de partidos rivais, sem bombas, mas as religiões são livres de apelar à violência em nome do seu deus e de organizarem o proselitismo, exortando à violência nos templos e fanatizando crianças nas escolas.

O problema europeu não é com muçulmanos nem com o radicalismo islâmico, é mesmo com o Islão, um problema sério e insanável que, à semelhança do que sucedeu já com o cristianismo, se resolveu com a repressão política ao seu clero.

Não é com diálogo entre as religiões que se combate o terrorismo, é com a exigência do respeito pela Declaração Universal dos Direitos Humanos a todas as religiões e a todos os indivíduos, crentes e não crentes, autóctones, imigrantes e refugiados.

23 de Março, 2016 Carlos Esperança

E violam… de forma grosseira

Associações de pais consideram que as missas em escolas violam a Constituição.

GONÇALO SANTOS/GLOBAL IMAGENS

A Federação Regional de Lisboa as Associações de Pais pediu esclarecimentos ao ministro da Educação

A Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais (FERLAP) considera inaceitável a celebração de missas nas escolas, por violar artigos da Constituição, e solicitou esclarecimentos ao ministro da Educação, pedindo-lhe que “reponha a normalidade”.

23 de Março, 2016 Carlos Esperança

O beijo na mão e o beija-mão

Não, não sou contra o beijo, essa revelação de afeto que pode começar na mão e acabar onde a geografia do corpo e o entusiasmo dos sentidos possa levar, num percurso a que as hormonas e o consentimento mútuo marcam a duração, intensidade e reciprocidade, numa explosão de alegria e satisfação.

Desprezo o beija-mão, uma tradição de reverência que na minha juventude se praticava em relação aos pais, padrinhos e párocos, de que os hábitos familiares me exoneraram. As origens medievais, na cultura lusófona, fizeram dele o costume monárquico, herdado depois pela corte imperial brasileira, em que o vassalo mostrava reverência ao monarca, em cerimónia pública ou, antes de solicitar alguma mercê, em privado.

Há sociedades onde o beija-mão permanece, não como mera tradição, mas com carácter imperioso, nas religiões e na máfia, duas instituições onde os graus hierárquicos são de respeito obrigatório e, na última, condição de sobrevivência.

Permanece em algumas religiões o hábito do beijo recíproco, entre iguais, (são sempre homens os clérigos) e o beija-mão do inferior ao superior e do crente ao clérigo.

Em sociedades democráticas, laicas e secularizadas, subsiste nas cerimónias privadas, pias e discretas, sem que os chefes de Estado humilhem os países que representam em atos públicos de obsoleta reverência.

É inaceitável que, sendo católicos, o presidente da Junta de Freguesia, oscule a mão do pároco, o presidente da Câmara a do arcipreste ou a do bispo, quando autarca na sede de distrito, o edil de Lisboa a do cardeal-patriarca e o PR a do Papa de Roma.

O poder civil, democraticamente sufragado, não pode, por respeito ao carácter laico da Constituição, e por decência, dobrar-se servilmente, genufletir-se ou atirar-se ao anelão de um bispo com o denodo com que S. Tiago se atirava aos mouros.

18 de Março, 2016 Carlos Esperança

Marcelo R. Sousa e o papa

O católico Marcelo pode oscular o anelão de um bispo, ajeitar-lhe a sotaina, polir-lhe o báculo ou ajoelhar-se-lhe aos pés. O devoto, para salvar a alma, pode dobrar a espinha dorsal, salivar de volúpia nos pés de um ícone do seu deus, empanturrar-se em hóstias e demorar-se a rezar o terço enquanto nada no mar ou aguarda o sono.

O que o Presidente da República não pode fazer é lamber a mão de um clérigo, inclinar-se subservientemente, deixar-se fotografar num ato humilhante para a República laica que representa e portar-se como se a CRP, que jurou, permitisse o aviltamento do seu guardião.

Portugal não é protetorado do Vaticano e o PR sacristão. Ao bajular o Papa não cumpriu uma visita de Estado, levou a cabo uma promessa pia, denegriu a imagem do País e comprometeu a laicidade.

Este não foi o mau começo da primeira saída do país, foi o fim do respeito que merecia a todos, passou a ser o presidente dos católicos portugueses.

Marcelo e o Papa

15 de Março, 2016 Carlos Esperança

Um pedido que é uma obrigação cívica

Olá, ajudem-nos a partilhar este negócio muito católico entre a Câmara de Braga e a Arquidiocese de Braga. São 768.000€ por 10 anos de renda quando o Estado tem um edifício muito melhor ao lado à venda por 900.000€… http://rum.pt/news/oposicao-contesta-renda-que-autarquia-vai-pagar-a-diocese
Oposição contesta renda que autarquia vai pagar à Diocese
Vereadores da oposição criticaram ontem o contrato da autarquia com a Diocese para a ocupação do Pé a Lado, futura sede da União de Freguesias de S. Lázaro e S. João de Souto.
13 de Março, 2016 Carlos Esperança

A Babilónia do Médio-Oriente….

Por
e-pá

Ultimamente tem sido intensas as conversações entre a UE e a Turquia em grande parte por 3 motivos: o sanguinário conflito sírio; a vaga de refugiados e a adesão deste País à UE. Vamos ficar pelo primeiro.
Sobre o conflito sírio a atitude turca é por sistema dúplice (quando não tríplice). Sendo o Governo de Erdogan um histórico aliado da Irmandade Muçulmana, logo integrando a facção sunita, a sua postura nesta contenda nunca foi neutra. “A Primavera síria” cavalgou a ‘onda das primaveras árabes’ e pretendia substituir o regime de alauita de Al Assad (que segue a prática xiita) transformando-o num Estado Islâmico (sunita) dentro da órbita hegemónica regional da Arábia Saudita. Nunca esteve aqui em causa qualquer tipo de transformismo do tipo democrático.
Tudo correu mal por variadas razões: primeiro os combatentes sunitas ‘transformaram-se’ jihadista cruéis e fanáticos interessados num ‘Estado Islâmico’, com pretensões de construção de um novo califado, e em certa medida (e só parcialmente) fugiram do controlo saudita.
Depois, verificou-se o ‘arrefecimento ‘do ímpeto primaveril árabe e o Ocidente aliado das pretensões sauditas esqueceu-se do Irão xiita, e pior, ignorou os interesses geo-estratégiccos da Rússia.
A dita ‘solução ocidental’ foi correndo até ao momento que o Daesh tendo-se apoderado dos campos de petróleo da região arranjou capacidade financeira e de aquisição de equipamento militar para progredir da Síria até às portas de Bagdad. Paralelamente, o Daesh desenvolveu uma intensa actividade de captação de combatentes que usando as mais sofisticadas armas de propaganda desenvolveram atitudes de força brutal e métodos bárbaros de intimidação e destruição a par de genocídios (de base religiosa) intimidou todo o Médio Oriente e o Mundo.
O Ocidente traumatizado pela guerra do Iraque nega-se a colocar as botas no terreno. Resolve atacar o Daesh com a aviação e só os curdos dão o corpo ao manifesto combatendo o Daesh no território capturado.
A situação entra num equilíbrio cada vez mais frágil e instável. Os curdos que encetaram um mecanismo de auto-defesa étnica mas também no reavivar de um sentimento de nacionalidade que tem por origem uma mescla que povos que se entroncam em vários países do chamado ‘Curdistão’, isto é, no Irão, Iraque, Síria, Turquia, Arménia, Geórgia, etc. Metade deles vivem na Turquia e esta é uma questão adicional no presente conflito já que é um problema que se arrasta desde a guerra da independência turca e esta é a oportunidade soberana de reunir os curdos numa nação.
Ao fim e ao cabo a Arábia Saudita pretendendo recolocar a sua hegemonia do Médio Oriente, de conluio com os EUA, veio (re)colocar na agenda política a partilha de mundo desde o fim do império otomano.
Esperemos que esta nova divisão do Médio Oriente (o rearranjo já em curso) não passe por uma nova guerra de dimensões catastróficas e alargadas mas hoje parece inevitável que a situação no Médio Oriente, deverá desenhar um novo mapa para essa área.
Daí o interesse das múltiplas nações envolvidas que somam às questões políticas e geo-estratégicas condições energéticas fundamentais (petróleo).
Daí também a razão do crescente envolvimento da Rússia neste conflito de tal maneira profundo que hoje é visível que qualquer ‘solução’ necessite de merecer o beneplácito de Moscovo.
7 de Março, 2016 Carlos Esperança

Doutrinar, alienar e aliciar…

Por
e - pá

 

Segundo a edição on line do The Guardian o Estado Islâmico aposta na doutrinação de crianças que vivem sob a sua alçada… link.
A Fundação Quilliam vem denunciando a participação de crianças e adolescentes nos habituais massacres do Daesh. Entre eles uma execução colectiva de duas dezenas de soldados sírios ocorrida na cidade histórica de Palmira link.
A brutalidade destes procedimentos não é desconhecida do Mundo. Em Março de 1922 com os mesmos princípios foram criadas asJungmannschaften que incorporaram rapazes dos 14 aos 18 anos.  Em 1928 foi criada uma outra organização que integrava jovens de grupos etários mais baixos (10 aos 14 anos) sob a designação de Deutsche Knabenschaft.
Quando Adolf Hitler conquistou o poder as múltiplas organizações entretanto surgidas foram fundidas nas Juventudes Hitlerianas (JH). De notar que essas ‘juventudes’ não albergavam exclusivamente jovens identificados partidariamente com o partido nazi.
Não devemos esquecer as motivações de índole religiosa, como por exemplo, a Evangelische Jugend inegavelmente conotada com o luteranismo e que em 1931 agrupou largas centenas de milhares de aderentes às JH. Portanto, as derivas fundamentalistas religiosas não estão fora deste tenebroso processo.
O que se passa nos territórios dominados pelo Daesh não foge a este senda histórica. Outros exemplos poderiam ser citados – embora comportando gradientes e circinstâncias diferentes – por apresentarem similitudes mobilizadoras. São os casos da Mocidade Portuguesa (Portugal), Movimento Nacionalista (Espanha), Opera Nationale Ballili e os Arditi (Itália), EON (Grécia), Belli Orlovi /Águias Croatas (Croácia), etc.
Politicamente, existe um conceito que sempre interessou aos partidos políticos e à sociedade: o problema do ‘homem novo’.
O problema da doutrinação da juventude sempre foi um assunto muito delicado. Os jovens por circunstâncias ditas fisiológicas, psicológicas e estruturais reúnem algumas condições aliciadoras: são inocentes, incautos, crédulos e não têm experiência de vida (imaturos). Existe concomitantemente alguns fascínios peculiares: pelos uniformes, pelo exercício físico (disciplinador e subordinante), pela vida ao ar livre (campismo), pela ‘ordem unida’, etc.
São esses os passos que o Daesh está a dar com grande determinação e pensamento estratégico. Eles poderão ser mais duradouros e profícuo do que as posições militares e territoriais que agora ocupam.
O recrutamento de mais de 1 milhar de jihadistas por mês, muito deles jovens, é um tremendo desafio ao futuro da Humanidade. Infelizmente para combater esta hecatombe em acelerada marcha pouco mais vemos do que hesitações.
A História para além dos exemplos anunciados também nos ensina que contemporizar é imolar vidas (muitas delas pertencentes a jovens) e contribuir para um desastroso retrocesso civilizacional.