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Categoria: Laicidade

23 de Março, 2016 Carlos Esperança

E violam… de forma grosseira

Associações de pais consideram que as missas em escolas violam a Constituição.

GONÇALO SANTOS/GLOBAL IMAGENS

A Federação Regional de Lisboa as Associações de Pais pediu esclarecimentos ao ministro da Educação

A Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais (FERLAP) considera inaceitável a celebração de missas nas escolas, por violar artigos da Constituição, e solicitou esclarecimentos ao ministro da Educação, pedindo-lhe que “reponha a normalidade”.

18 de Março, 2016 Carlos Esperança

Marcelo R. Sousa e o papa

O católico Marcelo pode oscular o anelão de um bispo, ajeitar-lhe a sotaina, polir-lhe o báculo ou ajoelhar-se-lhe aos pés. O devoto, para salvar a alma, pode dobrar a espinha dorsal, salivar de volúpia nos pés de um ícone do seu deus, empanturrar-se em hóstias e demorar-se a rezar o terço enquanto nada no mar ou aguarda o sono.

O que o Presidente da República não pode fazer é lamber a mão de um clérigo, inclinar-se subservientemente, deixar-se fotografar num ato humilhante para a República laica que representa e portar-se como se a CRP, que jurou, permitisse o aviltamento do seu guardião.

Portugal não é protetorado do Vaticano e o PR sacristão. Ao bajular o Papa não cumpriu uma visita de Estado, levou a cabo uma promessa pia, denegriu a imagem do País e comprometeu a laicidade.

Este não foi o mau começo da primeira saída do país, foi o fim do respeito que merecia a todos, passou a ser o presidente dos católicos portugueses.

Marcelo e o Papa

13 de Janeiro, 2016 Carlos Esperança

As próximas eleições presidenciais

A República é o regime da igualdade perante a lei, onde perdem estatuto diferenciado as classes, clero, nobreza e povo, e a Igreja e o Estado, por razões de assepsia, se separam.

A República renuncia à tutela das religiões e impede a servilismo dos seus dignitários aos membros do clero, repudiando a situação inversa.

Um crente que aspire a representar a República pode genufletir-se no confessionário, no recato de uma igreja, mas não pode alardear manifestações públicas de subserviência.

Um candidato a PR pode rezar o terço dentro de água, em silêncio, a nadar nas ondas do Tejo, mas não deve lamber a mão de um clérigo em exibição pública de servilismo.

A República exige coluna vertebral inflexível a quem a represente.

Marcelo_patriarca

9 de Janeiro, 2016 Carlos Esperança

Carta ao PM, MNE e grupos parlamentares

Excelências

Exmas. Senhoras e Senhores

A Constituição da República portuguesa determina a separação das igrejas e outras comunidades religiosas do Estado e determina a inviolabilidade da liberdade de consciência, de religião e de culto
A religião católica continua a ser imposta aos portugueses que professam outras religiões e aos que que não professam nenhuma.
E que não se evoque a tradição!

Os feridos nacionais religiosos impõem aos portugueses a religião católica como se ainda fosse a religião do Estado!

A Concordata não pode atar eternamente Portugal e os portugueses obrigando-os a dançar sob a batuta dos senhores da Santa Sé.

SOU PORTUGUÊS, FILHO DE PAIS PORTUGUESES, NASCIDO EM PORTUGAL!

NÃO SOU CIDADÃO DO VATICANO!

Que os feriados religiosos sejam substituídos por feriados eminentemente nacionais, e são tantas as datas históricas que orgulham os portugueses.
E para que mais datas históricas possam ser celebradas alguns dos feriados nacionais poderão móveis.

Que o Governo dispa a farda do Vaticano e deixe de impor a religião católica aos portugueses com os feriados religiosos e a missa dominical no canal de televisão do Estado pago pelos portugueses, etc.

Apresento a vossas Excelências
a expressão da minha mais alta consideração

Manuel Peñascoso

8 de Dezembro, 2015 Carlos Esperança

Ultraje à laicidade

Um convite pio do Magnífico Reitor da Universidade de Coimbra

Quando tomei conhecimento deste convite julguei que o reitor era o pároco daSé Velha e a Universidade uma madraça de qualquer monarquia teocrática.

Afinal, é um convite para a missa de hoje, na Universidade de um Estado laico, oriundo da mais alta figura institucional de uma escola secular.

Quando a Constituição e a República são assim agredidas, sem respeito pela separação do Estado e da Igreja, vemos a cidadania desprezada por quem julgávamos ser a reserva intelectual da neutralidade religiosa e da ética republicana.

Universidade de Coimbra

8 de Dezembro, 2015 Carlos Esperança

Refletindo sobre o terrorismo

A explosão demográfica, a exaustão de recursos do Planeta e o aquecimento global são suficientes para provocar insónias a quem ainda sobrevive e se dá ao trabalho de pensar, mas assistir ao medo que o terrorismo provoca, à escala global, é motivo de desespero para quem pensa na sobrevivência da civilização.

Acossada pelo medo, a Europa vacila na defesa dos valores da civilização e a vingança é o único sentimento que decide as eleições. O extremismo político é a reação mimética ao radicalismo religioso. O subconsciente dos povos retém a mensagem de quem lhes promete segurança em troca da liberdade.

O futuro, se o há, é um caminho estreito entre a empenhamento na defesa das liberdade individuais e a exigência do respeito pelas conquistas civilizacionais. A Europa foi uma região mártir das lutas religiosas. A Guerra dos 30 Anos ficou na História pelo sangue derramado e pela submissão, em Vestefália, do catolicismo à diversidade religiosa.

Não podemos permitir hoje o proselitismo que, no passado, ensanguentou a Europa. As religiões anacrónicas, que persistem em evangelizar à bomba, devem ser tratadas à luz do Código Penal e não de um multiculturalismo laxista cujo fracasso já foi confirmado.

Quando um templo se converte em quartel e uma escola num meio de intoxicação pia, a proteção divina tem de ser substituída pelo braço da justiça. Não são um problema de fé, são um caso de polícia.