13 de Junho, 2010 Carlos Esperança
Espanha – A liberdade religiosa
Segundo El País está em curso uma nova lei sobre a liberdade religiosa que garante a neutralidade dos poderes públicos perante as diversas crenças e aprofunda a laicidade do Estado.
De acordo com o projecto, o Estado organizará exclusivamente funerais civis e as cerimónias religiosas só terão lugar a pedido das famílias dos defuntos, de acordo com a crença de cada um.
O que parece um elementar direito dos cidadãos, em democracia, e uma manifestação de respeito por todas as crenças, provoca azedume na Igreja católica com séculos de privilégios e um passado pouco recomendável desde os Reis Católicos até hoje.
Nos países onde a liberdade religiosa existe (não confundir com os que impõem uma fé) não se invoca tolerância, exige-se liberdade. A religião é um direito individual que cabe ao Estado defender sem abdicar da mais estrita neutralidade.
O mundo tem vindo a tornar-se mais perigoso com a onda de proselitismo islâmico, que alastrou após a vitória do Ayatollah Komeiny no Irão, em 1979, com a contaminação do catolicismo romano, sob a égide dos dois últimos pontífices, os desvarios sionistas e o radicalismo do protestantismo evangélico ou do cristianismo ortodoxo.
Por todo o mundo o obscurantismo renasce com a cumplicidade do clero e dos governos que trocam a honra por votos e a segurança por orações.
O exemplo da laicidade, em Espanha, é um bom sintoma da tomada de consciência dos perigos que a politização da fé representa para a paz e a democracia.