Loading

Categoria: Não categorizado

22 de Janeiro, 2017 Carlos Esperança

Um problema de família

Por

Paulo Franco
A minha filha, que eu adoro mais do que tudo no mundo, tem andado a acompanhar uma série televisiva cuja intriga gira à volta de histórias de vampiros. Ora acontece que a minha filha veio dizer-me que tem a vaga esperança de vir a tornar-se uma vampira.

E tudo porquê? Porque os vampiros têm a peculiar característica de poderem viver mais de mil anos. Eu ainda esbocei um esforço argumentativo em apelo ao bom senso, mas parece existir algo no espírito humano que excede todas as fronteiras da racionalidade.

A humanidade anseia por eternidade e isso é por demais evidente para quem, como eu, já leu 700 quilos de livros sobre religião. Em paralelo a esta intrigante história, está uma outra de uma irmã e uma sobrinha que, sendo católicas, também acreditam em reencarnações. O desejo de ser eterno é tal que se crê em duas histórias contraditórias entre si, mas não é grave. Importante é garantir que se uma das crenças falhar, está lá a outra crença para salvaguardar a eternidade. Ora este desconchavo desconcertante, crer em duas premissas que se contradizem mutuamente, é tão comum no mundo dos crentes que se torna assustador para além de imoral.

Nada parece ser necessário justificar ou provar em proveito do bem maior que se impõe que é o de responder afirmativamente aos mais profundos anseios de imortalidade. Aliás, é com alguma frequência que se ouve aquele velho argumento: “- Eu não consigo provar que existe, mas tu também não consegues provar que não existe, portanto estamos em pé de igualdade”. O ónus da prova é um termo que especifica que a pessoa responsável por determinada afirmação é também responsável por oferecer as provas que sustentem essa mesma afirmação.

Não compreender isto é não compreender nada.

Existe um fio condutor que entrelaça ambas as histórias: suplantar e superar a nossa condição de seres mortais.

Mas segundo um outro meu familiar, nem sempre é necessário encontrar uma resposta que se enquadre dentro do padrão de explicações que um espírito apaixonado pelas argumentações racionalistas ou propensas ao jugo demolidor do pensamento cientifico por norma exige. É como que uma concessão inofensiva à irracionalidade.

Segundo estas pessoas, não há problema nenhum em acreditar em algo que não tem justificação racional desde que isso contribua para o conforto do crente.

Eu, com o meu espírito corrosivo, fico a aguardar com ansiedade um próximo relato de um parente que me confidencie o desejo de se tornar num lobisomem, ou numa sereia, ou num ciclope ou, loucura das loucuras, num ogre.

21 de Janeiro, 2017 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

1 – A AAP recebeu em 11-01-2016 uma carta enviada pelo ministério da Educação (assinada pela chefe de gabinete, Inês Ramires), informando que «efetuadas as necessárias averiguações, (…) não se vislumbra qualquer ação de natureza ilegal, sendo de salientar a votação, por unanimidade, por parte do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas em causa [de Freamunde] no sentido de alteração do nome»[“Freamunde” por um obscuro clérigo, bispo auxiliar do Porto, que descerrou a placa com o seu nome precedido por um anacrónico D.].

2 – A AAP vem ontem (sexta-feira) referida no suplemento “ípsilon” do Público (pág.10), num extenso trabalho jornalístico sobre o filme «Os Sons do Silêncio», do realizador Scorsese, a respeito da nossa campanha de desbatização promovida em 2010.

21 de Janeiro, 2017 Carlos Esperança

O regabofe de Fátima

Despesas com Papa em Portugal feitas por ajuste directo

Limite de empreitadas sem concurso público sobe de 150 mil euros para 5,1 milhões, abrangendo gastos tanto da administração central como da Câmara de Ourém.

O Governo e o PR estão de acordo.

20 de Janeiro, 2017 Carlos Esperança

O perigo e a loucura islâmicos

Líderes muçulmanos marcam data para início do “governo final” islâmico

Erdogan é apontado como favorito para receber o título de califa

Alguns dos principais líderes muçulmanos já vem discutindo sobre o ressurgimento do Califado, mas o assunto divide opiniões. Assim como os cristãos, os seguidores do Islã esperam que o fim dos tempos seja marcado por sinais muito claros, que foram revelados há centenas de anos.

A mudança recente na situação da Turquia, incluindo a radicalização chancelada pelo governo, e o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan podendo se tornar um ditador –caso as mudanças pedidas por ele sejam aprovadas – o transformam no principal candidato a califa.

Paralelo a isso, o iminente fim do Estado Islâmico, que declarou um califado em 2014, reacendeu a expectativa de muçulmanos de ver uma antiga profecia se cumprir.

19 de Janeiro, 2017 Carlos Esperança

Mais um bispo tolo

Bispo põe a culpa no ateísmo pelo avanço do islamismo
Dom Carlo Liberati (foto), bispo emérito de Pompeia, Itália, disse que “em 10 anos todos nós seremos muçulmanos” e a culpa disso será o modo pagão e ateu de viver da Europa.

‘Decadência
moral e religiosa
favorece o Islã’

“Toda essa decadência moral e religiosa favorece o Islã”, afirmou ele, de acordo com o site católico La Fede Quotidiana.

“É uma estupidez.”

Afirmou que, além disso, os muçulmanos têm filhos, e os cristãos, não.

Acrescentou que as novas leis “vão contra Deus”.

Liberati, nesse ponto, foi contraditório.

Se existe um propósito de a Europa legislar contra Deus, por que o islamismo tem crescido naquela região, já que o deus dessa religião é o mesmo dos cristãos?

Ao menos o bispo criticou a sua própria igreja.

“Temos uma fraca fé cristã. A Igreja hoje em dia não funciona bem, e os seminários estão vazios.”

Também deu uma demonstração do “amor cristão”.
Falou que não se deve dar esmola aos migrantes muçulmanos.

Com informação do La Fede Quotidiana e foto de divulgação.

Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2017/01/bispo-poe-culpa-no-ateismo-pelo-avanco-do-islamismo.html#ixzz4WEpSSBpZ
Paulopes informa que reprodução deste texto só poderá ser feita com o CRÉDITO e LINK da origem.

19 de Janeiro, 2017 Carlos Esperança

A liberdade de expressão e a pulsão censória

Que a liberdade de expressão tenha limites, que o apelo ao crime e à violência, a calúnia e a difamação sejam criminalizadas, é hoje consensual em países democráticos, mas considerar como apelo à violência abrenunciar um morto, ou um vivo, sem o mais leve intuito de incentivar agressões, que só o vivo sofreria, é censura.

Recordemos os facínoras que mataram os cartunistas do Charlie Hebdo. Estes tinham o direito e a coragem de publicar o que publicaram. Responsabilizar os jornalistas é punir as vítimas e desculpar os algozes. Só compra e lê o Charlie quem quer.

Há na autocensura ou na limitação tolerada, à margem da lei, a interiorização dos tiques que a ditadura inseriu, à guisa de genes, até em democratas. Que fará nos que desprezam a liberdade e defendem que o respeitinho é muito bonito!?

Pode dizer-se mal de Mário Soares? – Claro que pode. E de Moisés, Cristo, Maomé ou Buda? – Porque não? E de Mandela, Gandhi ou Luther King? – Claro que sim.

Dizer que o Antigo Testamento é um manual terrorista ofende milhões de crentes, mas aceitar a sua xenofobia, o racismo, o esclavagismo, a misoginia, o incesto e outras crueldades, é defender a moral das tribos patriarcais da Idade do Bronze. Os cristãos ou não leram o A. T. ou afirmam que o que lá está escrito não significa o que escrito está.

Há criminosos mortos, que nunca deviam ter nascido: Hitler, Estaline, Franco, Salazar, Pinochet, Mao, Pol Pot, Videla, Somoza, Tiso, Enver Hoxha e outros. Sou insensível às suscetibilidades de descendentes e sequazes órfãos. Ou execramos os pulhas ou alguém fará deles modelos. Só faltava haver punição por desrespeito a tão ruins defuntos!

A moral, contrariamente ao que muitos pensam, não é universal e os deuses enganam-se mais do que os homens. Já se engordaram mulheres, em gaiolas, para consumo humano. Há quem abomine a música, a carne de porco, a nudez, a autodeterminação individual e o livre-pensamento. Há 152 anos, Pio IX publicou a ignóbil encíclica Quanta Cura (8/12/1864), acompanhada do famoso Syllabus errorum, o que não lhe tolheu a carreira da santidade ou impediu os seus sucessores de herdarem a infalibilidade papal e o mito da virgindade de Maria, dois dogmas tão desprezíveis como o seu antissemitismo.

Urbano II, Estaline, Pio IX, Mao, Calvino, talibãs e cruzados não se podem comparar a democratas e humanistas.
E Deus, pode ser ofendido? Bem, se fizer prova da sua existência, o juiz deve relevar a importância do cargo, mas não deverá aceitar a queixa de um clérigo, por não ser parte nem exibir procuração.

E se os que me leem me insultarem? Têm esse direito. O insulto não ofende o alvo, mas quem o profere. E a liberdade de expressão dos homens é superior à alegada vontade de qualquer deus.

17 de Janeiro, 2017 Luís Grave Rodrigues

Vedor

vedor

17 de Janeiro, 2017 Carlos Esperança

Interessante testemunho de um crente

Texto Fraternizar 3, Edição 124, Janeiro 2017
A última lição de Mário Soares
E O CARDEAL NÃO PÔDE PRESIDIR AO FUNERAL!

Por

Padre Mário de Oliveira

«Foi como quem lhes arrancou os dentes sem anestesia, aos bispos portugueses e aos cardeais do Estado do Vaticano. Mas a verdade é que nem o núncio apostólico em Lisboa, nem o cardeal patriarca D. Manuel III, nem nenhum dos outros bispos do país puderam presidir ao funeral do cadáver de Mário Soares. Neste particular, o antigo Presidente da República de Portugal fez jus ao que sempre disse ser – agnóstico, republicano e laico. A sua mulher, Maria Barroso, ainda aceitou o funeral católico, mas nem ela conseguiu convencer o marido a seguir-lhe o exemplo. A cedência dela à pressão que o império católico habilmente lhe fez não o atingiu.

Felizmente. Deste modo, o país pôde ver um funeral com todas as gongóricas e monárquicas honras de Estado, mas totalmente laico, sem nenhum dos símbolos do cristianismo nem nenhum dos agentes de turno das suas igrejas católica e protestantes. Esta é uma lição que Mário Soares dá ao país, à Europa, a todo o Ocidente de raízes e de frutos judeo-pagano-cristãos.

No actual contexto nacional, com uma Concordata em vigor desde 1940, assinada entre os Estados do Vaticano e de Portugal, o facto ganha contornos de uma das maiores lições de Mário Soares. Fica claro, duma vez por todas – e é curioso que seja um republicano laico, na peugada de Jesus Nazaré, a gritá-lo ao Ocidente – que o único denominador comum a todos os povos das nações é o HUMANO. Não o religioso, menos ainda o cristão. Só o Humano é verdadeiramente católico. O religioso e o cristão são factores de divisão entre os povos, como tais, não têm a marca de Deus Abba-Mãe, o da Fé política de Jesus Nazaré. Só o Humano é transversal a todos os povos. Fora do Humano, só há seitas, partes de um todo, causa de divisão, por isso, pecado organizado e institucionalizado.

“Que todos sejam um”, quer intensamente Jesus Segundo João. Não se refere, obviamente, à unidade das igrejas que, então, nem sequer existiam, muito menos à unidade das religiões, todas alienação dos povos que as integram e cultuam. Refere-se exclusivamente à Humanidade, aos povos das nações. Que ele quer ver unidos e religados uns aos outros, uns com os outros, e não religados a um mítico deus projectado e criado pelos seus ancestrais medos e sobretudo pelas ambições dos respectivos sacerdotes e pastores mercenários. Que todos sejam um só povo de múltiplos povos, de múltiplos falares, de múltiplas cores e de múltiplas tendências, um verdadeiro arco-íris vivo e orgânico à escala planetária. A beleza das belezas.

O facto incomodou tremendamente a hierarquia católica que não teve outro remédio senão comer e calar. Estrebuchou e pressionou por todos os lados, em contida surdina, até pela espectacularidade do acto, mas teve de comer e calar. E não só. Teve inclusive de dar um ar de naturalidade, de respeito, de tolerância. Só que o seu contido silêncio e a sua completa ausência gritaram a bom gritar. Ela sabe que se se manifestasse publicamente, ou se pronunciasse por escrito nos seus órgãos oficiais de comunicação social contra esta opção de um antigo chefe de Estado, que tantos “fretes” lhe fez, ao longo dos anos de militância partidária e, até como chefe de Estado, o tiro vinha-lhe de ricochete. Por isso optou pelo contido silêncio, como sempre faz com quantos dos seus a incomodam, só porque tudo o que fazem, dizem, escrevem coloca-a inevitavelmente em causa e às suas mentiras. Sempre que a verdade praticada é proclamada sobre os telhados, ela que faz do mito, da ideologia, da encenação e do ritual a sua verdade, remete-se sempre ao silêncio.

Neste caso concreto, em que Mário Soares é a figura pública que é e tem a visibilidade nacional, europeia e ocidental que tem, a hierarquia católica não só se conteve, como até utilizou os seus meios de comunicação institucionais, a começar pelo jornal/rádio do Vaticano e a acabar na Agência Ecclesia, para destacar alguns factos em que o antigo Presidente da República esteve presente e soube ser tolerante com as diversas religiões e igrejas cristãs. Esquece que essas foram posturas institucionais, em que Mário Soares agiu na qualidade e na condição de chefe de Estado de Portugal que mantém uma Concordata com o Estado do Vaticano, a qual nem que ele quisesse, não podia sozinho pôr em causa. Agora, definitivamente liberto desse estatuto, leva a sua por diante e afirma a laicidade, não o religioso, como o que há de mais intrínseco a todos os seres humanos.

Saibam que o terceiro milénio é plena e integralmente Humano, ou não será. Saibam também que o religioso não faz parte da matriz original dos seres humanos. Tal como o medo que está na génese do religioso. Tal como o poder. Nascemos simplesmente humanos, não religiosos. Morremos simplesmente humanos, não religiosos. O religioso vem depois, como o Tentador, à medida que crescemos em anos na história. E que, lá onde entra e se instala, sempre divide para reinar. Sei que a esmagadora maioria dos intelectuais não-orgânicos com as vítimas dos poderes, não subscreve estas minhas palavras e ri-se delas e de mim. Problema deles. Pecado deles. As posições de privilégio que acumulam sem pestanejar levam-nos a semelhante desonestidade-aberração intelectual. Mudem de ser e de Deus (= convertam-se), façam-se humildes intelectuais orgânicos com as vítimas do religioso e dos demais poderes e verão abrir-se-lhes os olhos das suas mentes-consciências cordiais. Sem esta radical conversão, são cegos que guiam outros cegos.

Se se converterem, conseguirão então escutar, acolher e praticar a Fé e o ser-viver histórico de Jesus, o filho de Maria, o ser humano por antonomásia que os cristianismos reiteradamente matam e, em seu lugar, apresentam aos povos o mítico “Cristo da fé”. Da sua fé religiosa, a única que eles acolhem e praticam, porque projectada, criada e gerida por eles. De modo, fazem com ela o que mais lhes convém. É, de resto, em seu nome que cometem toda a espécie de barbaridades que a História regista, apesar de escrita por eles, os vencedores. A pior das quais é precisamente a barbaridade deste actual tipo de mundo do poder financeiro global, estruturalmente mentiroso, ladrão e assassino dos povos e da natureza. Bem podem multiplicar-se em liturgias e em construções de basílicas e de santuários. É tudo sal que perdeu a força de salgar. É tudo esterco incapaz de resistir a um tsunami. Que digo? Incapaz de resistir aos seus próprios desmandos, dado que é ininterruptamente movido pelo espírito ou sopro da divisão e do ódio, da competição e da conquista, o inimigo n.º 1 de Jesus Nazaré.

Neste terceiro milénio, ousemos praticar a laicidade, em sintonia e no prosseguimento da Fé política de Jesus, o filho de Maria. Seja assim o nosso ser-viver-morrer. O cadáver já não somos nós. É uma coisa que deixamos, porque, com a morte, a maior invenção da vida, tornamo-nos, por pura graça, corpos definitivamente viventes, por isso, definitivamente invisíveis aos olhos dos demais. Familiares e amigos, não funcionários clericais, cuidem do cadáver. Façam-no conscientes de que, nessas horas, já nos têm inteiros e íntegros com eles, inclusive a presidir a tudo e a confortá-los-estimulá-los para que se levantem mais humanos e sororais uns com os outros e com o planeta. Até se tornarem, também eles, corpos definitivamente viventes connosco. Num Hoje sem ocaso!

16 de Janeiro, 2017 Carlos Esperança

Já começou a caça ao milagre

Vaticano analisa cinco milagres da Irmã Lúcia Fase diocesana terminou e documentação vai ser enviada para a Causa dos Santos.

Por Secundino Cunha|14.01.17

O processo de beatificação da Irmã Lúcia começou em 2008.

O processo de beatificação da Irmã Lúcia, cuja fase diocesana foi agora concluída, contém cinco casos que poderão ser considerados milagres realizados por intercessão da vidente de Fátima. Os supostos milagres ocorreram em várias partes da América Latina e da Europa, incluindo Portugal, mas essas questões mantêm-se para já em segredo, uma vez que terão de ser alvo de inúmeros exames médicos e teológicos.

O início do processo de beatificação da Irmã Lúcia foi antecipado em dois anos pelo Papa Bento XVI, tendo começado em 2008, mas só agora foi concluído, após quase uma década de trabalho.

Ler mais em: http://www.cmjornal.pt/sociedade/detalhe/vaticano-analisa-cinco-milagres-da-irma-lucia