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Categoria: Não categorizado

29 de Junho, 2017 Luís Grave Rodrigues

Vedor

27 de Junho, 2017 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

SIC – “Queridas manhãs da SIC»

Amanhã, dia 28, terça-feira, a partir das 11H00 estarei em estúdio, como convidado, para um debate entre crentes e não crentes (ao que me dizem).

Temo sempre estes programas pois já me saiu a Alexandra Solnado a dizer que falava com Deus e a quem me limitei a dizer que duvidava que a inversa acontecesse. Num outro programa [CMTV] saiu-me a taróloga Maya, que tinha um milagre gravado para me mostrar.

Bem, amanhã terei, pelo menos, um médico psiquiatra como interlocutor, além de um prosélito erudito.

27 de Junho, 2017 Carlos Esperança

A minha ida a Fátima (Crónica de 2001)

21 de dezembro de 2001. Almoço de Natal Novartis — BU – Oncologia.

Não sei quem teve a ideia do local, se alguém, na esperança de um milagre, pretendia aliviar a alma do fardo dos pecados, ou tão só cumprir o ritual canónico da comunhão fraterna em torno de uma mesa de fartos recursos gastronómicos.

O restaurante Tia Alice, ao lado do cemitério, do outro lado da rua da igreja paroquial onde foram batizados os pastorinhos, instalou-se numa cave onde só recebe fregueses depois do meio-dia. A cave é o local recôndito adequado ao ágape na capital da fé. A gula ignora aí os preceitos religiosos e ninguém tenta encontrar o Céu através do jejum.

Depois do repasto fui ver a capelinha das Aparições onde a Júlia e a Vanda debitavam padres-nossos e ave-marias, iluminando a fé com velas de 150 escudos emprestados pelo Cordeiro Pereira.

À volta da capela mulheres cansadas da vida viajavam a fé progredindo de joelhos a adejar o rosário; outras paravam genufletidas, em êxtase, acompanhadas por crianças conformadas, a bocejar orações em sofrida imobilidade. Respirava-se o ar soturno por onde viajam súplicas e se esperam respostas que não chegam.

À nossa espera, junto aos carros, um polícia segurava um livro de multas como quem usaria um breviário se fosse padre ou um rosário sendo crente. Preparava-se para nos aplicar o corretivo merecido a quem estacionara em lugar proibido não sendo embora, àquela hora, muitas as devoções nem os estacionamentos pios.

Valeu-me dizer-lhe que foi só o tempo de rezar um padre-nosso e duas ave-marias e não ter visto o sinal terreno de estacionamento proibido, colocado a longa distância, ou a sua própria compreensão, que hoje os polícias já compreendem, sobretudo em Fátima, onde a estupefação do divino lhes há de dar entendimento humano. Salvou-nos da punição o arrependimento do cívico.

Por todo o lado a construção civil progrediu ao ritmo da fé sem se conformar com o ritmo lento da divulgação dos segredos.

Fátima, cidade, centro de turismo místico, quer virar sede de concelho. Tem um ponto fraco nessa aspiração, se a Senhora quisesse aparecer numa sede de concelho tê-lo-ia feito, escolhido mesmo uma cidade cosmopolita e interlocutores cuja devoção os não tivesse impedido da frequência escolar. Mas tem armas poderosas. Além das simples manifestações de que outros soem socorrer-se, pode sempre organizar uma procissão sobre S. Bento ou uma assoada no Terreiro do Paço, sacando de velas e rosários e investindo contra o poder com guiões, crucifixos e andores.

25 de Junho, 2017 Carlos Esperança

AAP – Correio dos sócios

A laicidade não é respeitada. Os atropelos são cada vez mais frequentes, como o demonstra este email de um leitor:

O meu nome é (…), sou residente no Concelho de Marco de Canaveses e quero relatar o sucedido em duas escolas e respectivos jardins de infância nas freguesias de Constance e Sobretâmega. Para além destas, pode haver acontecimentos similares, dos quais não tenho o devido conhecimento.

Dirigindo-me agora ao assunto essencial e o motivo pelo qual vos escrevo: No final deste ano lectivo, nas escolas: E.B.1/J.I Rua Direita em Sobretâmega e na E.B.1/J.I do Ladário em Constance, foi tomada a decisão de levar as crianças a uma missa de fim de ano escolar.

É mais um atentado à laicidade, que já nem me surpreende, tendo em conta conta a recorrência deste tipo de acontecimentos. Custa-me a entender como é possível, as entidades que regulam os referidos estabelecimentos de ensino, tomarem opções deste tipo, que mistura a religião com o ensino, numa forma lamentável de doutrinação a quem é tão facilmente influenciável. Preocupa-me que aparentemente não hajam nestas escolas (pelo menos nas que referi), alguém sensato e que levante uma voz de razão e oposição relativamente a estas situações que continuam a persistir no nosso país.

Deixo-vos com os meus melhores cumprimentos esta mensagem, com uma informação que me pareceu ter a obrigatoriedade de chegar ao vosso conhecimento.

 

23 de Junho, 2017 Carlos Esperança

A Turquia e a reeslamização de Erdogan

Escolas turcas vão deixar de ensinar a teoria da evolução de Darwin

«Autoridades que tutelam a educação consideram a teoria controversa e de difícil compreensão para os alunos.

Os liceus da Turquia vão deixar de ensinar a teoria da evolução de Charles Darwin, por ser considerada controversa e difícil de perceber, revelou o director da comissão nacional de educação, Alparslan Durmus.

O capítulo com o título “Início da Vida e da Evolução” será retirado dos manuais de Biologia utilizados nas escolas e o material será disponibilizado apenas aos estudantes que pretendem entrar na universidade, que tenham entre os 18 e os 19 anos, disse Durmus, durante uma conferência online, citada pela Reuters.»

Continua…..

22 de Junho, 2017 Carlos Esperança

Um crime é isso mesmo

A moldura penal de um crime inclui a sua natureza e motivações. O ódio sectário que se verifica em numerosos atentados tem motivações xenófobas, fatalmente agravadoras das penas que cabem aos criminosos.

Os crimes dos muçulmanos que se explodem e arrastam consigo os infiéis, convencidos de que vão jantar com o Profeta, depois de fazerem a catarse da repressão sexual que os consume em vida, com as 72 virgens que o manual lhes anuncia e um demente pregador lhes confirma, têm sido largamente divulgados na comunicação social.

A dissimulação com que os arautos do misericordioso profeta falam da religião de paz, como se tivesse havido uma tentativa séria de alterar a interpretação de um conjunto de versículos intoleráveis do manual ou de hadits do beduíno analfabeto, não contribui para conter a insânia de quem não se limita a acreditar e exige a conversão alheia.

A entrevista dada há dias pelo presidente turco à RTP-1, a Paulo Dentinho, é um manual de descaramento e disfarce da cobra que esconde o veneno, mas não evitou o asco que o réptil provoca. Era a versão contida e fria de um exaltado pregador da jhiad.

O que não costuma ser notícia são os crimes contra os muçulmanos. O atropelamento de crentes que saíam de uma mesquita de Londres, por um terrorista que veio a confirmar que era seu objetivo “matar muitos muçulmanos” insere-se numa disseminação do ódio sectário contra os que são sempre apresentados como algozes. Dados divulgados, e que passam despercebidos, indicam que os ataques de ódio contra muçulmanos conheceram, no Reino Unido, um aumento de 530% desde o atentado de 22 de maio em Manchester.

Não devemos tolerar ataques de dementes com gritos selvagens, “Deus é grande”, mas não podemos igualmente condescender com os ataques criminosos aos crentes de uma religião.

Combatam-se as crenças, defendam-se os crentes.