Loading

Categoria: Não categorizado

16 de Julho, 2017 Carlos Esperança

No offshore de 44 hectares

Os dois indivíduos são acusados de desviar 422 mil
euros, em 2013 e 2014, para a remodelação do 
apartamento do Vaticano, do cardeal Tarcisio Bertone

O Tribunal do Vaticano acusou dois ex-altos funcionários de um hospital infantil de Roma, propriedade do Vaticano, por alegadamente terem desviado cerca de 422 mil euros para renovar o apartamento do cardeal Tarcisio Bertone.

14 de Julho, 2017 Carlos Esperança

14 de Julho – Tomada da Bastilha

A tomada da Bastilha em 14 de julho de 1789 foi a vitória do povo contra a monarquia, o início de uma nova era, a data consagrada como o dia de festa da República Francesa.

A história desse dia é conhecida, e as consequências da Revolução Francesa modelaram o pensamento moderno. A Revolução é hoje festejada nas ruas pelo povo francês, mas a herança do Iluminismo é património de todos os cidadãos que se reveem nas instituições republicanas, laicas e democráticas, em qualquer parte do mundo.

Nesse dia a Igreja começou a declinar encandeada pelas Luzes.

Viva a República!

13 de Julho, 2017 Carlos Esperança

A líbido e a santidade

Em quem pensava Teresa de Ávila neste êxtase tão intenso?

Vale a pena ler o que escreveu sobre o filho de um carpinteiro de Nazaré.


12 de Julho, 2017 Luís Grave Rodrigues

Cuidado!

12 de Julho, 2017 Carlos Esperança

O papa B16 e o Islão

O Papa Rätzinger, mentor ideológico de Karol Wojtyła, seu antecessor, foi ainda mais conservador, com o pensamento mais estruturado e uma agenda mais apressada.

Frio, inteligente e calculista, não podia ignorar o imenso alarido que provocariam as suas palavras.  B16 é a réplica católica do protestantismo evangélico neoconservador dos EUA e, salvas as devidas proporções, o expoente máximo da postura homóloga dos próceres do Islão. Não foi por acaso que chamou Constantinopla à atual cidade de Istambul.

Condenou o relativismo, não se conformando com o pluralismo. Combateu a laicidade e interferiu de forma vigorosa nos países de tradição católica para obstar às leis que regulam o aborto, o divórcio, a eutanásia, a contraceção ou o planeamento familiar.

O Papa não foi apenas ideólogo do teoconservadorismo, o agente do combate obstinado à modernidade e arauto do regresso ao concílio de Trento. Críticas acerbas ao budismo e ao hinduísmo, a cruzada contra o laicismo e o combate ao evolucionismo, que considera uma ideologia, fizeram de Ratzinger mais um obsoleto dignitário do cristianismo.

Da teologia à política, da moral à economia e da ciência à religião, Bento XVI situou-se sempre no campo conservador mais ultra, aliando o proselitismo à inflexibilidade da fé.

A expansão do islamismo na sua forma mais arcaica, com laivos de demência fascista, assustou esse Papa, que viu os feudos tradicionais em rápida secularização numa Europa que deixou de acreditar em verdades únicas e que mais facilmente se envolve na luta de classes do que em querelas da fé.

Foi a inquietação que o precipitou para o confronto. O Islão disse-lhe que era pacífico assassinando uma freira, perseguindo cristãos e incendiando igrejas. A intolerância não é monopólio de uma religião, é a tradição ancestral das três irmãs abraâmicas.

O seu grande objetivo foi colocar-se na vanguarda do combate ao terrorismo, urgente e necessário, querendo reivindicar para o Vaticano os louros de uma vitória sabendo que, em caso de derrota, a democracia e a liberdade morreriam com o cristianismo.

O conflito entre o Papa e o Islão não nasceu das divergências, surgiu das afinidades.

Setembro de 2006 (texto atualizado)

10 de Julho, 2017 Carlos Esperança

Maria de Magdala (Crónica)

Naquele tempo, em Magdala, na antiga Palestina, uma multidão preparava-se para apedrejar Maria sobre quem recaía a acusação de pecadora. Fora um boato posto a correr, talvez por um corcunda da tribo de Manassé, ressentido por se ter visto recusado, que a sujeitara ao veredicto de que não cabia recurso.

O princípio do contraditório ainda não tinha sido criado, nem era hábito ouvir o acusado, jamais sendo mulher, nem a absolvição era previsível nos hábitos locais. A lapidação de Maria tinha transitado em julgado.

A lapidação era, aliás, um divertimento em voga, que deixava excitados os autóctones das margens do rio Jordão que atravessava o Lago Tiberíade a caminho do mar Morto. Diga-se, de passagem, que esse desporto ainda hoje é muito popular nos países islâmicos, para imenso gáudio das multidões, e satisfação de Maomé.

Aconteceu que andando o Senhor Jesus a predicar por aquelas bandas, depois de indagar o que se passava, aproveitou a multidão para se lhe dirigir, e disse:

  • Aquele de vós que nunca errou que atire a primeira pedra.

Todos pareceram hesitar. Muitos deixaram cair as pedras com que chegaram municiados. Havia crispação nos que vieram de longe, com sacrifício, e um certo desapontamento de todos os que esperavam divertir-se. Só o Senhor Jesus continuava sereno, a medir o alcance das suas palavras. Mas, eis que da multidão se ergueu um braço e Maria de Magdala caiu derrubada por uma pedra certeira.

Enquanto algumas pessoas a reanimavam, na esperança de repor o espectáculo que tão breve se esgotara, o Senhor Jesus foi junto do atirador e disse-lhe:

  • Então tu, meu filho, nunca erraste? *
  • Senhor, a esta distância, nunca.

* Segundo um evangelho apócrifo o Mestre terá exclamado:

Mãe!!! **

** De acordo com os exegetas esta possibilidade deve-se ao facto de a mãe de Jesus estar convencida de que era virgem mais de 18 séculos antes de Pio IX lhe ter atribuído essa qualidade com efeitos retroactivos.

 

 

9 de Julho, 2017 Carlos Esperança

Vão invadir a Arábia Saudita, os EAU e o Catar?

«Os integrantes do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) decidiram nessa sexta-feira (7) redobrar o combate e adotar medidas para cortar o acesso de grupos fundamentalistas islâmicos ao sistema financeiro internacional, especialmente o Estado Islâmico e a Al Qaeda.»

Ler mais AQUI 

9 de Julho, 2017 Carlos Esperança

A virgem Maria – Crónica

A Virgem Maria, farta das companhias e do Céu, onde subiu em corpo e alma, aborrecida do silêncio e da disciplina, cansada de quase vinte séculos de ociosidade e de virtude, esgueira-se às vezes pela porta das traseiras, e desce à Terra.

Vem com a ladainha do costume, a promoção do terço, de que é mensageira, e ameaças aos inocentes. Poisa em árvores de pequeno porte, sobe aos montes de altitude moderada e atreve-se em grutas, pouco recomendáveis para a virgindade e o reumatismo, sempre com o objetivo de promover a fé e os bons costumes, de abominar o comunismo e anatematizar os pecados do mundo.

A receita é sempre a mesma: rezar, rezar muito, rezar sempre, que, enquanto se reza não se peca. Não ajuda a humanidade, mas beneficia o destino da alma e faz a profilaxia das penas perpétuas reservadas aos infiéis, com domicílio no Inferno.

Surpreende que, sendo tão vasto o mundo, a Virgem Maria só conheça os caminhos dos seus devotos e abandone os que adoram um deus errado e desprezam o seu divino filho, que veio ao mundo para salvar toda a gente.

Fica-se pela Europa, em zonas não contaminadas pela Reforma, aventura-se na América Latina, visita eventualmente a África e nunca mais voltou a Nazaré e àqueles sítios onde suportou os maus humores do seu divino filho e as desconfianças do marido. Ficando-lhe as viagens de graça, por não precisar de reabastecer o combustível, não se percebe que não volte aos sítios da infância, não vá em peregrinação ao Gólgota, não deambule pelo Médio Oriente e advirta aqueles chalados das perigosas tolices que o bruto e ignorante Maomé espalhou aí, e que a única e clara verdade é o mistério da Santíssima Trindade.

Por ter hora marcada ou para não se deixar seduzir pelas tentações do mundo, a Virgem Maria regressa ao Céu, depois de exibir uns truques e arengar uns conselhos, sem dar tempo que alguém de são juízo a interrogue, lhe pergunte pela saúde do marido e do menino e lhe mande beijos para os anjos e abraços aos bem-aventurados.

Um dia a Virgem Maria, com mais tempo e autonomia de voo, vai encontrar um ateu e ficar à conversa. Há de arrepender-se dos sustos que prega, das mentiras que divulga e chegar à conclusão de que o terço faz mal às pessoas, estimula o ódio às outras religiões e agrava as tendinites aos fregueses.

7 de Julho, 2017 Carlos Esperança

Crimes em nome de Deus

As religiões, ao longo da História, destruíram impérios, desenharam fronteiras e aniquilaram povos. A fé arruinou nações, impediu a liberdade e esmagou a felicidade dos povos. Deus foi sempre pretexto para destruir os inimigos e cometer os mais hediondos crimes, com o alibi de satisfazer a sua vontade.

Deus está, de facto, para azar dos homens, em toda a parte. O deus mais verdadeiro é aquele que está em maioria, tem por si as armas e tem o fanatismo a seu favor. Sempre que deus está em alta, a liberdade entra em perda; quando os homens adoram o seu deus, odeiam o deus dos outros. Os crentes imploram os seus favores com o mesmo fervor com que acalentam o ódio ao deus alheio.

É por isso que a democracia fenece onde a religião floresce, a liberdade mingua onde a fé prolifera e o progresso estiola onde a piedade medra.

Não há democracia onde a religião domina o aparelho de Estado. Os direitos do homem não são respeitados onde o poder temporal e o religioso se confundem. Foi na base da separação de poderes e, sobretudo, na separação da Igreja e do Estado, que os modernos Estados de direito se construíram. Foi o laicismo que permitiu o pluralismo ideológico, opondo uma barreira de proteção à vocação totalitária das religiões.

E, quando parecia que o Estado laico se transformava em paradigma das nações civilizadas, quando a sociedade multicultural se convertia num modelo de convivência cívica, quando os preconceitos étnicos e culturais pareciam derrotados pela instrução, inteligência e sensibilidade dos povos civilizados, eis que os demónios totalitários acordam ao som das orações e se revigoram com jejuns, pregações e liturgias.

A Holanda, a doce Holanda, era o exemplo de convivência cívica entre etnias diversas e diferentes culturas, um oásis de tolerância entre distintas opções políticas e religiões divergentes. Há um ano ficou em choque, quando Pim Fortuyn, um político da direita populista foi assassinado. Agora, o assassínio do cineasta Theo Van Gogh, após a denúncia que fez da forma como o Islão trata as mulheres, associado aos requintes de crueldade com que o fanático religioso o tratou, tornaram periclitante a manutenção da sociedade multicultural holandesa.

Incendeiam-se os templos e a opinião pública. O racismo e a xenofobia crescem. A extrema direita, que vive da aversão e da intolerância, vê a possibilidade de manipular paixões, instilar o medo e acicatar o ódio. A hostilidade aos estrangeiros começou. A fé das pessoas cultas e civilizadas nas sociedades multiculturais vacila. O fascismo islâmico rejubila com a intolerância de que é alvo. As religiões precisam de mártires. Os deuses querem sacrifícios. Os templos convertem-se em quartéis onde se faz a recruta para a guerra santa. Os homens entram em desvario ao serviço da esquizofrenia divina. A religião tem de ser contida. Os Direitos do Homem têm de ser defendidos. A igualdade entre os sexos tem de ser salvaguardada. A democracia tem de ser salva. Há que erguer um dique à fé que corrompe, intimida e mata.

Apostila – A ICAR, em Espanha, abriu as hostilidades ao Governo. O ensino laico, o aborto, o divórcio, a eutanásia, os financiamentos e a investigação em células estaminais, puseram a santa corja em luta aberta contra o Governo democrático. São os mesmos que apoiaram Franco e fizeram campanha por Aznar. São os mesmos que querem canonizar os «reis católicos». São a eterna lepra que corrói a democracia ao serviço de Deus.

Coimbra, 2004