23 de Janeiro, 2004 Carlos Esperança
Belo poema de um ateu
A (DES)VELADA (poema)
Ai, quem me dera fornicar com uma muçulmana velada…
em trâmite para desvelada…
em trânsito de que promana…
para a ideia ateia…
Persuadi-la… primeiro… da inânia do islâmico vespeiro…
Convencê-la… segundo… da inópia das religiões do mundo…
E vê-la… e vê-la… terceiro… saindo da ominosa ameia…
fruindo o luminoso carreiro…
da ideia ateia…
Ah, quem me dera postarmo-nos nus… nós… nos nossos amplexos
íntimos… sentir-te!
Entregarmo-nos à languidez meiga dos corpos… envolver-te!
Prazer-me com o fulgor amável da tua boca…
o titilar suave da tua língua… beijar-te!
Sentir a placidez da tua mão…
da tua mão morna e boa…
da tua mão-descobridora…
da tua mão-carícia…
da tua mão-propagadora…
da tua mão-blandícia…
senti-la!
Afagar o teu peito com perfeito jeito de preito… senti-lo!
Percorrer a tua cálida e lábil vulva… senti-la!
Sentir-te…sentir-te… minha querida muçulmana, em vias de o deixares
de ser…
Vasculhar-te… acariciar-te… abraçar-te… beijar–te…
entrelaçarmo-nos!
Sentir o teu corpo dulciolente… a tua mão dulcífera… afagando-me
dulcifluamente… em ambiente dulcilucente!…
Afeiçoarmo-nos numa duidade apaixonante…
apreendermo-nos na pulsão do imo… testa a testa… cara a cara… boca a
boca… corpo a corpo… sentir-te, minha querida desvelada… sentirmo-nos!
Custóias, 25 de Dezembro de 2003
João Pedro Moura