30 de Janeiro, 2004 Carlos Esperança
Desconfie dos que se gabam de ter boas relações com Deus
Hitler afirmava: “Deus está connosco”, tendo-se apercebido do contrário antes de se suicidar. Em Portugal, durante a ditadura, dizia-se que Salazar fora enviado pela Providência, hipótese que ganhou alguma consistência por Deus castigar os que mais ama, mas hoje tem-se como certo que foi o diabo. Saddam repetiu à exaustão que “Deus é grande”, num manifesto exagero. Antes da invasão do Iraque o Papa rezou pela paz e comprometeu a infalibilidade. Só Bush teve razão para acreditar que Deus estava com ele, mas aí foi o prestígio divino que saiu prejudicado. Quem escreve em notas verdes que acredita em Deus é porque duvida e prefere o numerário.
Hoje, para descrédito dos que se gabam da intimidade com Deus, ficámos a saber que Saddam para ter uma simples entrevista com um alegado empregado teve de subornar um padre.
Esta é a acusação contra o padre francês Jean-Marie Benjamin – que organizou o encontro de Tarek Aziz com JP2.
Pobre Saddam, se uma entrevista do seu ministro dos Estrangeiros ao papa ficou tão cara, percebe-se que não tivesse dinheiro para falar com Deus.