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Categoria: Não categorizado

11 de Maio, 2004 Carlos Esperança

Dicionário informático (em elaboração).

Computador – Animal que computa. Não pensa nem fala. Mas faz as coisas bem feitas

Copy paste – Método moderno de reprodução sem malícia. Por enquanto usa-se apenas para imagens e texto. Quando se lhe introduzir o prazer poderá ser alargado a outras utilizações.

Deus – A mais inútil das ferramentas para navegar na Internet.

E-mail – Carta que pode ser mandada a muita gente ao mesmo tempo, na certeza de que poucos a lêem e raros lhe dão importãncia. Não carece de envelope, selo, nexo ou ortografia canónica.

Excel – Senhor que descobriu uma folha enorme e que tornou a aprendizagem da aritmética obsoleta.

Hacker – Corredor de obstáculos que detesta o exercício físico.

Hardware – Nome genérico pelo qual são conhecidos os electrodomésticos da informação no seu conjunto.

Internet – Catedral do conhecimento onde os aprendizes não encontram o caminho de entrada e os viciados não descobrem o de saída.

Microsoft – Espécie de Modelo/Continente à escala planetária onde as mercearias, as hortaliças e os detergentes são substituídos pelo Windows, Explorer, Outlook, etc. e o Sr. Bill Gates é o Belmiro daquilo tudo.

NET – (Fam.) V/ Internet.

Online – Dom da ubiquidade; meio de transporte que permitiu a Santo António estar ao mesmo tempo em Pádua e em Lisboa (o que foi mentira), mas permite aos ateus conversarem através do MSN Messenger.

PowerPoint – Indivíduo que se dedicou a tornar agradáveis as palestras para disfarçar o conteúdo.

Rato – Animal de plástico com uma única pata esférica e duas asas, também chamadas botões, onde se encontra o cérebro.

Site – Lugar onde os que sabem encontram o que não precisam e os outros não sabem procurar o que lhes faz falta.

Software – Conteúdo do hardware.

Vírus – Agentes infecciosos que atacam a memória, produzem cegueira, loucura e morte dos ficheiros. Obrigam o utilizador a dizer obscenidades e a consultar o Administrator. São, no entanto, indispensáveis à manutenção dos postos de trabalho dos criadores de antivírus.

Word – Empregado da Microsoft que escreve textos e lhes dá um aspecto agradável mesmo quando só contém banalidades.

10 de Maio, 2004 Carlos Esperança

Se o exótico dirigente repudiar a Europa, a África ganhará um respeitado régulo.



No dia 9 de Maio deste ano da Graça teve lugar o X Congresso do PSD/Madeira. O Diário de uns Ateus não ficou indiferente à efeméride, com o bailinho da Madeira a repetir-se e os papelinhos laranja a inundarem a cabeça dos congressistas pela 35.ª vez .

Há menos tempo no cargo do que Fidel de Castro, Alberto João Jardim sucedeu a si próprio e ameaçou: «Se Deus me der vida e saúde estou para continuar». Assim, se a opção estiver disponível, o vitalício Alberto João vai eternizar-se.

Entusiasmado, Dias Loureiro, presidente do Congresso Nacional do PSD, manifestou o desejo de que Portugal se transformasse numa imensa Madeira. Mas, o que poderia ter sido interpretado como um acto hostil a Portugal, não passou de uma amabilidade para com o anfitrião. Já quando afirmou que «é difícil encontrar no mundo outro lugar onde a mão de Deus e do homem tenham trabalhado em tanta sintonia», ficou a dúvida se foi para acusar Deus ou para desculpar o sátrapa da Madeira.

Um susto ficou a pairar sobre a Europa quando Alberto João Jardim declarou: «Em 2008 vamos ter de decidir se nos interessa continuar na União Europeia ou não, (…)». Apesar das nuvens negras que esta ameaça lança sobre o futuro da Europa fica-nos a consolação de saber que a Madeira, ainda que deixe de ser a região mais despótica da Europa pode transformar-se numa das mais liberais do continente africano e com o mais antigo e experiente governante.

Se o exótico dirigente repudiar a Europa, a África ganhará um respeitado régulo.

10 de Maio, 2004 jvasco

Fórum Renovado

O Fórum de debate do site www.ateismo.net já foi renovado! 🙂

Vejam-no aqui.

Espero que os próximos debates sejam interessantes e construtivos e se pautem por um nível elevado. Espero que a reformulação do site seja um passo nesse sentido.

8 de Maio, 2004 Carlos Esperança

O exorcismo da Celeste



Deus e o Diabo partilham os mesmos territórios. O habitat de um é o do outro. São duas faces da mesma moeda, a assegurarem o ganha-pão dos clérigos.

Ultimamente têm aparecido padres exorcistas a tirar o demo do corpo de pessoas possessas. Vejo que a técnica não evoluiu nos últimos cinquenta anos. Por isso deixo aqui uma crónica que publiquei em tempos e que mantém plena actualidade.

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Em terras da Beira, depois da guerra, a gratidão para com a senhora de Fátima, pela afeição a Portugal, estendia-se ao senhor presidente do Conselho por nos ter livrado do conflito. No Cume sobrava piedade e faltava comida. Estavam no fim os anos quarenta e os portugueses longe de começarem a ser gente.

A Celeste morava ao cimo do povo, sozinha, e cismava que se matava. Via-se que não regulava bem da cabeça e adivinhava-se a fome que a apoquentava. Suspeitaram os vizinhos de mau olhado e a ti Catrina, calhada nas benzeduras para tal moléstia, já a tinha ido visitar com outras mulheres embiocadas no xaile e os rostos sumidos na copa de enormes lenços pretos. Das conversas delas nada se disse mas ouviu-se na rua a ladainha:

«Dois to deram, três to tirarão,

foi S. Pedro e S. Paulo e o apóstolo S. João

Sant’Ana pariu Maria, Maria pariu Jesus,

assim como isto é verdade,

livre este corpo de ares, olhares e todo o mal

em louvor de Sant’Ana e Santa Iria…

padre nosso, ave-maria…»

Muitos padre-nossos e ave-marias depois, sem abrandar o mal, as mulheres mais velhas concluíram que deviam ser espíritos que atenazavam a bendita alma da Celeste, tão temente a Deus que ela era, mas nestas coisas de espíritos ruins são estes que escolhem a morada e, embora a oração lhes dificulte a entrada, está provado que não é intransponível a barreira.

A adensar a suspeita ouvia-se na habitação, durante a noite, o barulho de máquina de costura, que não havia, a trabalhar, a perturbar o sono e a aumentar a angústia. À porta juntavam-se pessoas vindas da igreja a ouvir o som que os espíritos produziam. Os poucos que não ouviram, apesar da atenção e do silêncio, conformaram-se com a deficiência auditiva e renderam-se à maioria.

O senhor padre pode ter desconfiado do diagnóstico, o sr. António Bernardo dizia que ela não batia bem da bola, podia até ser dos espíritos, a senhora professora aconselhou um médico, que disparate, o que sabe um médico destas coisas e onde é que o há, mas o povo na sua infinita sabedoria já tinha o veredicto, eram espíritos, só podia ser, falava-se de uma avó falecida há muitos anos, a voz tinha sido reconhecida, faltaram-lhe algumas missas ao trintário na encomendação da alma, não se perde nada em benzer a casa e deixar algum latim – conformou-se, acossado, o padre Pires –, dizem-se as missas em dívida e logo se verá.

A Celeste é mulher e o destino das mulheres serem possuídas, os espíritos malignos aproveitam e, depois de entrarem, são difíceis de expulsar. É um combate para senhores párocos, ou mesmo para um reverendíssimo bispo se as posses da vítima e a malignidade o aconselham. Pouco avezado a tais pelejas, mas com habilitações canónicas e compleição adequada à luta, bem se esforça o padre a desalojá-los. Quem julgue que a força da cruz e do divino devem bastar não conhece os espíritos e o furor que transmitem às mulheres possuídas, levando à exaustão o exorcista que não raro precisa de várias tentativas para se fazer obedecer. Fracassa e fica extenuado, à primeira, o padre Pires, valendo-lhe a gemada que o aguarda com vinho e açúcar, enquanto a ceia e o breviário lhe não retemperam as forças e devolvem a serenidade.

A Celeste não melhora. Continua a ouvir vozes que desconhece, definha. Alguns dias após, no regresso do Carapito, onde tinha ido levar o viático a um moribundo, volta o padre Pires à peleja com o maligno. Pode ser que na vez anterior se tenha entupido o hissope, avariado o crucifixo ou faltado à água a bendição, quem sabe, o senhor prior não costuma partilhar as dúvidas, se dúvidas assaltam o ministro de Deus, isto é um incréu a pensar, a força da fé move montanhas, sempre ouvi dizer, a Celeste pode ter perdido a fé com a fraqueza, e sem fé não adianta, é um esforço inglório, o certo é que o senhor padre volta a entrar naquela casa, se pode chamar-se assim ao sítio, mal nunca faz, senhor eu não sou digna de que entreis na minha morada, isto é uma forma de dizer, a Celeste refere-se a Deus que está em toda a parte, mas quando vem acompanhado do seu representante há-de infundir maior respeito, as pessoas humildes dizem estas coisas, o senhor padre mergulha bem o hissope, asperge-o com vigor, desenha cruzes, vai-se ao demo com o latim e as mãos, põe as pessoas a rezar o terço que a irmã Lúcia recomenda contra o comunismo, que também resulta com os espíritos, tudo obra do demo, deixa a reza para os paroquianos e sai da refrega exausto à procura da gemada com vinho, açúcar e nódoas para a batina, sem saber se os espíritos encurralados no corpo frágil obedeceram à ordem de expulsão, onde resistiam acossados à parafernália de alfaias sagradas e pias intimações.

As pessoas esperam na rua alheias ao perigo de serem apanhadas para refúgio dos espíritos em fuga. Nessa noite a máquina de costura inexistente permanece silenciosa e quieta, calam-se as vozes das almas penadas, a Celeste dorme bem pela primeira vez em muitos dias, depois da canja que lhe levaram. Se os espíritos não saíram estão debilitados.

A Celeste, com pouco alento, é certo, volta à horta e à igreja, o exorcismo resulta. Finou-se algumas semanas depois, completamente curada e liberta de espíritos malignos.

8 de Maio, 2004 André Esteves

Os chilenos podem finalmente divorciar-se…

Ontem, sexta-feira, dia 7, o Presidente chileno Ricardo Lagos assinou o decreto viabilizando o divórcio na sociedade chilena. Depois de um longo combate com a fascista ICAR chilena, finalmente conseguiu-se uma das liberdades mais básicas do coração. Os chilenos, mais contemporâneos que a sua igreja, já não se casavam oficialmente, dadas as dificuldades que teriam de enfrentar legalmente.

– Notícia na BBC

Agora, os únicos países no mundo, um deles acabado de entrar na União Europeia, ainda a proibir o divórcio, são Malta e as Filipinas, ambos de católica fidelidade e com problemas sociais ou internacionais característicos…

Não há nenhuma directiva comunitária sobre os erros e a liberdade do amor?

Ou será, que depois do que se passa com as patentes de software teremos de esperar um dia, directivas comunitárias sobre, o que aos olhos de alguns, são pecados?

8 de Maio, 2004 Carlos Esperança

A Igreja católica e o nazismo



A Eslováquia teve um padre católico Presidente nazi, Tiso, que foi executado pelos crimes cometidos, em 1947.

Portugal e a Espanha tiveram dois excelentes católicos, Salazar e Franco, abjectos ditadores que sempre foram dedicados a Hitler e à Santa Madre Igreja.

Pio XII impediu a publicação de Humani Generis Unitas, a encíclica anti-racismo, ainda não promulgada, do seu antecessor Pio XI.

Pio XII excomungou todos os comunistas do mundo em 1949 e nem um único nazi ou o próprio Hitler que nasceu católico. Em Agosto de 1943 ainda Pio XII exortava as autoridades italianas para manterem as leis raciais, leis que na Eslováquia serviram para deportar judeus para Auschwitz com a cumplicidade da igreja católica autóctone.

A suspeita de que a ICAR beneficiou do ouro que os assassinos em série croatas roubaram às vítimas judias e sérvias e possa ter ido para o Vaticano, mantém-se graças à recusa deste em permitir o acesso aos seus arquivos, ao contrário do que fez o Governo Suíço, em relação aos seus bancos.

Nos primeiros dias de Maio de 1945, o cardeal da Alemanha, Bertram, ao saber da morte de Hitler, não quis abandoná-lo, ordenando que em todas as igrejas da sua arquidiocese fosse rezado um requiem especial, nomeadamente «uma missa solene de requiem em lembrança do Führer».

JP2, que não perdeu tempo a calar o teólogo suíço Hans Küng ou o teólogo americano Roger Haight, progressistas, demorou até 1993 para reconhecer Israel, reconhecimento formalizado em 1994. Ainda em Maio de 1948 o L’Osservatore Romano, o jornal que repudiou a atribuição do Nobel da literatura a José Saramago, defendia que a «Terra Santa e os seus locais sagrados pertencem à cristandade».

A Polónia de JP2 tinha, antes da guerra, cerca de 4,5 milhões de judeus; Calcula-se que restem lá (incluindo todos os que chegaram provenientes de países ocupados pelos Alemães) apenas 10 mil.

O que terá pensado este fabricante de santos da tragédia que então se desenrolou à sua volta na sua bem amada Polónia Natal?

7 de Maio, 2004 André Esteves

Porque é que Portugal não é um país laico?

Porque é que Portugal não é um país laico?

Porque a nossa memória colectiva foi moldada pela ICAR…

Não estão conscientes na memória, os mortos do genocídio dos cristãos novos em Portugal.

Por toda a Europa, ainda se sente no inconsciente colectivo, um século de guerras religiosas.

Por cá… Ficou o fado

Um sentido de perda e saudade distantes, um reflexo automático em aceitar o terrível…

De algo, que amnesicamente não encontramos na nossa alma: parte de um país.

Família, amigos, conhecidos… Todos desaparecidos pela vontade do(s) senhor(es).

De uma população de 1 milhão de pessoas, sabemos que pelo menos 24 mil foram mortas em autos de fé.

Outras 250 mil fugiram. Aproximadamente 25% de um país foi estripado, para garantir o controlo da igreja, de um país que detinha o acesso aos novos mundos. Sem quaisquer resultados práticos. A estupidez piemonteza1 da Cúria, só assegurou que os conhecimentos, o capital e a iniciativa fossem transportados para outras partes mais tolerantes.

Sem futuro, o país ficou reduzido a um imenso campo de reeducação cristã.

Eliminada a memória, ficou o vazio na alma, o desejo de o apagar com promessas e rezas. E, hoje, também o futebol, gastos loucos no hipermercado e férias no estrangeiro… As fontes históricas foram dizimadas, o passado ocultado. Os programas escolares (deliberadamente?) reflectem esta ignorância do passado.

O folheto que vêem em cima, é um fruto maligno desse passado deliberadamente esquecido.

Anteontem, em Fátima, foi distribuída propaganda para uma população, ou conivente, ou sem memória.

De certa maneira, a ICAR e as suas elites querem fazer à Europa o que fizeram a Portugal.

Imiscuíram-se no que não devem: na consciência dos eleitores, no desígnio colectivo, que pelas suas acções se torna no seu desígnio pessoal. Contrário ao espírito da democracia, contrário à liberdade de pensamento individual.

A inclusão da referência ao passado «judaico-cristão» da Europa é fogo de vista.

Roma, a prostituta da Babilónia, já se regozija com as almas que detém na nova Europa Alargada.

Há algo muito pior, a cozinhar em lume brando, por detrás das cenas…

1 – Tradicionalmente, os elementos da cúria são originais do piemonte italiano. Cunhas e famílias em acção, numa escala de centenas de anos.

Comentário:Os números que apresentei anteriormente estavam errados (250.000), como estimativas de autoridade. Infelizmente é muito difícil saber com certeza os números correctos do genocídio. O valor aproximado que agora apresento é baseado nas estimativas obtidas, só, pelos autos-de-fé. No entanto, nem todos os autos de fé eram registrados em processo (normalmente nos 3 tribunais da inquisição), enquanto que os autos-de-fé eram desencadeados por todas paróquias do país e além-mar. O próprio registro é imcompleto, manipulado ou simplesmente aniquilado.. As cópias que o vaticano deveria ter nos seus arquivos históricos, amontam a 4 mil, em comparação aos aproximadamente 24 mil processos que estão na torre do Tombo…

7 de Maio, 2004 Carlos Esperança

Notas piedosas

G.N.R. – Os militares do primeiro contingente tiveram apenas feridos ligeiros, graças à senhora do Carmo que os acompanhou, adequadamente benzida. Rendida pela senhora de Fátima, está a decorrer um ensaio aberto sobre a eficácia comparada das duas santas.

Iraque – As sevícias praticadas pelos invasores sobre os prisioneiros é a prova irrefutável da superioridade moral da civilização cristã e ocidental sobre o islão.

Intercâmbio Universitário – O Opus Dei recebe ayatollahs do Irão para regerem um curso sobre «Igualdade Feminina» na Universidade de Navarra e, por sua vez, os padres da prelatura dirigem um seminário sobre a virtude da tolerância durante a próxima peregrinação a Meca.

Fátima – Os folhetos distribuídos, apelando ao voto nos partidos da Direita, devem ter sido da autoria da senhora de Fátima, que em tempos levou a Lúcia a visitar o Inferno onde lhe mostrou um conterrâneo republicano que não ia à missa.

Nuno Álvares Pereira – Está em curso o processo de canonização, sem necessidade de adjudicação de qualquer milagre. Segundo D. José Policarpo, Urbano VIII fez uma excepção para quem há mais de 200 anos era prestado culto e reconhecida, pelo povo, a santidade.

Alexandrina de Balasar – Depois de ter passado os últimos 13 anos e 7 meses de vida, sem comer nem beber (alimentando-se apenas de hóstias consagradas), mantem a mesma dieta, após a beatificação.

Moçambique – Os bispo católicos acham as campanhas pelo uso do preservativo «enganosas» e «em grande parte responsáveis» pelo aumento dos casos de sida, exortando à abstinência sexual. No entanto não se pronunciam sobre os benefícios para a alma em furar os preservativos.