Loading

Categoria: Não categorizado

28 de Agosto, 2004 André Esteves

Será o Presidente da República um tarado sexual?

Segundo esta notícia veiculada pelo Expresso e Portugal Diário, o nosso Presidente da República foi impedido de entrar numa piscina pública de uma Vila de Apartamentos no Algarve por um segurança de um sheik árabe.

Segundo o motivo apresentado pelo segurança, o nosso Presidente não podia entrar na zona, porque as princesas sauditas estavam a tomar banho.

Podemos tirar duas conclusões deste acontecimento:

1 – O Presidente da República, é para os Sauditas, no mínimo, um tarado sexual. De outra maneira, não fará sentido que o homem que os portugueses escrutinaram duas vezes, como o mais capaz e honrado de exercer o cargo de Presidente da República, tenha sido impedido de entrar num lugar público. Ao julgarem o presidente Sampaio como um homem de desonra, estão também implicitamente a julgarem como «impuro» o julgamento e escolha de todos os portugueses, e logo a negar a validade dos métodos democráticos da nossa soberania.

2 – O sheik saudita e a sua corte são mais «portugueses» do que o Presidente da República. Segundo a constituição da República Portuguesa, existem certas proibições muito restritas à liberdade de movimento dos portugueses, como no caso de instalações militares e de certas instalações do Estado regulamentadas em lei específica. No entanto, a nossa constituição salienta, particularmente que todos os representantes eleitos da nossa nação, em especial o Presidente da República, como representante máximo do povo português e os deputados, como representantes directos dos eleitores têm a ABSOLUTA liberdade de movimentos para poderem inspeccionar e garantir a ordem e a normalidade das instituições democráticas e do país em geral. Ao facto do Presidente da República ter sido impedido de entrar numa zona pertencente ao território português, que por demais é pública, só podemos concluir que o sheik saudita e o seu séquito se acham mais portugueses do que o resto de Portugal.

Eu só posso pedir ao governo que tome as medidas apropriadas a esta afronta: Chamar o diplomata saudita a Belém e considerar persona non grata todo e qualquer elemento estrangeiro ligado a este acontecimento.

O que esperariam que acontecesse, se por exemplo, na Arábia Saudita uma portuguesa resolvesse tomar banho num lugar público? A polícia religiosa saudita aparecia e no mínimo era expulsa do país automaticamente.

Adenda:

É revelador do carácter deste governo, o modo diferenciado com que está a tratar este assunto e o do barco «Woman on Waves». Enquanto que o primeiro, é uma directa e grave afronta estrangeira à República, o segundo é de uma natureza mais dúbia. O sentido de prioridades e de relevância é revelador do respeito que o Estado português merece do Governo.

28 de Agosto, 2004 pfontela

O barco do pudor

Sabe-se hoje que o barco da organização «Women on Waves» não vai poder entrar em águas portuguesas. As desculpas são múltiplas, desde questões de saúde ao respeito pela ordem. Todos estamos cansados de saber que o que se passa: este governo, já conhecido pelas suas manobras dúbias (alguém se lembra de uns panfletos de Fátima? E da «declaração de voto» sobre o art.º 13?), está em pânico para impor as suas crenças religiosas a todas as mulheres. O tempo da ditadura acabou e estes senhores ainda não se aperceberam disso. Além dos impulsos descontrolados de puritanismo que ficam sempre bem a qualquer católico fanático (pelo menos aqueles que sabem aquilo que a sua fé defende) existe ainda a questão de isto ser uma violação dos tratados que temos vindo a assinar com União Europeia. Mas parece que este governo só sabe qual é a sua fé e não qual a sua posição quanto à UE.

Toda esta situação é um espectáculo deplorável que deveria encher de vergonha qualquer país dito laico e civilizado.

28 de Agosto, 2004 André Esteves

Depois do Corpo de Cristo… Uns chocolates?

Do Reino Unido chega-nos a notícia [em Inglês] que o bispo de Manchester, preocupado com os níveis cada vez mais pequenos de crentes ao Domingo, iniciou no seu grupo de paróquias uma campanha quase original para chamar os crentes de volta à igreja.

Convites escritos passarão a ser entregues aos crentes não-praticantes e depois do serviço dominical serão servidos chocolates aos convivas.

A iniciativa inspira-se nas estratégias de marketing das empresas e procura resolver o «grave» problema da drástica diminuição de crentes na igreja de Inglaterra, que nas palavras do bispo de Manchester: «poderá desaparecer no espaço de duas gerações».

Se conhecermos as propriedades do chocolate, não ficaremos admirados com esta sua utilização. O chocolate tem na sua constituição, o cacau, que é um análogo a certas substâncias que ocorrem no cérebro humano, durante a corte e paixão dos namorados, bem como durante a ocorrência do orgasmo.

Outro facto interessante, é que se tornou um acto de corte nas nossas sociedades, entre namorados ou consortes que estejam a iniciar o namoro ou que tenham estado bastante tempo afastados, oferecer chocolates. Quimicamente procuram aumentar ou fazer lembrar ao outro, as sensações e emoções que têm ou tinham em conjunto.

Hoje, chega-se ao ponto de existirem investigadores que procuram produzir variantes da molécula do cacau que aumentem a líbido e produzam super-orgasmos. Quem não tem «apetites» de chocolate, depois de situações stressantes?

Não é por nada que o cacau no seu lugar de origem era utilizado pelos sacerdotes Maias para entrar em «comunhão» com os deuses ou antes de escarificarem os seus órgãos sexuais ou se auto-castrarem para realizarem contratos de poder com as divindades.

Aliás, o cacau era um deus, como o milho, para os antigos Maias.

Considerando a falta de talentos de pregação dos sacerdotes da Igreja de Inglaterra (o que se poderá esperar de uma igreja ligada institucionalmente ao estado e à coroa…), um chocolate depois da missa é o melhor alívio que se pode ter. Com o tempo e com o condicionamento químico que a habituação faz, os crentes voltarão sempre, necessitados que estarão da sua «dose».

Deus será chocolate. Ou será o chocolate, o Deus?

O problema aparente, é que nem toda a gente tem o mesmo nível de fixação pelo chocolate. Mas o bispo de Manchester já contemplou essa possibilidade e encara a possibilidade de passar no meio da cerimónia, vídeos cómicos para fazer rir os crentes. Da minha parte sugiro às 330 paróquias que já adoptaram esta doce iniciativa que procurem passar filmes desse grande talento britânico que são os Monty Python, principalmente os filmes «O Sentido da Vida» e «A vida de Brian». Creio que poderiam elucidar os crentes sobre as circunstâncias, em que a Igreja de Inglaterra se encontra.

Deixo-vos com uma pequena sugestão musical. Se tiverem a oportunidade, ouçam a peça «Chocolate Jesus» [Letra da Canção, em Inglês] do Tom Waits. Escatológico, ateu e genial.

28 de Agosto, 2004 Mariana de Oliveira

O Diabo à solta

O cardeal Jorge Medina, ex-prefeito da Congregação para o Culto Sagrado e a Disciplina dos Sacramentos, alertou o mundo em geral e os chilenos em particular para a presença do Diabo e para as suas novas armas: os eufemismos.

«O Diabo está muito presente, serve-se da mentira e para enganar usa eufemismos. Denomina o aborto interrupção da gravidez e os filhos, cargas. Anima os casamentos entre homossexuais e as leis de divórcio, apresenta o mal como bem, endeusa o dinheiro», disse o cardeal. Descodificando, se é a favor da despenalização do aborto, do controlo de natalidade, do casamento entre homossexuais, do divórcio e da ambição é porque o Diabo apoderou-se do seu corpo e da sua mente.

Não se ficando por aqui, Jorge Medina relembrou que o anjo caído, cornudo e com uma forquilha é um ser concreto, mais especificamente, uma pessoa (no caso de se desatar a matar gatos como na Idade Média) que se «apartar a humanidade do caminho da salvação, que está na cruz de Cristo».

Desde há muito tempo que não lia notícias religiosas tão retrógradas que até me causaram urticária. Na quinta-feira, foi a mensagem do Papa aos jovens que dizia para não se afastarem do verdadeiro e único Deus – o católico, claro -, numa clara ofensa às outras religiões, e, agora, o senhor cardeal Medina com a demonização de uma série de conquistas sociais.

27 de Agosto, 2004 Carlos Esperança

Fé, selvajaria e crime – caminhos do Paraíso

O piedoso muçulmano Moqtada al-Sadr e o bando de beatos que o acompanham, enquanto mantiveram o controlo da mesquita de Najaf, torturaram, mutilaram e assassinaram, tendo já sido descobertos 25 cadáveres.

Os excessos de fé, estimulados pela proximidade do mausoléu de Imã Ali, conduziram às barbaridades que deixam extasiado Alá e babado de gozo o seu profeta Maomé.

Esta é a lógica das religiões – o exercício do poder em nome de Deus -, e a crueldade e o terror como instrumentos da sua conquista.

Al Sistani II, apresentado como um clérigo moderado, logrou um acordo para pacificar a cidade, mas não esqueçamos que um clérigo moderado é um extremista contido, à espera de melhor oportunidade.

27 de Agosto, 2004 Mariana de Oliveira

Adolescente enforcada por «actos incompatíveis com a castidade»

Segundo a Amnistia Internacional, uma adolescente de 16 anos habitante da cidade de Neka, no norte do Irão, foi enforcada, na praça pública, por ter cometido «actos incompatíveis com a castidade». A notícia é especialmente chocante porque acredita-se que Ateqeh Rajabi não era mentalmente capaz, tanto aquando do crime (ter relações sexuais fora do vínculo do matrimónio) como durante o julgamento, e não teve acesso a apoio jurídico em qualquer fase do processo.

Foi também reportado que o co-arguido foi condenado a 100 chicotadas, após as quais foi posto em liberdade.

O único comentário a fazer acerca deste acontecimento resume-se a uma palavra: bárbaro. Aplicar a pena de morte é, só por si, motivo de crítica, mas aplicá-la daquela maneira a uma menor e por «actos incompatíveis com a castidade» é inadmissível.

26 de Agosto, 2004 Carlos Esperança

Igreja de São Tomé condena a política demográfica do governo

O ódio ao preservativo é uma obsessão paranóica da ICAR. Em São Tomé e Príncipe, paupérrimo país africano, onde a escassez de alimentos provoca fenómenos de fome generalizada, o capataz da ICAR no minúsculo arquipélago, D. Abílio Ribas, censura que se use o preservativo «como pretexto para evitar o nascimento de mais pessoas».

A crueldade da ICAR é idêntica ao dos traficantes de armamento. Não interessa que as armas matem, é preciso desenvolver o negócio.

No caso da demografia, a ICAR comporta-se como o dono um supermercado a abarrotar de almas que é preciso fazer escoar.

A ICAR promove o crescimento demográfico irracional para que haja miséria para alimentar a fé e almas para saciar a gula divina.

26 de Agosto, 2004 Mariana de Oliveira

JP2, os jovens e a adoração do verdadeiro Deus

JP2 enviou uma mensagem aos jovens de todo o mundo que se preparam para o XX Jornada Mundial da Juventude, a realizar em Colónia, em 2005. Nesse texto, o Papa exorta os jovens a serem «adoradores do único verdadeiro Deus», advertindo-os em relação a todas as formas de idolatria, incluindo «a sedução da riqueza, o consumismo e a violência subtil utilizada pelos Mass Media». Estão ressalvados desta advertência os bispos, cardeais e todas as altas patentes da Igreja Católica cujas obras pela propagação da fé ICARiana não se compadecem com a falta de dinheiro e manipulação dos meios de comunicação social.

«Lamentavelmente, há gente que procura a solução dos seus problemas em práticas religiosas incompatíveis com a fé cristã. É forte a tentação de acreditar nos falsos mitos do poder e do êxito, é perigoso abraçar conceitos evanescentes do sagrado, que apresentam Deus sob a forma de energia cósmica», diz o chefe da ICAR. Mais uma vez, vemos o Papa a brandir uma qualquer verdade universal contra crenças que sejam diferentes das que propugna. Eis a tolerância de que a Igreja tanto fala: creiam, desde que seja naquilo que é aprovado por nós.

26 de Agosto, 2004 Mariana de Oliveira

Religião: prioridade para os países pobres

Segundo os dados de um inquérito agora divulgados, as sociedades mais pobres têm tendência a conceder prioridade à religião, bem como as sociedades de tradição islâmica. Deste modo, países como a Indonésia, o Egipto ou a Argélia, nações maioritariamente islâmicas, enquadram-se nesta categoria.

Por seu turno, a importância concedida à religião nas sociedades industrializadas avançadas, como a França ou a Alemanha, diminuiu. Já nos países em vias de desenvolvimento, a tendência é contrária. Apesar da secularização, aparentemente, se ter sedimentado na maioria dos países ricos, o número de pessoas religiosas parece ter aumentado, no total, a nível mundial.

O estudo revela que, a nível dos sexos, as mulheres são mais afectas à crença do que os homens. As mulheres apresentam as mesmas probabilidades de atribuir à religião um lugar prioritário nas suas vidas, mas em nenhuma das 81 sociedades estudas os homens colocam a religião num lugar cimeiro nas suas vidas.

Neste inquérito observou-se que a probabilidade que a religião tem de desempenhar um papel importante na vida de uma pessoa, em determinados países, é quatro vezes maior em indivíduos com mais de 50 anos do que em indivíduos com menos de 30 anos.

Quanto ao nível cultural, os indivíduos mais instruídos dão menos importância à religião do que os indivíduos menos cultos e com menos educação.

Este estudo demonstra que a pobreza e a ignorância sempre foram terreno fértil para a propagação da crendice e, assim, para a exploração dos mais desfavorecidos. Por isso, para que as populações tenham oportunidade de escolherem de forma consciente os seus caminhos, é que devemos lutar por uma educação universal, livre e laica.

25 de Agosto, 2004 André Esteves

Friedrich Nietzsche morreu há 104 anos

Friedrich Nietzsche morreu há 104 anos, depois de uma longa doença.

Os seus últimos anos passou-os à sombra da sua irmã, uma proto-nazi que aproveitou a incapacidade mental do irmão para distorcer e usar a obra e reputação, ganha por Nietzsche, com fins pró-arianos e anti-semitas. Era um ateu solitário e foi por estar sozinho que a sua voz lhe foi roubada.

Não deixemos que tal aconteça com a nossa voz.

Friedrich te lembramos!

Homem como nós.

Nietzsche – Entrada na Enciclopédia Wikipedia [inglês]

Entrada na Enciclopédia de Filosofia da universidade de Standford [inglês]

Obras de Nietzsche disponíveis no projecto Gutenberg [inglês]

Pequena biografia em português.

Entrada no «Cantinho da Filosofia»