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Categoria: Não categorizado

4 de Maio, 2018 Luís Grave Rodrigues

Religion

25 de Abril, 2018 José Moreira

A (in) existência de Deus

Um dos argumentos apresentados pelos crentes quando se discute a existência de Deus, é o de que os ateus não conseguem provar que Deus não existe. Claro que existe sempre o contra-argumento de que a não existência, seja do que for, nunca pode ser provada. Por exemplo, ninguém consegue provar que não existem gambuzinos ou elefantes cor-de-rosa. Mas já cheguei à conclusão que era demasiada areia para a camioneta deles. Por isso, decidi que na impossibilidade de os combater, o melhor seria juntar-me a eles. Assim, passei a concordar com o argumentário crentalho, e a assumir que, não podendo provar a não existência de Deus teria de, pelo menos, aceitar a possibilidade da sua existência. Pois. Mas a alegria dos meus interlocutores rapidamente se desvanece, quando eu acrescento que o mesmo se aplica aos deuses gregos, romanos, egípcios, etc.

19 de Abril, 2018 Luís Grave Rodrigues

O Pogrom de Lisboa

O Pogrom de Lisboa

Faz hoje 512 anos.

O dia 19 de Abril de 1506 amanheceu pacífico e soalheiro. Na igreja de São Domingos, em Lisboa, a missa dessa manhã decorria provavelmente com a calma modorra do costume.

Mas, de súbito, a placidez da missa foi interrompida por um estranho fenómeno que se oferecia perante os olhos de todos os fiéis: a imagem do Cristo pregado na cruz que se encontrava sobre o altar estava iluminada por uma estranha e misteriosa luz.

A superstição e a exacerbada crença dos fiéis imediatamente os fez acreditar estar na presença de um milagre: a imagem do Cristo parecia até que irradiava luz própria.

Todos se ajoelharam em fervorosas preces, em êxtase perante aquele milagre que se lhes oferecia, ali mesmo, à frente dos seus olhos.

Mas há sempre um desmancha-prazeres em histórias como estas: um dos fiéis mais afoitos logo se apressou a explicar aos seus colegas de missa que a luz nada tinha de misteriosa, pois provinha simplesmente do reflexo de uma candeia de azeite que estava ali próxima.

E pronto! Caiu o Carmo e a Trindade!

A primeira coisa que alguém descobriu foi que o chico-esperto era um cristão-novo, um judeu convertido à pressa mas, pelos vistos, demasiado depressa. Foi o suficiente para logo dali o arrastarem pelos cabelos para o adro da igreja, onde foi imediatamente chacinado pela multidão dos fervorosos tementes a Deus, e o seu corpo queimado no local.

O êxtase místico da multidão logo se propagou a toda a cidade. Lisboa parecia ter ela própria enlouquecido.

Respeitáveis representantes do clero católico saíram dos seus pacatos refúgios de oração e percorriam as ruas de um lado para o outro empunhando crucifixos e gritando: «Heresia! Heresia!».

A multidão depressa foi engrossando e, ajudada até por marinheiros holandeses e dinamarqueses que se encontravam no porto, iniciou uma gigantesca rusga por toda a cidade.

Para evitar o caos e a anarquia, sempre más conselheiras, os padres e frades dominicanos tomaram a piedosa responsabilidade de organizar convenientemente o tumulto: judeu ou cristão-novo que era identificado ou apanhado, era imediatamente preso e levado para o Rossio e ali era queimado em gigantescas fogueiras que os escravos municiavam ininterruptamente de lenha.

Os judeus e os cristãos novos, homens e mulheres, que se refugiavam em casa eram arrancados à força dos seus esconderijos. Até as crianças de berço eram fendidas de alto a baixo ou esborrachadas de encontro às paredes.
Como mesmo nestas coisas da fé é sempre bom juntar o útil ao agradável, o misticismo assassino daqueles fervorosos e bons católicos não os impediu de pilhar as casas por onde passavam e de ajustar velhas contas com inimigos que muitas vezes nada tinham a ver com o judaísmo.

Mesmo os que se refugiavam nas igrejas e se agarravam desesperadamente às imagens dos santos eram levados e arrastados à força para o Rossio e queimados vivos.

A chacina durou dois dias e só terminou por puro cansaço da populaça. Relatos da época falam no sangue que escorria pelas ruas abaixo no Bairro Alto ou na Mouraria. Calculam os historiadores que nesta matança em nome dos mais sagrados princípios e da pureza do catolicismo morreram mais de 4.000 pessoas.

Tudo, claro, em nome dessa coisa extraordinária que algumas pessoas têm e que tanto se orgulham de ter, que se chama «Fé».

Tudo feito por bons católicos.

Tudo em nome de Deus

13 de Abril, 2018 Luís Grave Rodrigues

Amen!

9 de Abril, 2018 Carlos Esperança

HUMOR

Na Escola

            – Artur, do que tens mais medo?

            – Do Mala-men.

            – Quem é o Mala-men?

            – Não sei, mas quando a minha mãe reza acaba sempre com “Não nos deixais cair em tentação e livrai-nos do Mala-men.”

 

In Caderno das Piadas Secas)