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5 de Junho, 2018 Luís Grave Rodrigues

Ironia

ironia | s. f.
i·ro·ni·a
(latim ironia, -ae, do grego eironeía, -as, dissimulação, ignorância)

29 de Maio, 2018 Luís Grave Rodrigues

Cristianismo

Se o cristianismo fosse uma religião de paz, os seus membros mais extremistas seriam extremamente pacíficos…

25 de Maio, 2018 Carlos Esperança

A eutanásia e o direito à vida

A vida é um direito que a direita confessional quer transformar em obrigação. Ninguém é obrigado a aceitar, para si, uma ‘morte doce’, mas o que está em causa, na tentativa de contrariar um direito individual, é a proibição daquilo a que ninguém será obrigado.

Deus não devia ser para aqui chamado. Serviu, em tempos, para justificar a cremação de quem queria viver, suspeito de adorar um deus da concorrência, de ser possuído por um demónio, criado pelos algozes, ou de heresia, apostasia ou blasfémia.

A Igreja cujo catecismo admite a pena de morte é a mesma que quer impor a obrigação de viver a quem já não suporta a vida, crente ou ateu, sem ter qualquer probabilidade de sobreviver a uma lenta e dolorosa agonia, inútil e devastadora.

Há nesta discussão, de um direito individual, quem designe a eutanásia por assassínio ou a associe a um qualquer expediente eugénico que nenhuma lei pode deixar de prever e criminalizar. É uma maldade de muitos, que não se confundem com os que discordam por convicção. Há, de um lado e do outro, pessoas de boa fé.

A campanha terrorista, instilando o medo, agora que o temor do Inferno abrandou, tem envenenado a discussão serena da legislação sobre a eutanásia. Os agitadores principais dessa campanha são os que combateram a despenalização da IVG, a que atribuíam uma explosão de abortos, e que conduziu à redução drástica da sua ocorrência.

A morte não é a antítese da vida, é o contrário do nascimento. Compreender isto facilita a reflexão sobre os limites da dor e do desespero e da resposta legal adequada.

O PCP usa um argumento débil para justificar a inoportunidade da apresentação e o seu voto contra, por não haver ninguém condenado por tal crime, esquecido de que era essa a desculpa dos católicos para combaterem a despenalização do aborto. A contabilidade política é legítima, mas devia ficar para quem defende uma ideologia que deixa morrer desamparados os desvalidos, e invoca Deus para obrigar a prolongar o sofrimento para a remissão dos pecados.

A precaução que se exige ao legislador é incompatível com o adiamento da solução para quem a agonia se prolonga sem esperança, sem remissão e sem vontade, e implora o fim do sofrimento.

21 de Maio, 2018 Carlos Esperança

A solidão e a fé

A solidão é o cimento que cola o abandonado à fé, torna o proscrito crente, faz beata a pessoa e transforma cidadãos em trapos.

A religião é o colchão que serve de cama ao desamparado, o mito que penetra os poros do desespero, o embuste a que se agarra o náufrago. É o vácuo a preencher o vazio, o nada que se acrescenta ao zero.

O clérigo está para a família como o álcool para o corpo. Primeiro estranha-se, depois entranha-se e finalmente domina.

A religião é o cancro que cresce com as pessoas e morre com elas. Cria metástases e atinge órgãos vitais. Mas é dos joelhos que se serve, esfolando-os, da coluna vertebral, dobrando-a, e do cérebro, atrofiando-o.

A religião busca o sofrimento e condena o prazer. Preza o mito e esquece a realidade.

Um crente faz o bem por interesse e o mal por obrigação. É generoso para agradar a Deus e perverso para o acalmar. Dá esmola para contentar o divino e abate um inimigo para ganhar o Paraíso.

A religião vive da tradição e medo da morte. Começa por uma doença infectocontagiosa que se contrai na infância, transmitida pelos pais, através do batismo e continua com o lactente a ser levado ao primeiro rito mais depressa do que às vacinas.

Depois, o medo, o medo da discriminação na escola, no emprego, na sociedade, leva a criança à catequese, à confirmação, à eucaristia e à penitência. De sacramento em sacramento, missa após missa, hóstia a hóstia, orações à mistura, e o medo do Inferno, a religião transforma o cidadão em marionete manejada pelo clero.

Na cúpula, há o Vaticano, um antro de perversão a viver à custa dos boatos sobre o filho de um carpinteiro de Nazaré e de milagres obrados por defuntos de virtude duvidosa, à custa de pesados emolumentos, para concorrerem à santidade.

O seu negócio é a exploração da morte em esqueletos ressequidos pelo tempo, caveiras, maxilares, tíbias, ossos diversos, pedaços de pele, órgãos avulsos e extremidades de membros, numa orgia de horror e delírio.

É assim que a tradição, o medo e a morte continuam a encher os cofres do último Estado totalitário da Europa, que governa pelo medo e se eterniza pela chantagem.

No Islão é ainda pior.

11 de Maio, 2018 Carlos Esperança

A inflação das relíquias e a cotação

A bolsa de valores pios sofreu, ao longo do tempo, uma lenta erosão, no que diz respeito às relíquias, que orgulhavam os donos e protegiam os domicílios onde jaziam.

Outrora, a exaltação das relíquias deu origem a um próspero negócio e à criação de uma indústria de contrafações cujos produtos rivalizavam com os verdadeiros, a obter graças e a obrar milagres.

Assim se distribuíram por paróquias uma dúzia de braços de S. Filipe, só ultrapassado por Santo André a quem arranjaram 17 para gáudio e devoção de crentes de um número igual de paróquias.

Às vezes eram bizarras as relíquias e não menos inspiradoras de piedade, como sucedeu com o rabo do burro que carregou a Virgem Maria, com a pena de uma asa do arcanjo Gabriel ou com as línguas do Menino Jesus. Mas era a piedade, a imensa piedade, e a raridade de peças genuínas no mercado da fé, que levou Santa Juliana a ter 40 cabeças dispersas, para piedosa contemplação dos crentes.

Nem vale a pena falar do Santo Prepúcio, relíquia comovedora, por ser do próprio Jesus Cristo. Dos vários que houve (prepúcios, porque JC foi único), apenas a um foi passado certificado de garantia e, depois, até esse foi declarado falso. Decidiram os cardeais que JC não poderia ter ressuscitado sem ele e, a partir daí, pairou a ameaça de excomunhão sobre os crentes que se lhe referissem, mesmo para os que tinham obtido graças por seu intermédio.

Enfim, as relíquias da ICAR, quase sempre macabras, pedaços de santos desidratados ou ossos mirrados, são hoje tão acessíveis que arruinaram o mercado das falsificações. Só os fragmentos de santos e beatos criados no pontificado de JP2 exigiriam armazéns imensos e uma rede de frio de enorme capacidade para as conservar. Seria mais cara a manutenção do que o valor da mercadoria. Três cabelos do já santo João Paulo II (JP2) chegaram à Madeira a custo zero.

Na primeira visita que fiz a Itália, em meados da década de 70 do século XX, saturei-me de relíquias e deslumbrei-me com a perfeição das pinturas e esculturas que decoravam magníficas catedrais onde várias vezes regressei, abstraído da fé, fascinado pela beleza.

Foi na primeira vez que, depois de numerosos ossos exibidos, a guia sujeitou o grupo a observar um esqueleto inteiro, em excelente estado de conservação, devido às virtudes que, em vida, exornaram o taumaturgo. Maiores do que as graças que concedia eram os exemplos de piedade que deixara. Era o orgulho da paróquia, uma localidade próxima de Nápoles, habitada por uma pequena comunidade que possuía uma igreja e relíquias a causar inveja a muitas cidades.

Estava a guia empolgada a falar das virtudes do santo, cujo esqueleto mostrava, quando alguém lhe perguntou de quem era um esqueleto pequeno que se encontrava próximo. Sem titubear, respondeu de imediato:

– Era do mesmo santo, quando jovem.

9 de Maio, 2018 Carlos Esperança

O ateísmo e as crenças

Compreende-se a hostilidade dos crentes ao ateísmo, mas é difícil aceitá-la contra os ateus, tal como é intolerável que os ateus visem, em vez das crenças, os crentes, sabendo que estes são as primeiras vítimas.
As acusações mais comuns dos crentes aos ateus, salvo os do islamismo, que pensam logo na decapitação, são três, todas no sentido de fazerem a catarse freudiana dos medos, dúvidas e terrores do inferno que povoam as suas mentes:

1 – A presumida superioridade moral e intelectual ateia, sem que exista ou seja referida.

2 – A referência reiterada a facínoras ateus, Stalin, Mao, Pol Pot e outros, omitindo o cristão Hitler que em «A minha Luta» citava o Génesis deliciado com a violência de Cristo a agredir os Fariseus, referência que procura confundir, e absolver os bispos cristãos, católicos e luteranos, da cumplicidade nazi/fascista.

3 – A afirmação de que há, entre os cristãos, pessoas boas, generosas e beneméritas, como se algum dia os ateus tivessem duvidado ou deixado de admitir a maldade de numerosos ateus.

Há, nas várias religiões, hierarcas merecedores de consideração e respeito pela craveira moral, intelectual e cívica. Há grandes personalidades e pessoas generosas entre os crentes. Ninguém é perfeito.

Mas isso não faz virgem a mãe de Jesus, infalíveis os Papas ou imaculada a conceção de Maria (fertilização in vitro?), nem altera a reputação dos milagres, aparições e exorcismos com que a ICAR ganha a vida e extasia os fiéis.

Os bons atributos dos crentes não tornam verdadeiras as religiões, não expurgam a violência e a crueldade dos livros sagrados nem transubstanciam em corpo e sangue de Cristo o pão e o vinho, sob o efeito de palavras rituais e sinais cabalísticos.

JC deixou a doutrina que justificou a Inquisição, o Índex, a contrarreforma, o genocídio dos ameríndios, dos índios e de todos os que fossem avessos à conversão. Eis a verdade. A ICAR foi o que é hoje o Islão e só se humanizou graças à repressão política sobre o seu clero.

E a cumplicidade nazi/fascista da ICAR? Não há sistema mais totalitário do que a teocracia. Não há religião que não se encoste ao poder quando, de todo, não pode ser ela a detê-lo. Será por acaso que eram católicos Franco, Salazar, Mussolini, Pinochet, Hitler e Pétain e cristãos os coronéis gregos?

Por que motivo a ICAR excomungou a democracia, o socialismo, o livre pensamento, o liberalismo, o comunismo e a maçonaria e nunca excomungou o nazismo? JP2 reiterou a excomunhão ao comunismo, já depois da queda do muro de Berlim, mas nunca fez o mesmo ao nazismo e ao fascismo. E porque recusou o reconhecimento do Estado de Israel até 1993?

Por que preparou o Vaticano a fuga de Adolf Eichmann e outros próceres nazis para os livrar do julgamento de Nuremberga?

Que fez JP2 quando os Hutus católicos do Ruanda massacraram centenas de milhares de Tutsis com a participação ativa do clero no genocídio? Ficou calado e cúmplice. Isto é recente.

Eis a razão:

Os judeus das trancinhas abençoam o assassinato de islamitas, passagens dos Evangelhos justificam a proteção de Pio XII a Adolf Eichmann pelo genocídio cometido contra os deicidas judeus, e os surahs do Corão abençoam o massacre de judeus e cristãos (por esta ordem).

Yavé abençoa a guerra e os guerreiros e promete a destruição total dos palestinianos – a «guerra santa» segundo a expressão do livro de Josué. Jesus mandou «ir e evangelizar», justificando o proselitismo e os horrores de que parcialmente JP2 pediu perdão. Maomé o mais rude e incivilizado recomenda a jihad.

Os ateus são os inimigos comuns a abater pela demência mística dos três monoteísmos.

8 de Maio, 2018 Luís Grave Rodrigues

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7 de Maio, 2018 Luís Grave Rodrigues

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