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26 de Abril, 2005 Carlos Esperança

Crónica piedosa

A missa na aldeia

Os sinos da igreja intimavam os paroquianos para a missa. O templo ia enchendo, homens à frente, mulheres atrás, os menos pobres nas primeiras filas, sempre conforme à hierarquia e à tradição. Uns minutos antes das nove ouvia-se a moto do padre Farias que já tinha despachado a missa das oito em Casal de Cinza e ainda o esperava a das dez noutra paróquia.

Entrava sempre com o ar mal disposto de quem sentia o penoso serviço de Deus como condenação, em paróquias pobres, de gente rude, sem instrução nem banho. Ainda há dois dias ali estivera para ouvir em confissão os pecadores mais aflitos ou com hábitos mais frequentes da eucaristia. Não tardariam a chamá-lo de novo para levar o viático a um desgraçado que já não descolava da cama nem para a santa missa.

O latim deixava estarrecidos os crentes pelo carácter esotérico que assumia aos castos tímpanos de quem até o português, para lá de algumas centenas de palavras, soava a latim ou parecia língua estrangeira criada por Deus para confundir os homens nas obras da Torre de Babel.

A homilia era breve e as ameaças repetidas. Trabalhar ao domingo deixava o Senhor furioso, comer carne à sexta-feira era veneno para a alma de quem não tivesse a bula, a côngrua andava atrasada por parte de alguns paroquianos, a trovoada tinha dizimado as searas, era certo, mas a culpa não lhe cabia a ele, padre Faria, que cuidava das almas, a moto não se movia a água nem o mecânico a consertava a troco da absolvição dos pecados. No entanto, o mais injurioso para Deus e arriscado para a alma era trair a castidade pela qual a Santa Madre Igreja tanto zelava.

Dita a missa, antes de deixar sair os paroquianos, fazia avisos: pedia a quem encontrasse uma burra que avisasse o dono, lembrava às freguesas que as crianças podiam ficar em casa se não se calassem na missa, que todos os cristãos podiam baptizar um recém nascido em perigo de vida, in articulo mortis, sem necessidade de despachar estafeta a exigir a sua presença, com risco de não estar ou de lhe minguar a disponibilidade.

Recordo as pias mulheres, embiocadas no xaile e lenço negro, a debitar ave-marias, sem me ocorrer que vivessem o drama de D. Josefa que Eça nos apresenta «toda sossegada, toda em virtude, a rezar a S. Francisco Xavier – e, de repente, nem ela soube como, põe-se a pensar como seria S. Francisco Xavier, nu, em pêlo».

Já não me surpreende que a Ti Celesta, transida de frio e carregada de fome, de fé e de filhos, sempre com aquela tosse que irritava o padre e merecia das outras mulheres o diagnóstico de tísica, se debatesse com o mesmo problema da D. Josefa de «O crime do padre Amaro», talvez em situações mais graves.

A bondosa D. Josefa acrescentava à nudez fantasiada do santo outro pecado que a torturava: «quando rezava, às vezes, sentia vir a expectoração; e, tendo ainda o nome de Deus ou da Virgem na boca, tinha de escarrar; ultimamente engolia o escarro, mas estivera pensando que o nome de Deus ou da Virgem lhe descia de embrulhada para o estômago e se ia misturar com as fezes! Que havia de fazer?”

Com a Celeste a consumição era maior, embora alheia à metafísica. A tosse e a expectoração apoquentavam-na durante a eucaristia e o padre Farias já a tinha ameaçado de lhe recusar o sacramento apesar da devoção com que cumpria os deveres canónicos e a regularidade com que paria um filho por ano.

Mal o corpo e o sangue do Cristo lhe eram pousados na língua, em forma de alva rodela de pão ázimo, logo as secreções lhe acudiam à boca parecendo acalmar à medida que o alimento espiritual aconchegava o tracto gastrointestinal, acalmando o jejum e o catarro, seguindo o curso fisiológico.

Depois, enquanto o padre desaparecia sobre a moto, entre nuvens de pó, ficavam os homens a falar da vida enquanto as mulheres regressavam a casa a fazer contas à vida e os garotos enganavam a fome com uma bola de trapos, sem pensar na vida.

25 de Abril, 2005 Palmira Silva

Terrorismo em Timor Leste

Os dois bispos de Timor-Leste pediram hoje a demissão do primeiro-ministro Mari Alkatiri, depois de uma semana de manifestações organizadas pela Igreja contra a decisão de tornar facultativo o ensino da religião em 32 escolas.

Assinado pelo vigário-geral de Díli, padre Apolinário Guterres, a Igreja Católica divulgou hoje um comunicado que pretende que a concentração de católicos na capital timorense, hoje no seu sétimo dia, «não é simplesmente sobre religião».

«A essência do problema reside no modelo de sociedade que está a ser imposto sobre este povo», informa a Igreja timorense e, falando em nome dos cerca de cinco mil fanáticos que arregimentou, afirma que «o povo perdeu a confiança neste governo» e assim «em consequência o povo exige ao partido FRETILIN a remoção deste governo».

A Fretilin pela voz do seu presidente, Francisco Guterres «Lu-Olo», que já na semana passada tinha acusado a Igreja Católica de estar a criar um «clima pré-insurreccional», disse aos jornalistas que o partido maioritário em Timor-Leste «nunca aceitará que alguém tente tomar o poder pela força».

«A FRETILIN nunca há-de aceitar um golpe de estado. Nunca aceitará que alguém tente tomar o poder pela força. A experiência de 1975 bastou.»

Num comunicado de imprensa apresentado depois da reunião do Secretariado Político Permanente do Comité Central, realizada hoje em Díli, é exigido à hierarquia da Igreja Católica que respeite a Constituição e que que não se repita a experiência de 1975, uma guerra civil que colocou timorenses contra timorenses.

Nota: Terrorismo é o uso da violência ou a ameaça do uso da violência contra civis por razões políticas, religiosas ou ideológicas.

25 de Abril, 2005 Palmira Silva

Imago Dei

Foram recentemente conseguidos resultados muitos promissores para o tratamento da artrite, um flagelo que assola a população portuguesa, já que as doenças osteoarticulares «constituem uma parte importante das patologias crónicas que afectam a população com mais de 65 anos de idade, embora se iniciem frequentemente em idades jovens», como se pode ler no Plano Nacional de Saúde: Orientações estratégicas para 2004-2010.

Mas, possíveis curas envolvem técnicas «pecaminosas» como terapia genética, ou envolveram manipulação genética e clonagem para produção de ratos knockout (isto é, com uma mutação que impede a transcrição de um determinado gene) no gene que codifica a proteína que foi considerada responsável pela desagregação do aggrecan, o componente maioritário da cartilagem (excluindo água, claro) a aggrecanase-2.

Na realidade, manipulações «pecaminosas» são a esperança para a cura de mais doenças até agora sem tratamento efectivo. Outro exemplo é a doença de Alzheimer. Entre 2001 e 2002 a equipa liderada pelo professor Mark H. Tuszynski, na UCSD (Universidade da Califórnia em San Diego) implantou fibroblastos da pele geneticamente modificados para produzir NGF (factor de crescimento de tecido nervoso) no cérebro de oito pacientes com esta doença.

Os resultados deste tratamento por terapia genética foram agora conhecidos e são igualmente extremamente promissores: seis dos pacientes apresentam sinais evidentes do sucesso da técnica e o grupo do professor Tuszynski prepara-se para iniciar a Fase II do estudo.

Resta saber se o novo Papa, que já declarou que uma das prioridades do seu papado será exactamente a bioética, em que se inclui manipulação genética, investigação em células estaminais, etc., e que prepara um novo documento sobre o assunto, vai apelar à desobediência civil, como parece ser a sua táctica de imposição dos anacrónicos dogmas e referencial da Igreja de Roma, para travar quer a investigação quer terapias baseadas no que considera imiscuição indevida do homem nas competências divinas.

Lendo a profusão de documentos, entrevistas e declarações debitadas sobre o assunto, é fácil concluir que o Cardeal Ratzinger considera pecaminosa qualquer interferência no desígnio divino por manipulação genética.

Para o cardeal Ratzinger, e podemos apenas supor que para Bento XVI igualmente, o homem foi criado à imagem de Deus, e embora «A ideia do homem como co-criador com Deus poderia ser utilizada para justificar a manipulação da evolução humana através de manipulação genética.» não podemos esquecer que «isto implicaria que o homem tem direito pleno sobre a sua natureza biológica.» Ou seja, «O nosso estatuto ontológico como criaturas feitas à imagem de Deus impõe limites à nossa auto determinação (biológica). A soberania (sobre o nosso corpo) de que dispomos não é ilimitada» já que «Um homem só pode melhorar realmente realizando mais completamente a imagem de Deus em si unindo-se em Cristo em sua imitação.»

E convém informar que este novo Papa considera que se uma célula adulta é alterada para se tornar totipotente (ou estaminal) então deve ser considerada um embrião. Ou seja, é expectável que brevemente pretenda proibir, na boa tradição inquisitorial a que já nos habituou, a investigação em células estaminais, embrionárias ou adultas, e todas as terapias envolvendo estas células, que serão certamente consideradas um pecado mortal.

24 de Abril, 2005 Carlos Esperança

Viva o 25 de Abril

O Diário Ateísta saúda todos os que se bateram pela liberdade e tornaram possível a democracia.

O Diário Ateísta presta uma sentida homenagem a todos os que arriscaram a vida para que a censura, as prisões políticas, o degredo e a tortura tenham sido abolidos.

Sem o 25 de Abril não seriam respeitados os direitos, liberdades e garantias que a Constituição da República Portuguesa assegura, nem o fim da discriminação a que a mulher foi sujeita com a cumplicidade da Igreja católica.

Sem o 25 de Abril não seria tão marcada a «crise de vocações sacerdotais» nem tão amplo o espaço de liberdade que a sociedade conquistou ao poder despótico da religião e da ditadura.

Por tudo o que Portugal sofreu e pelo muito que a Revolução de Abril fez pela paz, progresso e liberdade, prestamos aos capitães de Abril a nossa grata e comovida homenagem.

Viva o 25 de Abril. SEMPRE.

24 de Abril, 2005 pfontela

Contra a homofobia

Face às violências clericais, e não só, sobre a população LGBT no Ocidente e fora deste (a situação em alguns países toma proporções que eu descreveria como apocalípticas) é cada vez mais importante o combate à discriminação. É esse o objectivo desta iniciativa que visa a criação de um dia internacional contra a homofobia. Para os leitores que estiverem interessados fica o convite para assinarem a petição.

Aproveito a oportunidade para aclarar um pouco as águas na questão do ateísmo e da homofobia. Um ateu por definição rejeita a existência de Deus(es) e esta premissa, por si só, não acarreta consequência alguma para o seu posicionamento em qualquer questão social, política ou económica. Como tal, o facto de alguém ser ateu não implica necessariamente que não seja homófobo, mas são maiores as probabilidades de um crente ser homófobo do que um ateu – porque, em princípio, o ateu desmontou toda a “cangalhada” que vem por arrasto com a religião. Quando isto não acontece temos um caso de crenças secularizadas que, na minha opinião, conseguem ser ainda mais perniciosas do que as que permanecem associadas à religião.

24 de Abril, 2005 Carlos Esperança

Bento XVI foi entronizado

O Papa Ratzinger foi hoje aclamado por cerca de 300 mil pessoas, depois de ter tomado conta do Vaticano e se ter adornado com os símbolos do poder absoluto para o exercício vitalício das funções: o pálio e o Anel do Pescador.

Os suspeitos habituais aplaudiram-no entusiasticamente na primeira viagem triunfal à volta da Praça de S. Pedro. Os que gostavam do antecessor já se sabia que ficariam maravilhados com o sucessor. Este é o mistério da fé que faz de um indivíduo pouco recomendável um Santo Padre.

É interessante comparar os 4 milhões de peregrinos que se deslocaram para ver o cadáver de JP2 com os 300 mil que se incomodaram a saudar em apoteose o novo Papa.

Os católicos preferem um papa morto a um vivo. A vida é a morte da virtude e a morte é o alimento da fé.

24 de Abril, 2005 Palmira Silva

Relatividades e pontos de vista

«A permanência é uma ilusão. Somente a mudança é real. É impossível pisar duas vezes o mesmo rio.»
Heraclitus (540-475 a.C.)

Especialmente depois da eleição de Bento XVI o termo relativismo entrou definitivamente no léxico do quotidiano, normalmente empregue em termos pejorativos, como tive ocasião de confirmar quando assistia à emissão em directo do congresso do CDS, marcada por referências constantes aos dois Papas do século XXI e a este suposto flagelo da Humanidade. É extremamente curioso que a maior parte dos que o utilizam não se apercebam do tiro no pé que tal recurso semântico constitui.

Na realidade a relatividade, entendida como «tudo é relativo» por aqueles que ou não sabem Física ou ficam bloqueados pelo complexo formalismo matemático da teoria, é conceptualmente muito simples e assenta na invariância das leis da Física. Ou seja, a teoria da relatividade (restrita) diz simplesmente que as leis físicas são as mesmas para todos os observadores inerciais ou em todos os referenciais de inércia. Os observadores, «presos» aos respectivos referenciais, observam comportamentos «desviantes» de objectos apenas porque estes se movem relativamente a outro referencial de inércia. Mas na realidade estes comportamentos são «normais» no respectivo referencial. Extrapolando para a sociedade a razão porque alguns comportamentos parecem «desviantes» das leis sociais ou morais reflecte simplesmente os pontos de vista – os referenciais, na linguagem da relatividade – de cada observador.

Como escreve o meu amigo Jorge Dias de Deus no livro «Viagens no Espaço-Tempo» da colecção Ciência Aberta da Gradiva «A relatividade, que desde o início fascinou o grande público, foi, por outro lado, quase sempre mal entendida. A frase «tudo é relativo», resumindo, segundo muitos, as ideias de Einstein, seria uma espécie de machadada na objectividade e no realismo científico. Nada, porém, estava mais longe do pensamento de Einstein.(…) Realmente, o que Einstein procurava era, não o relativo, mas o invariante. Para ele seriam as invariâncias da física que dariam sentido à relatividade das descrições. Que características dos acontecimentos permaneciam invariantes, independentes da descrição, do referencial?»

Tal como na Física o que devemos procurar são as características sociais que permanecem invariantes independentemente do ponto de vista ou referencial de cada um, o que de facto são (ou deveriam ser) as «leis» absolutas da Humanidade ou o que chamo de ética consensual. Nomeadamente o Direito de cada Estado deve reflectir esta ética consensual e não deve impôr um determinado referencial. O que é o grande objectivo da Igreja de Roma: a imposição do seu referencial medieval (com resquícios de neolítico) a todos, tornando crime tudo o que considera pecado.

24 de Abril, 2005 Mariana de Oliveira

Je vous salue, Bento

No passado dia 21, a Assembleia da República aprovou por maioria um voto de saudação ao novo Papa, Bento XVI, anteriormente conhecido por Ratzinger.

Na declaração de voto lê-se o seguinte: «a Assembleia da República, representando a pluralidade da expressão política do povo português, e tendo em consideração o princípio constitucional da liberdade religiosa e a Concordata celebrada entre o Estado português e a Santa Sé, saúda o novo Papa». Mais uma vez, temos a República Portuguesa a prostrar-se face à ICAR, especialmente quando se menciona a Concordata, que é manifestamente inconstitucional já que viola o princípio da laicidade.

Os deputados ainda expressaram o seu desejo de que o reinado de Bento XVI «corresponda às aspirações dos portugueses, da Europa e do Mundo, a um frutífero diálogo inter-religioso e com os não crentes», sendo esta última aspiração algo quimérica vinda de um Papa que, no passado, se manifestou contra a laicidade, a emancipação das mulheres, os direitos dos homossexuais e que escreveu a declaração «Dominus Iesus».

Temos muito que festejar.

23 de Abril, 2005 pfontela

O defensor

Bento XVI o mais recente papa, tão louvado por alguns sectores católicos, foi acusado de ter intencionalmente ignorarado, durante 7 anos, as queixas contra o frade Marcial Maciel, fundador dos Legionários de Cristo. O frade em questão é acusado de abusar de nove jovens que estudavam no seu seminário durante as décadas de 40, 50 e 60 mas a abonar em seu favor tem o facto de ter sido um amigo pessoal de João Paulo II – prova de inegável virtude.

Quando em 1997 John R McCann, bispo de Nova York, enviou ao então Cardeal Ratzinger, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, uma carta aberta redigida pelo frade Juan Vaca (uma das nove vítimas que acusam Maciel) o exaltado Bento XVI, perdão, o cardeal Ratzinger (quase me esquecia da transformação mística que ocorre quando alguém se torna papa) não fez nada. Rigorosamente nada. A atitude deste servo do Senhor foi reconhecer que recebeu a carta e guardá-la num lugar remoto e escuro no Vaticano.

Quando questionado sobre a sua posição sobre o assunto Ratzinger sempre se mostrou evasivo e deu a entender que não considerava «apropriado» que se fizessem tais perguntas. Quando um repórter americano, de nome Brian Ross, teve a coragem de tocar no assunto levou uma palmada de reprovação na mão (literalmente) – o que provavelmente explica a atitude da ICAR em geral e de Ratzinger em particular face aos crentes, infantilizados como crianças retardadas que se portam de forma marota. Mas, numa ocasião em que resolveu quebrar o silêncio sobre o assunto, as suas palavras foram: «Não se pode pôr em julgamento um amigo pessoal do papa como Marcial Marciel».

Em Dezembro passado foi finalmente iniciada uma investigação do Vaticano sobre as queixas. Mas não se pense que houve alguma alteração na posição Ratzinger. Tudo não passou de uma manobra para aumentar a suas hipóteses de ser eleito papa, já que tendo a sombra de proteger abusadores a pairar no ar poderia diminuir de forma substancial a probabilidade de ser eleito.

Em suma, Bento XVI apresenta-se sem dúvida alguma como o defensor das tradicionais virtudes do Vaticano. Ainda bem que existe um homem destes preocupado com o estado moral do mundo e com a «ditadura do relativismo».

23 de Abril, 2005 jvasco

Explicando os casamentos homossexuais

Que a ICAR seja contra o casamento homossexual, que se recuse a prestar o sagrado matrimónio a crentes homosexuais, e que garanta que as relações homossexuais são um pecado com direito ao Inferno, é legítimo.
Claro que é uma posição homofóbica, triste, intolerante. Mas se acreditam realmente nisso, estão no seu direito de tomar aquela posição.

Mas que a ICAR seja contra que o Estado case homossexuais, sejam estes católicos ou não, faz tanto sentido como quererem obrigar os cidadãos a ir à missa! Sem tirar nem pôr! Eles acreditam que os homosexuais casados vivem em pecado, tal como acreditam que um crente que não vá à missa comete um pecado. Mas não têm nada que procurar alterar as leis para evitar que os cidadãos não tomem as decisões por si.

Quando vejo alguns crentes a comentar a posição da Igreja sobre a lei espanhola (ver os comentários do pertinente artigo Começou… do Blasfémias, e destes esclarecimentos adicionais no Da clara ilicitude de uma organização…), fico com a sensação que ainda não entenderam esta distinção.