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Categoria: Não categorizado

27 de Junho, 2018 Carlos Esperança

Estética

Vida religiosa

O Papa criou um cardeal para o terço de Joana de Vasconcelos.

21 de Junho, 2018 Luís Grave Rodrigues

Adultério

14 de Junho, 2018 Luís Grave Rodrigues

A vida virginal



 

“A vida virginal é a imagem da felicidade que nos espera no mundo que virá”

– S  Gregório

 

12 de Junho, 2018 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa na comunicação social

Nova ponte no Porto. Associação propõe Manoel de Oliveira em vez do nome do antigo bispo

Também numa nota publicada na sua página na Internet, a Associação República e Laicidadeconsidera que o nome avançado pelas autarquias é …
Associação Ateísta Portuguesa quer que nova ponte sobre o Douro homenageie Manoel de Oliveira

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) defendeu hoje que a ponte … sua página na Internet, a Associação República e Laicidade considera que o …
10 de Junho, 2018 Carlos Esperança

Humor

9 de Junho, 2018 Luís Grave Rodrigues

A tradição judaico-cristã

A Tradição Judaico-Cristã

Foi à procura do verdadeiro significado dessa tal tradição tão portuguesa que é a «judaico-cristã», que fui descobrir (in «Diário da História de Portugal», de José Hermano Saraiva e Maria Luísa Guerra) alguns relatos de acusações e prisões feitas pela Santa Inquisição em Portugal, entre os anos de 1553 a 1557, tudo devidamente registado.

As acusações e o clima de terror e de medo que deixam adivinhar na sociedade portuguesa da época, revelarão também, certamente, essa mesma «tradição judaico-cristã».
Eis alguns desses relatos:

– 20 de Setembro de 1553: António Correia denunciou Duarte Fernandes por não comer toucinho:
– 12 de Janeiro de 1554: Diogo Antunes, estudante dos jesuítas, disse que foi a casa de um calceteiro e que este tinha na parede uma estampa com um santinho com teias de aranha;
– 23 de Janeiro de 1554: Compareceu Gomes de Leão, que denunciou o licenciado António Gonçalves, que disse que gostava mais de forcas que de crucifixos;
– 6 de Junho de 1554: Compareceu Paula Gomes que denunciou o marido Pedro Gonçalves, que disse que não sabia se havia Cristo;
– 18 de Junho de 1554: Compareceu o ourives Pedro Rodrigues por ter dito que certas mulheres iam à romaria da Senhora da Luz menos por devoção do que por poucas vergonhas;
– 31 de Janeiro de 1555: Compareceu Baltazar Gomes, ourives, que denunciou um flamengo que não tirou o barrete quando passava diante da cruz;
– 9 de Março de 1555: O padre Luís Neto, capelão da Sé, acusou um inglês chamado Ricardo, que disse que o Papa canonizava os santos por dinheiro;
– 9 de Setembro de 1555: João de Paris, relojoeiro francês, denunciou o inglês Marcos, mestre da Nau, que disse que não era preciso rezar aos santos, bastava fazê-lo a Deus;
– 17 de Setembro de 1556: Graça Dória denunciou Mécia Vaz por dizer que no mundo só há nascer e morrer;
– 21 de Janeiro de 1556: André Pires, padre de Sarzedas, denunciou António Rodrigues por ter dito que Nossa Senhora era judia;
– 16 de Fevereiro de 1556: O jesuíta João Dício acusou o flamengo Reiner, lapidador de pedras, por ter dito que era mais virtuosa a vida dos casados que a dos religiosos;
– 26 de Março de 1556: Ascenso Fernandes, denunciou Pedro de Loreto, carpinteiro francês, por comer carne à sexta-feira;
– 22 e Abril de 1556: Francisco Gonçalves denunciou Rodrigues Álvares, escrivão, por vestir aos sábados pelote, calça preta, boas botas e roupão esverdeado, com pesponto de seda e alamares, ao passo que nos dias santos traz só gabão de mangas curtas;
– 10 de Julho de 1556: Fernando Afonso denunciou dois hereges de Ponte de Lima, que disseram que a hóstia era apenas pão;
– 4 de Agosto de 1556: Francisco Dias denunciou a mulher, dizendo que era judia;
– 11 de Janeiro de 1557: Gonçalo Pereira denunciou o mouro Cosme, de Sesimbra, por ter dito que Nossa Senhora não era virgem;
– 30 de Abril de 1557: Manuel Borges denunciou António Gonçalves por ter dito que dormir com uma mulher não era mal nenhum;
– 4 de Agosto de 1557: O licenciado Garcia Mendes de Abreu acusou um cristão-novo de dizer sobre a virgindade de Nossa Senhora o seguinte: «como é que se pode tirar a gema ao ovo sem o quebrar?»;
– 29 de Setembro de 1557: Compareceu Gomes de Abreu e disse o seguinte: «quando há dois anos a nau S. Bento vinha da Índia e naufragou, deram à costa do Natal e o denunciante disse “preze a Deus que me leve a terra de cristão para eu morrer lá”. E isto foi ouvido por Garcia de Cáceres, mercador de pedreiras, que respondeu: “para morrer, tanto faz cá como lá”».

Não há dúvida: a tradição é uma coisa muito bonita.
A tradição «judaico-cristã» principalmente…