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26 de Junho, 2019 Carlos Esperança

São Josemaria – 44.º aniversário do seu passamento

São Josemaria – 44.º aniversário do seu passamento

Há 44 anos esqueceu-se de respirar o indefetível apoiante do genocida Francisco Franco e fundador do Opus Dei. Apoiou a política de João Paulo II, responsável pela falência fraudulenta do banco Ambrosiano, e a criação de centenas de santos espanhóis, todos mártires do mesmo lado da guerra civil.

Ao serviço de Deus e do fascismo, acompanhou as tropas sediciosas a Madrid, e os seus fiéis, a quem indicou o Caminho, levaram à falência os impérios Matesa e Rumasa, para maior glória da prelatura e benefício dos desígnios do Monsenhor.

Os contributos pecuniários obtiveram a imunidade da seita, que passou a ter como única obediência o Papa, e o diploma da santidade, a ser conferido post mortem, depois de dois milagres certificados, um para a beatificação e outro para a santidade, como é uso. Foram-lhe creditados 3 milagres, não se pense que foi protegido, o primeiro no ramo da oncologia, a uma freira, prima de um ministro de Franco, que morreu curada.

O bem-aventurado, mal refeito da defunção, já tinha obrado 3 milagres, adjudicados por João Paulo II, amargurado Papa que não se poupou a esforços para evitar a prisão ao seu amigo Pinochet, sem êxito. JP2 era rápido a farejar milagres e santidade e não teria sido preciso que, quando da morte do franquista, 69 cardeais, cerca de 1300 bispos de todo o mundo e 41 superiores de congregações religiosas tivessem pedido o início da causa de sua beatificação e canonização. Estava paga e prometida.

JP2 criava santos com a mesma rapidez com que uma incubadora cria frangos, e o ora S. Josemaria tinha dado provas de martírio com o silêncio que guardou perante centenas de milhares de fuzilamentos pela ditadura e com o cilício que usou para deliciar o deus que defendia o generalíssimo, a monarquia, o catolicismo e o garrote, em Espanha.

S. Josemaria, quando deus foi servido de o chamar, como se diz em termos de afición, foi sepultado na Igreja Prelatícia de Santa Maria da Paz, na sede central da Prelatura, em Roma. Em 6 de outubro de 2002 foi canonizado pelo Papa João Paulo II, abandonando o ramo dos milagres, mas, em 2005 Bento XVI abençoou uma estátua em mármore de São Josemaría Escrivá, no exterior da Basílica de São Pedro, em Roma.

Depois de dois pontífices seus devotos, o Espírito Santo iluminou mal os cardeais do consistório e negou-lhe o terceiro e último.

O Santo mantém um exército de prosélitos, aptos a enfrentar o Islamismo e a subsidiar o Vaticano, enquanto rezam para que o Papa Francisco desapareça. Deus faz sofrer os que mais ama 😊.

26 de Junho, 2019 Carlos Esperança

Ser ou não ser…

Um amigo faceboquiano postou um desabafo de religioso sentindo-se agredido no seu raciocínio. Diz ele: “Para alguns, ser católico é ser palerma… e ser ateu é ser esclarecido, moderno, intelectualmente superior (…)”. O meu amigo virtual não se sinta assim, tão negativamente tratado, porra!… Uma das questões que muitas vezes me coloco, é esta:

Porque é que um licenciado (médico ou advogado, por exemplo) tem do conceito de Deus a mesma convicção de um servente de pedreiro analfabeto? Será que o licenciado não aprendeu nada, ou o analfabeto sabe muito?!…

Não é verdade que a crença em Deus pertença aos ignorantes. O saber e a crença podem coabitar na mesma mente. A religiosidade é natural, é um atributo humano, e a ideia de Deus está alojada no cérebro de todos nós. O berço de cada um, o meio em que cresce e é educado, pode ditar o interesse e o valor que cada indivíduo dá à ideia do divino. O culto de Deus está presente nas famílias desde que se nasce (pelo baptismo na igreja da paróquia), na celebração religiosa da Comunhão (como referente da passagem da meninice para a juventude), no casamento frente ao altar, e mais tarde no baptismo e na Comunhão dos filhos, até ao enterramento depois de finado, com funeral presidido por um sacerdote que encomenda a alma do defunto ao Altíssimo!…

Toda a vida do temeroso crente é votada à religiosidade, e isso tem o seu peso na vida de cada um de nós, pois não há quem possa fugir à ética social e religiosa presente na construção das suas origens e do seu dia-a-dia. Para além desta verdade antropológica e sociológica, há o comércio religioso nas lojas que as igrejas são (veja-se Fátima), prestando assistência à alma a qualquer hora do dia. Igrejas, capelas e alminhas de parede estão mais disseminadas pelo país do que as caixas Multibanco (o deus-dinheiro). Qualquer produto religioso que se mostre de interesse geral (ou mesmo sem se mostrar; a fé basta) passa a ser comercializado, a alimentar indústrias, a ser massivamente publicitado e consumido, tal como a Coca-Cola, os hamburgueres e as telenovelas (veja-se a seita IURD!).

O “produto-Deus” está colado a nós. Tem a mais valia de nos acompanhar desde o Paleolítico, com reforço na Idade do Ferro, acrescentado pelo medo dos castigos divinos induzidos na Idade Média, e embelezado com a espectacularidade da Arte Renascentista. Na nossa civilização a história de Deus já vem de longe, desde a Idade Clássica, importadora dos enigmáticos deuses da Mesopotâmia, e acompanha-nos nos momentos mais emblemáticos das nossas vidas, o que, por si só, exerce muita influência no nosso modo de ser. Mas há muitíssimo mais por detrás da ideia de Deus!…

Também serve interesses políticos, sociais e económicos, o que tem muito peso e demasiada importância para os mandantes deste mundo. Agora já percebe porque é que a ideia de Deus também habita as cabeças com raciocínio superior ao de um servente de pedreiro analfabeto?!…

(Artigo de Onofre Varela a ser publicado no jornal Gazeta de Paços de Ferreira na edição do dia 27 de Junho)

24 de Junho, 2019 Carlos Esperança

A tragédia das verdades únicas

Trinta e um anos de ditadura, quatro anos e 4 dias de tropa, com 26 meses de desterro em Moçambique, na guerra colonial, moldaram o homem que sou e a compreensão de que me sinto capaz, contra as aparências.

Não me surpreendem os homens e as mulheres que pensam o contrário do que eu penso, mas não aceito o pensamento que nega a expressão ao entendimento oposto e combato o que oponha ao direito de quem discorda de mim.

Não há verdades absolutas e, por isso, só o maniqueísmo pode defender a verdade única de uma religião, de um partido político ou de uma corrente filosófica. Na Matemática e na Física as verdades são elaboradas a partir dos factos e postas em dúvida por método. Na ciência tudo é verdade até prova em contrário. Na fé, a verdade é eterna e imutável ainda que todos os factos a desmintam. Por isso, os cientistas andam sempre carregados de dúvidas enquanto os crentes vivem cheios de certezas.

Não há regime político, partido, credo ou tradição que mereça respeito se não aceitar o contraditório. O esclavagismo, a antropofagia e a misoginia foram tradições que ainda não estão completamente erradicadas. Ai de nós, se nos deixarmos convencer pelo peso da tradição ou vencer pela violência do dogma.

Uma sociedade discriminatória é uma sociedade doente. Por isso, valem mais os 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos do que todos os versículos de todos os livros sagrados, quaisquer tradições, por mais consolidadas que estejam, ou qualquer utopia totalitária por mais risonha que pareça.

23 de Junho, 2019 Carlos Esperança

Há seis anos o Vaticano reconheceu o segundo milagre de João Paulo II

«Em abril de 2013, os médicos do Vaticano reconheceram a cura inexplicável de uma mulher.»

Julgava-se que, com o papa Francisco, chegara ao Vaticano uma pessoa normal, que não podendo evitar o poder do lóbi gay e a corrupção que o aguardavam, poderia ainda suspender os milagres já preparados para a indústria da santidade.

É um truísmo banal afirmar que «o que pode ser afirmado sem provas, pode igualmente negar-se sem provas», mas surpreende que no século atual ainda se inventem milagres para alimentar o comércio da fé.

Quando «a cura inexplicável de uma mulher» se transforma em milagre e se descobre logo o autor, há uma boa dose de superstição ou uma deliberada encenação do embuste.

Esqueçamos o Papa que perseguiu os teólogos da libertação, que os reduziu ao silêncio e que deixou à solta a Opus Dei, o negócio dos milagres e o encobrimento dos casos de pedofilia. Fica ainda a cumplicidade com Reagan e a proteção a Pinochet, cujos crimes silenciou ao contrário dos esforços para lhe evitar o julgamento. Não houve ditador sul-americano católico que não tivesse a sua bênção e ações contra o comunismo que não tivessem a sua subvenção pia sem escrúpulos sobre a origem do dinheiro.

A proteção ao arcebispo Marcinkus, cuja extradição impediu, para evitar o julgamento e a condenação que esclareceria a lavagem de dinheiro no Vaticano e a falência do banco Ambrosiano, era suficiente para manchar o pontificado de João Paulo II.

Quem protegeu os mais reacionários movimentos católicos, Opus Dei, Legionários de Cristo e Comunhão e Libertação, grandes contribuintes dos cofres do Vaticano, todos envolvidos em escândalos à escala planetária, apenas porque lutou contra o comunismo, não merece que lhe adjudiquem um milagre para o colocarem nas peanhas das igrejas e nos santinhos que distribuem pelos garotos do Terceiro Mundo.

Afinal, o Papa Francisco apenas continuou o negócio com outros modos. A santidade é o estado civil e a profissão do velho celibatário, à semelhança dos seus antecessores.

21 de Junho, 2019 Carlos Esperança

Um crime é isso mesmo

A moldura penal de um crime inclui a sua natureza e motivações. O ódio sectário que se verifica em numerosos atentados tem motivações xenófobas, fatalmente agravadoras das penas que cabem aos criminosos.

Os crimes dos muçulmanos que se explodem e arrastam consigo os infiéis, convencidos de que vão jantar com o Profeta, depois de fazerem a catarse da repressão sexual que os consume em vida, com as 72 virgens que o manual lhes anuncia e um demente pregador lhes confirma, têm sido largamente divulgados na comunicação social.

A dissimulação com que os arautos do misericordioso profeta falam da religião de paz, como se tivesse havido uma tentativa séria de alterar a interpretação de um conjunto de versículos intoleráveis do manual ou de hadits do beduíno analfabeto, não contribui para conter a insânia de quem não se limita a acreditar e exige a conversão alheia.

A entrevista dada há dias pelo presidente turco à RTP-1, a Paulo Dentinho, é um manual de descaramento e disfarce da cobra que esconde o veneno, mas não evitou o asco que o réptil provoca. Era a versão contida e fria de um exaltado pregador da jhiad.

O que não costuma ser notícia são os crimes contra os muçulmanos. Há 2 anos, o atropelamento de crentes que saíam de uma mesquita de Londres, por um terrorista que veio a confirmar que era seu objetivo “matar muitos muçulmanos” insere-se numa disseminação do ódio sectário contra os que são sempre apresentados como algozes. Dados divulgados, e que passam despercebidos, indicam que os ataques de ódio contra muçulmanos conheceram, no Reino Unido, um aumento de 530% desde o atentado de 22 de maio de 2107, em Manchester.

Não devemos tolerar ataques de dementes com gritos selvagens, “Deus é grande”, mas não podemos igualmente condescender com os ataques criminosos aos crentes de uma religião.

Combatam-se as crenças, protejam-se os crentes.

20 de Junho, 2019 Carlos Esperança

Cuidadores de Almas – Cogitações de um ateu

Não sei como se sentem os protetores de embriões, óvulos e células correlativas, quando uma alma por erro de navegação ou capricho da natureza se infiltra num feto estacionado fora do parque, em sítio proibido.

Refiro-me às gravidezes ectópicas. Trata-se de asneira de Deus ou produto do acaso, mas, para quem tudo o que de bom sucede é obra de Deus, o mal é fruto do Diabo, deve ser um dilema que perturba o entendimento e consome os neurónios.

Para os pios, a ejaculação é um genocídio e o aborto uma alma que se desperdiça. Só assim se percebe a sanha com que os protetores das almas encaram o sexo e a irritação que lhes causa a reprodução medicamente assistida.

Há neste negócio espiritual obscuros interesses materiais e dilemas metafísicos.

Dos caminhos rurais abalaram as caixas de esmolas das alminhas do Purgatório e, lentamente, vão acabando as missas de sufrágio e os lucrativos trintários, dinheiro para antecipar a vaga no veículo celeste que liga(va) o Purgatório ao Paraíso.

As almas estão à guarda de Deus, que as manda em correio azul aos espermatozoides capazes de atingir os óvulos. Não sei se envia várias para a hipótese de falharem o alvo ou se apenas uma, para não irritar os padres.

Após a morte, a alma viaja para os destinos do costume: Purgatório, Inferno ou Paraíso, pois o Limbo, sem interesse comercial, foi extinto por Bento 16. Só não percebo a obsessão dos padres com a alma dos que se desinteressam do seu destino e desprezam o Paraíso.

Consumidos pelo proselitismo, deve ser a vocação totalitária que os alimenta.

18 de Junho, 2019 Carlos Esperança

As guerras religiosas não param

Quando julgávamos que a secularização tinha contido as pulsões homicidas em nome de Deus, esquecíamos o cancro que corroeu povos tribais e países civilizados onde germina o ódio e floresce a fé. A laicidade não foi suficiente, nem na Europa, para impedir que a fanatização tivesse lugar nas madraças e mesquitas.

Muitos europeus caucasianos, sem emprego nem futuro, aderiram ao mais implacável dos monoteísmos – o Islão –, e combatem por um déspotavirtual ao serviço do ódio, do tribalismo e de um “misericordioso” profeta analfabeto, impacientes por impor a sharia.

Depois do tirocínio na Síria, Iraque, Iémen ou Líbia, vão regressar à Europa, cheios de ódio e de tempo, com enorme experiência militar, ansiosos de virgens e rios de mel!

Blair, grotesca caricatura de católico, dissimulado anglicano, enquanto PM, conduziu com Bush a guerra assassina contra o Iraque, arrastando idiotas úteis, Aznar e Barroso. Sentiu agora necessidade de mentir, outra vez, dizendo que a atual tragédia do Iraque é alheia às armas químicas que brotaram da cabeça dele, de Bush e dos outros cruzados que o invadiram.

O Islão, a cópia grosseira do cristianismo, com laivos de judaísmo, falhada a civilização árabe, converteu-se, no seu primarismo, numa mancha de óleo que escorreu para o Irão e Turquia e contaminou povos onde a repressão política sobre o clero tornara pacíficas as religiões. É certo que o sionismo o ajuda a exacerbar o ódio, mas ninguém pense que a destruição de Israel pacificaria a horda de fanáticos viciados em jejuns e orações.

Europa e EUA, embevecidos com a paz religiosa de que tgozaram, salvo o sobressalto na ex-Jugoslávia, imaginaram que na Turquia governasse um “muçulmano moderado”, como se o substantivo e o adjetivo fossem compatíveis.

Não entenderam o genocídio de utus e tutsis, incitados os ódios tribais pelo proselitismo cristão, a tragédia africana na zona do Sahel, com muçulmanos a massacrar os cristãos, tensões na Índia entre hindus e islamitas, enfim, a globalização da “banalidade do mal”, na expressão de Hannah Arendt, para decifrar a perversidades de criaturas imbecilizadas por um credo e fanatizadas na obediência a um ser imaginário.

Há uma ameaça religiosa global à espreita, a demência ecuménica que serve interesses económicos, redistribui recursos energéticos e concentra a riqueza nos fornecedores de armas.

E nós, ingénuos, a julgar que o fanatismo não é contagioso, enquanto a Arábia Saudita manda esquartejar adversários e impunemente degola crianças.

17 de Junho, 2019 Carlos Esperança

As mutações de Deus

Enquanto os animais, ao longo da história da Humanidade, progrediram e melhoraram, até ao aparecimento do género humano, cada vez mais evoluído, Deus sofreu mutações que o fizeram regredir e o tornaram pior.

As mutações que empobreceram o produto original foram introduzidas pelos charlatães tribais da Idade do Bronze, que fabricaram Deus, sem terem em conta os benefícios dos crentes, olhando aos interesses patriarcais das suas tribos.

O Islão clonou o Deus judaico-cristão, sem conhecer a cultura helénica nem o direito romano. Produziu um aborto que o profeta Maomé, analfabeto e rude, converteu num perigoso inimigo da humanidade e em violento fator de retrocesso civilizacional.

Para piorar, Deus, per se, um produto imperfeito, ficou entregue aos clérigos cujo poder e consideração dependem do servilismo dos fiéis, do fanatismo que impõem e do terror que infundem.

É este o dilema da civilização islâmica, como outrora foi a da cristã: ou afasta o clero do poder ou perde os homens para a modernidade, a democracia e o progresso. Deus está a mais num processo de paz social. É um elemento perturbador da felicidade humana.

O que está a acontecer no Iraque, Quénia, Líbia, Iémen, Paquistão, Afeganistão, Nigéria, e um pouco por todo o mundo, não pode continuar. A barbárie, o terror e o ódio ao progresso são os argumentos de quem pretende perpetuar paradigmas perversos e crueldades ancestrais.

Basta!